- No Brasil, já é ditado popular que o ano só começa após o carnaval. Sendo assim, chegou a hora de você começar a executar seus planos financeiros para 2022.
- O mês de março carrega todas as preocupações de seu antecessor, adicionando uma crise grave na Ucrânia com impactos em todo o mundo.
- Veja nesse “Onde Investir” de março, nossa sugestão de carteiras para cada perfil de investidor, além de nossas recomendações para proteger seu patrimônio nesse momento.
Chegamos ao início de março. Por aqui e ao redor do mundo, os principais destaques no radar dos investidores darão a sensação de “déjà-vu” do mês passado: inflação alta e juros em elevação (para conter a alta de preços). Mas, dessa vez, com um novo desafio de natureza geopolítica: o desenrolar da crise envolvendo Rússia, OTAN e Ucrânia, principalmente após a efetivação da invasão de territórios ucranianos.
Em um cenário que lembra muito mais do que gostaríamos o mundo na era da Guerra Fria, o início de março também marca aquela sensação que todo brasileiro conhece muito bem: o ano começou! E para esse começo “real, oficial” de 2022, nada melhor do que pensar nos seus investimentos.
Mas, antes de pular novamente as sete ondinhas e entender o que esperar para esse mês, vamos a nossa sugestão de alocação para o mês de março.
Vale lembrar que a escolha da alocação – ou seja, onde investir (ou alocar) seu dinheiro da maneira mais adequada – de acordo com seu perfil de investidor, seus objetivos e seu horizonte de investimento, é essencial na busca de bons retornos no longo prazo.
Por isso, cada parcela da tabela acima indica uma sugestão de investimento em determinada classe de ativos, para melhor encaixar seus objetivos com o contexto atual. E abaixo, te explicamos o porquê dessas escolhas!
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Rússia X Ucrânia: como se proteger do inesperado?
Com a efetiva invasão da Ucrânia por tropas da Rússia, o tema se tornou o principal ponto de preocupação e atenção de investidores no mundo todo – e deve seguir ao longo desse mês. Detalhamos aqui na Riconnect o contexto desse imbróglio geopolítico pouco antes da eclosão do conflito.
Além da tragédia humanitária, sabemos que eventos inesperados como esse tendem a levar investidores à decisões precipitadas, como mudar rapidamente a carteira de investimentos, em busca de proteções imediatas ou “oportunidades únicas”.
Porém, a verdade é que, se a história nos ensina alguma coisa, é que o melhor a fazer em momentos como esse é: nada. Sabemos que o imediato pós crise será tomado por volatilidade nos mercados, e que mudanças bruscas nos investimentos em momentos como esse tendem a se provar ineficazes.
Por esse motivo, começamos nossas indicações de investimento de março com duas palavras mágicas: diversificação e proteção.
A importância da diversificação
Você já ouviu a frase atribuída ao legendário investidor Warren Buffet “você só descobre quem está nadando pelado, quando a maré baixa”? Pois bem. Momentos como o atual acabam servindo como a maré da metáfora de Buffet, reforçando a importância da diversificação na proteção contra o inesperado.
Diversificar seus investimentos entre mercados, geografias, classes de ativos, e até estratégias de investimento (como as implementadas por gestores) vai te ajudar a criar uma proteção “natural” na sua carteira. Isso porque eleva as chances de que quando um ativo na sua carteira estiver caindo, outro esteja subindo – ou, ao menos, se mantendo estável.
Ativos defensivos: dólar, ouro e ativos reais
Pensando em diversificação para proteger do inesperado, vale lembrar de investimentos que servem como proteção para sua carteira.
- Ativos dolarizados: O dólar tende a ter um papel importante de proteção em momentos de incerteza global, por ser considerado um “porto seguro”, para o qual investidores fogem em crises – valorizando a moeda. Mesmo em crises que se originam no próprio EUA, investidores globais correm em direção à moeda americana em busca de segurança, diante da solidez da economia e da moeda.
Mas aqui vai um alerta: não indicamos a compra de dólares em si, mas sim investir em ativos dolarizados. Esse texto explica bem essa filosofia, e te indicamos abaixo ótimas maneiras de se fazer isso.
- Ouro: Além de também ser uma reserva de valor considerada um “porto seguro” em momentos de incerteza, o ouro é um ativo escasso e tende a se beneficiar em momentos de inflação alta – como contaremos adiante. Uma maneira mais fácil do que comprar joias e investir em ouro é por meio do fundo Trend Ouro.
Se proteja e encontre oportunidades na inflação
Como contamos aqui em detalhes, uma das principais consequências do atual conflito entre Rússia e Ucrânia é a deterioração de algo que já está no radar há muitos meses: a inflação.
Isso acontece, porque tanto Rússia quanto Ucrânia são grandes produtores de commodities energéticas e agrícolas, como petróleo, gás natural e milho, além de fertilizantes. A menor oferta dessas commodities causada por disrupções à produção ou sanções econômicas (bloqueios à venda de produtos russos, por exemplo) eleva ainda mais os preços de bens produzidos e comercializados ao redor do mundo.
Para se ter uma ideia, enquanto a inflação ao consumidor no Brasil segue acima de 10%, os Estados Unidos seguem lutando contra a marca dos 7%, e até a Alemanha amarga níveis recordes de preços ao consumidor e ao produtor.
