17/03/2022 13:12:49 • Atualizado em 01/08/2024 10:07:51
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Queda da Selic: quais os impactos e onde investir?
Onde investir quando há queda da Selic? Descubra qual o impacto na Renda Fixa e maximize seus ganhos, protegendo seu patrimônio. Confira tudo sobre a Selic no conteúdo abaixo!
Onde investir quando há queda da Selic? Essa é uma dúvida bastante comum.
Apesar da queda na taxa Selic, as aplicações de renda fixa ainda são vistas como vantajosas, já que, apesar de ter caído, ainda segue com um patamar mais alto.
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Afinal, o rendimento das aplicações de renda fixa segue a taxa Selic.
Mas o que fazer num momento que parece ser tão adverso? Onde investir com a queda da Selic?
Primeiramente, é preciso manter a calma até para estudar novas estratégias.
Segundo, vamos ajudá-lo a conhecer algumas aplicações viáveis.
Terceiro, que tal olhar com mais atenção para a renda variável?
O objetivo é que você continue a ter ganhos e preserve o patrimônio conquistado até agora. Tudo isso mesmo num cenário de Selic em queda.
Mas, antes, vamos explicar alguns elementos importantes neste artigo completo, cheio de dicas e exemplos.
O que significa a queda da Taxa Selic?
A recente queda da taxa Selic está entre os assuntos mais comentados do mercado financeiro.
E quem já é ou planeja ser um investidor não pode ficar de fora.
Para você entender melhor o que são as quedas na Selic e como isso impacta na sua vida, vamos explicar primeiramente o que é a Selic.
Na correria do dia a dia, taxa Selic é um termo que já entrou em nosso cotidiano. Porém, muita gente não entende exatamente o que significa essa sigla.
Selic é sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia e surgiu no final da década de 1970.
Inicialmente, era um sistema informatizado para mapear e tornar mais transparente e segura a negociação de títulos nacionais.
Antes disso, os negócios eram todos manuais. Se hoje você pode comprar e vender títulos do Tesouro pela internet, agradeça a esse sistema!
Em 1999, foi criada a taxa Selic, com o objetivo de ser uma taxa referencial para os juros do mercado financeiro. O índice é baseado no volume de negociações dos títulos públicos.
A primeira taxa divulgada, em 5 de março daquele ano, foi de inimagináveis 45% ao ano. O número baixou rapidamente e, no fim de 1999, já estava em 19%.
De lá para cá, muita coisa mudou. E chegamos aos dias de hoje em níveis históricos.
A cada 45 dias, o órgão (Copom) se reúne para definir qual será a taxa de juros do período.
O grande trunfo da Selic, que ficou conhecida como “taxa básica de juros”, foi servir como guia para diversos outros indicadores da economia.
De fato, muitos outros índices se baseiam nessa taxa. Um dos exemplos mais conhecidos é o CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
Sim, é o CDI que o gerente do banco sempre fala quando quer vender um CDB com taxas administrativas caríssimas!
Mas quais as consequências da queda da Selic?
A queda da Selic serve para estimular o consumo e resulta no aumento dos investimentos produtivos.
Além disso, a queda da Selic impacta diretamente no bolso do brasileiro e do investidor.
Para bem ou para mal, as variações afetam diretamente a remuneração de diversos investimentos.
O governo utiliza a Selic para sinalizar ao mercado os juros que vai pagar em sua dívida.
Uma das formas de captação de recursos para o pagamento dessas dívidas é por meio de títulos públicos. A outra é arrecadando dinheiro no mercado.
Assim, a taxa norteia o teto, definindo quanto quem empresta dinheiro para o governo vai receber, sejam empresas, seja pessoa física.
A queda da Selic significa que o caixa brasileiro vai pagar menos em juros e, por consequência, vai remunerar menos seus credores. Sim, o banco vai receber menos e vai pagar menos. Portanto, seus investimentos atrelados à Selic renderão menos.
Mas calma, não precisa começar a sentir culpa por ter comemorado as baixas da Selic.
Com a queda da Selic, caem os juros em todo o mercado. Isso significa juros mais baixos para empréstimos e investimentos produtivos, como maquinário, modernização e até mesmo consumo.
Sim, a taxa básica de juros mais baixa sempre é um artifício diretamente relacionado aos estímulos ao consumo.
O aumento do consumo também costuma fazer subir um vilão do investidor despreparado: a inflação. Esse vilão pode corroer os investimentos com voracidade.
Como sobe a demanda por produtos e serviços, os preços tendem a subir, puxando os índices de inflação junto.
Contudo, um investidor preparado, com uma carteira diversificada, está preparado para os mais diversos cenários.
Renda Fixa
Como você provavelmente sabe, a renda fixa é diretamente impactada pela queda da Selic.
