15/12/2020 21:23:31 • Atualizado em 27/09/2024 10:23:13
25 minuto(s) de leitura
Long & Short: Aprenda a executar a estratégia
Long & short é uma operação que envolve a compra de um ativo e a venda de outro. Tire suas dúvidas sobre o tema e saiba como operar Long & Short.

Long & short é a negociação de duas ações, ao mesmo tempo, com o objetivo de obter ganhos.
Nessa estratégia, o trader vende um ativo e compra outro para ter lucro com a diferença entre os dois preços.
Parece simples – e realmente é. Só não há garantia de ganhos e os riscos não podem ser ignorados.
Assim, a estratégia precisa de atenção especial com algumas de suas características para que a operação seja realmente lucrativa para o investidor.
O trader pode obter melhores resultados ao colocar em prática o long & short observando e aproveitando anomalias e distorções do mercado.
Para isso, é necessário ter um olhar um pouco mais atento às notícias financeiras, dominar fundamentos de análise e, então, operar vendido e comprado utilizando a técnica.
Isso tudo ainda parece um pouco confuso e você precisa de mais dicas e informações? Sem problemas, pois é justamente o que vai conferir neste conteúdo.
Preparamos um guia com tudo o que você precisa para refinar seus conhecimentos no mercado acionário e obter maiores rendimentos.
Se tiver alguma dúvida no final, é só deixar um comentário.
Siga a leitura e diversifique as suas práticas de investimento utilizando o long & short.
O que é long & short?
O termo long & short é muito usado entre os traders mais experientes, mas pode causar estranheza para quem está iniciando na renda variável.
Se esse é seu caso, veio ao lugar certo, porque vamos explicar etapa por etapa sobre a prática de investimento.
Guarde estas informações: “long” significa “comprado” e “short” tem o significado de “vendido”.
Então, long & short nada mais é do que efetuar a compra de determinada ação ao mesmo tempo em que vende outro papel.
Ou seja, você vende um ativo com o intuito de comprar outro, percebe?
Mas, além disso, espera-se obter o melhor lucro possível com a diferença entre o preço dos dois papéis.
Na estratégia, não necessariamente o trader vai ter ganho com a venda e com a compra. Pode ser que haja alguma perda em uma ou as duas pontas.
Assim, a ideia central da prática é conseguir um saldo positivo com o resultado da operação.
Como funciona o long & short?
No mercado de ações, podemos dizer que o preço dos papéis segue uma linha geral.
Se há alguma movimentação significativa no mercado de e-commerce, por exemplo, a tendência é que todos os ativos relacionados a ele tenham um comportamento parecido.
Contudo, podem acontecer distorções de mercado que fazem com que o preço dos papéis de determinada companhia fuja à tendência esperada.
No exemplo do e-commerce, uma empresa que tivesse queda da cotação dos seus papéis poderia ser considerada uma anomalia no mercado, percebe?
Com o tempo, a distorção desaparece e a cotação vai se reajustando até voltar ao preço médio praticado.
E é aí que entra o long & short na bolsa de valores.
Qual a lógica por trás do long & short?
O trader que está atento a essas distorções pensa: “se o preço da ação está abaixo do que indica a média de mercado, a tendência é que ele suba mais à frente. Então, eu compro o papel hoje, aproveitando a queda”.
Ao mesmo tempo em que faz o long (comprado), ele também fica de olho naqueles papéis que tiveram movimento contrário. Ou seja, que o preço subiu mais do que o esperado frente aos outros ativos negociados no mercado.
Então, ele opera vendido (short) com o papel que tem preço maior do que a média. Lembrando sempre que, aqui, não consideramos apenas a média do preço, mas sim o valor de mercado em relação às outras companhias do setor, que pode ser medido, por exemplo, a partir de múltiplos como preço/lucro ou valor da empresa/Ebitda, entre outros — por isso é importante saber avaliar esses aspectos antes de aplicar a estratégia.
Nessa mesma lógica, a cotação tende a cair com o tempo e, assim, o trader poderá comprar, no futuro, o papel a um preço menor do que o vendido.
Quais são os custos e garantias do long & short?
