- O mês de outubro acabou, e chegou a hora de revisitar sua carteira de investimentos.
- Resultado das eleições presidenciais no Brasil, instabilidade na Europa, revisão de lucros nos Estados Unidos. Se for investir, é melhor estar com um guarda-chuvas na mala.
- Veja nesse texto nossa sugestão de alocação para sua carteira no mês de novembro e os principais pontos para ficar de olho nos seus investimentos.
- Começamos com a nossa tradicional “previsão do tempo” para cada classe de ativos, e depois trazemos um panorama completo para você investir com embasamento.
Você compra guarda-chuva em dia de sol ou deixa para o momento de desespero? Quando vai à praia, passa filtro solar antes ou depois de sentir o ombro ardido? Investir bem é como se precaver de mudanças bruscas no tempo, sempre de olho na previsão antes de sair de casa ou fazer planos ao ar livre.
Nesse conteúdo, trazemos a meteorologia para as principais classes de investimento disponíveis no mercado e a nossa dose recomendada para todas elas para o próximo mês. Assim, evitamos que uma frente fria pegue a sua carteira desprevenida.
Para começar, a tabela abaixo inclui nossa sugestão atualizada de alocação para cada classe de ativos, como proporção do total de uma carteira, de acordo com cada perfil de investidor. Ou seja, nossa sugestão de como cada tipo de investidor deve diversificar seus investimentos – lembrando que a diversificação é a melhor amiga dos bons retornos no longo prazo.
Por isso, conhecer seu perfil de investidor, seus objetivos e seu horizonte de investimento são atitudes essenciais na hora de escolher onde alocar seu dinheiro (ou seja, investir).
Se você preferir, os Fundos DNA fazem essa alocação para você.
Sabemos que o período eleitoral pode trazer ansiedade quando pensamos em nossos investimentos, mas seguimos firmes e fortes no recado dado no início do ano: a melhor estratégia para uma carteira bem-sucedida no longo prazo é aquela que tem como base e respeita seus objetivos e perfil de investidor e, antes de tudo, é bem diversificada – entre classes, ativos e geografias.
Diante do período de transição de governo que seguiremos ao longo dos próximos meses, esperamos uma maior volatilidade no mercado doméstico conforme algumas decisões políticas e econômicas sejam anunciadas pelo novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Assim, o momento atual ainda pede atenção e cautela, por trazer riscos adicionais a investimentos realizados sem estratégia e planejamento.
Isso torna ainda mais importante a devida alocação de seus investimentos entre classes de ativos que te protejam de variações que podem ocorrer tanto na renda fixa quanto na renda variável brasileira.
Confira nossa visão completa sobre os desafios imediatos do novo presidente e como isso poderá impactar os seus investimentos
O clima para as principais classes de ativo
Bolsa Brasileira
Tempo abrindo
Após um período marcado por nuvens mais espessas, o clima na bolsa brasileira tem dado espaço para certa abertura gradual.
É verdade que estamos nos primeiros dias após o resultado da eleição presidencial, o que gera incerteza. E essa incerteza, que se traduz em volatilidade dos nossos ativos, costuma perdurar ainda por mais algumas semanas / meses.
Porém, a história nos mostra que a bolsa brasileira responde bem aos meses posteriores ao 2º turno das votações. Esse movimento tende a ganhar força conforme há maior clareza sobre os desafios e estratégias do novo governo no cenário econômico. Ou seja, a dispersão dessa neblina de incertezas costuma trazer bons resultados a bolsa meses após o período eleitoral.
Além disso, a nossa bolsa continua atrativa, com empresas descontadas, não só quando comparado a bolsas de países emergentes, mas também diante do seu próprio histórico. Assim, mantemos nossa recomendação de bolsa brasileira como bom investimento de longo prazo – sempre respeitando um limite de alocação de acordo com seu perfil de investidor.
Dito isso, seguimos recomendando posições defensivas, diante do cenário ainda incerto. Empresas boas pagadoras de dividendos e em setores como o bancário, elétrico, de saneamento, varejo, construção de baixo poder aquisitivo, educação e consumo essencial são bons exemplo. Do outro lado, recomendamos evitar empresas com maiores riscos políticos – especialmente estatais.
Finalmente, vale lembrar que as empresas brasileiras estão em período de divulgação de resultados do 3 trimestre de 2022. Assim, podemos presenciar aumento de volatilidade conforme resultados destoem do esperado.
Renda Fixa, Tesouro e seus amigos
Sol a pino
Para os investimentos em renda fixa, o clima segue tropical, marcado pela elevada taxa Selic. Em sua última reunião, o Copom manteve a Selic no patamar de 13,75% ao ano, reiterando que os efeitos da alta de juros têm sido sentido na economia como esperado, mas que o jogo contra a inflação está longe de estar ganho.
Assim, apesar de não vermos a nossa taxa básica de juros subindo além dos atuais 13,75% ao ano nesse ciclo de altas, ela deve permanecer no atual patamar – que consideramos elevado – ao menos até segundo semestre que vem.
Nesse cenário, a renda fixa segue atrativa, com os juros altos mantendo elevados os retornos esperados ao investidor.
