13/10/2020 21:00:00 • Atualizado em 03/06/2024 10:24:45
21 minuto(s) de leitura
Fundo de renda fixa com rentabilidade negativa é possível?
Saiba tudo sobre a rentabilidade negativa em fundos de renda fixa e entenda como melhor proteger seu patrimônio nesse contexto e os riscos!
Nos últimos meses, muita gente se surpreendeu com a ocorrência de fundos de renda fixa com rentabilidade negativa.
Conhecida por ser muito segura e ter alta liquidez, a modalidade teve, na primeira metade de 2020, uma performance aquém do que gostariam seus investidores.
A taxa Selic em seu menor patamar histórico ajuda a explicar, mas não reduz a surpresa.
Historicamente, a renda fixa sempre foi vista como um porto seguro para investidores, onde era possível aplicar e ter ganhos por vezes pequenos, mas estáveis.
Não significa que, agora, quem esteja investindo nesse tipo de ativo perca dinheiro.
Contudo, dependendo da aplicação, pode ocorrer de o retorno real ser negativo, a exemplo do que já acontece com a poupança (foi assim na caderneta em 2019 e deve ser assim novamente em 2020).
Continue lendo para saber mais sobre a rentabilidade negativa em fundos de renda fixa e entenda como melhor proteger seu patrimônio nesse contexto.
O que é rendimento negativo?
No mundo dos investimentos, a rentabilidade de um ativo deve ser sempre comparada à inflação que foi registrada no mesmo período para verificar qual foi o ganho real.
Esse cálculo precisa ser feito para que possamos entender se a aplicação apresentou ganhos superiores à desvalorização da moeda.
Mas não é só a inflação que poder causar uma perda relativa: tributos, custos e taxas também influenciam aqui – mais à frente, entraremos em detalhes sobre cada caso.
Diferente do que pensam algumas pessoas, os investimentos de renda fixa também têm preços unitários, que variam de acordo com as oscilações do mercado.
Assim, impera a clássica lei da oferta e demanda: quanto mais interessados na compra, maior será o preço; quanto mais interessados na venda, menor será o preço.
Para o investidor, pode ser difícil perceber esse movimento já que, os títulos de renda fixa não são como as ações, que são vendidas pelo home broker.
Nesse caso, a cotação é calculada diretamente pelas instituições financeiras no momento da compra ou venda de um título.
O rendimento negativo, portanto, define a situação onde os ganhos de renda da aplicação não superam os abatimentos diversos.
Quais são os riscos de investir em um fundo em renda fixa?
Agora que você entendeu o conceito de rentabilidade negativa, pode estar na dúvida se vale ou não a pena investir em ativos de renda fixa.
Para tomar uma decisão consciente, é importante estar a par dos prós e contras envolvidos nessa negociação.
Por isso, separamos abaixo os principais riscos que existem para quem quer investir em um fundo de renda fixa – é importante ler cada ponto com atenção para decidir de maneira assertiva e de acordo com seus objetivos financeiros.
Risco de calote
O risco de calote está presente em todos os ativos financeiros do mercado.
Ainda que existam, em alguns casos, mecanismos para garantir a restituição do crédito para o investidor, esse é um risco real e que precisa ser considerado sempre que você for investir.
Toda instituição, grande ou pequena, está sujeita à falência por questões situacionais ou má gestão.
Nesse quesito, o Tesouro Direto sai na frente já que seu emissor é o próprio governo federal e, por isso, as chances de calote se minimizam.
Além de ser um evento raríssimo, você só perderia o valor investido em títulos públicos se, primeiro, todo o sistema financeiro nacional sofresse um colapso, o que derrubaria primeiro as demais aplicações.
Fora do Tesouro, como comentamos, a principal medida de proteção contra o risco de calote vem da garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por conjunto de depósitos e investimentos em cada instituição ou conglomerado financeiro, limitado ao teto de R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos, para garantias pagas para cada CPF ou CNPJ.
Para mais informações sobre o FGC, acesse o site http://www.fgc.org.br.
Risco de mercado
Lembra quando mencionamos a lei da oferta e demanda aplicada à cotação de ativos da renda fixa?
Quando falamos em risco de mercado, essa dinâmica fica ainda mais evidente.
A variabilidade de preço e liquidez faz com que, em alguns casos, o investidor tenha dificuldades em vender seus títulos de maneira antecipada e conseguir de volta o mesmo valor que foi investido.
No caso específico dos prefixados, as oscilações do mercado podem trazer ainda o risco de uma rentabilidade real corroída pela inflação.