Para operar long & short, a B3 – bolsa de valores brasileira – faz algumas exigências de garantias.
Todas as operações nessa prática devem ser lastreadas. Ou seja, o investidor precisa apresentar recursos que assegurem o valor negociado.
Então, a B3 exige garantias para a estratégia que podem ser dinheiro em conta, ações atreladas ao índice Ibovespa, títulos do Tesouro Direto, CDB (Certificados de Depósitos Bancários) e outros.
Quais as vantagens operar com long & short?
Até aqui, você viu que a prática consiste na venda e compra de ação como uma operação casada, certo?
Mas quais serão as vantagens de operar na bolsa dessa forma, você tem ideia?
- Uso da ação comprada como garantia
- Risco menor
- Pulverização de risco
A seguir, definimos cada um desses benefícios de usar a estratégia de investimento.
Utilização da ação comprada como garantia
Quando o trader faz uma compra ou venda a descoberto, significa que a operação foi realizada com garantias, mas sem recursos disponíveis.
No caso do long & short, também são exigidas garantias, mas a negociação pode ser feita mesmo sem valores em conta.
Nesse sentido, o crédito da venda (short) pode ser usado na aquisição de outro papel (long).
Assim, a ação adquirida pelo long & short pode ser utilizada como garantia para a B3.
Risco menor do que operações a descoberto
Lembra que a principal meta da estratégia é obter ganho na diferença entre a compra e a venda do papel?
Então, o risco de perda da negociação é menor, já que o resultado entre o long e o short pode ser interessante para o investidor.
Dessa forma, a operação apresenta menos risco do que em negociações de somente venda de papéis a descoberto.
Pulverização de riscos
Por fim, a prática pulveriza os riscos de perda no mercado de investimentos.
Afinal, mesmo em momentos de incertezas e distorções, o trader pode operar com possibilidades reais de ganhos.

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Quais são os tipos de long & short?
É comum que o long & short seja realizado com ações que possam ser comparadas em vários aspectos.
Afinal, é dessa forma que o investidor terá a capacidade de isolar os fatores e, então, perceber a anomalia na cotação do ativo.
Mas isso pode ser feito de maneiras diferentes. Veja como:
Ativos de uma mesma empresa
Uma das práticas mais comuns é a venda e a compra de papéis de uma mesma empresa que apresentam distorções de preço.
Exemplo: venda de PETR4 e compra da PETR3, ambas da Petrobras.
Ações de um mesmo setor
Outro parâmetro bastante utilizado é a comparação de ativos de um mesmo setor econômico, como bancário, de energia ou varejo.
Exemplo: venda de OIBR4, da operadora de telefonia OI, e compra de TIMS3, da também operadora de telefonia Tim.
Ativos vs. Ibovespa
Neste caso, o trader opera vendido e comprado com ações que tenham pesos semelhantes no índice Ibovespa.
Exemplo: venda de SANB11, do banco Santander, e compra do SBSP3, da SABESP, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.
Ambas as empresas têm participação de cerca de 0,7% no índice.
Veja 3 exemplos de long & short na prática
Levando em conta os três tipos mais comuns de long & short, confira exemplos práticos da estratégia em investimentos:
Exemplo 1: ativos de uma mesma empresa
Considere que, após uma anomalia de mercado, as ações da Eletrobras apresentaram cotações diferentes.
Enquanto a ELET6 estava a R$ 32,58, a ELET3 estava a R$ 28,91.
Então, o trader vende a ELET6 e compra a ELET3, operando vendido e comprado na mesma empresa.
Exemplo 2: ações de um mesmo setor
Supondo que as Lojas Renner anunciaram um lançamento importante, mas que pode rapidamente ser replicado por outros players do mercado.
Assim, o valor dos seus papéis dispara frente a outras empresas do segmento varejista de moda.
Nesse caso, o investidor pode comprar ações da Cia. Heringer, por exemplo, e vender ativos da Lojas Renner para obter ganhos com a operação.
Exemplo 3: ativos vs. Ibovespa
Dentro da carteira do índice Bovespa, as companhias Cyrela e Usiminas têm a mesma participação – cerca de 0,3% do Ibovespa.
