- Com o resultado das eleições presidenciais nomeando Lula como o próximo presidente do Brasil, muitas mudanças são esperadas para os próximos meses.
- Sabemos que esses movimentos geralmente acabam sendo acompanhados de ansiedade por investidores, principalmente em meio a tantas incertezas e indefinições.
- Confira a seguir o que esperamos adiante com os desafios econômicos e políticos para o futuro presidente e como isso pode impactar os seus investimentos.
Conforme apurado pelo Tribunal Superior Eleitoral, no dia 30 de outubro de 2022, Luis Inácio Lula da Silva (do Partido dos Trabalhadores – PT) foi eleito o 39º presidente do Brasil. Com 50,86% do total de votos válidos, Lula cumprirá seu terceiro mandato presidencial, assumindo a posição em janeiro de 2023.
Sabemos que o período eleitoral pode trazer ansiedade para investidores, mas seguimos firmes e fortes no recado dado no início deste ano: a melhor estratégia para uma carteira bem-sucedida no longo prazo é aquela que tem como base e respeita os seus objetivos e seu perfil de investidor e, antes de tudo, é bem diversificada – entre classes, ativos e geografias.
Falamos mais sobre a importância da diversificação e de entender seus objetivos e perfil de risco nesse texto e nesse vídeo.
Dito isso, também sabemos que entender mais sobre o cenário atual e o que esperar adiante (na medida em que as informações divulgadas até agora permitem) tende a ter um poder único em reduzir um pouco dessa ansiedade.
Por isso, destacamos abaixo os principais impactos do resultado eleitoral e perspectivas para a economia e seus investimentos.
Primeiros passos de Lula na economia: o time e o teto
Durante a corrida eleitoral, Lula divulgou poucos detalhes sobre o que pretende em relação à sua equipe, estrutura de gabinete e políticas econômicas. Assim, tanto os nomes de sua nova equipe econômica, quanto a própria estrutura dos ministérios, serão os primeiros fatores a mexerem os mercados nos próximos dias. Vale lembrar que, quando Bolsonaro assumiu o cargo há 4 anos, ele fundiu 4 ministérios (Fazenda, Planejamento, Indústria e Trabalho) em um. Lula sinalizou que vai restaurar a estrutura anterior.
Após a formação da equipe, o próximo desafio é tentar “agradar gregos e troianos”. Isso porque, de um lado, Lula deve buscar dar uma resposta às demandas sociais de aliados (com maiores gastos públicos); enquanto, do outro, deve procurar manter a previsibilidade e credibilidade que ele e seu grupo têm oferecido como norte de sua agenda econômica.
Traduzindo para o cenário atual, isso passa necessariamente por alterar a atual regra do teto constitucional para permitir maiores gastos. Isso porque a regra atual não permite muitas das promessas de campanha de Lula, como por exemplo a manutenção do Auxílio Brasil no valor de R$ 600 e aumentos reais (ou seja, acima da inflação) do salário mínimo.
Assim, as negociações com o Congresso precisam começar o quanto antes. E, para isso, Lula precisará montar sua equipe econômica mais rápido do que o habitual – e investidores estarão de olho em cada passo.
Lembrando que a percepção do risco fiscal é um dos principais fatores que impactam os investimentos e a economia no país; influenciando o valor da nossa moeda, a inflação, os juros, e tantas outras variáveis nosso dinheiro.
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Além da nova equipe e da discussão sobre o teto de gastos, outras questões que seguirão nos holofotes de investidores são as reformas econômicas de mais longo prazo, como a reforma tributária e a definição do modelo de concessões de infraestrutura. Mas não esperamos nenhuma informação relevante sobre essas frentes até o início do mandato.
No Congresso: negociar será preciso
Pode parecer até distante, dada a rapidez dos movimentos no cenário político e econômico do país, mas nessas eleições elegemos também deputados e senadores. Dada a estrutura do nosso sistema político, mudanças relevantes para o país raramente dependem apenas do poder executivo (no caso, o presidente) – destacando-se aí a importância do Congresso.
Para o mandato que começa em janeiro, entendemos que a nova composição do Congresso não deve criar grandes dificuldades para que Lula tenha maioria que lhe permita governar no dia a dia, inclusive aprovando mudanças fiscais. Porém, também não deverá ser o suficiente para um “passe livre” em todas as proposições do novo presidente, especialmente as que sinalizem maior intervencionismo na economia.
Em outras palavras, uma composição de deputados e senadores que vai exigir constate negociação, mas não indica paralisia.
Como investir com o novo governo?
Como não cansamos de repetir na Riconnect, nunca sugerimos mudanças radicais e abruptas em sua carteira de investimento como movimento imediato de um evento – seja ele doméstico ou internacional.
Isso se torna especialmente relevante no momento atual, em que esperamos que a volatilidade característica de períodos eleitorais permaneça presente ao menos durante as próximas semanas. Afinal, detalhes sobre os planos do novo governo só serão conhecidos ao longo dos próximos meses. Além disso, a própria transição de poder só deixa de trazer incerteza quando concretizada, em 1 de janeiro.
Dito isso, preparamos nossas recomendações nos últimos meses para atravessar um cenário de potenciais desafios econômicos, especialmente relacionados aos gastos públicos.
Como maiores gastos trazem maior incerteza em relação à inflação, reiteramos a importância da renda fixa na sua carteira, especialmente de títulos pós-fixados – aqueles que seguem a trajetória da taxa básica de juros (como o Tesouro Selic) – e títulos IPCA + (aqueles atrelados ao movimento da inflação). Mas sempre lembrando de coordenar o vencimento dos títulos com seus objetivos, por conta dela, novamente, a incerteza.
Mas, é claro, isso não significa que você deve deixar os outros investimentos de lado. Muito pelo contrário! Por isso, confira aqui nossas recomendações atualizadas para cada perfil de investidor.
Finalmente, como nunca é demais lembrar: o momento atual ainda pede atenção e cautela nos seus investimentos. O cenário volátil não só por aqui, mas também no mundo todo, pode trazer riscos adicionais a investimentos realizados sem estratégia e planejamento.
Uma reserva de emergência reforçada, eficiência nos gastos pessoais e diversificação se fazem ainda mais importantes na sua carteira de investimentos daqui em diante.
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
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