04/01/2019 11:42:00 • Atualizado em 26/02/2024 11:53:50
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Taxa referencial (TR): saiba o que é e como calcular

A taxa referencial (TR) influencia o rendimento de investimentos como a poupança, fundos de renda fixa e até mesmo o FGTS.


Time Rico
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mulher com calculadora na mão realizando anotações de cálculo da taxa referencial

Criada nos anos 1990, a taxa referencial tinha como função controlar a hiperinflação no país e conter a indexação de preços e salários. No entanto, após muitos anos em operação, sua relevância na economia diminuiu consideravelmente.

A TR é conhecida, principalmente, pelas pessoas que aplicam na poupança, mas atualmente, ela ainda influencia na rentabilidade de alguns outros tipos de investimentos e até mesmo no rendimento do saldo do FGTS.

Ao escolher um investimento, é fundamental compreender a influência da taxa referencial e determinar se é vantajoso investir em papéis que a utilizam como forma de rentabilidade.

Neste conteúdo, abordaremos tudo o que você precisa saber sobre a TR e de que maneira ela pode impactar nos seus investimentos.

O que é taxa referencial (TR)?

A taxa referencial foi criada em 1991, durante o governo de Fernando Collor, visando o controle da inflação e servindo de referência para a economia brasileira.

Na época, viveu-se um cenário de hiperinflação, no qual os valores ultrapassaram os 2.400% ao ano. Com a TR, o Estado divulgava diariamente o preço do dinheiro, que por sua vez, também tinha grandes variações.

Com o passar do tempo, a taxa Selic, utilizada para o controle do IPCA, tomou maior proporção do que a taxa referencial, até mesmo para os investimentos.

A taxa referencial ainda é utilizada, mas para o reajuste de aplicações financeiras, como a poupança, financiamentos imobiliários, FGTS e títulos de capitalização.

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Como calcular a taxa referencial?

Antes de investir, é essencial conhecer como a taxa referencial é calculada. Desta forma, você entenderá melhor sobre o seu funcionamento e os seus resultados. O cálculo da TR e a sua divulgação são feitos pelo Banco Central do Brasil (BCB).

Antes da mudança, realizada em 2018, o cálculo da TR abrangia a coleta diária dos dados das taxas de juros utilizadas nos Certificados de Depósito Bancário (CDBs) prefixados, ofertados pelas trinta maiores instituições bancárias do país.

Atualmente, o cálculo da TR abrange a média ponderada de taxas de juros das operações de empréstimos interbancários, empréstimos ao governo e títulos públicos federais, gerando a chamada Taxa Básica Financeira (TBF).

A partir disso, para o cálculo, é aplicada a seguinte fórmula:

TR = 100 x [((1 + TBF)/R) – 1]

A variável R representa o Redutor, que por sua vez é calculado através da seguinte fórmula:

R = (a + b) x TBF

A variável a representa o valor fixo de 1,005, definido no momento da criação da taxa referencial com intuito da taxa referencial não possuir valores negativos. Enquanto isso, a variável b depende do resultado da TBF divulgado pelo Banco Central.

O Banco Central também disponibiliza a Calculadora do Cidadão, na qual você pode consultar o valor da taxa referencial hoje, além de simular reajustes e rendimentos de aplicações que utilizam este indicador como referência.

TR Diária x TR Mensal

A principal diferença entre a TR diária e TR mensal está na frequência de cálculo e da divulgação.

A TR diária é divulgada diariamente pelo Banco Central com base na Tarifa Básica Financeira daquele dia. Caso você solicite o resgate do investimento em um período antes de completar o mês cheio (cerca de 23 dias), o reajuste será feito com base na TR diária.

Já a TR mensal representa o valor acumulado das TRs diárias de um determinado mês. Geralmente, essa taxa é utilizada para correção monetária, quando a aplicação permanece investida pelo período igual ou superior ao mês cheio.

Qual o impacto da taxa referencial nos investimentos?

