Para saber como poderá estar o mercado financeiro em 2019, é importante que você entenda o que aconteceu em 2018, tanto no Brasil quanto no mundo.
Esse conhecimento é muito útil para fazer análises que podem apontar tendências de mercado.
Ao compreender mais claramente o cenário macroeconômico, com certeza você estará melhor preparado para as grandes oportunidades que devem surgir no mercado financeiro em 2019.
No final de 2017 e no início do 2018, havia a esperança do mercado de que em 2018 o Brasil finalmente superaria a crise econômica que assolou o país nos últimos anos.
Com a inflação controlada e taxa Selic em seu menor patamar histórico desde a sua criação em 1999, acreditou-se que haveria uma retomada da confiança no cenário econômico, que os investimentos aumentariam e que o desemprego diminuiria.
Porém, por conta do cenário eleitoral e de outros acontecimentos, a recuperação econômica ficou mais lenta.
Nesse artigo, você vai conferir:
- Resumo Do Cenário Econômico em 2018
- Quais as Expectativas para 2019
- As Commodities em 2019
- Melhores Investimentos para Curto Prazo 2019
- Melhores Investimentos para Médio e Longo Prazo 2019
- A Que o Investidor deve Ficar Atento em 2019 – Dicas De Especialista
Boa leitura!
Antes das previsões para 2019, veja o resumo do cenário econômico em 2018
2018 foi um ano marcado por grande volatilidade
Para entender as previsões do mercado financeiro em 2019, vamos primeiro fazer um resumo do que aconteceu em 2018.
O analista-chefe da Rico, Roberto Indech, relatou a seguir os pontos mais importantes do período:
“O primeiro evento extraordinário veio dos Estados Unidos. O país entrou em 2018 com uma economia forte e fundamentos sólidos. Forte criação de empregos e inflação controlada geravam um ambiente otimista.
Além disso, o corte de tributos aprovado no Congresso em 2017 poderia criar mais empregos e melhora na situação econômica das famílias. Com mais confiança, a população estaria mais propensa a consumir mais.
Diante desse cenário, o Banco Central dos Estados Unidos alertou o mundo para os riscos de que uma inflação mais forte pudesse levar o país para uma recessão econômica.
Ao mesmo tempo, taxas de juros em patamares baixíssimos não seriam suficientes para combater essa perspectiva de inflação elevada.
Em dezembro de 2017, o Fed, como é chamado o Banco Central americano, começou a elevar gradualmente os juros. Apenas em 2018 foram três aumentos, com a taxa saindo de 1,5% ao ano para a banda entre 2% e 2,25%, sendo que mais um aumento de 0,25% ainda é esperado para dezembro.
Ao mesmo tempo, riscos geopolíticos ou potenciais conflitos comerciais causados pelo presidente dos EUA, Donald Trump, começaram a surgir de maneira mais forte.
O presidente se voltou para aquele que sempre foi um de seus temas favoritos: o deficit na balança comercial americana, com a China exercendo o papel de principal causador disso.
O medo de um conflito comercial em escala mundial, somado ao aumento gradual nas taxas de juros e uma economia em forte crescimento, levou a uma alta generalizada do dólar e commodities, em especial o Petróleo.
Para piorar, o cenário nacional não ajudava. Pelo contrário, atrapalhava ainda mais.
Em maio e em meio à disparada do dólar ante o real, o Banco Central surpreendeu o mercado financeiro interrompendo o ciclo de cortes de juros no Brasil, iniciado em outubro de 2016.
O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou a manutenção da Selic em 6,5% ao ano enquanto era esperado mais um corte de 0,25%, uma vez que havia essa sinalização de dirigentes do BC. Essa falha na comunicação desestabilizou o mercado financeiro.
Se não bastasse, a greve dos caminhoneiros caiu como uma tempestade perfeita dentro do cenário econômico, político e social brasileiro.
A greve trouxe à tona um pessimismo desenfreado quanto ao futuro do país, com impactos fiscais (subsídio para o diesel), de políticas públicas (questionamentos sobre Petrobrás, incluindo a saída do CEO Pedro Parente), na evolução dos indicadores econômicos e na inflação.
Como o mercado repudia incertezas, vimos uma forte volatilidade, alimentada também pelos desafios econômicos que os nossos parceiros emergentes (Turquia e Argentina) estavam passando.
Em meio a esse contexto e após a realização da Copa do Mundo, o foco no Brasil se voltou imediatamente para as pesquisas eleitorais. As propagandas televisivas nem haviam começado e as incertezas cresciam a cada nova pesquisa eleitoral.
