O Comitê de Política Monetária do Banco Central (o Copom) manteve nossa taxa básica de juros (a taxa Selic) em 13,75% ao ano, em sua reunião de 03 de maio.

Os diretores do Banco Central vêm mantendo a Selic inalterada desde outubro de 2022 – quando encerraram o ciclo de altas iniciado em março de 2021.

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O que disse o Copom?

Após cada reunião, o Copom divulga um comunicado detalhando sua decisão e sinalizando a direção que deve tomar dali em diante em relação à política monetária – ou seja, à taxa de juros.

No documento de hoje, o comitê manteve a preocupação em relação ao ambiente global trazida na última reunião, mencionando os acontecimentos recentes no mercado bancário internacional (com quebras de bancos e piora no mercado de crédito) e o ambiente de inflação ainda persistente.

Dito isso, o Copom também destacou que vê como limitado o contágio desse cenário nas condições de crédito aqui no Brasil – apesar de seguir monitorando de perto.

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Já no palco doméstico, o destaque ficou mais uma vez para o risco fiscal e para expectativas sobre a trajetória da alta de preços nos próximos anos – que, atualmente, sinalizam uma inflação mais alta do que o objetivo do Copom.

Diante desse cenário, o Copom optou por manter a Selic em 13,75% ao ano. A taxa segue, assim, no patamar que chamamos de “contracionista” – em que os juros altos encarem o crédito, desincentivam o consumo e desaquecem a economia como um todo, reduzindo a inflação.

“Serenidade e paciência”

Em uma mensagem relativamente neutra (quando comparada à comunicação da reunião de março),o Banco Central continuou destacando sua preocupação em relação à “desancoragem das expectativas”.

Isso significa que grande parte dos analistas acredita que a inflação seguirá acima do desejado pelo Banco Central nos próximos anos (foras da “âncora da meta”). Isso tende a pressionar a inflação, demandando juros altos por mais tempo. 

Essa preocupação do Banco Central é ilustrada na manutenção das projeções de inflação acima da meta para esse ano e o próximo observadas na pesquisa Focus do Banco Central – que reúne projeções das principais instituições financeiras do país.

Expectativas de inflação: o que são?

As expectativas de inflação são muito importantes para o controle da inflação em si.

A dinâmica é simples: basta pensar que se você acredita que os preços não irão parar de subir no futuro, e você é um prestador de serviços ou mesmo o locatário de um imóvel, existe uma grande chance de que você subirá o seu preço, para não “ficar pra trás”, certo?

Eventualmente, esse movimento de agentes na economia acaba impulsionando os preços em cadeia, e a inflação efetivamente sobe (no futuro).

Já o porquê desse desequilíbrio entre expectativas e meta de inflação pode ser explicado, em grande parte, pela percepção de risco fiscal.

Afinal, quanto maior o gasto público, maior a demanda por bens e serviços, maior a percepção de risco de investidores em emprestar pro Brasil; maior tendência de desvalorização da nossa moeda; maiores as expectativas de inflação no futuro, e maior a pressão sobre os preços na economia.

Nesse cenário, a formalização ao Congresso da proposta de arcabouço fiscal ajudou a reduzir parte dessa percepção de risco.

Porém, conforme detalhado pelos diretores do Banco Central, a peça legislativa ainda precisa ser aprovada pelo Congresso e – até mais importante – é preciso que essa melhora seja sentida nas expectativas dos preços no futuro.

Por isso, o Copom destacou a importância de “serenidade e paciência” na condução da política monetária no país. Ou seja, é preciso tempo para que esses efeitos sejam sentidos na economia e na inflação – e assim, em possíveis mudanças na taxa de juros.

Mas se tudo isso de risco fiscal ainda não ficou claro, clica aqui que te contamos!

Selic deve cair em agosto, mas seguir em dois dígitos

Diante desse cenário, acreditamos que o Banco Central começará a reduzir a taxa Selic em agosto desse ano.

