29/05/2020 13:00:00 • Atualizado em 22/08/2024 11:12:52
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ROE e como calcular: veja a importância para os investimentos
O ROE é uma métrica que se prova bastante importante dentro da administração de empresas e gestão de investimentos. Confira o guia completo sobre ROE aqui!
O ROE é uma métrica que se prova bastante importante dentro da administração de empresas e gestão de investimentos.
Nos dois casos, a geração de lucros é uma prioridade unânime, já que representa o objetivo final de quem começa um negócio próprio ou se propõe a aplicar seu capital para garantir maior segurança financeira.
E é nesse sentido que o ROE aparece como uma métrica de suporte.
Seus resultados ajudam a garantir que os recursos que tem em mãos estão sendo alocados da melhor maneira.
Ou seja, com o objetivo de alcançar ampla geração de valor e a consequente multiplicação do capital inicial.
Se você se interessa sobre o assunto e quer saber mais sobre como o ROE pode ajudar em suas decisões financeiras, continue lendo.
Se restar alguma dúvida ao final, é só deixar um comentário.
Boa leitura!
O que é ROE – Retorno Sobre o Patrimônio Líquido?
Quando falamos em ROE (do inglês Return On Equity), estamos nos referindo ao Retorno Sobre o Patrimônio Líquido.
Muitas pessoas pensam que patrimônio é a mesma coisa que lucro ou investimento, mas não é bem assim.
Para falarmos de ROE, precisamos dar um passo atrás para definir com clareza o que é o patrimônio líquido.
Dentro de uma empresa, ele representa o resultado da soma de todos os recursos produtivos liquidados daquela organização.
Ou seja, o dinheiro em caixa usado para giro, o valor investido pelos acionistas e outras fontes de dinheiro que a empresa possa vir a ter.
Em outras palavras, é o capital próprio que a organização acumulou e utiliza para se manter em atividade.
No mundo dos investimentos, por outro lado, o patrimônio líquido representa o valor total de suas aplicações de acordo com o aporte inicial e a rentabilidade registrada no período.
É importante que fique claro, porém, que os rendimentos só entram na conta se o montante não tiver sido resgatado e sim reaplicado, aumentando o valor total do ativo.
Para que serve o ROE?
O Retorno sobre Patrimônio Líquido é uma importante ferramenta para entender se os seus esforços de gestão estão tendo o resultado esperado.
É com o ROE que se pode observar o nível de eficiência na hora de aplicar os recursos para gerar valor e lucro.
Em outras palavras, em uma empresa, a métrica ajuda entender qual é o retorno percentual a partir dos recursos que ela acumulou e que dispõe para movimentar o processo produtivo.
Para os investidores, o ROE é ainda mais importante.
Isso porque o método propõe uma fórmula que traduz a rentabilidade de uma empresa por meio de números.
Assim, quem busca um companhia para investir seu capital consegue identificar de cara qual é o retorno médio que ela oferece a seus acionistas.
O mesmo vale para outros tipos de aplicações disponíveis no mercado, como títulos públicos e bancários.
Com o ROE, o investidor tem uma noção clara de quanto do dinheiro aplicado vai voltar em forma de lucro.
Qual a diferença entre ROE, ROI e ROA
Até agora, falamos bastante sobre o ROE, sua definição e utilidade dentro da administração de empresas e gestão de ativos.
De fato, ter um panorama claro de qual é o Retorno Sobre o Patrimônio Líquido é extremamente útil para quem precisa gerenciar seu capital para atingir o objetivo de grandes lucros.
Nesse contexto, o ROE é a ferramenta que permite ao gestor entender qual o retorno percentual sobre os seus recursos produtivos.
Já o ROI (Return Over Investiment), por outro lado, trabalha com o valor que foi investido em determinado negócio para calcular o retorno possível de acordo com investimento feito.
Quem trabalha nas áreas de gestão e marketing sabe bem do que estamos falando, já que, com frequência, o ROI é utilizado para medir a eficiência de ações de divulgação e merchandising.
Por fim, o ROA (Return On Assets) se volta ao Retorno sobre Ativos de uma empresa.
