29/04/2022 22:22:32 • Atualizado em 29/04/2022 22:22:35
16 minuto(s) de leitura
O que é investidor qualificado e como se tornar um?
Tornar-se um investidor qualificado abre muitas portas para ganhar ainda mais no mercado financeiro. Aprenda como obter a certificação, as vantagens e os riscos associados.
Segundo a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) um investidor qualificado é aquele que possui mais de R$ 1 milhão investidos e declara a si mesmo por escrito e/ou ter sido aprovado em exames de qualificação técnica ou certificações aprovadas pela CVM e comprovar aprovação dos referidos exames e certificações.
Uma vantagem de ser um investidor qualificado é ter um leque maior de investimentos à disposição.
Porém, antes de mais nada, é fundamental conhecer seu perfil de investidor. Só assim será possível escolher as opções de investimento mais adequadas para você.
Não conhece seu perfil? Basta entrar na área logada ou no aplicativo Rico e verificar o seu perfil, com base no formulário de Suitability que deverá ser preenchido.
Quer saber mais sobre investidor qualificado? É só seguir neste artigo:
- O que é investidor qualificado para a CVM?
- Diferença entre o investidor profissional x qualificado
- Vantagens e desvantagens dos investidores qualificados
- Classificação de investidores e suitability pela Anbima
- Como se tornar investidor qualificado
- Quais são os riscos do investidor qualificado?
O Que São Investidores Qualificados para a CVM?
O conceito de investidor qualificado é utilizado em diversos países como uma forma de regular o mercado e proteger o pequeno investidor.
Isso porque o investidor qualificado possui mais conhecimento e experiência para compreender os riscos de suas aplicações.
Portanto, ele pode gerenciar melhor os altos e baixos dos seus investimentos, sem prejudicar seu patrimônio.
No Brasil, o conceito de investidor qualificado é definido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Diz o artigo 12 da Resolução 30/2021 CVM:
Art. 12. São considerados investidores qualificados:
I – investidores profissionais;
II – pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor qualificado mediante termo próprio, de acordo com o Anexo B;
III – as pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica ou possuam certificações aprovadas pela CVM como requisitos para o registro de agentes autônomos de investimento, administradores de carteira de valores mobiliários, analistas de valores mobiliários e consultores de valores mobiliários, em relação a seus recursos próprios; e
IV – clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas, que sejam investidores qualificados.
O objetivo da CVM é oferecer os investimentos apropriados de acordo com o risco e o patrimônio investido.
Desta forma, este órgão consegue proteger principalmente os pequenos investidores. Caso contrário, muitos deles correriam riscos desnecessários com a possibilidade de acarretar perdas catastróficas.
Portanto, entende-se que o investidor qualificado é aquele que possui aporte e conhecimento dos investimentos onde aplica.
Diferenças entre o Investidor Profissional x Qualificado
Geralmente, as pessoas tendem a pensar que investidor qualificado é a mesma coisa que o profissional.
Na verdade, todo investidor profissional também é um qualificado. Mas, o contrário não é verdadeiro.
Isso porque o investidor profissional necessita ter, ao menos, R$ 10 milhões investidos. Enquanto que o investidor qualificado deve ter a partir de R$ 1 milhão.
A definição de investidor profissional também é descrita nesta mesma Resolução, no artigo anterior ao apresentado acima.
Podem ser considerados como investidores profissionais:
I – instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil;
II – companhias seguradoras e sociedades de capitalização;
III – entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
IV – pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor profissional mediante termo próprio, de acordo com o Anexo A;
V – fundos de investimento;
VI – clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por administrador de carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM;
VII – agentes autônomos de investimento, administradores de carteira de valores mobiliários, analistas de valores mobiliários e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios; e
VIII – investidores não residentes.
Investidor Qualificado: Vantagens e Desvantagens
Ser um investidor qualificado vai além de pertencer a um pequeno grupo do mercado financeiro. Geralmente, esta classificação traz uma série de benefícios.
A primeira delas é a gama de investimentos que se tem à disposição. A CVM permite que o investidor qualificado tenha acesso a ativos restritos ao público em geral.
Alguns deles são Fundos de Investimentos voltados ao exterior, CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), entre outros.
Sem contar que estes investimentos costumam ter taxas de rentabilidade mais atrativas que os ofertados aos investidores comuns.
Em contrapartida, a variedade de investimentos traz riscos associados, em muitos casos, elevados. Isso porque essa categoria é vista como de grande conhecimento prático sobre o mercado financeiro.
Caso o investidor qualificado já entenda sobre os ativos, ficará mais fácil de lidar com esses fatores arriscados.
Outra vantagem é investir em Fundos de Investimentos ou índices com custos menores, por exemplo, taxa de administração mais barata que a oferecida aos demais.
Classificação de investidores e Suitability pela Anbima
A Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) é uma entidade comprometida com o fortalecimento do mercado financeiro, baseada em quatro compromissos: representar, autorregular, informar e educar.
Desse modo, ao cumprir seu objetivo de informar, a Anbima esclarece questões sobre a classificação de investidores e a suitability.
Ou seja, ela define o que é preciso verificar para adequar quais os produtos e serviços serão oferecidos para cada perfil de investidor (suitability).
A Resolução 30/2021 da CVM define as três categorias de investidores:
- profissionais;
- qualificados;
- de varejo.
Já abordamos as duas primeiras categorias nesse artigo. Já a última – investidores de varejo – faz referência aos investidores “comuns”.