Ou seja, se você desejar vender antes do prazo de vencimento, tem chances de perder dinheiro – o que não acontece se resgatar na data combinada.
Há investimentos em renda fixa com liquidez diária, a exemplo do Tesouro Selic e de alguns CDBs.
Risco de rentabilidade negativa
O assunto principal desse artigo também aparece como um dos riscos que precisam ser considerados durante uma negociação.
Antes de investir, portanto, entenda que existe na renda fixa a possibilidade de ter rendimento negativo – assim como em todas as outras modalidades de investimento.
Esse fenômeno pode ser ocasionado por diversos motivos diferentes, desde as oscilações do mercado até uma crise econômica global – como a pandemia do novo coronavírus, em 2020.
Fique atento para considerar todos os fatores que podem influenciar seus ganhos nesse sentido, como os que relacionamos abaixo:
Tributação
Você provavelmente já sabe que todo investidor está sujeito à tributação sobre seus rendimentos.
No caso específico dos fundos de renda fixa, pode existir uma tributação semestral de Imposto de Renda caracteristicamente conhecida “come-cotas”, cuja alíquota fixa é de 15%.
Ainda, fique de olho na incidência do IR no momento do resgate, de acordo com os valores da tabela regressiva.
Por fim, o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) também surge em aplicações que permanecem por menos de 30 dias.
Taxas e custos
Além dos valores devolvidos ao governo por meio dos impostos, o investimento em fundos de renda fixa pode ter outros custos, como taxa de administração e de performance.
Essa cobrança conforme a corretora, podendo ser fixa ou proporcional ao investimento.
Preste atenção nos valores cobrados para avaliar se, no fim, não são as taxas que trazem uma rentabilidade negativa para o seu fundo.
Cliente Rico tem sempre a certeza de encontrar as melhores condições para aplicar seu dinheiro.
Um fundo de renda fixa pode ter rentabilidade negativa?
Podemos começar respondendo de maneira direta à pergunta: sim, um fundo de renda fixa pode ter rentabilidade negativa.
Como já adiantamos, são muitos os fatores que contribuem para que esse cenário se consolide, a começar pelas ações do próprio investidor em relação a sua aplicação.
Quem resgata seu capital às pressas – e em um período menor do que 30 dias – acaba perdendo parte do seu potencial de ganhos por conta das taxas e tributos.
Existe também uma oscilação natural dos preços, comandada pela lei de oferta e procura.
Na prática, isso significa uma variação para mais e para menos nos ativos de renda fixa – no caso dos fundos, a quantidade de cotas disponíveis também influencia.
Por fim, outro fator que influi diretamente nos preços é a confiabilidade do emissor no mercado.
Durante uma crise, como a que vivemos hoje, a confiança das instituições financeiras é posta em xeque e as chances de um ativo apresentar uma variação negativa são maiores.
Afinal, a renda fixa “varia”?
Quando falamos em variação da renda fixa, isso não significa que o investidor não pode contar com as taxas de rentabilidade fixa oferecidas pela aplicação.
De maneira geral, essa variação acontece de acordo com as oscilações do mercado seja por fatores globais – como uma crise econômica – ou por questões cotidianas – como uma variação diária na liquidez.
Seja como for, ainda é possível esperar ganhos com as taxas que foram divulgadas durante a aplicação se você aguardar até o prazo final para fazer o resgate.
Nesse caso, não há grandes surpresas e o rendimento é garantido.
O “efeito manada” dos fundos de renda fixa
Quem é experiente no universo financeiro já sabe que estamos em meio de uma crise econômica, que pode ser a maior de todos os tempos.
Por conta desse contexto, pudemos observar no começo do ano um movimento que denuncia o susto tomado por alguns investidores nos primeiros meses do isolamento social.
O que observamos até abril foi um verdadeiro “efeito manada”, com um resgate generalizado do capital aplicado em fundos de investimento.
Segundo a Anbima (Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais), a captação líquida do período ficou negativa em R$ 120,8 bilhões – muito mais gente resgatando do que aplicando capital.
Pode haver perda do valor aplicado em renda fixa?
Essa pergunta é bastante relativa e depende do que você entende como “perda do valor”.
De maneira geral, a renda fixa tem esse nome, pois apresenta sua rentabilidade de maneira fixa: ou segue um valor pré-estabelecido e previamente divulgado, ou tem seu rendimento atrelado a algum índice da economia.
Por isso, podemos dizer que não existe a possibilidade de sofrer uma perda objetiva do valor que foi aplicado.
Assim, no vencimento, ele sempre será devolvido com acréscimo da rentabilidade.
Quando falamos em rentabilidade negativa, porém, fica subentendido que aquele ativo perdeu seu valor.