Com o seu início, era esperado que candidatos com maior tempo de TV avançassem, o que não ocorreu. Após quase três semanas de propagandas intensas, o candidato Jair Bolsonaro, com vantagem frente aos outros candidatos, foi esfaqueado em um dos atos de campanha.
O mercado, que já havia começado a apoiá-lo devido ao seu perfil de provável reformista, escancarou isso e reagiu positivamente à possibilidade de sua vantagem aumentar ainda mais devido ao desastre.
O favoritismo do candidato nas pesquisas eleitorais se mostrou verdadeiro, quando alcançou larga vantagem perante o petista Fernando Haddad no resultado do primeiro turno.
Ademais, o partido pelo qual é filiado alcançou a segunda maior bancada da Câmara, mostrando a força de seu discurso.
A partir daí, o cenário antes incerto deu alivio ao mercado, que ainda temia a possibilidade de que um candidato menos comprometido com as reformas necessárias ao país pudesse avançar.”
Quais as Expectativas do Mercado em 2019
Confira agora as expectativas para o Brasil e para o mundo e 2019:
No Brasil
Segundo Roberto Indech, do ponto de vista econômico, a questão fiscal é o principal ponto a ser solucionado no país.
Isso se dá porque o Governo Federal gasta mais do que arrecada, podendo chegar a um ponto no qual o Estado não seja capaz de honrar com as suas obrigações básicas.
Dessa forma, caso nenhuma medida para combater esse enorme problema seja tomada, é possível que haja uma nova crise econômica e social.
Com isso, a Reforma da Previdência acaba sendo a maior prioridade para o mercado. A grande preocupação é que o Governo tenha uma despesa em excesso com a previdência social, perante a expectativa de envelhecimento da população.
Além disso, Paulo Guedes, futuro ministro da Fazenda do novo governo, é um renomado economista liberal.
Guedes defende com frequência que o Estado possua menor participação nas decisões econômicas e empresariais, o que poderia impulsionar uma agenda de desburocratização, privatizações e concessões.
No Mundo
Atualmente, o cenário internacional não é favorável para países emergentes. Acontece um aperto monetário por parte do Banco Central dos EUA, e o mesmo deve também se manifestar na Europa.
Com isso, os juros dos principais países desenvolvidos tenderão a ficar “mais caros”, havendo um forte questionamento em relação ao crescimento econômico destas nações por conta da falta de liquidez nos mercados globais.
A grande consequência desse fato acabará sendo a volatilidade nas bolsas de valores. Além disso, as duas maiores potências mundiais enfrentam uma briga comercial que deve se alongar para os próximos anos, impactando o crescimento global.
As Commodities em 2019
Também perguntamos ao Roberto Indech, nosso analista-chefe, o que poderemos esperar sobre as commodities em 2019. Confira a resposta abaixo:
“A discussão também se arrasta ao segmento de commodities, uma vez que uma economia mundial em franca expansão aumenta a demanda por minério, petróleo e bens agrícolas.
O contrário também é verdadeiro. Não acreditamos que o preço das commodities deva mudar fortemente de patamar.
Com relação ao petróleo, acreditamos que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) continuará controlando a sua oferta global.
Além disso, vemos uma situação desafiadora na Venezuela e sanções impostas pelos EUA ao Irã, outro grande exportador de petróleo.
Já o minério de ferro dificilmente tem ficado abaixo de US$ 65.
Especialistas afirmam que para ficar abaixo desse patamar, o minério de baixa qualidade deveria custar cerca de US$ 40, tirando do mercado uma quantidade importante de empresas necessárias para continuar suprindo a demanda.
No que se refere às commodities, é importante monitorar as duas maiores potências do mundo, dado que o crescimento de ambas poderia causar sérias implicações a esse setor.
Como parte das empresas brasileiras possuem exposição relevante ao preço das commodities, como Petrobras ao petróleo e Vale ao minério, uma desaceleração no setor também traria consequências por aqui.”
Melhores Investimentos para Curto Prazo 2019
Chegou a hora de saber quais são os melhores investimentos de curto prazo para você investir em 2019.
É recomendável que os seus investimentos de curto prazo tenham, antes de mais nada, uma boa liquidez.
Eles devem ser pós-fixados e garantidos pelo FGC. Assim, estarão em uma zona segura. Além disso, eles também devem ter um retorno bruto em torno de 100% o CDI.
Mas é comum que essa rentabilidade seja menor em títulos onde não há desconto de imposto de renda, mas o percentual líquido deve ser ao menos parecido.
As Letras de Câmbio são títulos de crédito emitidos por financeiras. Elas são conhecidas por ter uma boa rentabilidade, e você pode encontrar papéis que servem para objetivos de investimentos de curto prazo (180 dias).