A taxa referencial, mesmo com menor relevância, ainda pode impactar significativamente os investimentos, dependendo de como é utilizada. Confira a seguir, algumas aplicações influenciadas pelo desempenho da TR:

Poupança

A caderneta da poupança é a aplicação financeira mais conhecida em relação à taxa referencial. Desde 2012, com a mudança no cálculo da TR, o rendimento da poupança passou a funcionar da seguinte forma:

  • Com a taxa Selic acima de 8,5% ao ano: rentabilidade de 0,5% ao mês + TR;
  • Com a taxa Selic abaixo de 8,5% ao ano: rentabilidade de 70% da Selic.

FGTS

O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) é um fundo criado pelo Governo Federal, no qual sua liberação ocorre conforme alguns parâmetros da Lei Trabalhista.

Uma das definições consiste na alocação de 8% do salário bruto dos trabalhadores assalariados para esse fundo, que possui rentabilidade de 3% ao ano + taxa referencial.

Uma boa alternativa para quando você tiver acesso, é investir o FGTS em aplicações de renda fixa, como os títulos do Tesouro Direto e as Letras de Crédito (LCs), pois oferecem boa rentabilidade e segurança.

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Títulos de capitalização

Os títulos de capitalização são aplicações oferecidas pelos bancos, que funcionam como uma espécie de poupança, com o diferencial de sortear um prêmio.

A rentabilidade deste papel é exatamente a taxa referencial do período de investimento. Além disso, o baixo rendimento também está relacionado ao fato que parte do dinheiro pago é direcionado para cobrir os prêmios dos sorteios e taxas administrativas.

A recomendação é que você procure aplicações mais vantajosas para a sua carteira, como os CDBs, LCI e LCAs, pois podem oferecer rendimentos acima do CDI.

Financiamentos imobiliários

Os financiamentos imobiliários que fazem parte do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) da Caixa Econômica Federal são influenciados pela taxa referencial.

Nesta forma de financiamento, os valores são corrigidos pela taxa referencial + juros fixos determinados pela instituição financeira. No final do financiamento você, provavelmente, terá pago um preço mais alto do que aquele acordado no momento da compra.

Desta forma, antes de aderir ao SFH, é recomendado acompanhar o comportamento da taxa referencial, para evitar desembolsar muito mais dinheiro do que o previsto.

Títulos públicos

Antigamente, os títulos públicos como o NTN-H e o NTN-P tinham a taxa referencial como forma de rentabilidade. Mesmo que não estejam mais disponíveis, alguns investidores ainda podem tê-los na carteira à espera da data de vencimento.

Ambos títulos rendiam exatamente a variação da taxa referencial, pois no passado, ela possuía valores mais altos, então, era vantajoso adquirir esses papéis.

Atualmente, o Tesouro Nacional oferece outras modalidades de títulos públicos como:

  • Tesouro Prefixado (LTN);
  • Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F);
  • Tesouro IPCA + (NTN-B principal);
  • Tesouro IPCA + com Juros Semestrais (NTN-B);
  • Tesouro Selic (LFT).

Estes papéis estão ganhando cada vez mais destaque nas carteiras dos investidores devido às diversas vantagens que apresentam, como:

  • Aporte mínimo baixo, a partir de R$ 30;
  • Ganhos reais sobre o IPCA;
  • Segurança e baixo risco;
  • Facilidade para investir e acompanhar;
  • Liquidez diária;
  • Resgate a qualquer momento, pois o governo faz a recompra do título.

Ao tomar decisões relacionadas aos investimentos, busque compreender como funciona a TR e como ela pode afetar seus rendimentos.

Em investimentos de renda fixa, a recomendação é procurar por títulos do Tesouro Direto, CDB e Letras de Crédito, que oferecem retornos superiores ao CDI, além de serem tão seguros quanto a caderneta de poupança.

Além disso, sempre busque por orientação financeira e se atualize sobre as políticas e regulamentações financeiras em seu país, já que estas podem influenciar na taxa referencial ao longo do tempo.

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