Investimentos como o CDB, LCA (Letra de Crédito Agrícola), LCI (Letra de Crédito Imobiliários), Fundos DI – e outros vários outros da renda fixa – remuneram quem aplica pagando um percentual de algum indexador, sendo o principal o CDI.
Como o valor da chamada “Taxa CDI” é sempre muito próximo da Selic, costuma seguir suas oscilações. Isso significa que a Selic mais baixa faz cair o CDI, o que torna seus investimentos de renda fixa menos rentáveis.
Mas, se você aplica em renda fixa, fique tranquilo! A dica é não se desesperar e tomar decisões precipitadas. No próximo tópico, nós explicamos o que você pode fazer.
Renda Variável
Na renda variável, o impacto da Selic é uma caixinha de surpresas. Como a Bolsa se comporta de um modo muito próprio, é preciso analisar a situação de cada empresa listada.
Chegou a hora de você separar uma pequena parcela do seu capital, de acordo com o seu perfil de investidor, para aproveitar o crescimento do mercado de ações.
Você não precisa fazer operações arriscadas, nem operar no mercado diariamente. Uma saída, por exemplo, pode ser escolher um bom fundo de ações para aproveitar a boa rentabilidade da Bolsa.
Como os juros mais baixos impactam os investimentos?
A queda na Taxa Selic não é motivo para se preocupar demais, pois sempre existem bons investimentos para melhorar a rentabilidade ou manter o rendimento.
Na opinião do analista financeiro da Rico, Thiago Salomão, uma boa saída nesse cenário é manter uma carteira diversificada, respeitando o tipo de investidor.
“Você deve avaliar qual a sua situação, grau de tolerância ao risco e objetivos para montar a sua carteira ideal”, recomenda ele.
Mas para quem tem preferência pelos títulos de renda fixa, a dica é buscar investimentos mais sofisticados, como as debêntures incentivadas, que são isentas de Imposto de Renda e podem render acima do CDI.
Por fim, é importante não esquecer o fundo de emergência. Esse é aquele dinheiro guardado para ter segurança e margem para erros em outros investimentos.
A recuperação da economia não será imediata. Mesmo com as mudanças no cenário político e maior estabilidade, os riscos sempre vão existir, seja por conta do mercado nacional ou internacional.
Para o fundo de emergência, a principal preocupação não é rentabilidade, mas sim liquidez. Isto é, deve ser um fundo composto por investimentos que sejam fáceis de serem convertidos em dinheiro.
Por isso, é importante ter em mente: o Fundo de Emergência é a curto prazo! Não dá pra ser CDB sem liquidez ou Tesouro Direto prefixado. Você precisa pegar o dinheiro imediatamente quando precisar.
Um bom produto para isso é o Tesouro Selic.
Não dá para esquecer também que esse investimento precisa ter o menor risco possível. Você não quer perder dinheiro num revide qualquer e não ter tempo para esperar o seu dinheiro voltar ao mesmo nível.
O valor total do fundo de emergência deve ser o seu custo de vida mensal multiplicado por pelo menos 6 vezes (meses). O ideal é que o valor total seja a soma de um ano sem outra renda, como o salário ou dividendos.
Onde investir com a queda da Selic?
Com a queda da Selic, a poupança se torna um “investimento” ainda mais impraticável devido à baixíssima rentabilidade.
Para ganhar dinheiro e aumentar o patrimônio, a Selic baixa significa se livrar ao máximo de taxas e tributos.
Se você investiu R$ 1.000 e teve uma rentabilidade de 20%, você teve um rendimento bruto de R$ 200, pagando 15% disso em de Imposto de Renda (R$ 30) e 3% de administração sobre o total acumulado (R$ 36). Sobram R$ 134 de lucro, ou 13,4% de rendimento.
Ainda é uma boa taxa de rendimento, mas é sempre bom minimizar as taxas e custos envolvidos para melhorar a performance da sua carteira com a Selic em baixa.
O investidor Pessoa Física tem benefícios de isenção de impostos em diversos investimentos.
Aplicações de renda fixa e variável que, em muitos casos, não possuem nem taxas administrativas.
Esse é o caminho que queremos – e precisamos – investir com a queda da Selic.
Vendas mensais de ações até R$ 20.000, por exemplo, são isentas de Imposto de Renda. Ainda que todas as operações na bolsa tenham 0,005% retido na fonte, ainda é muito mais baixo do que a maioria das aplicações.
Também ficam isentos de IR investimentos como:
- Ouro como ativo financeiro (via contratos futuros na B3 com vendas até R$ 20.000 mensais)
- Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito Agronegócio (LCA)
- Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA)
- Debêntures de infraestrutura (incentivadas)
- Com a queda na taxa de juros, os títulos de renda fixa, incluindo o Tesouro Direto, podem deixar de ser opções tão rentáveis, embora isso não seja uma regra. Investidores mais experientes podem conseguir grandes lucros mesmo nesse cenário.
