21/09/2023 12:44:39 • Atualizado em 12/12/2024 13:19:43
25 minuto(s) de leitura


Taxa Selic: o que é e como ela influencia seus investimentos?


Time Rico
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Mulher sentada em uma mesa com o dedo em notas de dinheiro em referência ao o que é a Taxa Selic

A Taxa Selic é a taxa básica de juros da economia. Ela influencia as taxas de juros de todo o país e é utilizada pelo Branco Central (BC) para controlar a inflação.  

Em dezembro de 2024, o Copom aumentou 1 p.p a Taxa Selic indo para o valor de 12,25% ao ano (dezembro/2024).

Como ela está diretamente relacionada a alguns investimentos é importante que você compreenda como ela impacta o rendimento dos seus investimentos e a economia brasileira. 

O que é a Taxa Selic?

Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia.  

O sistema é administrado pelo Banco Central (BC) e nele são transacionados títulos públicos federais. A taxa média de todas essas transações (empréstimos de curto prazo, realizados no mesmo dia) é referente à Taxa Selic. 

A Selic é um indicador importante, pois representa os juros básicos de toda a economia brasileira. Portanto, ela tem influência direta em todas as outras taxas de juros no país, como a taxa de juros do seu cartão de crédito, por exemplo. 

O Comitê de Política Monetária (Copom) define a meta da taxa Selic para assegurar a estabilidade dos preços no país – ou seja, para controlar a inflação. A cada 45 dias, o órgão se reúne para definir se a Selic se mantém, aumenta ou diminui.  

A Selic é utilizada como instrumento de política monetária do Banco Central no controle da inflação. Por ser a taxa básica de juros da economia, ela também serve de base para a rentabilidade de investimentos.  

Logo, os movimentos da Selic impactam diretamente o valor o retorno dos investimentos no mercado brasileiro.  

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Qual a Taxa Selic hoje?  

Em sua mais recente reunião, o Copom manteve a Selic para 11,25% ao ano (outubro/2024).  

Confira, abaixo, a tabela com o histórico mensal da Selic em 2023 e as variações da taxa Selic de acordo com as reuniões do Copom:

Valores da Taxa Selic em 2023  

Data da reunião  Divulgação da Ata taxa Selic acordada  
31 de janeiro e 1 de fevereiro2 de fevereiro 13,75%
21 e 22 de março23 de março13,75%
2 e 3 de maio4 de maio 13,75%
20 e 21 de junho22 de junho 13,75%
1 e 2 de agosto3 de agosto 13,25%
19 e 20 de setembro21 de setembro12,75%
31 de outubro e 1 de novembro2 de novembro 12,25%
12 e 13 de dezembro 14 de dezembro 11,75%
Fonte: Banco Central do Brasil

Valores da Taxa Selic em 2024  

Data da reunião  Divulgação da Ata taxa Selic acordada  
30 e 31 de janeiro1 de fevereiro 11,25%
19 e 20 de março21 de março10,75%
7 e 8 de maio9 de maio 10,50%
18 e 19 de junho20 de junho 10,50%
30 e 31 de julho1 de agosto 10,50%
17 e 18 de setembro19 de setembro10,75%
5 e 6 de novembro7 de novembro 11,25%
10 e 11 de dezembro 12 de dezembro 12,25
Fonte: Banco Central do Brasil

Quando é a próxima reunião do Copom?  

A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) vai acontecer nos dias 30 e 31 de julho de 2024.

Como funciona a Taxa Selic?

Como colocado, a Selic registra todas as operações relacionadas aos títulos da dívida do governo, emitidos pelo Tesouro Nacional.

Grande parte destes títulos é comprada por instituições financeiras. Por lei, essas instituições são obrigadas a direcionar uma porcentagem de seus depósitos a uma conta do BC.

