- Projeções macroeconômicas não são bolas de cristal. Mas são essenciais para todo investidor, porque ajudam a nos prepararmos para o que vem adiante.
- Apresentamos nesse relatório nossas projeções atualizadas sobre o que esperar para a economia brasileira.
- Confira na íntegra como a incerteza global está afetando o Brasil, porque vemos o PIB crescendo mais do que esperávamos, e os principais motivos por trás da inflação alta.
Não seja pego de calças curtas!
Para quem não segue o mercado tão de perto, pode parecer estranho. Mas, de tempos em tempos, economistas mundo afora se debruçam sobre modelos matemáticos, e constroem projeções para o cenário econômico. Conforme o cenário evolui, eventos acontecem, decisões políticas são tomadas, dados econômicos são divulgados, e tais projeções vão sendo refinadas, revisadas.
Os juros seguirão nessa trajetória? A inflação precisa ser revisada — para cima, para baixo? E o PIB: o país vai crescer como esperávamos há um mês ou dados e acontecimentos mudaram a nossa visão para a atividade econômica? E, claro, a clássica: e o dólar?
Projeções macroeconômicas são importantes para todo investidor pelo motivo principal de ajudar a nos prepararmos para o que vem adiante. Ou seja, não ser pego de “calças curtas”.
Isso não significa que, olhando as projeções, você saberá “o dia exato em que o dólar vai cair para entrar em um fundo internacional ou comprar todo o dinheiro para aquela viagem ao exterior”. Pois isso, infelizmente, será praticamente impossível. Mas sim, que você entenderá melhor as tendências da economia, que é o principal pano de fundo do cenário financeiro.
Assim, poderá pensar em como adaptar seus investimentos (ou manter tudo como está, se for o caso), pensando no seu perfil de risco e objetivos.
Com isso em mente, detalhamos abaixo nossas principais projeções macroeconômicas para esse ano e o próximo, com destaque desse mês para a recente revisão dos números para crescimento do PIB e inflação.

Economia mais forte, mas por pouco tempo
Para a surpresa de muitos, a atividade econômica acabou registrando crescimento mais forte nos últimos meses. Ou seja, tudo aquilo que produzimos de bens e serviços no país cresceu mais do que o imaginado nos primeiros meses do ano.
Essa dinâmica nos fez revisar para cima nossa projeção de crescimento do PIB para 2022 – de 0,8% para 1,6%.
Por trás da surpresa positiva estão uma série de fatores, incluindo a força da reabertura da economia – com atividades voltando totalmente ao normal, especialmente no setor de serviços – e a recuperação do emprego, também impulsionada pelo fim das restrições de mobilidade.

A alta no preço das commodities, intensificada pela eclosão da guerra russa, também ajudou bastante. Isso porque impulsiona muitos setores exportadores, e gera o que chamamos de “efeitos de transbordamento de renda” – quando a atividade forte em um setor puxa a de outros relacionados (como serviços de transporte para levar grãos que serão exportados).
Além disso, o aumento das transferências governamentais de recursos para famílias de baixa renda teve um papel importante, e deve seguir assim até o fim do semestre. Vale lembrar que o governo liberou saques emergenciais do FGTS, além de adiantar o 13º salário de aposentados para o início do ano.
Inflação mais forte, por mais tempo
Mas, infelizmente, o período de surpresas positivas não deve durar por muito tempo.
Como contamos aqui em mais detalhes, a inflação não tem dado trégua nos últimos meses, e atingiu 12,13% nos doze meses acumulados até abril. Ou seja, voltamos à inflação de dois dígitos no país.
Como em tudo em economia, o porquê da inflação alta é encontrado em um conjunto de fatores – que, desta vez, parecem ter vindos quase todos ao mesmo tempo.
Entre esses fatores, temos os principais: i) a normalização da atividade econômica por aqui, com serviços retomando margens perdidas durante a pandemia; ii) a política de covid-zero na China, que cria gargalos na produção e no escoamento de todo tipo de produto, elevando os preços de fretes e insumos industriais ao redor do mundo; e iii) a guerra russa, que impulsionou o preço das commodities, especialmente agrícolas e energéticas – como o bom e velho petróleo.

Não vemos perspectivas claras de que nenhum dos fatores mencionados acima perca força ou relevância no curto prazo – por exemplo, não há sinais de um acordo entre Rússia e Ucrânia ou do fim total de medidas de isolamento na China.
Assim, aumentamos nossa projeção de inflação para o fim desse ano: agora em 9,2% (de 7,4% antes).
Em bom português: a inflação deve cair (dos atuais 12,3%), mas seguirá muito alta, bem acima da meta do Banco Central de 3,5% para 2022. Como sempre, vale destacar: inflação caindo não significa que os preços irão cair, e sim que eles passarão a subir mais devagar.
Para combater a inflação alta, o Banco Central deve seguir sua política de juros altos – como contamos aqui em mais detalhes.
Nesse cenário, voltamos para o PIB. Como resultado de uma política de juros mais altos, a atividade econômica deve perder fôlego a partir da segunda metade desse ano. Isso porque os juros elevados encarecem o crédito e impactam o endividamento das famílias e empresas, desestimulando o consumo e a economia como um todo.
Falamos mais sobre essa relação entre juros e inflação nesse podcast e nesse texto.
Assim, o PIB deve perder força na segunda metade de 2022, diante da inflação e juros altos no palco doméstico, e da desaceleração das maiores economias do mundo no palco global. Vemos o PIB crescendo apenas 0,5% em 2023.

Como investir nesse cenário?
Agora que você já está atualizado da nossa visão para a economia nos próximos meses, confira nossas recomendações de investimento atualizadas, de acordo com o seu perfil de investidor, no nosso “Onde Investir” – acesse aqui o desse mês!
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 6928
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