Você ainda pode encontrar boas oportunidades no mercado, como os títulos do Tesouro IPCA, por exemplo. Eles têm sua rentabilidade composta por duas partes, uma prefixada e outra pós-fixada, que é atrelada à inflação.
Por isso, esses títulos garantem ganhos reais e, dependendo da taxa prefixada, podem gerar boa rentabilidade.
Ações beneficiadas pela queda da Selic
A Taxa Selic baixa tende a estimular o consumo e, por consequência, a atividade produtiva.
O investidor que perde o interesse na renda fixa parte para o mercado em busca de opções.
Ações relacionadas a bens de consumo, como farmacêuticas, indústria de alimentos e afins podem se valorizar com a queda da Selic.
Nesse cenário de rendimento menor, as empresas preferem investir em suas estruturas e na capacidade produtiva. Companhias listadas que passarão por esse processo também devem valorizar seus papéis.
As ações podem apresentar maior rentabilidade e liquidez, mas com risco mais alto. Apesar dos sinais positivos da economia, elas são sempre investimentos de alta volatilidade. Ou seja: hoje você ganha e amanhã pode perder.
Por isso, uma boa dica é operar no mercado com stop loss, diversificando investimentos e buscando ganhos acumulados a médio e longo prazo. Dificilmente, você enriquecerá com uma aplicação apenas.
Quem aposta nos fundamentos (balanço, governança, etc) para comprar, pode diminuir os riscos. Dá até para apostar em prazos mais longos, nesses casos.
Poupança e queda da Selic
Quando a Taxa Selic alcançou os 7,25% em 2012, o governo mudou a política de remuneração da poupança.
O objetivo, é claro, foi evitar que os investidores abandonassem os fundos de investimentos para aplicar na boa e velha caderneta, que já é isenta de Imposto de Renda.
Então, a resposta para ‘onde investir com a queda da Selic’ nunca será a poupança.
Desde então, toda vez que a Selic cai abaixo dos 8,5%, a poupança muda sua forma de rendimento.
Acima desse patamar, é um rendimento mensal + Taxa Referencial. Abaixo do patamar, o rendimento paga no máximo 70% da Selic, somado à Taxa Referencia.
A regra vale para todos os depósitos feitos após 4 de maio de 2012, inclusive para contas antigas. O dinheiro depositado antes dessa data continua com rendimento inalterado.
Para novos investimentos, a poupança se torna pouco atrativa com a queda da Selic. Isso porque, além de não pagar 100% do valor da taxa, a possibilidade de aumento da inflação pode corroer os rendimentos da caderneta.
O que fazer com seus investimentos?
A conclusão ao ler esse artigo é que não recomendamos colocar todos os ovos na mesma cesta.
Você já deve ter ouvido essa expressão, mas já parou para pensar em seu significado?
Vamos contextualizar para você.
Joãozinho e Mariazinha compraram uma dúzia de ovos na vendinha. O menino botou todos na mesma cesta. A menina preferiu distribuir em três cestos menores.
Quando Joãozinho tropeçou em uma pedra, caiu e TODOS os ovos se espatifam no chão. Já Mariazinha, ao tropeçar na mesma pedra, deixou cair uma das cestas e perdeu apenas quatro ovos.
Ambos tiveram prejuízo, mas o Joãozinho terá de comprar ovos de novo. Ou ficar sem, caso não tenha dinheiro. O melhor prejuízo é o menor.
Para os investimentos, a regra é a mesma.
Se você joga todo seu dinheiro em apenas uma aplicação, qualquer surpresa ou infortúnio pode consumir seu patrimônio.
Até a intocável Caderneta de Poupança já foi vitimada por um evento inesperado: o confisco pelo governo, em 1990.
Diversificar é o caminho para se manter ganhando dinheiro e não sofrer com quedas na taxa Selic, por exemplo.
Ao diversificar, o investidor pode aprender e conhecer as diversas opções. Também pode apostar em aplicações diferentes, como ações.
A diversificação é o segredo da rentabilidade experimentada pelos cotistas de fundos multimercado. Essas aplicações aliam diversos produtos de renda fixa e variável. A possibilidade de ganhos aumenta, mas os riscos também.
Além disso, não se esqueça de manter um dinheiro aplicado para fundo de emergência.
Ele é essencial para encarar situações adversas e pode ajudar a evitar dívidas quando as coisas não saírem como o planejado.
O foco da reserva de emergência deve ser a liquidez e não necessariamente a rentabilidade. Por isso, uma boa dica de investimento para a reserva de emergência é o Tesouro Selic.
Na Rico, você pode ter acesso aos mais diferentes títulos do Tesouro e ainda pode usar nosso simulador para escolher o melhor investimento.
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