• No mês mais curto do ano, a inflação pressionada no Brasil e no mundo, a iminente elevação dos juros nos Estados Unidos e a tecnologia do metaverso estão em foco.
  • Nossa sugestão de investimento ideal para cada perfil de investidor mudou, também refletindo novas tendências.
  • Trazemos mais detalhes sobre o cenário e sugestões sobre onde investir nas próximas linhas.

Finalmente acabamos o primeiro mês mais longo do ano (o segundo mais longo é agosto, claro), e partimos para aquele que começa e termina em um piscar de olhos: fevereiro.

Além de expectativas ancoradas no feriado preferido dos brasileiros, o mês deve seguir marcado pela preocupação com a inflação pressionada no Brasil e no mundo, pela iminente elevação dos juros nos Estados Unidos, e por muitos vídeos sobre o nosso futuro em versão avatar, com o conceito de Metaverso ganhando cada vez mais relevância.

Como investir nesse cenário de incertezas, mas também oportunidades? A nossa alocação sugerida para o mês, por perfil de investidor, é a seguinte:

Não sabe seu perfil de investidor ainda? Não se preocupe! Clique aqui e descubra onde você se encontra na nossa “escada do risco X horizonte”.

Abaixo, te contamos os detalhes desse cenário, e de onde investir em fevereiro.

Até onde vai a inflação?

Como contamos pra vocês no nosso “Onde Investir em 2022”, a inflação segue sendo um dos principais temas da economia e dos investimentos em fevereiro.

Acreditamos que a inflação deve perder força até o final do ano, especialmente a partir do segundo semestre. Assim, projetamos que o IPCA (nosso principal indicador de inflação) encerre 2022 em 5,2% – ainda acima da meta do Banco Central, mas bem abaixo dos 10,06% observados no fim do ano passado.

Essa queda será levada por uma série de fatores, incluindo a melhora da situação climática e a normalização das cadeias de produção globais (com o fim do abre e fecha de fábricas e portos), e a estabilização do preço das commodities. Mas um fator central será o aumento das taxas de juros, tanto no Brasil, quanto no mundo.

Por aqui, projetamos que a Selic atinja 11,50% em março. Nos Estados Unidos, vemos o Banco Central (o FED) elevando os juros para próximo de 1% até o fim do ano. Aliás, esse é outro tema quente do mês que se inicia: a alta de juros nos EUA.

Mas antes, vale destacar como proteger seus investimentos dessa onda inflacionária. Afinal, inflação em queda não significa que os preços vão cair, e sim que passarão a subir mais devagar.

Algumas das melhores escolhas para isso são:

  • Renda fixa indexada ao IPCA, incluindo os títulos Tesouro IPCA+, títulos bancários (como CDBs, LCIs e LCAs) e o crédito privado, como as debêntures. Saiba mais das nossas recomendações de renda fixa aqui.
  • Fundos imobiliários com contratos corrigidos pelo IGP-M ou IPCA. Acesse nossa carteira recomendada de FIIs aqui.
  • eTrend Ativos Reais: um fundo focado em investimentos em ativos “reais”, que costumam ter baixa correlação com ciclos econômicos e inflação, como commodities e criptoativos. Falamos mais desse fundo recém lançado na Rico aqui.
  • Outros investimentos da classe de alternativos, como fundos passivos (que seguem índices de investimentos pré-determinados). Uma das opções nesse sentido é o fundo Trend Commodities.

Investimentos alternativos: o que são?

A classe de ativos “Alternativos” não tem esse nome por acaso. Ela se refere a ativos que tipicamente fogem do comum ou mais tradicional – como as ações negociadas na bolsa, a boa e velha renda fixa, e fundos de investimento com estratégias historicamente estabelecidas.

Porém, os ativos alternativos costumam ter níveis de riscos também superiores aos ativos convencionais. Ou por conta da menor liquidez (como é o caso de fundos de Private Equity – que investem em empresas não negociadas na bolsa), ou devido à maior volatilidade, como a observada com criptoativos e commodities.

Assim, os percentuais recomendados em nossas carteiras são calibrados para que sejam adequados para cada perfil de investidor e para cada política de investimento, sendo crescentes quanto maior for o nível de risco da carteira e seu horizonte de investimento.

Por que a bolsa brasileira largou na frente esse ano?

Você sabia que o Brasil virou destaque positivo nos mercados globais nesse começo de ano? Pode parecer fake news, mas enquanto os principais índices de ações nos EUA, o S&P 500 e o Nasdaq, caem -5,3% e -9,0% no ano, respectivamente, a Bolsa brasileira em dólares já sobe +12,4%.

Dois motivos principais explicam essa performance positiva:

1. Rotação e exposição a setores tradicionais

O fenômeno conhecido como “rotação” nos mercados se refere à migração de investidores de ações de empresas consideradas de crescimento para ações consideradas de Valor.

Isso acontece porque os setores de Valor, como bancos e commodities, não sofrem tanto com um aumento de taxas de juros, por terem dívidas menores, e gerarem lucros hoje (daí, o “valor”). Além disso, o setor financeiro, em alguns casos, até se beneficia da elevação dos juros.

Já no setor de tecnologia, muitas empresas não geram lucro hoje e tem grande parte do seu valor no futuro, além de maiores dívidas. Isso as torna muito sensíveis à variações na taxa de juros.

Mas por que os juros estão subindo? O principal motivo por trás desse movimento está justamente ligado com a onda inflacionária global. Com a inflação tendo atingido 7% em 2021, o FED deixou claro que os juros começarão a subir no país muito em breve.

