• O Banco Central detalhou sua decisão de subir a taxa Selic para 13,25%, na “ata do Copom”.
  • A ata reforçou preocupações com um ambiente global de inflação alta, juros subindo, e crescimento mais fraco.
  • No Brasil, a inflação sofre de movimentos globais e se espalha na economia, e o risco fiscal sobe.
  • Resultado: vemos a Selic atingindo 13,75% em agosto, onde deve seguir até o ano que vem.

O Banco Central publicou hoje (21 de junho) a ata da última reunião de seu Comitê de Política Monetária – o Copom. Sempre divulgado uma semana após o início da reunião dos diretores, o documento traz um detalhamento da decisão sobre o rumo da política monetária, e assim da taxa de juros, no país.

No documento, o Comitê destacou com mais afinco a piora do cenário global tanto para a inflação, quanto para a atividade econômica, na esteira de desequilíbrios causados especialmente pela guerra no leste europeu e pela política de Zero Covid implementada pelo governo chinês.

Assim, o Copom chamou atenção para o fato de que Bancos Centrais do mundo todo reforçaram a alta de juros, reduzindo a liquidez nos mercados e aumentando a aversão ao risco, o que impacta especialmente países emergentes (como nós, aqui no Brasil). Em outras palavras: um mundo com inflação alta, baixo crescimento, e menor apetite ao risco por parte de investidores.

Olhando para os preços aqui no Brasil, a ata reforçou a mensagem vista no comunicado divulgado após a decisão: a economia segue se recuperando e está hoje mais aquecida do que o esperado, impulsionando a disseminação da inflação – já bastante afetada por movimentos globais.  

Finalmente, os diretores também destacaram novamente a incerteza sobre o cenário fiscal, sempre lembrando o impacto de maiores (ou renúncias tributárias) para a inflação futura. Nesse ponto, vale destacar que propostas para reduzir os preços de combustíveis e energia por meio da redução de impostos devem ser aprovadas em breve no Congresso.

Porém, se por um lado essas mudanças reduzem a inflação este ano (com preços menores para gasolina e outros combustíveis), por outro lado elas aumentam a inflação do ano que vem, além de piorar o risco fiscal. Afinal, a zeragem de impostos é proposta como temporária, e reduções permanentes de impostos precisarão ser compensadas no futuro de alguma forma – ou com mais dívida, ou com aumento de outros impostos.

O que isso significa e o que esperar para frente?

Para o dia a dia do brasileiro, a alta da Selic e a consequente queda da inflação serão sentidas aos poucos. Ou seja, seguiremos sentindo o crédito ficando mais caro ao longo dos próximos meses. Da mesma forma, a alta de preços só deve começar a perder força na segunda metade do ano, e mesmo assim, seguirá bastante preocupante.

Olhando para frente, o Banco Central está se aproximando do fim do ciclo de elevações da Selic, mas a ata deixou claro que haverá mais um ajuste e que ela ficará em patamar elevado por mais tempo do que esperavam precisar anteriormente.

Assim, esperamos que a Selic atinja 13,75% ao ano em agosto, e siga nesse nível até o início do ano que vem.

Como investir com a Selic em 13,25%?

Independente de acertarmos “em cheio” o patamar da Selic ou o ritmo de altas definido pelo Copom, o principal a saber disso tudo é que taxa deve seguir alta por um bom tempo. Em um patamar que chamamos de “contracionista” – aquele em que os juros desaquecem a economia para conter a alta de preços.

Mas além de crédito mais caro, juros mais altos também significam oportunidades de investimento. Ou seja, mais uma chance para largar de vez a “boa e velha” poupança.

Os juros altos aumenta a relevância e atratividade da Renda Fixa. Títulos pós fixados, como o Tesouro Selic, passarão a oferecer maiores retornos (de 13,25% ao ano), por seguirem a rentabilidade da taxa Selic.

Já títulos de renda fixa indexados à inflação ajudarão a proteger o patrimônio da incerteza da elevação dos preços, assim como fundos de investimento de renda fixa. Contamos mais sobre oportunidades na renda fixa nesse conteúdo (lembre-se de incluir seu login da conta Rico para poder acessá-las).

Mas, se era verdade que a Renda Fixa não tinha morrido no período de juros baixos (sempre sendo importante para investimentos como reserva de emergência), também é verdade que outros investimentos seguem trazendo oportunidades nesse período de juros em elevação e inflação pressionada.

Ativos reais

Vale destacar aqui a classe de ativos reais, que tem se beneficiado muito do cenário atual.  São ativos que tem um valor intrínseco (ou seja, não podem ser emitidos por Bancos Centrais, por exemplo), e costumam ter baixa correlação com ciclos econômicos, altas de juros e inflação.

Exemplos de ativos reais são commodities minerais e agrícolas, metais preciosos e criptoativos. Uma alternativa simples para acessar esses investimentos é por meio do eTrend Ativos reais.

Bolsa e fundos imobiliários

Já na bolsa, destacamos a RICO11, a nova carteira recomendada da RicoEla é composta por BDRs (ações de empresas estrangeiras no Brasil) e ações listados na bolsa brasileira, a partir da análise do cenário econômico, reunindo as principais estratégias de ações publicadas pelo time de análise da Rico — todas quantitativas, ou seja, baseadas em dados e modelos estatísticos e com processo de decisão automatizado.

Confira todas as nossas recomendações, de acordo com cada perfil de investir, no Onde Investir deste mês.

Elaborado por:

Bruna Sene, CNPI-T 1847

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