• No mês de março o “clima fechou”, com o triste conflito entre Rússia e Ucrânia e o fortalecimento da alta dos juros no mundo impactando os investimentos de diferentes formas.
  • O mercado brasileiro sentiu a ventania, e se beneficia de algumas consequências econômicas do conflito.
  • Nesse clima incerto, qual será a “previsão do tempo” para a renda fixa, bolsa brasileira e investimentos internacionais?
  • Leia aqui nossas recomendações de investimentos para o mês de Abril.

Abril. Um mês conhecido pelo início do outono no hemisfério sul. Aquele período em que as folhas caem das árvores, se preparando para o inverno. Ou, quem sabe, que não acontece nada disso, se você morar bem no meio dos trópicos, como nós aqui no Brasil.

E nos investimentos? Será que o outono também é sempre igual, ou isso é apenas balela da dupla onipresente dos anos 1990, Sandy & Junior?

A verdade é que esse outono (ou primavera, no caso do hemisfério norte) será marcado pela alta de taxas de juros no Brasil e no mundo, mudando o clima para alguns investimentos. E, assim como no verão que se encerra, a guerra entre Rússia e Ucrânia deve seguir responsável por variações bruscas de temperatura nos mercados.

Abaixo, contamos os detalhes desse balanço climático e da previsão do tempo para cada tipo de investimento. Mas antes, vale conferir quais investimentos indicamos para a sua carteira, e em qual proporção, para enfrentar esse clima incerto.

Vale lembrar que a escolha de onde alocar seus investimentos (ou seja, colocar seu dinheiro) de acordo com seu perfil de investidor, seus objetivos e seu horizonte de investimento, é essencial na busca de bons retornos no longo prazo.

Por isso, cada parcela da tabela de alocação acima indica uma sugestão de investimento em determinada classe de ativos, para melhor encaixar seus objetivos com o contexto atual. E abaixo, explicamos o porquê dessas escolhas!

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O outono dos juros mais altos

Como já contamos no Onde Investir de março, a alta das taxas básicas de juros segue como um dos principais atores no palco econômico de 2022. O motivo? A alta da inflação, aqui e no mundo.

Já detalhamos aqui, mas não custa reforçar: o movimento de alta de preços que já vinha forte desde o ano passado ganhou ainda mais força com a eclosão da guerra entre Rússia e Ucrânia, que – infelizmente – segue no radar central de investidores nesse mês. Isso porque os dois países são grandes produtores de produtos básicos, como petróleo, trigo e milho.

Assim, depois de um bom tempo de juros reais (juros descontados da inflação) baixíssimos no mundo, esse outono concretiza o início de um período de juros nominais em elevação. Em bom português, o dinheiro ficará mais escasso e o crédito mais caro no mundo.

Por aqui, isso pode parecer até notícia velha, já que nosso Banco Central já vem subindo a taxa básica de juros (a Selic) desde o início do ano passado. Para frente, vemos a taxa Selic subindo mais um pouco, até atingir 12,75% ao ano em maio (de 11,75% hoje).

Contamos mais sobre isso aqui!

Mas nos países desenvolvidos, essa história não é antiga. Pelo contrário. Após a primeira alta de juros básicos desde 2018 (saindo dos 0% para 0,25% ao ano) o Banco Central americano (o FED) sinalizou que pode ir além do que muitos esperavam, e subir os juros mais rapidamente. Afinal, a inflação por lá não tem dado trégua, com preços seguem subindo ao ritmo de 8% ao ano.

Enquanto isso, outros bancos centrais seguem no mesmo caminho, anunciando elevações de juros básicos e redução de estímulos.

Em resumo: um outono de tempo nebuloso, com juros cobrindo parcialmente a visibilidade de alguns investimentos. Porém, nada que uma boa previsão do tempo não ajude. Vamos a ela!

Renda Fixa, Tesouro e seus amigos: sol a pino

Para os investimentos em renda fixa, o juro alto é uma massa de ar quente, mas agradável, que tropicaliza o clima. É agora que os títulos de renda fixa, como o Tesouro Direto, os CDBs e as debêntures mostram o ombrinho e brincam no chão.

Os juros mais altos imediatamente levam os títulos de renda fixa a pagar melhores prêmios. Nos pós-fixados, como o Tesouro Selic ou investimentos que rendem um percentual do CDI, essa melhora é imediata – se você já tem um desse na carteira, a alta dos juros já beneficiou seus rendimentos.

Já títulos pré-fixados (que rendem uma taxa pré acordada ao ano) e indexados à inflação (que rendem IPCA + taxa pré acordada) passam a pagar mais nas novas emissões. É possível que o investimento que você fez em um desses títulos no passado esteja com algum prejuízo temporário por conta disso, mas não se preocupe: quem mantém até o vencimento garante a rentabilidade prometida no momento da contratação (saiba mais sobre marcação a mercado aqui).

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Bolsa brasileira: sol entre algumas nuvens

Contraintuitivamente, a guerra entre Rússia e Ucrânia, que encobriu o clima no planeta por motivos óbvios, trouxe algum calor para a bolsa brasileira.

Com a alta do preço de commodities e menor interesse em outros países emergentes com também elevados riscos domésticos e geopolíticos (como China, Turquia, Colômbia e Hong Kong), o Brasil vem se tornando a preferência de investidores estrangeiros a procura de “emergentes com papel relevante na produção de bens básicos”.

