10/07/2020 03:00:00 • Atualizado em 13/05/2024 09:09:07
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Bolsa 100 mil pontos: O que significa e o que fazer
A Bolsa de Valores superou os 100 mil pontos em 2019, Caiu em 2020 e agora volta aos 100 mil pontos novamente. Entenda tudo nesse artigo!
A Bolsa bateu 100 mil pontos na manhã do dia 9 de Julho de 2020.
O índice chegou a subir 0,42%, a 100.191 pontos.
Apesar de atingir o marco, até o fechamento, o Ibovespa teve queda de 0,61% e fechou a 99.160 pontos.
Desde que atingiu a pontuação pela primeira vez, em 2019, o marco de 100 mil pontos era um momento muito aguardado, sobretudo para quem tem investimentos em ações ou em outros ativos negociados na B3, a Bolsa de Valores brasileira.
A razão não está apenas no número de pontos, mas no que isso representa.
Se 2019 foi um ano de gráfico ascendente na Bolsa, 2020 chegou com uma das piores crises já registradas, muito em razão da pandemia do novo coronavírus.
Vimos a Bolsa despencar até 63 mil pontos em março, em uma desvalorização recorde, marcada por eventos de circuit breaker em série.
Você pode ler nosso artigo sobre as ações que mais caíram na pandemia para entender melhor a passagem desse verdadeiro furacão pelo mercado financeiro.
Nesse artigo, vamos explicar o que significa quando a Bolsa bate o marco de 100 mil pontos e como isso revela muitas oportunidades para você, investidor.
Como é o funcionamento da Bolsa de Valores
A Bolsa de Valores funciona como um mercado, no qual os participantes podem negociar seus títulos e valores mobiliários e onde vendedores se conectam a compradores.
Atualmente, tudo acontece de forma digital, rápida e eficiente.
Foge totalmente daquele estereótipo do passado, do pregão que trazia homens de terno ao telefone, aos gritos e gesticulando de forma frenética, dando ordens de compra e venda.
É no meio online, pelo computador, que as negociações acontecem. E de forma segura, cabe lembrar.
Afinal, a Bolsa mantém os ativos protegidos a partir da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC).
No Brasil, a Bolsa de Valores é a B3 (antiga BM&FBovespa).
Para operar nela, é preciso ter conta em uma corretora de investimentos ou de valores.
São essas instituições que fazem a intermediação entre os compradores, vendedores e a Bolsa, distribuindo os títulos negociados no mercado.
Mas que ativos são esses?
Quando uma empresa resolve abrir capital, ela faz o registro na Bolsa e lista suas ações.
Geralmente, isso ocorre com a intenção de levantar recursos para financiar suas atividades.
Essas ações são oferecidas pelas corretoras no mercado primário, onde as negociações ocorrem entre os investidores e a própria empresa.
Depois desse processo, alguns investidores que compraram a ação no mercado primário podem querer se desfazer de seus papéis, seja porque precisam do dinheiro investido ou por qualquer outro motivo pessoal ou estratégia de investimento.
Nesse momento, começam as negociações no mercado secundário. Nessa parte, as empresas não participam mais do processo e as negociações ocorrem entre os próprios investidores.
Então, o investidor primário dá uma ordem de venda no mercado através da sua corretora, por um preço que considere interessante. Feito isso, o sistema da corretora lança automaticamente a ordem no sistema da Bolsa.
O investidor interessado em comprar a ação, por sua vez, lança uma ordem de compra com um preço que considera justo. Essa ordem também é feita pela sistema da corretora e enviada automaticamente para a Bolsa.
Se as ordens de compra e venda chegarem ao sistema da Bolsa com o mesmo valor, a transação é efetivada.
Então, o investidor comprador recebe suas ações, enquanto o vendedor recebe o dinheiro pela venda na conta junto à sua corretora.
Tudo isso pode ser feito em apenas alguns segundos e de forma online pelo Home Broker da corretora.
Mas não em qualquer tempo. Afinal, há um horário determinado para o funcionamento da B3.
Horário de funcionamento da Bolsa de Valores
Antes de detalhar o horário de funcionamento da Bolsa, cabe uma rápida explicação.
É natural pensarmos em ações ao falar sobre esse ambiente, mas elas não são os únicos ativos negociados na B3.
A lista tem também:
- Títulos de Renda Fixa
- Opções de Ações
- Commodities
- Contratos Futuros de Moedas
- Contratos Futuros de Índices
Agora, sim, cabe saber que cada dos ativos negociados na Bolsa tem um horário definido para funcionamento.
Pré-Abertura
É na pré-abertura da Bolsa de Valores que são definidos os preços iniciais de cada ativo.
Essa fase funciona como um leilão de abertura das negociações.
O investidor que tiver interesse em comprar ou vender uma ação pelo preço de abertura, pode enviar sua ordem, mas ela só será executada no horário determinado para a abertura do mercado.
