Março foi mais um mês de forte volatilidade, fechando o primeiro trimestre do ano no tom de cautela.
No mundo, o assunto de março foi uma crise do sistema bancário global. Entre a quebra de dois bancos americanos e a crise do Credit Suisse, que culminou na sua venda para o UBS, os investidores ficaram de olho nos passos dos reguladores. As reações do ponto de vista regulatório, no geral, foram bem recebidas — e receios de que esses problemas reverberassem em outras instituições financeiras foram perdendo força ao longo do mês, embora tenham trazido bastante volatilidade aos mercados no período.
No Brasil, a questão chave continuou a ser o cenário político, com foco no risco fiscal. Investidores passaram a maior parte de março aguardando a proposta do Executivo de um novo arcabouço fiscal para substituir a regra do teto de gastos, que finalmente foi anunciado no dia 30. Apesar da reação inicialmente positiva de investidores, a falta de detalhamento da proposta — em especial, como o governo pretende aumentar as receitas para alcançar resultados positivos anunciados — indica que a questão segue em aberto, mantendo o nível de incerteza elevado.
Essas incertezas voltaram a pressionar o Ibovespa ao final do mês, e encerrou março com desempenho negativo de -2,9%. Com uma valorização do Real em relação ao Dólar, o índice Ibovespa terminou o mês praticamente de lado em dólares, mas ainda abaixo das fortes altas registradas nas bolsas globais.
No que vamos ficar de olho em abril?
Com a base de novo arcabouço fiscal apresentada, investidores agora aguardam detalhes sobre os planos do governo para fechar as contas no azul — o que pode incluir formas de aumento de tributação, com potenciais impactos em empresas listadas por aqui.
Ainda assim, vemos uma melhora no cenário interno por dois principais motivos:
- As estimativas de lucro futuro para as empresas pararam de cair e começaram a ser revisadas pra cima, chegando a subir 30% desde as mínimas recentes
- Taxas de juros de longo prazo estabilizaram e começaram a cair desde os picos recentes
As incertezas locais, principalmente o risco fiscal, e globais (em especial, temores de recessão e de uma crise bancária mais ampla) ainda nos levam a preferir um posicionamento mais defensivo, focando em empresas de alta qualidade.
Como se posicionar?
No geral, continuamos a preferir ações ligadas aos temas: 1) commodities; 2) histórias de crescimento secular; e 3) empresas de qualidade a um preço razoável.
Ainda vemos oportunidades em empresas exportadoras com receita em dólar, como as de commodities, que ainda possuem um perfil mais defensivo.
Continuamos a evitar ações com altos valuations — ações de empresas conhecidas como de “Crescimento”, que tem grande parte do seu lucro projetado para o futuro, como tecnologia e e-commerce, além do setor de Varejo — em meio a um cenário econômico ainda muito desafiador, e empresas altamente alavancadas ou que estão passando por uma grande reestruturação do negócio.
Empresas de qualidade
Trazemos nesse mês uma lista de empresas de qualidade que vemos como boas opções para investir nesse momento.
Selecionamos as empresas a partir de filtros quantitativos (baseado em margem de lucro, retorno sobre investimentos e endividamento) e qualitativos (recomendação de compra do nosso time de Research).
Pagadores de dividendos
Também continuamos preferindo empresas pagadoras de dividendos. Segundo um estudo que fizemos recentemente, existe uma tendência de que as ações pagadoras de dividendos passem a superar o desempenho de ações que não pagam dividendos em ciclos de alta da Selic (e de manuntenção da Selic elevada).
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Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
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