Caso o FED suba juros além do esperado, isto pode diminuir o fluxo de investimentos para ativos considerados mais arriscados, como os brasileiros, assim como desvalorizar nossa moeda. Falamos mais sobre isso aqui. Porém, não vemos esse movimento por ora.

Poro ora, o que vemos é a bolsa brasileira se beneficiando do movimento de rotação, por ser altamente exposta à setores tradicionais, ligados a empresas de Valor.

O setor financeiro responde por 24% do Ibovespa, e o de commodities, por 40%.

E por falar em commodities, os preços seguem em alta no mundo, por uma combinação de alta inflação, forte recuperação de demanda e oferta ainda fraca, além de questões geopolíticas – destaque para as tensões entre Ucrânia e Rússia e o efeito sobre o preço do petróleo, como detalhamos nesse vídeo.

2. A bolsa brasileira está barata

Gringos gostam de ativos baratos, assim como investidores domésticos. Por conta principalmente do cenário macroeconômico conturbado e da desvalorização da nossa moeda, o Ibovespa se encontra no maior patamar de desconto da história em relação à Bolsa americana.

Obs: Essa métrica é tipo comparar um apto de 5 mil o m2 com outro em um outro prédio por 10 mil o m2. Historicamente, o desconto entre eles é de 20%, mas imagina que o mais barato agora esteja com um desconto de 40%?

Por isso, vale destacar a exposição a bons ativos de renda variável, respeitando o seu perfil de investidor. Selecionamos algumas das melhores alternativas aqui:

  • Ações de empresas vistas como de alta qualidade, com margem superior aos seus pares, endividamento baixo, crescimento de lucro e a preços atrativos.
  • Ações de empresas que historicamente se beneficiaram de momentos com inflação mais elevada. Temos uma cesta destas empresas aqui.
  • Por fim, ações de empresas ligadas a setores de commodities, que estejam negociando com desconto perante ao seu histórico.

Mas, alto lá! Isso não significa que você não precisa mais investir fora do Brasil. Diversificação tanto entre classes de ativos, quanto entre geografias, segue sendo essencial. Lembrando que a economia brasileira (medida pelo PIB ajustado por poder de compra) responde por menos de 3% da economia global.

Assim, seguimos destacando investimentos internacionais para compor sua carteira. Entre eles:

  • BDRs (Brazilian depositary receipts): recibos negociados na B3 que representam ações de empresas não sedeadas aqui no Brasil.
  • Família de fundos Trend: fundos passivos, ou seja, que replicam índices de referência do mercado. São opções com taxa de administração baixa, facilidade no resgate e você ainda pode escolher se deseja o investimento em dólares ou em reais em boa parte dos casos. Confira na sua conta Rico, na aba de fundos de investimento;
  • ETFs (Exchange traded funds): fundos negociados em bolsa, no nosso caso, na B3. Assim como a família Trend, são fundos passivos, mas neste caso você negocia as cotas por meio do seu home broker na Rico.

Ah, e para as BDRs, temos uma seleção das melhores oportunidades nesse universo de empresas, as Estrelas Globais. Assine aqui!

Além disso, apenas a diversificação internacional te permite a exposição a setores/teses de investimento ainda não existentes ou muito incipientes no Brasil. Como é o caso do Metaverso.

E esse tal de Metaverso?

O ano de 2022 começou com os dois pés no Metaverso, com compras de quadros exóticos em NFTs e vídeos simulando a home office com colegas em versão avatar. Se você perdeu o bonde desse movimento, que promete ser a próxima revolução digital por meio de um ecossistema ligado à realidade física, te contamos tudo aqui.

É claro que ainda há desafios para que essa evolução da internet se torne “o novo normal” para a população global, como a própria infraestrutura tecnológica necessária, a mudança de comportamentos culturais e questões de privacidade de dados.

Mas a verdade é que o tema tem atraído cada vez mais empresas ao redor do mundo, impulsionando investimentos de alguns milhares de dólares. De acordo com a gigante financeira japonesa Nomura, o mercado potencial ligado ao metaverso pode chegar a de cerca de US$ 4,5tri.

Como investir no metaverso?

Existem algumas formas que você pode se aventurar nesse mundo que promete ser a nova revolução da internet:

  • Empresas: Investir diretamente em empresas ligadas pode ser uma alternativa de se expor a esse mercado. As empresas podem estar ligadas a setores como infraestrutura de internet, até criação de softwares e hardwares de suporte a esse novo universo. Entenda mais aqui.
  • Fundos de Investimentos Temáticos: O fundo Trend Metaverso é uma forma diversificada de reunir 30 empresas ligadas ao tema do Metaverso, com aplicação mínima de R$100,00. Conheça o fundo aqui.
  • Criptoativos: Ativos como NFTs de terrenos virtuais, roupas virtuais, e imagens exclusivas são criadas e especuladas dentro desse sistema. Além disso, moedas digitais criadas com propósitos específicos nesse sistema são cada vez mais populares. Uma forma de investir em criptoativos pela bolsa brasileira é o HASH11, um ETF que investe em criptomoedas – entre elas o Ethereum (hoje, a principal para negociação de NFTs).

    Mas vale destacar que, se por um lado esse é um meio direto para o investimento no metaverso, por outro é o que traz maior risco e, portanto, exige maior cautela.

Finalmente, como falamos acima, o movimento de “rotação” que tem ocorrido nas bolsas, movido pela expectativa de alta de juros nos EUA, acaba impactando principalmente empresas de tecnologia.

Assim, por ser uma tese com maior potencial no longo prazo, recomendamos que considere uma parte relativamente menor de sua carteira para esse tipo de investimento, dentro do indicado para renda variável – sempre se atentando ao seu perfil de investidor.

Elaborado por:

Bruna Sene, CNPI-T 1847

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