02/04/2020 13:26:33 • Atualizado em 20/05/2024 09:15:13
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Copom: Comitê de Política Monetária – Guia Completo

As decisões do Copom têm grande peso e servem de referência para o mercado como um todo, o que inclui bancos e demais instituições financeiras. Confira!


Time Rico
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A fachada do Banco Central do Brasil. em referência às decisões do COPOM

Fundado em 1996, o Copom é um órgão financeiro vinculado ao Banco Central, que foi pensado para atuar na definição de estratégias da política econômica brasileira.

Desde então, ele exerce papel importantíssimo para o país, funcionando como um grupo de trabalho com dedicação integral aos objetivos econômicos.

O nome (na verdade, uma sigla) revela a real natureza do Copom: um comitê nacional focado em questões da política monetária.

Suas decisões têm grande peso e servem de referência para o mercado como um todo, o que inclui bancos e demais instituições financeiras, assim como determinados investimentos.

Isso porque o Copom é responsável por decidir questões que afetam diretamente nos preços ao consumidor e até no rendimento de aplicações.

O grupo trabalha com um sistema próprio, reunindo-se periodicamente para discutir os rumos futuros da economia nacional.

Se você se interessa pelo assunto, continue lendo para saber tudo sobre o Copom neste guia completo que nós preparamos.

No nosso blog, você encontra conteúdo relevante para compreender as oscilações da economia e entender como cada movimentação pode afetar os seus investimentos.

Boa leitura!

O que é o Copom? O que Significa a Palavra?

Como destacamos logo de cara, a palavra Copom é, na verdade, uma sigla: Comitê de Política Monetária.

Isso significa que sua organização se dá de forma coletiva, com um grupo selecionado de membros preparados com bagagem e autoridade para decidir sobre os rumos da economia.

O Copom está alocado dentro do Banco Central do Brasil (BC) desde sua fundação, que ocorreu em 1996, por meio da Circular n° 2.698.

A diretriz foi posteriormente revogada em nome de uma atualização (de n° 2.780) – esta publicada em 1997.

O nome Copom é uma alusão à sua função principal de definir a política monetária no país.

Na prática, indica ações de controle sobre a quantidade de dinheiro em circulação dentro da economia nacional.

O Copom é o órgão que garante que não haja um excesso na oferta (o que causaria uma desvalorização da moeda), nem uma escassez muito grande (o que potencialmente eleva os juros praticados).

Os membros do comitê devem agir e tomar suas decisões tendo em mente os objetivos do governo.

Essa diretriz busca garantir que a economia se desenvolva com uma política mais expansiva ou contracionista, dependendo da situação.

No fim das contas, a intenção é manter sob controle o rumo que o país deve tomar em médio e longo prazo.

Como Funciona o Copom?

No Brasil, o Comitê de Política Monetária tem um papel constante na análise de relatórios que abordam as condições financeiras do país.

Dentre os principais membros do Copom, encontram-se: 

  • Presidente do Banco Central – que também preside o comitê
  • Diretor de Administração (Dirad)
  • Diretor de Política Econômica (Dipec)
  • Diretor de Política Monetária (Dipom).

O grupo selecionado conta com membros da Diretoria Colegiada, que tem direito ao voto.

Esses indivíduos se reúnem com uma periodicidade de 45 dias a fim de analisar os pontos e discutir os melhores caminhos para a política monetária do país.

Ao todo, são oito encontros realizados todos os anos com a presença de profissionais do alto escalão do Banco Central.

Além dos membros do comitê, assistem também às reuniões os chefes de sete departamentos do Banco, como o Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban) e o Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais (Gerin).

A ata com os encaminhamentos é divulgada sempre na semana seguinte ao encontro, mantendo a tradição de transparência que sempre foi foco para as ações Copom.

Para Que Serve o Copom? Objetivos do Copom

Até aqui, falamos bastante sobre aspectos conceituais e relacionados ao funcionamento do Comitê de Política Monetária.