Os títulos atrelados ao CDI ou à Selic se beneficiam da taxa básica de juros elevada, permitindo uma boa rentabilidade da sua reserva de emergência e do seu “caixa” – aquele dinheiro que você deixa rendendo em liquidez para aproveitar oportunidades de investimento. Já os títulos atrelados ao IPCA (os famosos IPCA+) ajudam a proteger o seu patrimônio da maior “frente fria” do momento, por acompanharem a alta de preços medida por esse indicador.
Mas lembre-se de coordenar seu objetivo em termos de prazo com o vencimento do título se for optar por títulos prefixados ou atrelados à inflação. Além disso, sugerimos limitar os prefixados a objetivos de curto prazo (entre 3 e 4 anos). Isso porque o preço desses títulos poderá variar conforme movimentos de mercado até a data de vencimento.
Explicamos essa dinâmica nesse vídeo.
Bolsa estrangeira
Chuvas esparsas
O tempo no último mês não deu trégua lá fora com a continuidade do clima chuvoso, especialmente na Europa. A região segue impactada pela inflação em níveis recordes, impulsionado por problemas de fornecimento de gás natural vindos da Rússia – combustível fundamental para o aquecimento de residências e produção industrial na região. Além disso, a aproximação do inverno e a turbulência político-econômica no Reino Unido aumentaram a percepção de risco e nível de incerteza no Velho Mundo.
O clima também não anda dos melhores nos Estados Unidos, onde o Fed (Banco Central americano) segue com sua postura dura contra a alta de preços – impactando os mercados acionários no país e no mundo.
Explicamos o efeito da alta de juros nas ações nesse texto.
A alta de juros e o consequente freio na economia tem pressionado o resultado e a performance da ação de empresas listadas na bolsa, com destaque para as Big Techs (como Apple, Amazon, Google e Meta). Caso essa temporada siga decepcionando investidores, podemos ver uma revisão na expectativa de lucro da bolsa americana, abrindo mais espaço para quedas nos preços das ações.
Porém, como nem tudo são nuvens, lembramos que a exposição a investimentos internacionais é sempre importante. Eles dão acesso a setores que muitas vezes não existem por aqui, além de proteger seus investimentos contra eventos domésticos, como incertezas eleitorais. Se realizados em moeda estrangeira (como o dólar, que é considerado um “porto seguro” em momentos de estresse global), podem ajudar a proteger sua carteira em momentos de grande incerteza global.
Além disso, sabemos que o sol sempre volta a brilhar após a tempestade – e o gráfico abaixo indica que o ditado tem funcionado com a bolsa americana.
Renda Fixa internacional
Sol entre nuvens
O processo em curso de alta de juros no mundo (de novo ele!) vem impactando negativamente os preços dos ativos de renda fixa internacional, que são majoritariamente prefixados, mas na contrapartida vem aumentando a atratividade e retorno esperado da classe de ativos.
A previsão de “sol entre nuvens” também é favorecida pelo aumento da incerteza acerca da economia global, com títulos de renda fixa oferecendo prêmios mais altos. Afinal, quanto maior o risco, maior o retorno exigido.
Porém, com a maioria das empresas hoje muito mais saudáveis para enfrentar uma possível crise, níveis de inadimplência longe de patamares preocupantes, e regulações mais rígidas, o cenário traz oportunidades.
Assim, acreditamos ser importante ter esse tipo investimento em sua carteira (ou adicionar, se for o caso) – com cautela, dado o cenário ainda turbulento. Lembrando sempre de respeitar o percentual indicado para seu perfil de investidor, e horizonte de investimento mais longos.
Vale lembrar que a renda fixa internacional dá ao investidor muito mais opções de ativos em relação ao mercado brasileiro (como títulos de dívida de empresas em diferentes setores e níveis de risco), além de possuir maior liquidez e estratégias que podem ser exploradas por grandes gestores de fundos de investimento.
“Leva o casaco”: sugestões de ativos em cada classe
Agora que você já sabe nossa alocação recomendada (o peso de cada classe de ativos ideal para cada perfil investidor nesse momento) e nossa previsão do tempo, separamos algumas sugestões de investimentos recomendados em cada um desses tipos de ativos.
Classe | Opção de investimento | Aplicação mínima |
Renda fixa pós-fixada | Trend Pós-Fixado FIC FIRF | R$100,00 |
Inflação | Tesouro IPCA 2026 | R$31,27 |
Renda Fixa Prefixada | Tesouro Prefixado 2025 | R$31,56 |
Renda Fixa Global | Trend Crédito Global FIM | R$100,00 |
Multimercado | Selection Multimercado FIC FIM | R$100,00 |
Renda variável Brasil | Cesta de ações “No Stress” Rico | N/A |
Renda variável Internacional | Trend Bolsa Americana Dólar FIA | R$100,00 |
Renda variável internacional com hedge | Trend Bolsa Americana FIA | R$100,00 |
Alternativos | Trend Commodities FIM | R$100,00 |
Vale lembrar que as recomendações sinalizadas na tabela não são as únicas possíveis, mas sim alternativas viáveis selecionadas pelos nossos especialistas para você.
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
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