Isso acontece dependendo de outros fatores da economia, sobretudo a inflação.
Para conseguir ganhos relativos – também chamados de “ganhos reais” – o investimento deve sempre render acima da inflação acumulada para o período, índice que mede a desvalorização da moeda.
Por que o fundo DI teve rentabilidade negativa em 2020?
Neste ano, mercados de todo o mundo têm lidado com as consequências de uma crise global desencadeada pela pandemia de coronavírus.
Em meio a isso tudo, o cenário nacional sofre as consequências de um período de incerteza que já vinha de antes.
A crise chegou ao Brasil em um momento não tão bom, tendo como principais marcas a alta histórica no dólar e os números recordes de desemprego.
Todos esses fatores contribuíram para que os fundos DI apresentassem um rendimento negativo a seus investidores nos primeiros meses do ano.
Dados da plataforma Morningstar de abril indicavam que 32% dos fundos de renda fixa tiveram rentabilidade negativa no período.
A desvalorização média da categoria ficou em 0,04%, uma perda inédita para muitos dos ativos em questão.
Dúvidas frequentes sobre rentabilidade negativa no fundo de renda fixa
Na hora de planejar e decidir a composição de sua carteira, é importante avaliar todas as variáveis de cada negócio e escolher de maneira consciente para garantir bons ganhos.
E é por isso que até mesmo os investidores mais experientes podem ter dúvidas nesse momento.
Confira abaixo a resposta para as perguntas mais frequentes feitas sobre rentabilidade negativa nos fundos de renda fixa.
Por que os fundos de renda fixa dão negativos?
Como você pôde ver nesse artigo, são diversos os motivos que podem levar um fundo de investimento a ter rentabilidade negativa, ainda que se invista na renda fixa.
Seja por conta de tributação, pelas oscilações do mercado ou por saques antecipados, é preciso ficar atento para não acabar perdendo dinheiro.
Com cuidado e apoio de uma corretora de confiança, fica mais fácil agir de maneira estratégica para garantir bons ganhos em toda negociação.
O que significa IPCA negativo?
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – ou simplesmente IPCA – é um importante indicador da economia nacional.
Calculado pelo IBGE, ele indica as variações da inflação mês a mês e também no acumulado do ano.
Costumamos nos referir ao índice como sendo a taxa que representa a desvalorização da moeda no período, mas, em raras ocasiões, ele indica justamente o contrário.
Assim, quando nos referimos a um IPCA negativo – como o que foi observado para abril de 2020 –, estamos falando de uma variação em que a moeda passa a valer mais.
No caso recente, esse cenário se deu muito pela queda do consumo nos primeiros meses da pandemia no país.
Com menos gente comprando, a consequência lógica é que haja uma diminuição dos preços.
É possível perder dinheiro em CDB?
Os Certificados de Depósito Bancário – ou simplesmente CDBs – compõem uma modalidade de investimento em renda fixa bastante conhecida pelos investidores do país.
Como qualquer outra aplicação, existe sempre o risco de inadimplência no caso da falência do emissor.
Quanto menor for o banco que emite o título, menor será sua estrutura financeira e mais arriscada é a aplicação – mas, em contrapartida, maior será também a remuneração para os investidores.
Outra forma de “perder” dinheiro com o CDB é por meio dos eventos de rentabilidade negativa que abordamos anteriormente.
O que é um fundo de investimento espelho?
No mercado financeiro, são conhecidos por “espelho” os fundos de investimento que buscam replicar o desempenho de outro fundo.
A ideia aqui é flexibilizar o acesso para que mais pessoas possam investir com maior facilidade e ter bons ganhos sem precisar aplicar diretamente em fundos que já têm a maior parte de suas cotas vendidas.
Por espelhar outro fundo, esse tipo de aplicação pode ser bastante eficaz para quem quer investir em um ativo já consolidado no mercado.
Conclusão
A rentabilidade negativa nos fundos de renda fixa veio como uma surpresa para muitos investidores desavisados.
O evento foi registrado nos primeiros meses do ano como uma consequência direta da pandemia de coronavírus que o mundo todo tem enfrentado.
Apesar do susto, o momento não é de desespero, mas de cuidado para agir com cautela e estratégia.
No fim das contas, quem participa do “efeito manada” e corre para fazer resgatar seu capital nesses momentos está muito mais sujeito a ter prejuízos no processo.
Continue acompanhando nosso blog para se manter atualizado sobre os principais eventos da economia e encontrar os melhores caminhos para os seus investimentos.
Invista com segurança e rentabilidade com a Rico.
Obrigado por ler até aqui!