Foi para proteger os interesses desses investidores que as regulações quanto à adequação correta dos produtos financeiros foram estabelecidas.
Conforme consta no artigo publicado pela Anbima:
A regra estabelece que os clientes devem ser avaliados e classificados em categorias de perfil de risco previamente estabelecidas.
Nesta avaliação, três elementos devem ser observados: os objetivos de investimento do cliente, sua situação financeira e se o mesmo possui conhecimento necessário para compreender os riscos relacionados ao produto ou serviço.
No entanto, por possuírem o conhecimento necessário para avaliação dos riscos por conta própria, os investidores qualificados estão isentos da aplicação do procedimento de suitability.
Como Se Tornar um Investidor Qualificado
Para o investidor qualificado, o poder de aproveitar as oportunidades de investimento é maior, já que há mais opções para diversificar a carteira além da convencional.
Veja agora as maneiras de entrar para este seleto grupo:
Ter patrimônio investido de R$ 1 milhão
Caso você tenha R$ 1 milhão de patrimônio já investido no Brasil, o processo se torna muito simples. Basta solicitar o Termo de Investidor Qualificado junto à sua corretora de valores ou banco.
Este documento deve ser assinado antes de investir o seu dinheiro em um investimento que se aplica à esta categoria.
A melhor vantagem de preencher o Termo de Investidor Qualificado é que você já aproveita para atestar que possui conhecimentos sobre os demais ativos que são restritos ao público em geral, ou seja, são mais oportunidades para aumentar seu rendimento.
Obter aprovação em um exame de qualificação técnica
Se você não tem R$ 1 milhão investidos, mas quer se tornar um investidor qualificado, fique tranquilo, pois há meios para isso!
Você deve fazer uma prova para atestar os seus conhecimentos técnicos sobre o mercado financeiro. Atualmente, os testes e exames permitidos para comprovar a qualificação são:
- Certificado da Ancord (agentes autônomos)
- Certificado CGA (gestores de recursos de terceiros)
- Certificado CEA (assessores de investimento)
- Certificado CFP (planejadores financeiros)
- Certificados CNPI (analistas de investimentos)
- Certificado CFA;
- Certificado Series 86 (FINRA);
- Certificado ACIIA;
- Certificado PQO (Ancord);
- Certificado CPA10;
- Certificado CPA20;
- Certificado CAIA;
- Certificado FRM;
- Certificado CQF;
- Certificado CFG;
- Certificado CGE;
- Certificado ABECIP (CA 600, CA 400 e CA 300);
- Certificado CTP;
- Certificado FPA.
Tenha em mente que o objetivo destas provas é atestar que você está apto a aplicar em investimentos mais complexos e arriscados. Então, elas não costumam ser indicadas para os iniciantes.
Caso você já tenha experiência no mercado financeiro, os testes comprobatórios podem ser grandes aliados para atingir um novo grau na sua carteira.
Uma dica é investir em um curso antes de fazer qualquer prova. Isso porque elas costumam tratar de aspectos bastante específicos, como legislação de investimentos, formas de hedge e noções de economia.
Sem a devida preparação, você pode obter resultado abaixo do classificatório. Além de pagar pelo teste, que pode ter um preço razoável.
Então, a fórmula certa para se tornar um investidor qualificado, mesmo sem ter R$ 1 milhão investidos é fazer um curso sobre o mercado financeiro e investimentos. Em seguida, optar pelo teste autorizado pela CVM.
Lembre-se de que você apenas será considerado um investidor qualificado se apresentar a comprovação da aprovação no referido teste.
Riscos do Investidor Qualificado
Mesmo com todas as vantagens de ser um investidor qualificado, há riscos envolvidos que devem ser bem conhecidos antes de tomar qualquer decisão.
Sem isso, você pode sofrer perdas ou, até mesmo, desistir de investir o seu capital.
Para o investidor qualificado, os investimentos costumam ter estruturas mais complexas e pouco conhecidas. Assim, é preciso ter mais cautela na hora de montar uma carteira.
Mas o maior risco de todos é em relação ao próprio conhecimento sobre o mercado e os ativos.
Como a CVM deduz que você já entende o suficiente, ao optar por um investimento, não haverá uma série de documentos e avisos sobre os riscos associados.
Neste caso, a compra e venda é simplificada e mais rápida. Logo, se você não tem conhecimento suficiente, a possibilidade de se expor desnecessariamente a um risco elevado pode ser alta.
Já para o investidor comum, os investimentos são melhor expostos e a burocracia é maior.
Portanto, se você quer fazer parte do seleto grupo de investidores qualificados é preciso investir em conhecimento, para depois, ganhar dinheiro de verdade.
Conclusão
Ser um investidor qualificado abre muitas portas no mercado financeiro. Afinal de contas, há uma gama enorme de ativos com condições de aplicação incríveis.
Ao atingir esse ponto, você estará apto para fazer o seu patrimônio crescer ainda mais.
Então, se você cumpre os requisitos exigidos pela CVM, não perca tempo. Solicite o seu termo comprobatório e faça parte deste seleto grupo de investidores.
Mas, antes disso, invista em conhecimento e analise se você está preparado para lidar com ativos financeiros com maior nível de risco e complexidade. Caso não esteja, comece a se preparar.
Na Rico, o investidor qualificado tem acesso aos melhores e mais rentáveis investimentos do mercado.
Se você quer atingir os seus objetivos financeiros aqui é o lugar certo! Para começar, você só precisa abrir a sua conta agora mesmo!