Você compra guarda-chuva em dia de sol ou deixa para o momento de desespero? Investir bem é como se precaver de mudanças bruscas no tempo, sempre de olho na previsão antes de sair de casa ou fazer planos ao ar livre.

Nesse conteúdo, trazemos a meteorologia para as principais classes de investimento disponíveis no mercado e a nossa dose recomendada para todas elas de acordo com o cenário atual. Assim, evitamos que uma frente fria pegue a sua carteira desprevenida.

Para começar, a tabela abaixo traz nossa sugestão atualizada de alocação para cada classe de ativos como proporção do total de uma carteira de investimentos, de acordo com cada perfil de investidor. Ou seja, nossa sugestão de como cada tipo de investidor deve diversificar seus investimentos – lembrando que a diversificação é a melhor amiga dos bons retornos no longo prazo.

Ao final, trazemos uma sugestão de produtos sugeridos para cada uma das classes abaixo, para que você possa investir agora mesmo da sua conta da Rico.

Lembre-se: conhecer seu perfil de investidor, seus objetivos e seu horizonte de investimento são atitudes essenciais na hora de escolher onde e como investir.

Entenda nossas políticas de investimento aqui.

Mundo

Céu encoberto

Para quem começou como um mês de relativo fôlego para investidores, após o conturbado mês de março, abril encerrou marcado pela volta do sentimento de aversão ao risco nos mercados globais.

Nos Estados Unidos, preocupações de que a turbulência bancária deságue em uma crise sistêmica de crédito seguem presentes, unindo-se aos receios de que uma recessão se aproxima diante dos juros ainda altos (sem perspectiva clara de reversão).

Por outro lado, o crescimento chinês superou as expectativas nesse primeiro trimestre do ano. Com a inflação baixa e espaço para estímulos, a reabertura do gigante asiático deve seguir beneficiando o Brasil, mantendo preços de commodities historicamente ainda elevados, apesar da queda recente.

Ou seja, muito aconteceu desde nossa última previsão do tempo para seus investimentos. Então, vamos a ela!

Renda Fixa Local

Ensolarado

O clima segue ensolarado para a renda fixa local, com expectativas de manutenção de altas taxas de juros.

O destaque no mês para essa classe de ativos foi a entrega da proposta de nova regra fiscal ao Congresso. A formalização de uma proposta de limite às despesas públicas ajudou a reduzir a percepção de deterioração de risco fiscal.

Afinal, como contamos aqui em detalhes, a gestão das contas públicas e do endividamento de longo prazo é um fator essencial para a percepção de risco em relação ao país – impactando nossos ativos financeiros, como a moeda, ações e o mercado de renda fixa.

Dito isso, a incerteza sobre o aumento de arrecadação necessário para “fechar as contas” e outros detalhes da proposta mantém o risco ainda latente.

É nesse cenário que o Banco Central decidirá sobre o rumo das taxas de juros por aqui, em sua próxima reunião no início desse mês. Diante do contexto ainda incerto para a inflação – apesar da melhora recente – entendemos que o Copom ainda manterá a taxa Selic em 13,75% ao ano.

Adiante, esperamos que o Copom comece a reduzir a taxa Selic gradualmente em agosto. Dito isso, os juros devem seguir altos (acima de 10%), mantendo elevados os retornos esperados ao investidor da renda fixa.

Nesse cenário, reforçamos a importância de uma carteira diversificada que se beneficie tantos dos juros altos, quanto proteja seu patrimônio de uma inflação ainda incerta.

Os títulos atrelados ao IPCA (os famosos IPCA+) ajudam a proteger o seu patrimônio da “frente fria inflacionária”, por acompanharem a alta de preços. Já os títulos atrelados ao CDI ou à Selic (os chamados “pós fixados”), permitem uma boa rentabilidade sem volatilidade.

Por fim, a perspectiva de queda nos juros nos próximos meses abre o tempo para os investimentos prefixados na carteira dos investidores. Mas, vale lembrar que até mesmo o clima “ensolarado” requer os seus cuidados, como um bom protetor solar:  lembre-se de coordenar o prazo do seu investimento com o vencimento do título, se for optar por títulos prefixados ou atrelados à inflação.

Sugerimos ainda limitar os prefixados a objetivos de curto prazo (2 a 3 anos). Isso porque o preço desses títulos poderá variar conforme movimentos de mercado até a data de vencimento.

Explicamos essa dinâmica nesse vídeo.

Bolsa Brasileira

Nuvens esparsas

O mês de abril trouxe bons ventos a renda variável brasileira, que aumentaram a visibilidade do cenário fiscal e impactaram positivamente o fluxo de investimento em nossa bolsa – especialmente os vindos de “além mar”.

Apesar de seguir em níveis ainda menores do que no ano passado, os números referentes ao fluxo estrangeiro mostraram melhora ao longo do mês. Vale lembrar que investidores estrangeiros representam 57% do fluxo da nossa bolsa, frente 26,7% de instituições e apenas 13% de pessoas físicas.