Assim, o Banco Central (BC) determina que os bancos fechem o dia com o caixa equilibrado. O objetivo dessa ação é evitar que haja um excesso ou falta de dinheiro em circulação, e isso comprometa o compromisso do Banco Central com a meta de inflação.

Para cumprir essa determinação, essas instituições fazem empréstimos entre elas de curtíssimo prazo (com duração de 1 dia). Para esse empréstimo, é cobrada uma taxa de juros.

Com base nessa taxa de juros cobrada, é calculada uma média ponderada e ajustada, que é divulgada todos os dias. Essa é a taxa Selic Overnight. No ano, ela é a taxa Selic anual.

Adiante, iremos esclarecer sobre dois conceitos importantes para compreender como a Selic funciona. São eles:

  • Selic Over: é o número real praticado no mercado da taxa Selic;
  • Selic Meta: é o parâmetro utilizado pelos bancos para determinar a taxa de juros dos empréstimos diários que fazem uns aos outros.

Entenda as especificidades da Taxa Selic Over e a Taxa Selic Meta:

Taxa Selic Over

A Selic Over é a taxa sendo executada e calculada na prática. Ou seja, ela é a média de todas as operações que utilizam a Selic como parâmetro. 

Quando os bancos realizam os empréstimos diários entre si, eles utilizam títulos públicos como lastro.  

Isso quer dizer que as instituições têm os ativos financeiros que possuem em reserva – como títulos do Tesouro Direto – como uma garantia pelo pagamento do crédito que solicitaram. 

Assim, os juros cobrados pelo empréstimo entre essas instituições financeiras se baseiam no valor da taxa Selic meta, estabelecida pelo Banco Central.  

Já a Selic Over é a média dos valores praticados nessas operações interbancárias ao longo do dia.  

Taxa Selic Meta

A taxa Selic da qual sempre ouvimos falar é a Taxa Selic Meta.  

A taxa Selic meta é o parâmetro utilizado pelos bancos para determinar a taxa de juros dos empréstimos diários que eles fazem uns aos outros. Assim, serve de base para todas as outras taxas de juros.  

É o Copom que decide se a Taxa Selic deve subir, cair ou seguir no mesmo nível de acordo com o cenário econômico. E de modo simplificado, quanto mais alta a inflação, maior a Selic. Quanto mais baixa a inflação, menor a Selic.  

Por que a Selic é importante?

A taxa Selic é uma das variáveis macroeconômicas mais importantes da economia brasileira, desempenhando diversos papéis e impactando diferentes elementos no mercado e no cenário econômico.  

Dentre eles, podemos citar como principais: 

  • Principal ferramenta para controlar a inflação, seguindo a meta de inflação; 
  • Base para todas as demais taxas de juros da economia brasileira; 
  • Base para os rendimentos dos principais investimentos, como diversos ativos de renda fixa. 

Logo, vale ficar de olho nas decisões sobre a taxa Selic por parte do Banco Central para te ajudar na análise do que esperar do mercado nos próximos períodos. 

Mas não se preocupe, a cada reunião do Copom nosso time de especialistas prepara uma análise sobre a decisão acerca da Selic.   

Qual o impacto da Selic nos investimentos?

Os movimentos de alta e baixa da Selic impactam diretamente na rentabilidade das aplicações financeiras, principalmente ativos de renda fixa

A renda fixa é amplamente influenciada pela taxa básica de juros, a Selic. 

Agora que você já sabe o que é a Taxa Selic e a sua importância para a economia brasileira, vamos mostrar o impacto que ela tem sobre os seus investimentos.  

Abaixo, te explicamos o que acontece com a movimentação da Selic:  

Aumento na Taxa Selic:

A alta da Selic é indicação de um cenário de inflação em alta, já que o objetivo da elevação da taxa é o desaquecer a economia, usando canais como o crédito mais caro para frear o consumo e a produção, e maiores retornos para incentivar investimentos. Assim, reduzindo a pressão sobre a alta de preços na economia.  