*Números sendo revisados pela B3. Saldo não considera a entrada/saída de capital estrangeiro por IPOs e Follow Ons de março. **Dados até 31/03/2022

Para além das commodities, o setor financeiro também tem chamado atenção de investidores, por ser menos sensível ao movimento de alta de juros, ou até se beneficiar dele.
Assim, com quase 70% de concentração em empresas de commodities e setor financeiro, a bolsa brasileira já atraiu (em termos líquidos) R$ 67 bilhões de investimentos estrangeiros em 2022, ante R$ 102 bilhões que entraram no ano todo de 2021*.

Mesmo assim, nossas ações continuam relativamente “baratas” de acordo com métricas usadas por investidores, como o preço de ações de uma empresa em relação ao lucro projetado para um período – o famoso P/L.

Nesse contexto, surgem excelentes oportunidades para investimentos em bolsa.
Selecionamos aqui ações do setor de – como não poderia deixar de ser – commodities, que estão descontadas. Ou seja, empresas do setor que estão com suas ações baratas em relação aos seus pares e ao histórico.

Além disso, aqui você encontra nossa seleção de ações do setor financeiro, que também se encontram descontadas.

Mas é claro que nem tudo são flores. Esse raio de sol ainda se esgueira entre algumas nuvens, como a aversão a risco pelo cenário incerto; a aproximação das eleições e da incerteza política que afugenta investimentos; a inflação pressionada; os consequentes juros altos; o baixo crescimento, entre outras.

Investimento estrangeiro: neblina, com possibilidade ensolarada

Voltando ao movimento de alta dos juros mundialmente, sabemos que eles significam, de imediato, duas coisas: i) freio na atividade econômica, e ii) dívidas de empresas ficando mais caras, aumentando o ‘desconto’ usado para trazer o fluxo de caixa futuro a valor presente e diminuindo o preço considerado justo para a ação.

Esse movimento acaba trazendo uma frente fria para as bolsas estrangeiras. Especialmente nos Estados Unidos, onde os juros podem subir mais rápido do que até então esperado, e onde a bolsa segue relativamente cara em relação ao patamar histórico – a medir pelo preço das ações em relação ao lucro projetado.

Além disso, crescem os receios de que o país enfrente um período de estagflação, com inflação alta convivendo com atividade econômica em queda, em um processo que se retroalimenta (lembra das commodities em alta?). Te contamos aqui sobre como isso ocorreu na década de 1970 e a comparação com o momento atual.

Porém, essa neblina parece anteceder um balo dia de sol. Isso porque, apesar dos desafios atuais, a diversificação internacional segue essencial na composição da carteira de quase todos os tipos de investidor.

Ter parte de seu patrimônio em ativos dolarizados (ou outra moeda estrangeira forte) ajuda a: proteger sua carteira em momentos de incerteza elevada – quando investidores fogem para “portos seguros”; investir em setores que muitas vezes não existem no Brasil; além de proteger seus investimentos contra eventos puramente domésticos, como eleições.

Ou seja, uma estrada necessária para um destino que vale a pena no longo prazo.

Além da bolsa, vale também um espacinho da sua carteira para a renda fixa internacional. Com expectativas de juros subindo no mundo e movimentos de mercado favoráveis, esse é um bom momento para adicionar esse investimento em sua carteira (confira na nossa tabela de recomendação por perfil no início do texto).

Finalmente, a forte queda recente do dólarsobre a qual contamos aquitraz uma boa janela de oportunidade para aqueles que ainda não tem, ou desejam aumentar, a exposição ao dólar na carteira.

O fundo DNA Brave global é uma ótima maneira de se expor a investimentos internacionais em diferentes ativos e classes.

Possibilidade de garoa: quando resgatar meu investimento?

A possibilidade de garoa é o status climático que nos deixa mais confusos. Será que vai chover, ou fazer Sol, ou mesmo ficar mais frio? Momento típico em que bate a insegurança na escolha do que vestir, mesmo com a previsão do tempo.

Sabemos que também há momentos como esse nos investimentos, especialmente quando a incerteza é a única coisa certa.

Nesses cenários, é comum ver investidores segurando posições negativas em sua carteira por longos períodos (e não pelo motivo correto), e/ou se desfazendo de investimentos rentáveis muito cedo. Ou seja, fazendo o oposto do que deveria ser feito nos investimentos: reduzir perdas e maximizar ganhos.

Pensando nisso, criamos uma trilha para deixar o processo de decisão mais claro. Aproveite, salve, copie. Respire, inspire, e leia os conteúdos da Riconnect antes de qualquer decisão precipitada.

E se quiser mais detalhes, clica aqui que te contamos tudo!

Nota explicativa

*Segundo a B3, as estatísticas divulgadas para os anos de 2020, 2021 e 2022 incluíram operações de empréstimos de ações, que não correspondem a fluxos financeiros de compra e venda de ativos. Na nova metodologia, esses dados foram subtraídos das estatísticas, alterando os valores anteriormente divulgados. O dado de 2022 foi disponibilizado pela B3 no dia 1/4/2022 como revisado, enquanto dos anos anteriores será publicado uma revisão.

Elaborado por:

Bruna Sene, CNPI-T 1847

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