Além da relativa melhora do cenário fiscal, os investimentos em mercados emergentes – como o nosso – seguem mais atrativos que em outras regiões do globo, onde é esperado um cenário de desaceleração mais intensa ou até de recessão. O motivo é simples: a reabertura da economia chinesa deve aquecer a demanda de seus principais exportadores, como é o caso do Brasil.

Outro bom motivo para seguir de olho na Bolsa brasileira é que, mesmo após a recente alta de abril, o Ibovespa segue descontado quando analisamos seus indicadores de valor como o “Preço sobre Lucro” e o “Prêmio de Risco” do Ibovespa.

Dito isso, algumas nuvens ainda indicam cautela nesse investimento.

Com o governo buscando alternativas para aumentar a arrecadação e equilibrar as contas públicas, alguns setores podem sofrer com volatilidade, caso entrem na mira de aumentos de tributação ou redução de subsídios.

Assim, seguimos recomendando posições defensivas para a bolsa brasileira em maio. Empresas que tenham receita dolarizada, como exportadoras de commodities, assim como empresas sólidas e de qualidade (a um preço razoável) e  empresas boas pagadoras de dividendos são boas alternativas para o momento.

Do outro lado, evitamos empresas que possuam indicadores de valor altos no mercado, assim como empresas alavancadas (muito endividadas) por conta do efeito dos juros altos a longo prazo no custo da dívida dessas empresas.

Também, não indicamos exposição a empresas com maior exposição política, especialmente estatais.

Renda Fixa Global

Sol entre nuvens

As principais economias do mundo voltaram a falar sobre a inflação e juros mais altos, após a “pausa” criada pela crise no setor bancário (apesar de o tema ainda trazer cautela).

Na principal economia do mundo, o Banco Central americano (Fed) segue atento aos principais indicadores econômicos para decidir os próximos passos da taxa de juros. Por lá, o resultado do PIB do primeiro trimestre mostrou o começo da desaceleração – uma notícia positiva do ponto de vista da política monetária, sinalizando o efeito do ciclo de alta de juros para controle da inflação.

Isso significa que, provavelmente, o Fed deverá encerrar o atual ciclo de aperto monetário no país. Ou seja, parar de subir os juros.  

Nesse cenário, a renda fixa global deverá seguir oferecendo bons retornos aos investidores que tenham perfil para assumir o risco desse tipo de exposição, respeitando sempre o percentual recomendado no início desse texto.

Por outro lado, a rentabilidade mais alta trazida pelo aumento dos juros também traz maiores riscos e volatilidade.  Assim, investimentos nessa classe de ativos seguem exigindo bastante cautela.

Isso porque o vai e vem de expectativas sobre o rumo dos juros tende a impactar os próprios prêmios oferecidos em dívidas corporativas, especialmente as mais arriscadas – mantendo o preço desse tipo de título bastante volátil.

Vale lembrar que os ativos de renda fixa global também podem sofrer com as variações das moedas (câmbio).

Hedgeados X Não Hedgeados

Quando investimentos em renda fixa global são realizados realizado via fundos, podem ser feitos na modalidade com ou sem hedge (proteção) da moeda. Isso significa que, caso você escolha investir em renda fixa internacional sem hedge, estará exposto tanto às oscilações dos preços dos ativos de renda fixa internacional quanto à oscilação do dólar em relação ao real.

Te contamos mais sobre o que esperar para o dólar aqui.

Investimentos internacionais, se realizados em moeda estrangeira – como  o dólar, que é considerado um “porto seguro” global –  ajudam a proteger sua carteira em momentos de grande incerteza global.

Bolsa Internacional

Chuvoso

Os mercados globais de renda variável exigem cautela no momento atual, diante de nuvens fechando o tempo na principal economia do mundo.

Com os juros historicamente altos e inflação ainda acima da meta, a economia americana começa a apresentar sinais mais claros de desaceleração, como falamos acima. Além disso, apesar de uma provável piora da economia nos próximos meses, empresas listadas na bolsa americana ainda negociam em indicadores de valor (múltiplos) acima de sua média histórica. Ou seja, grande parte das ações está cara.

Por fim, além de preços altos em relação aos lucros esperados, o cenário de recessão ainda pode levar a uma revisão dos lucros, piorando ainda mais a relação de risco e retorno para a bolsa americana no curto e médio prazo.

Em bom português: as bolsas americanas ainda podem cair de forma mais expressiva ao longo do ano.

Entretanto, reforçamos a importância da diversificação internacional para o investidor brasileiro, pensando em investimentos de longo prazo. Além de acessar outras temáticas e empresas líderes dos mercados globais, com a diversificação internacional o investidor se protege de eventos puramente domésticos, como o risco político.

Vale ressaltar, ainda, que o Brasil representa menos de 1% de todas as ações negociadas no mundo, e por meio de ETFs e fundos de investimento o investidor pode acessar regiões muito além das Américas.

Desta forma, seguimos recomendando a exposição à renda variável internacional (mesmo que atualmente com baixos percentuais) para nossos perfis de investidores mais arrojados, com maior diversificação entre países e regiões, e geralmente em moeda estrangeira.

