- Luiza Trajano deixou de ser uma bilionária da lista da Forbes após a queda das ações da Magazine Luiza (MGLU3)
- Confira três dicas para evitar grandes quedas no seu patrimônio, evitando perder seu lugar ao Sol, como a Luiza.
- E entenda: recomendamos a compra de MGLU3 após toda essa queda?
- Confira tudo isso no texto na íntegra!
Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de administração e uma das maiores acionistas da Magazine Luiza (MGLU3), deixou recentemente a lista de bilionárias da Forbes do Brasil (calculada com base em patrimônio pessoal, em dólares). A principal razão por trás do ocorrido? A queda das ações da empresa.
Por que as ações da MGLU3 estão caindo?
Como detalhamos nesse texto, as ações da MGLU3 têm caído por 3 principais motivos. Em resumo:
1- Inflação alta
A inflação alta (tema que te contamos em detalhes aqui) reduz o poder de compra dos consumidores, levando muitas empresas do setor de varejo a reduzirem suas margens de lucro para se manterem competitivas nesse cenário.
2- Alta da taxa de Juros
Diante da inflação alta, o banco central tem aumentado a taxa de juros como forma de combatê-la – conforme detalhamos aqui. Esse “remédio” contra a alta de preços acaba sendo amargo para muitas empresas por uma série de motivos. Entre eles, a redução do consumo, dado o encarecimento do crédito, que desestimula a demanda por bens e serviços, especialmente aqueles considerados não essenciais; e a redução do valor justo calculado para ações listadas na bolsa, diante do aumento do custo do capital das empresas.
Ou seja, crédito mais caro para consumidores e empresas, economia desacelerando.
3- Aumento de concorrência
A chegada recente de novas empresas internacionais no setor como Alibaba, Shopee e Amazon, tende a impactar o crescimento e rentabilidade das plataformas de e-commerce locais – como é o caso da Magalu.
Fora esses 3 motivos, vale destacar também o movimento de rotação de investidores, saindo de ativos de crescimento, como é o caso da Magazine Luiza, e priorizando investimentos em empresas que geram lucro consistentemente – conhecidas como empresas de valor. Esse movimento é impulsionado pela própria elevação da taxa de juros, como falamos acima, e pelo momento de normalização da economia após o auge da pandemia da Covid-19.
Falamos mais sobre essa dinâmica de rotação aqui.
Todos ovos na mesma cesta?
Diante desse cenário desafiador, as ações da Magalu caíram cerca de 88% nos últimos 12 meses. E, assim, Luiza deixou de figurar (ao menos por ora) na lista de bilionárias do Brasil.
A saída da lista pode deixar muita gente surpresa. Afinal, como pode uma queda tão grande tão rapidamente em um patrimônio pessoal? É claro que esse texto não tem a intenção de detalhar o patrimônio de uma das principais empresárias do país, muito menos prover informações sobre sua estratégia de alocação (a qual não temos nem teríamos acesso).
E sim, chamar a atenção para uma situação muito mais comum, e danosa, do que muitos podem imaginar: a superconcentração de patrimônios em um mesmo tipo de aplicação, como fazendas, gado e outros investimentos.
Por isso, trazemos abaixo três dicas para você proteger seu patrimônio de grandes perdas.
Como evitar grandes quedas no seu patrimônio?
1- Diversifique seus investimentos
Todo investidor, de grande ou pequeno porte, deve seguir essa dica. Não à toa, a diversificação é o que chamamos de “o último almoço grátis do mercado”.
É evidente que o investimento em sua própria empresa, gerando crescimento e diversificando com a aquisição de outras empresas do setor (o que já é um ato de diversificação em si), é um dos principais motivos do acúmulo da fortuna da empresária da Magalu – e do próprio sucesso do negócio.
Entretanto, essa diversificação em se tratando de uma carteira de investimentos, e patrimônio pessoal, poderia ir além.
Uma carteira de investimentos diversificada tende a resultar em retornos acumulados muito mais vantajosos no longo prazo, do que comparado a uma estratégia com menor diversificação (ou nenhuma). Isso porque a diversificação entre classes de ativos, entre ativos em si, e entre geografias tende a equilibrar os riscos e oportunidades de retorno no longo prazo.
Por exemplo, ativos de menor volatilidade e risco tendem a ser manter estáveis em momentos de estresse, equilibrando quedas de ativos mais voláteis. Ao mesmo tempo, ativos mais voláteis e arriscados podem oferecer maiores retornos no longo prazo.
O gráfico abaixo ilustra essa dinâmica: analisando os últimos 11 anos, simulamos 3 tipos diferentes de carteiras de investimento, com diferentes níveis de diversificação.
Adivinhe qual foi a estratégia mais rentável? Sim, a da carteira mais diversificada!
Ao longo do período, um investidor com uma carteira concentrada totalmente em retornos atrelados ao CDI teria observado 136,3% de rentabilidade. Já com renda fixa e renda variável brasileira, o número subiria para 151%. Caso aumentasse sua diversificação, com fundos multimercado, alcançaria mais de 164% de rentabilidade. Por fim, incluindo renda variável global, essa pessoa investidora superaria 207% de rentabilidade no mesmo período!
Em outras palavras, mantenha seu bolso diversificado!
Todos os meses, publicamos nosso relatório “Onde investir” para te ajudar a equilibrar sua carteira para cada tipo de investimento.
2- Diversifique suas fontes de renda
Outra análise interessante a ser feita é sobre a sua fonte primária de renda. Se você investe na mesma empresa em que trabalha, apesar de ser um indicativo de que você acredita no crescimento dela, pode estar extrapolando a alocação adequada de risco para esse investimento.
Afinal, em um cenário em que a empresa passe por dificuldades, você não só perde valor de patrimônio pela queda das ações, como está arriscando perder sua fonte primária de renda, caso perca seu emprego nessa hipotética crise.
3- “Cash is King” ou “o dinheiro é rei”
Essa famosa frase do mercado financeiro também é uma importante dica para manter sua carteira bem alocada. Manter uma reserva de oportunidade (além da sua reserva de emergência) para aproveitar potenciais quedas do mercado para oportunidades de investimento é uma boa forma de ampliar seus ganhos a longo prazo.
Vale lembrar que o momento é oportuno. Afinal, com a taxa de juros em 13,25% ao ano (podendo chegar a 13,75% em breve, segundo nosso time de economia), manter uma reserva acabará por gerar um bom rendimento enquanto aguarda por oportunidades em outros ativos.
Mas lembre-se! Seja cauteloso e diligente na escolha de ativos. Afinal, queda não é sinônimo nem razão suficiente para a compra de determinado ativo – sendo esse qual for.
É hora de comprar as ações da Magazine Luiza (MGLU3)?
Seguindo as dicas acima, você conseguira ampliar seus resultados a longo prazo, encarando quedas como potenciais oportunidades de investimento. Então, será que é hora de comprar as ações da Magazine Luiza?
Embora as ações da Magazine Luiza tenham caído muito, acreditamos que ainda não é o fim dessa queda. Apesar de todas as qualidades da empresa, ainda não recomendamos a compra da ação no atual preço considerando o cenário bastante desfavorável para o setor de varejo, de forma geral.
Confira nossa carteira RICO11 com todas as recomendações de ações para a sua carteira de investimentos, atualizada gratuitamente todos os meses.
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
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