Aqui, além do patrimônio líquido, são considerados os patrimônios materiais e simbólicos da empresa, como maquinários, prédios, os colaboradores registrados, além de contratos presentes e futuros.
O ROA mede, então, qual a relação percentual entre o valor de todos os bens da empresa somados e o lucro gerado no período.
O que significa ROE negativo?
Em muitos casos, a conta do ROE dá um número negativo e é preciso saber o que significa e como lidar com esse resultado.
Para que a conta do Retorno sobre Patrimônio Líquido faça sentido dentro da realidade de uma empresa, é fundamental que ela tenha um patrimônio.
Por outro lado, a má gestão pode levar empresas a esgotar o seu patrimônio por completo.
Então, quando falamos em ROE negativo, isso significa que o negócio não apresentou lucro no período, registrando um prejuízo que corroeu seu patrimônio.
Com o tempo, esse prejuízo pode ser a derrocada dos negócios.
Em alguns casos – em especial para empresas em processo de recuperação judicial -, o capital pode se findar depois de algum tempo tendo prejuízo.
Nesses momentos, o capital de terceiros (em geral, bancos) entra em ação e a empresa passa a operar sem patrimônio próprio.
Essa situação está longe do ideal que uma boa gestão prega e coloca em risco a própria existência do empreendimento.
E vale lembrar que as informações do ROE não interessam apenas aos gestores, como também a acionistas e potenciais investidores.
Como melhorar o ROE
São muitas as ações que uma empresa pode fazer com intuito de melhorar os números do ROE.
Dentro do mercado acionista, uma regra implícita dita que as empresas que pagam grandes parcelas de dividendos costumam ter uma gestão mais eficiente e menor oscilação no preço de suas ações.
O Patrimônio Líquido é, sim, muito importante. Porém, quando a reserva de lucros passa do ponto, ele começa a impactar diretamente nos números de ROE.
Assim, muitas vezes, basta escoar parte desse capital em dividendos para garantir um maior percentual de Retorno sobre Patrimônio no próximo período.
Entenda a importância do ROE em uma análise de investimento
Dentro de uma estratégia de investimentos, a análise do ROE tem extrema importância para garantir que você está aplicando o seu capital nos ativos que trarão maior vantagem para suas finanças.
Com razão, a taxa de rentabilidade é um dos primeiros aspectos observados na hora de optar ou não por uma aplicação.
Isso porque, seja qual for a sua escolha, o cálculo do retorno financeiro é feito de maneira proporcional ao valor investido.
O rendimento indicado na hora em que você está aplicando é sempre calculado em cima do valor que você depositou no investimento.
Assim, entendemos que a taxa de rentabilidade nada mais é do que o Return on Equity calculado sobre o valor total investido.
Em outras palavras, o capital investido é o Patrimônio Líquido, enquanto o ROE é a taxa de rentabilidade observada.
Qual o ROE ideal de uma empresa?
A definição de um número ideal para o ROE de uma empresa depende de diversos fatores.
Entre eles, o período analisado, o nível de maturação da empresa, seu histórico e o contexto socioeconômico do país.
Por isso, a avaliação se os números estão bons ou não fica por conta da gestão, que vai considerar todos esses fatores em sua análise.
De qualquer forma, boas avaliações de Retorno sobre Patrimônio Líquido costumam ultrapassar os 15% ao ano.
Pontos de atenção ao analisar o ROE das empresas
Na hora de calcular o ROE, alguns pontos merecem atenção para que você não acabe com uma visão distorcida dos fatos.
Lembre sempre que o montante do patrimônio líquido não considera eventuais dívidas que a empresa possa ter e que devem ser prioridade de pagamento no seu planejamento financeiro.
Outro evento que pode mascarar os resultados acontece quando o empreendimento mantém um patrimônio muito pequeno, o que faz com que os retornos sejam mais expressivos percentualmente.
Essa prática pode ser perigosa, pois a empresa pode acabar tendo uma emergência e deve ser capaz de se sustentar com a reserva de lucro poupada.