Leva o casaco”: sugestões de ativos em cada classe

Agora que você já sabe nossa alocação recomendada (o peso de cada classe de ativos ideal para cada perfil investidor nesse momento) e nossa previsão do tempo, separamos algumas sugestões de investimentos recomendados em cada um desses tipos de ativos.

Vale lembrar que as recomendações sinalizadas na tabela não são as únicas possíveis, mas sim alternativas viáveis selecionadas pelos nossos especialistas para você.

Classe Opção de investimento Opção de investimento2 Mínimo da opção mais acessível
Renda fixa pós-fixada Tesouro Selic 2029 CDB Pan 115% CDI 2025 R$ 100,00
Inflação Tesouro IPCA+/NTN-B Maio/2025 IPCA+5,36% CRA Minerva AAA IPCA + 6,95% 07/2029 R$ 31,27
Renda Fixa Prefixada Tesouro Prefixado/LTN Jul/25 11,31% CBD Pan 13,8% 2026 R$ 31,56
Renda Fixa Global Trend High Yield Americano FIM Trend Crédito Global FIM R$ 100,00
Multimercado Selection Multimercado FIC FIM XP Macro FIM R$ 100,00
Renda variável Brasil Carteira Rico11 Selection Ações FIC Ações R$100,00
Renda variável internacional Carteira de ETFs Rico M Global BDR Advisory Dólar FIC FIA BDR Nível I R$ 500,00
Renda variável internacional hedgeada Trend Bolsas Globais Trend Bolsas Emergentes R$ 100,00
Alternativos Trend Commodities FIM RBR Reits US Em Reais FIC FIA BDR R$ 100,00

Acesse ou abra sua conta na Rico.

Elaborado por:

Bruna Sene, CNPI-T 1847

1) Este relatório de análise foi elaborado pela Rico Investimentos, que é uma marca da XP Investimentos CCTVM S.A. (“Rico”) de acordo com todas as exigências previstas na Resolução CVM nº 20/2021, tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar sua própria decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta ou solicitação de compra e/ou venda de qualquer produto. As informações contidas neste relatório são consideradas válidas na data de sua divulgação e foram obtidas de fontes públicas. A Rico não se responsabiliza por qualquer decisão tomada pelo cliente com base no presente relatório.

2) Este relatório foi elaborado considerando a classificação de risco dos produtos de modo a gerar resultados de alocação para cada perfil de investidor.

3) O(s) signatário(s) deste relatório declara(m) que as recomendações refletem única e exclusivamente suas análises e opiniões pessoais, que foram produzidas de forma independente, inclusive em relação à Rico e que estão sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado, e que sua(s) remuneração(es) é(são) indiretamente influenciada por receitas provenientes dos negócios e operações financeiras realizadas pela Rico.

4) O analista responsável pelo conteúdo deste relatório e pelo cumprimento da Resolução CVM nº 20/2021 está indicado acima, sendo que, caso constem a indicação de mais um analista no relatório, o responsável será o primeiro analista credenciado a ser mencionado no relatório.

5) Os analistas da Rico estão obrigados ao cumprimento de todas as regras previstas no Código de Conduta da APIMEC para o Analista de Valores Mobiliários e na Política de Conduta dos Analistas de Valores Mobiliários do Grupo XP.

6) Os produtos apresentados neste relatório podem não ser adequados para todos os tipos de cliente. Antes de qualquer decisão, os clientes deverão realizar o processo de suitability e confirmar se os produtos apresentados são indicados para o seu perfil de investidor. Este material não sugere qualquer alteração de carteira, mas somente orientação sobre produtos adequados a determinado perfil de investidor.

7) A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço ou valor pode aumentar ou diminuir num curto espaço de tempo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. As informações presentes neste material são baseadas em simulações e os resultados reais poderão ser significativamente diferentes.

8) Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da Rico. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da Rico.

9) SAC. 0800 774 0402. A Ouvidoria da Rico tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800-722-3730.

10) O custo da operação e a política de cobrança estão definidos nas tabelas de custos operacionais disponibilizadas no site da Rico: https://www.rico.com.vc/custos. 11) A Rico se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste relatório ou seu conteúdo. 

12) A Avaliação Técnica e a Avaliação de Fundamentos seguem diferentes metodologias de análise. A Análise Técnica é executada seguindo conceitos como tendência, suporte, resistência, candles, volumes, médias móveis entre outros. Já a Análise Fundamentalista utiliza como informação os resultados divulgados pelas companhias emissoras e suas projeções. Desta forma, as opiniões dos Analistas Fundamentalistas, que buscam os melhores retornos dadas as condições de mercado, o cenário macroeconômico e os eventos específicos da empresa e do setor, podem divergir das opiniões dos Analistas Técnicos, que visam identificar os movimentos mais prováveis dos preços dos ativos, com utilização de “stops” para limitar as possíveis perdas. 

13) Antes de qualquer decisão, os clientes deverão realizar o processo de suitability e confirmar se os produtos apresentados são indicados para o seu perfil de investidor.