- Chegou o esquenta mais esperado dos últimos 45 dias: o pré decisão de taxa de juros no Brasil.
- No drink internacional: inflação persistente com gelo, acompanhada de juros em elevação e um shot de volatilidade.
- No drink da casa: preços perdendo força com redução de impostos e mundo voltando ao normal, com twist de risco fiscal.
- Sugestão do chefe: manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano.
- Como investir nesse cenário? Vem esquentar, que te contamos!
Como vocês já devem ter lido aqui na Riconnect, a cada 45 dias o Comitê de Política Monetária do Banco Central (o Copom) se reúne para decidir sobre o rumo da nossa taxa básica de juros, a Selic.
Como sabemos da importância dessa taxa nos seus investimentos, a cada 45 dias, o esquenta fica por nossa conta. Assim, você sairá muito bem-informada(o) sobre o que esperar da decisão.
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Para a reunião que se encerra hoje, esperamos que o Copom mantenha a taxa Selic em 13,75% ao ano, e não mude muito seu recado sobre o futuro próximo: seguirá atento aos dados e riscos, sem maiores sinais de cortes na Selic por ora.
Se você quer saber o porquê de tudo isso, é só seguir que te contamos tudo abaixo.
Nem pra lá nem pra cá: inflação neutra desde setembro
Como te contamos tudo por aqui, o Copom se reuniu da última vez no dia 22 de setembro, determinando a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano. Essa foi a primeira manutenção da taxa desde março do ano passado, quando subiu de 2,00% para 2,75% ao ano, na primeira alta após o início da pandemia da Covid-19.
Desde então, podemos afirmar que o cenário de inflação no Brasil seguiu relativamente neutro.
De um lado, a economia segue crescendo. Como te contamos nesse texto, a força da reabertura da economia somada aos estímulos fiscais implementados pelo governo tem impulsionado a demanda por bens e serviços – o que, por sua vez, puxa a melhora do mercado de trabalho, fortalecendo a demanda novamente e sustentando o crescimento.
Essa performance positiva da economia pressiona o preço de bens e serviços, com destaque para o último, que vem sendo o principal motor do crescimento atual. Afinal, quanto maior a demanda por um produto ou serviço, maior o espaço para que o preço dele suba.
Porém, do outro lado, a inflação corrente seguiu perdendo força, com nosso principal indicador de inflação (o IPCA) registrando deflação novamente em setembro. O movimento foi impulsionado pela redução de impostos sobre combustíveis, telecomunicações e energia, além de movimentos globais – como o enfraquecimento do preço de commodities não energéticas (incluindo alimentos) e a normalização da produção e escoamento de bens e insumos industriais ao redor do mundo.
Além disso, nossa moeda também seguiu relativamente estável desde a última reunião do Copom, o que é boa notícia para inflação. Lembre-se que uma moeda mais fraca exige “mais moeda” para comprar bens e serviços importados, pressionando a inflação doméstica.
Efeito dos juros ganham força, e Bancos Centrais gringos ajudam
Ao mesmo tempo, o efeito dos juros altos seguiu ganhando força na economia desde a última reunião dos diretores do Banco Central. Lembrando que a alta da taxa Selic só começa a ser sentida no dia a dia das pessoas e das empresas aos poucos, como por exemplo via crédito mais caro.
E finalmente, mas não menos importante, Bancos Centrais de países desenvolvidos engataram de vez a marcha dos juros. Dinheiro mais caro no mundo também ajuda a controlar a inflação por aqui. Afinal, boa parte do que vemos de preços altos desse lado do oceano reflete movimentos “do lado de lá”.
Assim, esperamos que o Banco Central anuncie que manterá os juros onde estão – em 13,75% ao ano.
O que vem depois?
Optar por manter a taxa de juros no mesmo patamar não significa que não há riscos.
Contamos nesse texto sobre o resultado da inflação de setembro como os preços ainda seguem em ritmo de forte alta no setor de serviços, impulsionados pela normalização da economia pós pandemia, por um mercado de trabalho forte e estímulos fiscais que aumentam a renda das famílias.
Além disso, a economia global continua cheia de incertezas, especialmente sobre o rumo da taxa de juros nos Estados Unidos. Se o Banco Central americano (o FED) decidir que os juros precisam ir muito além dos 4,50% ao ano para controlar a inflação por lá, podemos ver nossa moeda perdendo valor, pressionando os preços. Afinal, juros mais altos nos EUA tendem a atrair investimentos, fortalecendo o dólar contra outras moedas.
E não podemos esquecer do risco fiscal. Apesar do governo rodando no azul nesse ano, as contas públicas continuam o principal risco do cenário econômico brasileiro de longo prazo. Se o próximo governo não criar uma regra fiscal com credibilidade para substituir o teto constitucional de gastos, o Banco Central pode se ver obrigado a manter os juros altos por mais tempo (ou mesmo subir ainda mais).
Em resumo: acreditamos que o Banco Central não fará nenhuma sinalização de quanto começará a cortar os juros. Por aqui, vemos a Selic em 13,75% ao ano até o segundo semestre de 2023 – quanto o Copom terá espaço para começar a reduzi-la gradualmente.
Como investir com juros altos?
Independente de acertarmos “em cheio” o patamar da Selic ou os exatos próximos passos do Copom, a taxa deve seguir alta por um bom tempo. No patamar que chamamos de contracionista, em que a taxa Selic desestimula a economia para conter a alta de preços.
Mas além de crédito mais caro, juros altos também significam oportunidades de investimento. Ou seja, mais uma chance para largar de vez a “boa e velha” poupança.
Os juros altos aumentam a relevância e atratividade da Renda Fixa. Títulos pós fixados, como o Tesouro Selic, continuam oferecendo retorno elevado (de 13,75% ao ano), por seguirem a rentabilidade da taxa Selic.
Já títulos de renda fixa indexados à inflação ajudarão a proteger o patrimônio da ainda presente incerteza da elevação dos preços, assim como fundos de investimento de renda fixa.
Bolsa e Fundos Imobiliários
Mas, se era verdade que a Renda Fixa não tinha morrido no período de juros baixos (sempre sendo importante para investimentos como reserva de emergência), também é verdade que outros investimentos seguem trazendo oportunidades nesse período de juros em elevação e inflação pressionada.
Na bolsa, destacamos a RICO11, a carteira recomendada da Rico. Ela é composta por BDRs (ações de empresas estrangeiras no Brasil) e ações listados na bolsa brasileira, a partir da análise do cenário econômico, reunindo as principais estratégias de ações publicadas pelo time de análise da Rico — todas quantitativas, ou seja, baseadas em dados e modelos estatísticos e com processo de decisão automatizado.
Também indicamos nossa carteira recomendada de Fundos Imobiliários, gratuita para assinantes Riconnect.
Recomendações completas
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Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
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