As LCIs e LCAs, diferente das Letras de Crédito, são isentas de Imposto de Renda e normalmente possuem mais títulos disponíveis, com prazos que podem ser ainda mais curtos.
Eles são títulos de renda fixa emitido pelos bancos. Sua data de vencimento e taxa de rentabilidade são definidos no momento da compra.
Uma LCA tem aporte mínimo e prazo de aplicação maiores do que a LCI. Ou seja, você também pode investir nessa opção pensando num prazo um pouco maior.
O Certificado de Depósito Bancário, CDB, consiste no ato de emprestar dinheiro aos bancos. Ele costuma ter uma boa rentabilidade (acima de 100% do CDI) a curto prazo, especialmente quando emitido por bancos médios e pequenos.
É um dos investimentos de renda fixa com maior oferta de papéis.
O CDB pode possuir uma carência para resgate, que deve ser respeitada para obter o máximo de benefícios possíveis. Mas também existem alguns CDBs que possuem liquidez diária.
O Tesouro Direto é um título público garantido pelo Tesouro Nacional. É considerada a opção mais segura para curto prazo.
Afinal, se emissores de outros ativos como LCIs, LCAs ou CDBs quebrarem, será necessário esperar para receber o seu saldo do FGC e isso pode acabar atrasando os seus planos financeiros.
Por conta disso, o Tesouro Selic é o mais recomendado para quem não quer dar nenhuma chance ao azar.
O rendimento, inclusive, é muito bom se levado em conta o seu curto prazo, mesmo com o desconto de I.R.
Melhores Investimentos para Médio e Longo Prazo 2019
1. Fundos Multimercado
Os fundos multimercado são uma ótima opção para investidores de perfil moderado. Isso porque os riscos são diluídos, uma vez que o administrador poderá aplicar em ações, commodities, moedas, ativos de renda fixa, entre outros.
Para quem busca diversificar sua carteira sem precisar de um montante inicial muito grande, essa também pode ser a escolha ideal.
As debêntures geralmente são ofertadas para o pagamento de algum tipo de dívida ou para o financiamento de determinados projetos de empresas privadas.
Uma grande vantagem desse tipo de investimento é a sua rentabilidade que pode ser bastante atrativa.
No entanto, elas são indicadas para quem possui uma maior tolerância a riscos, já que não possuem garantia do FGC. Ou seja, se a instituição emissora falir, você perde o valor que foi investido.
Também existem as debêntures incentivadas. Por serem emitidas por empresas de setores estratégicos, o governo oferece a isenção de tributos.
3. Ações
Se você está disposto a correr riscos, essa pode ser uma ótima opção para ganhar dinheiro no mercado financeiro em 2019.
Busque sempre por companhias bem geridas. Algumas das melhores opções estarão dentro dos setores varejista, financeiro e energia elétrica. Por exemplo, empresas como a Localiza, Itaú Unibanco, B3 e Equatorial.
A que o investidor deve ficar atento em 2019 – Dicas de especialista
Para se dar bem com o mercado financeiro em 2019, é importante que você fique atento a alguns fatores, como, por exemplo:
IPCA
Em 2019, a tendência é de que haja uma retomada da economia, com a elevação da Taxa Selic para 8% ao ano e uma leve queda da inflação, chegando a 4,12%, segundo o Relatório Focus.
Reforma da Previdência
Por conta da despesa excessiva com a previdência social, é muito provável que a reforma da previdência seja aprovada ainda no início de 2019.
Quais os Riscos?
Segundo o nosso analista chefe, Roberto Indech, caso as reformas tão necessárias ao país não avancem de forma consistente no Congresso Nacional, haverá um grande espaço para o agravamento da crise econômica e política.
Além disso, com o aumento dos juros na economia dos Estados Unidos, há o risco de uma desaceleração maior do crescimento mundial.
Conclusão
Conhecer as previsão para 2019 vai ajudar você a lucrar no próximo ano.
Antes de decidir onde investir no mercado financeiro em 2019, é importante que você conheça o cenário econômico atual do Brasil e do mundo.
Em 2019, é provável que a inflação sofra uma leve queda e a taxa Selic suba para 7,75% ao ano, segundo o Relatório Focus.
Além disso, a reforma da previdência deve ser aprovada, a fim de minimizar os custos do governo federal.
Para aproveitar o movimento do mercado financeiro em 2019, você pode optar pelos seguintes investimentos:
- LC
- LCI e LCA
- CDBs
- Tesouro Selic
- Fundos Multimercados
- Debêntures
- Ações
Quer saber mais sobre o mercado financeiro? Então, confira os textos abaixo:
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Obrigado por ler até aqui e bons investimentos.