A inflação medida pelo IPCA, nosso principal indicador de preços ao consumidor, registrou alta de 0,53% em janeiro. Apesar da variação positiva no mês, o resultado levou o índice para 5,77% no acumulado em doze meses, desacelerando (mesmo que levemente) em relação ao observado em outubro – quando estava em 5,78%.

Assim, o ano começa com praticamente manutenção do ritmo de alta de preços. O número segue acima da meta do Banco Central (de 3,25% para esse ano), mas segue a tendência de enfraquecimento da alta de preços após pico de mais de 12% nos doze meses acumulados até abril de 2022.

Conforme contamos aqui na Riconnect, os principais fatores por trás da alta de preços em 2022 incluíram os efeitos da pandemia da Covid-19 (com cadeias de produção ainda desarranjadas no mundo e a volta forte do consumo de serviços) e os impactos da guerra na Ucrânia (especialmente nas commodities, como petróleo e alimentos).

Preços praticamente estáveis em janeiro

O resultado de janeiro veio levemente abaixo do esperado pela maior parte dos analistas de mercado. Diante de alta de 0,56% esperada, o número surpreendeu com preços subindo menos do que projetados.

A surpresa, porém, foi puxada especialmente por itens mais voláteis, especialmente em cuidados pessoais. Os preços de produtos de higiene pessoal como perfumes e maquiagem subiram 0,33% em janeiro – uma provável volta da forte alta de 3,65% em dezembro, na esteira das festas de fim de ano.

Por outro lado, a alta de preços de automóveis e serviços de recreação, como clubes e casas noturnas, surpreenderam subindo mais o que o esperado no primeiro mês do ano.

A queda da inflação no Brasil e no mundo tem sido puxada por produtos industriais, especialmente por conta da normalização das chamadas cadeias de produção globais. Os preços de frete marítimo, por exemplo, que haviam subido substancialmente desde o início da pandemia, já se encontram hoje no nível médio observado historicamente.

Já o setor de serviços tem registrado desaceleração um pouco mais gradual. Dito, isso, a categoria segue perdendo força por aqui. Para ilustrar, a média de três meses de serviços subjacentes, que incluem serviços com hotéis, internet, passagens aéreas e empregos domésticos, desacelerou de 8,9% para 8,5%.

Ou seja, os preços ainda sobem, mas gradualmente mais devagar – trazendo certo fôlego para o orçamento das famílias. O movimento visto em serviços é boa notícia, dado que o setor representa boa parte da nossa economia e segue relativamente resiliente nesse início de ano, o que dá mais espaço para a alta de preços.

A queda do índice de difusão no mês ilustra o processo de desinflação na economia – ou seja, de inflação perdendo força. Em janeiro, o indicador – que mede quão disseminada está a alta de preços entre bens e serviços na economia – caiu de 69% para 63%.

O que esperar? Riscos fiscais no radar

Com o enfraquecimento da inflação, a sensação de perda do poder de compra perde força, apesar de ainda persistir. Olhando para frente, o ritmo de alta de preços deve seguir relativamente estável, com altas e baixas concentradas em alguns bens e serviços. Para fevereiro, por exemplo, esperamos altas consideráveis em preços de gasolina e educação – diante da elevação do preço de combustíveis anunciado pela Petrobrás e de reajustes escolares de início de ano.

Ao mesmo tempo, no cenário global, Bancos Centrais no mundo seguem no processo de alta de juros. Com o dinheiro “ficando mais caro no mundo”, as pressões inflacionárias devem seguir perdendo força, nos ajudando no controle de preços aqui no Brasil também.

Assim, projetamos que a inflação encerre 2023 em 5,7%.

Porém, apesar do cenário de curto prazo favorável, as perspectivas mais longas trazem preocupação no cenário doméstico. Isso porque o aumento do risco fiscal no país impacta o controle da alta de preços pelo Banco Central, podendo colocar em xeque o cenário de alívio nos preços.

Afinal, quanto maior o gasto público, maior a demanda por bens e serviços, maior a tendência de desvalorização da moeda, maiores as expectativas de inflação no futuro, e maior a pressão sobre os preços na economia.

Te contamos tudo sobre o risco fiscal e seus investimentos aqui!

Deste modo, seguimos cautelosos com o cenário de inflação no Brasil para os próximos anos – o que não significa que vemos um cenário de inflação espiral.