Call de fechamento
O call de fechamento dura apenas cinco minutos e é restrito aos ativos que compõem alguma carteira de índice, como o índice Ibovespa.
Nessa fase, a Bolsa aceita ordens de compra e venda para definir o preço de fechamento do ativo.
After Market
O after market funciona como um horário extra para negociações, porém, é restrito aos ativos que compõem a carteira do Índice Bovespa.
Nesse momento, os investidores podem acompanhar o mercado normalmente e realizar operações, mas o limite de oscilações é de 2% para mais ou para menos.
O que significa um ponto na Bolsa de Valores
A Bolsa voltou aos 100 mil pontos e pode alcançar muito mais.
Mas o que isso quer dizer, na prática? Afinal, o que são os pontos na Bolsa de Valores?
Primeiramente, quando falamos que a Bolsa subiu ou caiu, estamos nos referindo ao Índice Bovespa, principal indicador da B3.
O Ibovespa é fruto de uma carteira teórica composta pelas ações que correspondem a 80% dos negócios na Bolsa, escolhidas segundo métodos definidos pelo indicador.
Seu principal objetivo é servir como uma espécie de termômetro para todo o mercado de ações.
Portanto, quando falamos que o Ibov subiu ou caiu, estamos falando que, na média, suas ações caíram ou subiram, perderam ou ganharam valor.
Os pontos no Ibovespa, por sua vez, representam o montante, em reais, que você precisa gastar para comprar as mesmas ações, nas mesmas proporções que elas têm no índice.
Então, se o Ibovespa está em 100 mil pontos, isso quer dizer que você precisaria de R$ 100 mil para montar uma carteira exatamente como a carteira teórica do Ibovespa.
Dessa maneira, cada ponto no Ibovespa equivale a R$ 1.
A Bolsa Superou os 100 Mil Pontos. Vale a pena investir?
O tão esperado patamar de 100 mil pontos da Bolsa foi mais uma vez alcançado – e, para a Rico, esse é só o começo.
Com a Reforma da Previdência e a evolução da agenda econômica do governo federal, além das possíveis reformas administrativa e tributária, a perspectiva é de que a Bolsa continue evoluindo.
Não que a marca de 100 mil pontos torne o investimento na Bolsa menos arriscado. Não há relação alguma nisso.
Ou seja, investir em ações continua exigindo conhecimento, estudo e planejamento para fazer as melhores escolhas, sempre respeitando o seu perfil de investidor.
Porém, o ânimo se explica pela valorização dos ativos negociados na B3 e, especialmente, pela rentabilidade cada vez mais atrativa dos produtos de renda variável, na comparação com a renda fixa.
Assim, é seguro afirmar que uma carteira inteligente e diversificada precisa contemplar investimentos na Bolsa.
Bolsa a 100 mil Pontos. Por Que é só o Começo?
Então, por que estamos afirmando que os 100 mil pontos da Bolsa são só o começo?
Segundo o analista financeiro da Rico, Thiago Salomão, há três aspectos principais que devem ser considerados nessa avaliação.
São eles:
- Juros estruturalmente baixos
- Empresas mais eficientes
- Reformas estruturais no Brasil.
Vamos entender melhor cada um?
1. Juros Estruturalmente Baixos
A taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, está em 2,25%, o menor patamar da história. E isso só é possível devido a alguns fatores.
Controle da Inflação
De acordo com Thiago Salomão, a “manutenção da taxa Selic em queda é possível porque o Brasil conseguiu controlar a perspectiva da inflação na economia”.
E com os preços sob controle, abre-se margem para mais cortes na taxa, que é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
Mudanças na Economia
Também as várias mudanças pelas quais a economia tem passado vêm trazendo uma perspectiva melhor e mais previsível para o Brasil, o que diminui nosso risco de longo prazo.
Esses fatores favorecem a manutenção dos juros baixos por mais tempo.
2. Empresas Mais Eficientes
Outro ponto importante que eleva o otimismo em relação ao desempenho da Bolsa de Valores depois dos 100 mil pontos é o fato de empresas brasileiras terem se tornado mais eficientes.
E como se explica isso?
Sobrevivência a um Grande Período de Crise Financeira
Para Salomão, as empresas, hoje, são verdadeiras sobreviventes.
Elas enfrentaram um conturbado período da economia, mas conseguiram resistir e se tornaram mais maduras, produtivas e eficientes
Corte de Gastos
Mesmo sendo uma tarefa difícil, o analista destaca que empresas cortaram gastos para conseguirem se manter no mercado.
E esse movimento, é claro, gerou um aprendizado importante para as suas ações futuras, elevando a estabilidade dos negócios no médio e longo prazo.