Afinal, com crédito mais caro, a demanda por bens e serviços tende a cair. Famílias passam a dedicar maior parte da sua renda para quitar dívidas, e novos empréstimos e parcelamentos tendem a ficar mais caros, como o financiamento de imóveis e carros.  

Além disso, a alta da Selic também impacta o valor da nossa taxa de câmbio (como costumamos ouvir, “o preço do dólar”). Isso porque quanto mais alta a taxa de juros (em relação à taxa nos Estados Unidos), mas atraímos investimentos internacionais em busca de retornos. 

E quanto mais dinheiro entrando no país, mais valorizada a nossa moeda em relação a outras. E assim, menor a pressão sobre a inflação. Afinal, importamos boa parte dos bens e serviços consumidos por aqui, e quanto mais caro o dólar, mais caro o produto final.  

Finalmente, o aumento da taxa Selic também impacta expectativas de pessoas e empresas sobre a inflação no futuro. E expectativas são muito importantes para a inflação.  

Por exemplo, se um produtor acredita que os preços de seus insumos irão seguir em alta, ele pode já aumentar seu preço para não perder dinheiro. Assim, ele contribui para a inflação no futuro ser efetivamente mais alta.  

Queda na Taxa Selic:

De maneira inversa a quanto a Selic sobe para controlar a inflação alta, o Banco Central reduz a taxa Selic quando a inflação está muito baixa.  

Uma Selic mais baixa tem o objetivo de aquecer a economia, barateando o crédito e desincentivando os investimentos. Afinal, se os retornos serão menores em investimentos, o consumo e a produção acabam sendo incentivados.  

Como vimos acima, a queda da Selic também irá impactar as expectativas sobre a inflação no futuro. Além disso, uma Selic mais baixa também tende a impactar a taxa de câmbio, à medida que atrai menos investimentos para o país.  

Nos investimentos, a queda da Selic significa que os títulos públicos pagarão menores em juros e, por consequência, remunerar menos seus credores. Logo, os investimentos atrelados à Selic renderão menos

Com a queda da Selic, caem os juros em todo o mercado. Isso significa juros mais baixos para empréstimos e investimentos produtivos, como maquinário, modernização e até mesmo consumo. 

Como a queda da Selic está diretamente relacionada aos estímulos ao consumo, o aumento do consumo também costuma fazer subir a inflação.  

Como sobe a demanda por produtos e serviços, os preços tendem a subir, puxando os preços.  

Contudo, um investidor que tenha uma carteira diversificada, está preparado para os mais diversos cenários.  

Investimentos atrelados à Selic: 

Como vimos, qualquer alteração na Selic impacta a rentabilidade de alguns produtos financeiros. São eles:  

Tesouro Direto

Alguns tipos de títulos públicos do Tesouro Direto têm suas rentabilidades diretamente associadas à taxa básica de juros.  

Hoje, os diferentes tipos de títulos do Tesouro Direto são:  

  • Indexados à Selic 
  • Indexados à inflação 
  • Prefixados 

Aquele que está indexado à taxa básica de juros é o Tesouro Selic. O seu rendimento seguirá os movimentos da taxa Selic. Ou seja, se a Selic aumentar, os retornos dos papéis Tesouro Selic também sobem, e vice-versa. 

Caderneta da Poupança

A poupança é uma aplicação que oferece menor rentabilidade aos poupadores quando comparada a outros tipos de investimento. 

A regra de cálculo do retorno da poupança, vigente desde 2012, é a seguinte: 

Se a taxa Selic for maior ou igual a 8,5% ao ano, a poupança terá rendimento de 0,5% ao mês mais a TR.  

A TR é a taxa de referência, calculado diariamente pelo Banco Central. Ela está atualmente próxima de 1% ao ano.  

Quando a taxa Selic estiver abaixo de 8,5% a.a., a poupança terá um rendimento equivalente a 70% da Selic vigente no período. 