Como se proteger da alta de preços?

Embora a inflação esteja perdendo força gradualmente no Brasil e no mundo, proteger os investimentos contra a alta de preços segue essencial. 

Títulos indexados à inflação, como o Tesouro IPCA + 2026, debêntures de empresas sólidas e boas classificação de risco, e fundos de inflação (fundos de investimento que investem em ativos indexados à inflação) são ótimas alternativas. Falamos mais das melhores oportunidades de renda fixa aqui.  

Outra classe de ativos que pode ajudar o investidor a se proteger da inflação são os fundos imobiliários. Por serem muitas vezes atrelados a índices de inflação, os FIIs podem ser excelentes aliados do investidor em um cenário cauteloso com a alta de preços.

Mas não só de proteção contra a inflação devem viver os investimentos nesse momento. Por isso, selecionamos abaixo algumas sugestões de diferentes ativos recomendados – sempre lembrando da importância da diversificação.

Elaborado por:

Bruna Sene, CNPI-T 1847

1) Este relatório de análise foi elaborado pela Rico Investimentos, que é uma marca da XP Investimentos CCTVM S.A. (“Rico”) de acordo com todas as exigências previstas na Resolução CVM nº 20/2021, tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar sua própria decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta ou solicitação de compra e/ou venda de qualquer produto. As informações contidas neste relatório são consideradas válidas na data de sua divulgação e foram obtidas de fontes públicas. A Rico não se responsabiliza por qualquer decisão tomada pelo cliente com base no presente relatório.

2) Este relatório foi elaborado considerando a classificação de risco dos produtos de modo a gerar resultados de alocação para cada perfil de investidor.

3) O(s) signatário(s) deste relatório declara(m) que as recomendações refletem única e exclusivamente suas análises e opiniões pessoais, que foram produzidas de forma independente, inclusive em relação à Rico e que estão sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado, e que sua(s) remuneração(es) é(são) indiretamente influenciada por receitas provenientes dos negócios e operações financeiras realizadas pela Rico.

4) O analista responsável pelo conteúdo deste relatório e pelo cumprimento da Resolução CVM nº 20/2021 está indicado acima, sendo que, caso constem a indicação de mais um analista no relatório, o responsável será o primeiro analista credenciado a ser mencionado no relatório.

5) Os analistas da Rico estão obrigados ao cumprimento de todas as regras previstas no Código de Conduta da APIMEC para o Analista de Valores Mobiliários e na Política de Conduta dos Analistas de Valores Mobiliários do Grupo XP.

6) Os produtos apresentados neste relatório podem não ser adequados para todos os tipos de cliente. Antes de qualquer decisão, os clientes deverão realizar o processo de suitability e confirmar se os produtos apresentados são indicados para o seu perfil de investidor. Este material não sugere qualquer alteração de carteira, mas somente orientação sobre produtos adequados a determinado perfil de investidor.

7) A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço ou valor pode aumentar ou diminuir num curto espaço de tempo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. As informações presentes neste material são baseadas em simulações e os resultados reais poderão ser significativamente diferentes.

8) Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da Rico. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da Rico.

9) SAC. 0800 774 0402. A Ouvidoria da Rico tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800-722-3730.

10) O custo da operação e a política de cobrança estão definidos nas tabelas de custos operacionais disponibilizadas no site da Rico: https://www.rico.com.vc/custos. 11) A Rico se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste relatório ou seu conteúdo. 

12) A Avaliação Técnica e a Avaliação de Fundamentos seguem diferentes metodologias de análise. A Análise Técnica é executada seguindo conceitos como tendência, suporte, resistência, candles, volumes, médias móveis entre outros. Já a Análise Fundamentalista utiliza como informação os resultados divulgados pelas companhias emissoras e suas projeções. Desta forma, as opiniões dos Analistas Fundamentalistas, que buscam os melhores retornos dadas as condições de mercado, o cenário macroeconômico e os eventos específicos da empresa e do setor, podem divergir das opiniões dos Analistas Técnicos, que visam identificar os movimentos mais prováveis dos preços dos ativos, com utilização de “stops” para limitar as possíveis perdas. 

13) Antes de qualquer decisão, os clientes deverão realizar o processo de suitability e confirmar se os produtos apresentados são indicados para o seu perfil de investidor.