Isso porque, por um lado o cenário segue incerto tanto no ambiente doméstico – política fiscal expansionista e inflação acima da meta – quanto global (inflação persistente, juros subindo em países desenvolvidos). Já por outro lado, a formalização do arcabouço fiscal, a valorização cambial recente, além de riscos no setor de crédito no Brasil e no mundo tendem a abrir espaço para certa flexibilização do que chamamos de aperto monetário.

Dito isso, também não vemos espaço para que a Selic saia do território contracionista. Ou seja, acreditamos que os juros seguirão no patamar de dois dígitos por aqui até, no mínimo, o fim de 2024 – quando vemos a Selic em 11,00%. 

Quais os impactos da decisão?

Para o mercado, não vemos grandes impactos da decisão. Isso porque a decisão e a manutenção do tom da mensagem do Copom já eram esperadas pela grande maioria dos analistas – e assim, precificados nos ativos financeiros, como títulos de renda fixa e a nossa moeda.

Para o dia a dia do brasileiro, a manutenção da Selic reforça o cenário de aperto monetário, mas também não traz grandes mudanças. Ou seja, continuaremos a sentir os efeitos de uma taxa de juros no nosso dia a dia. 

Impactos dos juros altos dos últimos meses são vistos, por exemplo, no encarecimento de diferentes modalidades de crédito, com juros médios de novos empréstimos em alta, e na alta da inadimplência.

No próprio consumo das famílias também podemos observar o impacto da Selic elevada, especialmente no recuo do comércio de bens duráveis. Afinal, os juros altos pesam sobre o endividamento e – consequentemente – sobre o consumo de itens que exigem maior financiamento, como carros, móveis e eletrodomésticos.

Como investir com juros altos?

Independente de acertarmos “em cheio” o patamar da Selic ou os exatos próximos passos do Copom, os juros devem seguir altos por um bom tempo. No patamar que chamamos de contracionista, em que a taxa Selic desestimula a economia para conter a alta de preços.

Mas além de crédito mais caro, juros altos também significam oportunidades de investimento. Ou seja, mais uma chance para largar de vez a “boa e velha” poupança.

Os juros altos aumentam a relevância e atratividade da Renda Fixa. Títulos pós fixados, como o Tesouro Selic, continuam oferecendo retorno elevado (de 13,75% ao ano), por seguirem a rentabilidade da taxa Selic.

Já títulos de renda fixa indexados à inflação ajudarão a proteger o patrimônio da ainda presente incerteza da elevação dos preços, assim como fundos de investimento de renda fixa.

Ações e Fundos Imobiliários

Mas, se era verdade que a Renda Fixa não tinha morrido no período de juros baixos (sempre sendo importante para investimentos como reserva de emergência), também é verdade que outros investimentos seguem trazendo oportunidades nesse período de juros altos.

Recomendações completas

Confira todas as nossas recomendações, de acordo com cada perfil de investir, no Onde Investir da Rico. E abaixo, separamos algumas sugestões de investimentos recomendados nas principais classes de ativos para o cenário atual.

ClasseOpção de investimentoOpção de investimento2Mínimo da opção mais acessível
Renda fixa pós-fixadaTesouro Selic 2029CDB Pan 115% CDI 2025R$ 100,00
InflaçãoTesouro IPCA+/NTN-B Maio/2025 IPCA+5,36%CRA Minerva AAA IPCA + 6,95% 07/2029R$ 31,27
Renda Fixa PrefixadaTesouro Prefixado/LTN Jul/25 11,31%CBD Pan 13,8% 2026R$ 31,56
Renda Fixa GlobalTrend High Yield Americano FIMTrend Crédito Global FIMR$ 100,00
MultimercadoSelection Multimercado FIC FIMXP Macro FIMR$ 100,00
Renda variável internacionalCarteira de ETFs RicoM Global BDR Advisory Dólar FIC FIA BDR Nível IR$ 500,00
Renda variável internacional hedgeadaTrend Bolsas GlobaisTrend Bolsas EmergentesR$ 100,00
AlternativosTrend Commodities FIMRBR Reits US Em Reais FIC FIA BDRR$ 100,00

Elaborado por:

Bruna Sene, CNPI-T 6928

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