Neste momento, vamos abordar mais especificamente os objetivos por trás dessas ações desempenhadas pelo Copom no cotidiano de seu trabalho.

O primeiro e talvez mais óbvio objetivo do comitê é definir e implementar a política monetária que adotada por todo país.

Em sua ata, divulgada sempre na semana subsequente aos encontros, estão detalhados os elementos e as decisões que podem impactar movimentos do mercado no período seguinte.

É esse o momento em que o Banco Central indica quais fatores merecem maior atenção dali em diante e qual a justificativa para a escolha.

Um dos mecanismos que o Copom utiliza para manter o controle monetário no país é a definição de uma meta para a Taxa Selic – que funciona como base para os juros praticados pelas instituições financeiras.

Por exemplo, ao elevar a taxa de juros, o BC cria um obstáculo para a obtenção de crédito, o que, por sua vez, diminui a quantidade de dinheiro em circulação no mercado interno.

Outro instrumento analisado pelo comitê são os relatórios de inflação.

Calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é sempre levado em consideração pelo Copom na hora de definir se aumenta, diminui ou mantém os valores da Taxa Selic.

Quem é o Presidente do Copom?

Dentro do Comitê de Política Monetária, a presidência é ocupada pelo Presidente do Banco Central do Brasil.

O cargo, por sua vez, é apontado pelo Presidente da República e deve ser aprovado pelo Senado Federal em votação secreta, depois de passado um período de arguição pública.

Os dispositivos para a escolha do presidente e os diretores da instituição estão descritos na redação da Constituição Federal de 1988.

O atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, assumiu suas funções assim que foi nomeado pelo Poder Executivo.

A primeira reunião do Copom comandada por ele foi realizada em 19 de março de 2019.

Campos Neto tem um vasto currículo de atuação no setor privado, tendo trabalhado por 16 anos como executivo do Banco Santander no setor de tesouraria das Américas.

Porém, esse é o primeiro cargo público do economista, que segue um histórico familiar de defesa ao liberalismo econômico.

O nome de Roberto é homônimo ao seu avô, que atuou diretamente na fundação do Banco Central, assinando o decreto de sua criação, em 1964, enquanto Ministro do Planejamento.

Considerado como um economista polêmico, Roberto Campos (o avô) iniciou sua carreira ministerial ainda durante a Era Vargas e teve seu ápice no governo Castelo Branco.

O que é Analisado nas 8 Reuniões Anuais do Copom?

Como destacamos antes, os membros do Comitê mantêm reuniões periódicas a cada 45 dias, em média, onde o futuro da economia é discutido com base nos dados coletados durante o último período.

Nessas ocasiões, a conjuntura doméstica do país é analisada sempre considerando a inflação acumulada para entender se houve e qual foi a desvalorização sofrida pelo real brasileiro.

Para ter um cenário completo para a tomada de decisão, é preciso analisar a atividade econômica do país e avaliar onde estão os principais parceiros comerciais do Brasil, assim como as oportunidades que estão sendo exploradas pelo mercado.

A dinâmica da economia global também deve ser levada em consideração, sempre olhando para as reservas internacionais – a quantidade de moeda estrangeira de que dispõem as autoridades monetárias – para tomar as decisões.

O mercado de câmbio também é colocado em foco, avaliando quais são os valores e taxas praticados nas operações de compra e venda que envolvem as principais moedas da economia global.

De modo geral, os números do mercado monetário são avaliados nos encontros do Copom.

Aqui, estamos falando dos financiamentos de curto e curtíssimo prazo e com duração limitada, como os títulos do Tesouro Direto.

Como a Copom influencia em Seus Investimentos?

As ações do Comitê de Política Econômica têm grande influência e impactam diretamente na rentabilidade dos seus investimentos.

No caso das aplicações de renda fixa, muitas utilizam a taxa de juros para definir sua rentabilidade.