Como calcular o ROE [Passo a passo]
Depois de entender o que é o ROE e sua relação com o mundo da administração de empresas e gestão de ativos, é possível que você esteja se perguntando como calcular essa métrica tão importante.
A conta que determina qual é o seu retorno sobre patrimônio é, na verdade, bem simples.
Confira abaixo o nosso passo a passo para aprender como incorporar o cálculo e análise de ROE em sua rotina.
1. Descubra o lucro líquido
O primeiro passo do seu processo deve ser dedicado a encontrar o retorno total obtido pela empresa e/ou investimento.
Reúna os dados de rentabilidade registrados no período – em geral, o último ano fiscal – para descobrir o total obtido.
Lembre que o valor do lucro líquido surge após o pagamento de dividendos para ações preferenciais e antes de pagar dividendos para proprietários de ações ordinárias.
2. Contabilize o patrimônio líquido
Em seguida, o cálculo do ROE pede que o gestor contabilize todo o patrimônio líquido que está investido – isso vale tanto para empresas quanto para investidores.
Aqui, se encontram as reservas de lucro da empresa, assim como seu capital de giro e outras fontes de dinheiro utilizadas para manter o funcionamento dos negócios.
Não se esqueça de que estão apenas as aplicações liquidadas, o que não inclui contratos, maquinários e outras formas de capital aplicado em estrutura.
3. Insira os valores na fórmula
O próximo passo é o momento onde você, finalmente, vai aplicar na fórmula os valores que sistematizou anteriormente.
Então, o cálculo do ROE deve ser assim realizado:
- ROE = Lucro líquido ÷ Patrimônio líquido x 100
Com essa fórmula, nós temos o raciocínio básico que guia a definição do percentual de Retorno sobre Patrimônio Líquido.
A conta que se segue considera o valor investido ou reservado, dividindo pelo valor do patrimônio líquido e multiplicando por 100 para obter o percentual.
4. Conheça e analise seu ROE
Você encontrou o seu valor de ROE.
Mas atenção: de nada adianta ter em mãos o resultado dessa métrica tão importante se não souber interpretar os dados.
A análise do Retorno sobre Patrimônio Líquido nos dá informações importantes sobre como os recursos têm sido utilizados no sentido de gerar valor, indicando se a empresa tem sido eficiente em sua produção.
Para os investimentos, é o percentual que vai dizer se uma aplicação é mais rentável que a outra e indica onde o dinheiro deve ser investido para maximizar os ganhos.
Exemplos de ROE
Como exemplo de ROE em empresas, vamos supor que um resort tenha R$ 2 milhões em patrimônio acumulado – valor que usa para financiar os negócios.
Em um determinado ano, a empresa apresentou um lucro de R$ 340 mil, que ao utilizarmos a fórmula, resulta em um ROE anual de 17%.
Já no universo dos investimentos, podemos destacar as ações do Magazine Luiza (MGLU3) como exemplo.
Nos últimos 12 meses, a empresa apresentou uma valorização de 97,31% no valor de suas ações, conforme você pode observar no gráfico acima.
Assim, quem investiu R$ 100 em abril de 2019, observou um Retorno sobre Patrimônio Líquido equivalente a R$ 197,31 em abril de 2020.
ROE trimestral
No mundo dos investimentos, nunca é demais lembrar que retornos passados não são garantia de ganhos futuros.
Ainda assim, é importante analisar o histórico recente de uma empresa antes de decidir investir nela.
Nesse sentido, a análise de ROE trimestral nos dá uma boa ideia de como os resultados têm se comportado nos últimos meses, o que ajuda na tomada de decisão.
Conclusão
O ROE é uma métrica usada tanto por administradores de empresas quanto por gestores de investimentos.
O método propõe uma fórmula que nos permite calcular a relação percentual entre o patrimônio acumulado e o valor gerado em lucro.
E como o lucro é objetivo geral de empreendedores e investidores, o Retorno sobre Patrimônio Líquido acaba sendo largamente utilizado para definir se os negócios estão rentáveis ou não.
Agora que você já sabe tudo sobre o conceito, está pronto para aplicar a fórmula na prática para gerenciar seus ganhos.
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Obrigado por ler até aqui!