Otimização dos investimentos
Além disso, as empresas também melhoraram o retorno sobre o capital investido já na crise anterior, quando a Selic chegou a patamares próximos dos 10% e o PIB era negativo.
Nesse sentido, com a taxa de juros a níveis cada vez menores e inflação controlada , as empresas têm tudo para reportarem resultados cada vez melhores para seus acionistas.
Veja o que diz Salomão:
“Elas estão super preparadas para surfarem nesse momento, porque elas aprenderam a ser eficientes. Por isso, devem entregar um crescimento de lucro e, embora tenham vários fatores que afetem os preços das ações, no longo prazo, o preço de uma ação acompanha o lucro da empresa.”
Se você quer saber mais sobre a Bolsa a 100 mil pontos, veja o vídeo a Rico preparou:
3. Reformas Estruturais no Brasil
O último fator que contribui para o otimismo com a Bolsa de Valores aponta para as reformas estruturais.
Segundo Salomão, as mudanças que estão acontecendo no Brasil indicam que esse bom momento pode ser prolongado.
A Reforma da Previdência, por exemplo, não resolve todos os problemas do país, mas traz uma previsibilidade maior do que deve acontecer nos próximos anos quanto ao aspecto fiscal, reduzindo um importante rombo nos cofres públicos.
Para o mercado, fica o recado de que o Brasil não vai quebrar no curto ou médio prazo, o que agrega segurança ao ambiente de negócios e investimentos.
Além disso, outras reformas, como a administrativa e a tributária, vêm sendo discutidas pelas autoridades.
E é preciso citar ainda medidas anteriores, como a mudança da política de juros do BNDES, banco estatal usado para subsidiar projetos no país.
Qual a melhor maneira de surfar este momento de ações?
Como você viu até aqui, os 100 mil pontos não parecem ser a linha de chegada da Bolsa de Valores, que ainda tem muito a crescer.
Então, qual a melhor maneira de surfar neste bom momento?
Para o analista Thiago Salomão, “aproveitar as melhores oportunidades que a Bolsa ainda pode oferecer exige montar uma carteira diversificada, com ativos que atuam em diferentes setores da economia e que podem se beneficiar em cenários variados”.
Mesmo produtos de renda fixa, hoje em baixa, não podem ficar de fora da estratégia.
E é importante levar a ideia de diversificação de investimentos também para a compra de ações, não aplicando seu dinheiro em apenas um tipo de ativo, de uma só empresa ou de somente um segmento de mercado.
Fazendo isso, você diminui os riscos relacionados diretamente aos setores de atuação das empresas e ainda pode se beneficiar mesmo que haja alta ou queda no dólar, por exemplo.
Existem riscos em investir em ações após os 100 mil Pontos?
Como lembramos antes, os riscos sempre vão existir no mercado de ações – e isso não muda com a conquista de 100 mil pontos na Bolsa.
Eles podem estar relacionados a muitos fatores, incluindo políticas internas e externas, aspectos que dizem respeito às próprias empresas, choques de produção e demanda de commodities, entre outros.
Outro risco da Bolsa de Valores está relacionado ao cenário internacional, mais precisamente à possibilidade de economias externas entrarem em recessão.
Esse é um fator que tem travado a performance da Bolsa no curto prazo.
Contudo, mesmo diante desse risco, Salomão diz enxergar um potencial enorme para as ações no médio e longo e prazo. E essa deve ser a sua busca ao investir nesse mercado, respeitando seu perfil e evitando especular no curto prazo.
Como diminuir o risco com as ações após os 100 mil pontos?
Em qualquer tipo de investimento, o risco sempre vai existir.
Não há como garantir qual será o destino de qualquer mercado, por mais previsível que ele possa parecer.
Para reduzir a vulnerabilidade, no entanto, a melhor saída é ponderar o seu grau de exposição, ou seja, diminuir o participação de um investimento na sua carteira.
Assim, se você considera as ações uma aplicação muito arriscada, destine uma parcela menor da sua carteira a elas.
Só não deixe de ter ações na sua carteira, especialmente com os 100 mil pontos da Bolsa e o cenário promissor que se anuncia.
E, como lembramos antes, na hora de montar sua carteira, escolha empresas de diferentes setores, além de negócios que podem se beneficiar nos mais diversos cenários.
Conclusão – Siga a carteira recomendada Rico
A Bolsa de Valores superou os 100 mil pontos, mas muita coisa boa ainda pode estar por vir.
Como vimos neste artigo, vários são os fatores que contribuem para expectativas positivas em relação ao desempenho não só da Bolsa, mas da economia como um todo.
Por isso, se você quer aproveitar o bom momento para investir, siga a carteira recomendada da Rico.
Nossos analistas se empenharam para propor um portfólio diversificado e com ótimos resultados.
Abra sua conta e tenha acesso aos melhores investimentos e aos mais completos conteúdos do mercado.
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