É o caso do Tesouro Selic, por exemplo, que pode ter seu rendimento atrelado à meta definida pelo Copom.

Como são prefixados, esses investimentos não têm alteração no valor pago no vencimento, mas sim no preço de novas compras de títulos.

Outros investimentos são corrigidos pelo CDI, o Certificado de Depósitos Interbancários, que sempre segue de perto a Selic.

Nesse sentido, podemos destacar algumas opções como o Certificado de Depósito Bancário (CDB) e as Letras de Crédito Imobiliário ou do Agronegócio (LCI ou LCA).

Para investidores que aplicam em fundos e ações da bolsa de valores, a situação não é diferente.

Ainda que o preço dos papéis não seja diretamente afetado pela Taxa Selic, CDI ou IPCA, eles são influenciados pelas oscilações da economia que precedem e respondem às ações do comitê.

Em outras palavras, o Copom mexe com todos os investimentos que estão inseridos no sistema financeiro, ainda que indiretamente.

Quando São Divulgadas as Decisões do Copom?

Desde a sua fundação, o Comitê de Política Monetária surgiu como uma forma de tranquilizar o mercado financeiro ao trazer maior transparência aos processos de controle da moeda.

É com isso em mente que o órgão mantém, até hoje, a prática de publicar a ata de suas reuniões na semana seguinte ao encontro.

Esse documento atua como um importante meio de comunicação entre o Banco Central e o mercado.

Inclusive, o principal instrumento que o Copom tem para controlar os preços é a taxa de juros.

Então, a cada 45 dias, a Selic meta é revisitada como forma de passar credibilidade e reduzir as incertezas do mercado.

Essa estratégia de comunicação, bastante baseada no cumprimento de metas, dá maior a confiança sobre o trabalho do Comitê.

Quanto mais efetivas forem suas previsões e ações, maior será a sua credibilidade.

No site do Banco Central, é possível conferir um arquivo com todas as atas divulgadas pelo Copom desde janeiro de 1998.

Calendário de reuniões do Copom 2024

Como agora você já sabe, o Banco Central do Brasil é a instituição responsável por manter a autorizar o funcionamento do Comitê de Política Monetária.

Para tanto, um calendário é criado com todas as datas de encontro do grupo durante o ano fiscal.

Os dias de reunião devem ser divulgados com antecedência, corroborando com a seriedade do Copom como instrumento de controle monetário.

As datas de 2024 foram publicadas pelo BC em junho de 2023, por meio de um comunicado que pode ser lido na íntegra no site da instituição.

São elas:

  • 30 e 31 de janeiro
  • 19 e 20 de março
  • 7 e 8 de maio
  • 18 e 19 de junho
  • 30 e 31 de julho
  • 17 e 18 de setembro
  • 5 e 6 de novembro
  • 10 e 11 de dezembro

De acordo com as datas divulgadas pelo Banco Central, podemos também saber em quais dias o mercado terá acesso ao registro de cada reunião.

Por regra, as atas são divulgadas às 8h da terça-feira seguinte ao término da reunião.

Conclusão

Com quase três décadas de atividade, o Comitê de Política Monetária é um consolidado órgão de controle monetário alocado dentro do Banco Central.

Sua atuação tem um papel fundamental para a regulação da economia brasileira, promovendo o controle do IPCA por meio de ajustes na Taxa Selic.

Esses dois índices (os juros e a inflação), por sua vez, afetam direta e indiretamente na rentabilidade dos investimentos, no desemprego e no consumo de forma geral.

Por conta do impacto de suas decisões, o Copom é um órgão vinculado ao BC, que aponta os membros com direito ao voto e os consultores que participam do processo.

O grupo se reúne então de maneira periódica a cada 45 dias – são oito reuniões por ano – para analisar relatórios sobre a inflação e definir qual será a Taxa Selic para o próximo período.

As decisões que surgem do encontro são divulgadas na semana seguinte, de forma pública e oficial no site da instituição.

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