É por isso que, nesse mês, seguimos destacando a importância de investimentos que não somente te protejam contra a alta de preços, mas também que apresentem oportunidades nesse cenário.
Renda fixa
Na renda fixa, a melhor pedida se a sua vontade for correr para longe dos efeitos inflacionários são os títulos indexados ao IPCA – a famosa “inflação” no nosso gráfico de alocação lá de cima. Essa classe inclui os títulos Tesouro IPCA+, títulos bancários (como CDBs, LCIs e LCAs) e o crédito privado, como as debêntures.
Mas atenção: a única forma de realmente garantir um ganho acima da inflação é mantendo o seu dinheiro investido até a data de vencimento do título! Resgatando antes, você se sujeita aos efeitos da marcação a mercado.
Caso você precise de um dinheiro com liquidez, ou seja, disponível para saque em tempo real, a renda fixa também é sua aliada. Mas, para isso, o ideal é buscar títulos pós-fixados, que normalmente remuneram um percentual da taxa Selic, com liquidez diária. A “boa notícia” nessa frente é que a Selic também está em alta – ou seja, pagando rendimentos acima da inflação neste momento. Então, seu dinheiro continua protegido.
Saiba mais sobre renda fixa aqui e conheça nossas recomendações aqui.
Ativos reais e commodities
Além de ativos que caminham junto com a inflação, vale também destacar que esse cenário de commodities e inflação em alta e elevada incerteza também favorece (como imaginado) as próprias commodities, além da classe de ativos reais.
Como o próprio nome diz, os ativos reais têm um valor em si mesmo e, assim, costumam ter baixa correlação com ciclos econômicos e inflação. Exemplos desses ativos são metais preciosos, commodities, e – em menor escala – criptoativos. Uma alternativa simples para acessar esses investimentos é por meio do eTrend Ativos reais.
Ainda vale investir fora do Brasil?
Finalmente, nosso último destaque de alocação para o mês são os investimentos internacionais – que indicamos para todas os perfis de investidor, com exceção ao “precavido”.
Caso você tenha uma carteira de investimentos diversificada, provavelmente percebeu que a parcela internacional sofreu substancial desvalorização nos últimos meses, que se intensificou com a eclosão do conflito russo-ucraniano.
Diante dessa queda, alguns investidores começaram a se questionar: “será que vale a pena manter meus investimentos internacionais, ou chegou a hora de apostar tudo na bolsa brasileira, que tem surfado melhores momentos?”.
Antes de tomar essa decisão, é importante entender os dois principais motivos por trás desse movimento:
1. A queda em bolsas internacionais, especialmente entre ações de tecnologia. Como te contamos aqui, esse movimento tem sido motivado principalmente pela expectativa de elevação da taxa de juros nos Estados Unidos, como forma de conter a inflação. Mais recentemente, a “fuga para ativos seguros” causada pela crise russa ampliou esse movimento.
2. A valorização do Real. Te contamos aqui que nossa moeda tem surpreendido com a valorização recente, como vemos no gráfico abaixo. Esse movimento foi impulsionado pela: alta da nossa taxa básica de juros, que atrai capital estrangeiro; alta do preço das commodities (que exportamos muito); e por ativos financeiros descontados por conta do cenário macroeconômico e político desafiador.
Essa combinação de desvalorização das ações americanas, de um lado, e desvalorização do dólar em relação ao real, do outro, fez o investidor brasileiro sentir as duas quedas ao mesmo tempo.
A importância da diversificação internacional
Apesar do comportamento recente, investimentos internacionais seguem sendo essenciais na composição da carteira de quase todos os tipos de investidor. Ter parte de seu patrimônio em ativos dolarizados (ou outra moeda estrangeira forte) te ajuda a:
- Proteger sua carteira em momentos de incerteza elevada – como eventos geopolíticos, como a atual crise entre Rússia e Ucrânia – em que investidores tendem a fugir para ativos mais seguros, como o próprio dólar e títulos da dívida americana, os valorizando;
- Investir em setores que muitas vezes não existem ou ainda são muito incipientes em nossa economia e em nossa bolsa, como é o caso das empresas de tecnologia; Diversificação!
- Proteger sua carteira de eventos e incertezas puramente domésticas, como eleições e movimentos políticos.
Assim, apesar de esperarmos um mercado bastante agitado no mundo nos próximos meses, boas oportunidades podem surgir para investidores, tanto aqueles que querem começar a investir globalmente, quanto para aqueles que já olham para esse tipo de investimento.
Como investir fora do Brasil?
- Wellington Ventura 30 Advisory: um fundo de investimentos que oferece proteção contra a variação do dólar, podendo ser uma boa opção para não sofrer o duplo impacto mencionado no texto acima – ficando exposto apenas à variação do preço das ações nesses países.
- DNA Brave Global. Os fundos DNA são como uma carteira pronta para o investidor que quer diversificar, sem trabalho. Com a aplicação mínima de R$500,00, nesse fundo você consegue ter uma carteira diversificada em ações internacionais e exposição ao dólar.
- USAL11: Se você preferir “só as líderes”, com esse instrumento você investe nas maiores empresas americanas por menos de R$10,00. Você estará exposto à variação do dólar e das ações americanas.
- BDRs: para aqueles investidores mais experientes, que preferem escolher as empresas e montar uma carteira com ações americanas negociadas aqui no Brasil. Quer saber mais sobre BDR’s, confira nosso conteúdo completo!
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
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