• Um terço do volume investido no Brasil no primeiro semestre foi para aquela aplicação que é famosa por nos fazer perder dinheiro
  • Por outro lado, a relação da nossa população com os investimentos parece estar melhorando, e estamos começando principalmente pela renda fixa
  • O lado bom é que a renda fixa está num momento muito vantajoso, com o ciclo de alta dos juros
  • Conheça nossas principais recomendações para começar a ganhar dinheiro com mais previsibilidade desde já!

Tenho uma boa e uma má notícia.

A boa é que a relação da nossa população com as finanças parece estar melhorando.

A má é que um terço do país ainda está aplicando dinheiro no produto errado.

É claro que eu estou falando da poupança. Segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), ao longo do primeiro semestre de 2021, a caderneta representou 36,9% de todo o volume financeiro investido no país. É muito, mas ao menos representa uma queda em relação aos 38,8% de dezembro de 2020.

Esses dados dizem respeito aos primeiros seis meses do ano, período em que a poupança rendeu 0,83%, e, ao mesmo tempo, a inflação (IPCA) cresceu 4,31%. Todo esse dinheiro da caderneta, portanto, está valendo 3,48% MENOS do que valia antes de ser aplicado.

É claro que estamos em um momento atípico, com a inflação pressionada por diversos motivos temporários, como um choque entre oferta e demanda causado pela pandemia e a falta de chuvas, que pressiona a conta de energia, por exemplo. Mas a realidade em que a poupança vencia da inflação ficou para trás no Brasil. Se você quer investir de forma inteligente, fazendo com que o rendimento do seu dinheiro supere o aumento dos preços na economia, é necessário rever sua carteira.

Os dados da Anbima já mostram um movimento nesse sentido. “Percebemos, contudo, que, à medida que a economia cresce e mais recursos são injetados, os clientes têm uma evolução de jornada, acumulando mais reservas técnicas e criando o espírito de busca de novos ativos, com mais apetite ao risco – por isso que tem aumentado o número de investidores e a participação nos fundos de investimento”, disse José Ramos Rocha, presidente do fórum de distribuição da Anbima, à imprensa quando esses dados foram divulgados.

O volume de investimentos cresceu em investimentos como fundos multimercados, ações, fundos de ações e fundos imobiliários, por exemplo. Mas os investimentos favoritos continuam sendo os de renda fixa: CDBs representam 17,2% do volume investido semestre passado, o segundo produto mais buscado depois da poupança, e fundos de renda fixa têm 13,3%, bem à frente da próxima colocada: a categoria de ações, com 8,1%.

Mas onde investir em renda fixa?

Pois bem, se é de renda fixa que os brasileiros querem, temos inúmeras alternativas de investimentos muito melhores do que a “danada” da poupança dando sopa por aí. Inclusive, com a alta de juros, mais aplicações se tornaram interessantes. E o momento de aumento do risco fiscal (que a Rachel explica o que é neste Insight) melhora a rentabilidade da maioria dos títulos de renda fixa (como eu expliquei neste outro).

Duvida? Hora de mostrar alguns deles para vocês.

1. Para a reserva de emergência

Aqui não tem muito jeito de garantir ganhos acima da inflação, mas os melhores destinos para a sua reserva de emergência rendem 100% do CDI (bem melhor que os 70% da caderneta).

Eles são o Tesouro Selic; o fundo Trend DI Simples ou CDBs de liquidez diária rendendo 100% do CDI.

Nos mesmos 6 meses que a poupança rendeu 0,83%, essas alternativas renderam 1,28%. Outra vantagem é a liquidez diária de verdade: enquanto a poupança só rende uma vez ao mês, esses investimentos rendem todos os dias — você não perde nada caso resgate antes da “data de aniversário”.

2. Para superar a inflação

Investimento com remuneração IPCA + taxa é uma invenção e tanto, principalmente para períodos como o atual, em que não há como saber exatamente até quando (e quanto) os preços ficarão pressionados.

Como acreditamos que o Banco Central vai conseguir trazer o IPCA para mais perto da meta a partir do ano que vem, não recomendamos títulos com vencimento tão distante nesse momento, mas eles também funcionam como forma de preservar seu patrimônio de maneira conservadora no longo prazo. Algumas das nossas principais recomendações:

  • Tesouro IPCA+ 2026
  • Fundo XP Debêntures Incentivadas FIC FIM CP (um fundo que investe em debêntures isentas de imposto de renda com prazo de vencimento curto)
  • CDB Original – 3 anos
  • CDB Agibank – 4 anos

3. Para aproveitar o ciclo de alta dos juros

A Selic está em 5,25% ao ano, mas nosso time de economia calcula que a taxa básica de juros deve subir mais um ponto percentual na próxima reunião do Copom e passar por outras duas altas de 0,5 ponto percentual este ano, fechando 2021 em 7,25% a.a.

Com isso, a renda fixa pós-fixada se beneficia, já que ela rende um percentual da Selic ou do CDI (uma taxa interbancária que caminha muito próxima à Selic).

Nossas principais recomendações nessa categoria são

  • Tesouro Selic 2024 (para curtíssimo prazo)
  • CDB Facta – 1 ano (138% CDI)
  • Fundo Selection FIC RF CP LP (um fundo que investe em outros fundos de crédito privado, com risco baixo)
  • Fundo SPX Seahawk Advisory FIC RF CP LP (um fundo que investe em títulos de crédito privado pós-fixados de longo prazo)
  • Fundo XP Corporate Top FIRF CP LP (um fundo que investe em títulos de crédito privado pós-fixados com baixo risco)
  • Fundo Augme 45 Advisory FIC RF CP (que investe em ativos de renda fixa com baixo risco de crédito)

4. Para saber exatamente quanto vai receber

Os investimentos prefixados são mais indicados em períodos que antecedem um ciclo de queda da taxa de juros — não é o caso agora. Mesmo assim, podem funcionar para quem tem um objetivo e sabe exatamente o quanto quer sacar no momento do vencimento, ou para quando acreditamos que a curva de juros (a expectativa do mercado para os juros nos próximos anos) está precificando juros exageradamente altos.

Nossas indicações nessa categoria são:

  • Tesouro Prefixado 2024
  • CDB Banco Original 4 anos

Não negligencie a diversificação!

E lembre-se: nada disso deve ser lido como um passe para deixar de diversificar a sua carteira. A renda fixa é um ótimo complemento para um “prato colorido” entre os seus investimentos, mas a melhor maneira de fazer seu dinheiro trabalhar para você é descobrir o seu perfil e alocar seus investimentos de acordo com a sua tolerância ao risco. Conheça nossas recomendações atuais para os perfis conservadoresmoderados agressivos.

Elaborado por:

Bruna Sene, CNPI-T 1847

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