Do ponto de vista de rentabilidade, existem diversos outros ativos de renda fixa mais atrativos. Se quiser saber por onde começar, veja nosso conteúdo sobre investimentos melhores que a poupança

Qual a relação entre a Selic e os demais índices do mercado financeiro?

A partir de agora, iremos abordar a relação entre a Selic e os demais índices econômicos presentes no mercado financeiro. Acompanhe:  

Taxa Selic e CDI

O CDI é a sigla para Certificado de Depósito Interbancário. Ele é um título privado e interbancário. 

Isso significa que é emitido e utilizado apenas entre os bancos, nos empréstimos de curtíssimo prazo. Aqueles que falamos acima, que tem o objetivo de fechar o balanço das instituições financeiras no positivo diariamente.  

A determinação do valor do CDI é feita com base nos juros praticados nessas operações interbancárias. Ou seja, ele é a taxa Selic Over. Por isso, a taxa Selic e o CDI são próximos.  

Esse indicador também é utilizado como balizador do retorno oferecido por investimentos da renda fixa, como: 

  • LCI – Letras de Crédito Imobiliário 
  • LCA – Letras de Crédito do Agronegócio 
  • LC – Letras de Câmbio 
  • CDB – Certificado de Depósito Bancário 
  • CRI – Certificado de Recebíveis Imobiliários 
  • CRA – Certificado de Recebíveis do Agronegócio 
  • Debêntures. 

Quando a taxa Selic cai, o CDI diminui e o rendimento dessas aplicações também sofre queda.  

Taxa Selic e a Inflação   

Como vimos, a taxa Selic tem como objetivo principal o controle dos preços em uma economia. Ou seja, a Selic objetiva controlar a inflação. 

No Brasil, nosso principal indicador de inflação é o IPCA (o Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é divulgado mensalmente pelo IBGE (nosso principal instituto de pesquisas). 

Por isso, quando falamos que o Copom tem como objetivo manter a inflação na meta. Essa meta de inflação é determinada pelo Comitê Monetário Nacional, e a inflação que estamos falando é o IPCA. 

Assim como o CDI, o IPCA também é utilizado como indexador de retorno para investimentos da renda fixa. Geralmente, ele é pago junto com uma taxa prefixada.  

Esses títulos são chamados de títulos híbridos, ou simplesmente, títulos de inflação. 

Por exemplo, um título que paga “3,0% + IPCA” significa que que, na data de vencimento, pagará a variação acumulada do IPCA ao longo do período, mais uma taxa de 3,0% ao ano. 

Por meio de investimentos nesses títulos, o investidor consegue obter um ganho real sobre a inflação. Ou seja, se a inflação subir, o seu dinheiro estará protegido da queda do poder de compra.  

Os investimentos que utilizam o IPCA como indexador são: 

  • Títulos do Tesouro Direto (IPCA+ e o IPCA+ com Juros Semestrais) 
  • Debêntures 
  • CDBs 
  • LCI/LCA 
  • CRI/CRA 

Conclusão 

Aprendeu como a Selic impacta suas economias? Se tiver alguma dúvida ainda, confira nosso conteúdo sobre o tema no Riconomia:

Como falamos, alguns investimentos estão diretamente relacionados à taxa Selic. Além disso, qualquer empréstimo ou financiamento que você fizer também será impactado por ela. Assim como o controle dos preços da economia.  

Por isso, o ideal é que você leve em consideração a sua evolução ao longo do tempo.   

Quando a taxa Selic cai, os títulos de renda fixa tendem a reduzir os retornos oferecidos.  

Porém, você deve avaliar outros aspectos de qualquer investimento escolhido além de rentabilidade, como os riscos e o seu perfil de investidor

Uma dica para não sofrer com as oscilações da Selic é escolher aplicações de bons emissores e que paguem rendimentos a partir de 100% do CDI. Ou seja, no mínimo o valor da taxa Selic. E, como já falamos, e diversificar sua carteira.  

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