Se o trader perceber que o CYRE3 está com cotação mais alta do que USIM5, por exemplo, pode operar vendido e comprado nessa situação.
Como fazer long & short?
Na prática, você precisa de uma conta de investimentos, home broker e garantias para fazer o long & short.
Então, confira o passo a passo da estratégia:
- Abra a sua conta de investimentos na Rico. É grátis!
- Acesse o home broker – o painel eletrônico onde constam as ações
- Escolha a ação com a qual deseja operar vendido (short)
- Em seguida, insira o preço de venda
- Então, coloque suas garantias para a operação, como ações ou títulos públicos
- Depois, selecione a ação com a qual deseja operar comprado (long)
- Agora, insira o preço de compra e envie a operação.
Pronto! A sua estratégia long & short está realizada.
Realizar long & short é seguro?
Primeiro de tudo, é importante que você se lembre que qualquer tipo de investimento tem riscos.
Então, é claro que operar vendido e comprado traz certo grau de incerteza para o investidor.
Você deve observar, no entanto, que o long & short pode ser mais arriscado do que operar a descoberto.
Isso acontece porque, quando ocorre uma negociação a descoberto, o trader já “paga” todo o risco. Assim, o máximo que pode acontecer é a perda completa do investimento.
Acontece que, da mesma forma que o investidor pode ganhar na venda e na compra, no long & short, ele também pode ter prejuízo em ambas as operações.
Assim, se a ponta comprada cair e a ponta vendida subir, o trader pode precisar depositar ainda mais garantias do que previamente ele havia depositado.
Como em todo investimento, é importante que você conheça o seu perfil de investidor, tenha um objetivo determinado para o retorno obtido e invista bastante em conhecimento, aprendendo sobre o mercado no qual pretende atuar.
3 dicas para lucrar fazendo long & short
Agora que você já conhece o conceito, como funciona, quais tipos existem e exemplos práticos do long & short, confira mais dicas para obter melhores resultados com a estratégia.
1. Verifique a disponibilidade de aluguel da ação
Existe um detalhe técnico importante sobre a operação: o trader pode vender uma ação que não possui em sua carteira.
Nesse caso, ele precisará alugar o papel por até 3 dias úteis – que é o prazo de liquidação após a venda do ativo.
Por isso, é fundamental verificar antes de operar short se a ação a ser vendida tem disponibilidade no mercado para ser alugada.
2. Confira se a ação comprada é aceita como garantia
Lembra que falamos que as ações compradas na negociação podem ser utilizadas para lastrear operações?
Então, certifique-se se o papel é aceito pela bolsa de valores como garantia para novas transações no mercado.
3. Lote fracionário x lote padrão
Para manter a equivalência do long & short, pode ser que seja necessário negociar ações em lotes fracionários e em lotes padrão.
Talvez a cotação dos papéis fracionados seja pouco vantajosa para o trader. Mas, eventualmente, o investidor pode decidir operar dessa forma.
Então, é preciso ter atenção redobrada ao enviar as duas ordens com preços diferentes.
Long & short para day trade: vale a pena investir na estratégia?
O long & short é uma estratégia de investimento voltada para traders que operam no médio prazo.
Assim, os swing traders conseguem obter bons resultados com o ajuste gradual da cotação dos papéis ao longo do tempo.
Mas será que a tática também é interessante para quem compra e vende ativos em um mesmo pregão?
A tendência é que as distorções de mercado se ajustem com um pouco mais de tempo do que o day trader precisa para operar.
Portanto, a técnica pode, sim, ser analisada por quem negocia papéis no mesmo dia.
Mas é necessário ter cautela ainda maior para operar com o long & short no day trade.
Conclusão
A estratégia de long & short, como você viu, trata-se de operar vendido e comprado a fim de obter ganhos financeiros com a diferença entre os preços dos ativos.
Com observação do mercado, é possível identificar distorções de cotação e, assim, ter lucro com a operação.
Além do long & short, você pode negociar ações na bolsa de valores com táticas diferentes e ter boa rentabilidade.
E o momento não poderia ser melhor para isso, pois a Rico zerou a taxa de corretagem para investir em ações.
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