- O Copom elevou a taxa Selic, nossa taxa básica de juros, para 13,75% ao ano.
- O objetivo da alta dos juros é o controle da inflação, que segue alta e disseminada na economia.
- O que esperar daqui pra frente e o que isso significa para seus investimentos? Confira no conteúdo completo abaixo!
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (o Copom) elevou mais uma vez a nossa taxa básica de juros (a taxa Selic), para 13,75% ao ano. Na última reunião, em junho, a taxa havia sido elevada para 13,25% ao ano.
A taxa Selic está em processo de elevação desde março do ano passado, quando subiu de 2,00% para 2,75% ao ano, primeira alta após o início da pandemia da Covid-19 – período no qual o Banco Central reduziu os juros para estimular a economia, com o objetivo de minimizar os impactos da pandemia sobre a economia do país.
Quer entender mais sobre como os juros impactam a inflação? Te contamos aqui!
O que disse o Copom?
Após cada reunião, o Copom divulga um comunicado detalhando sua decisão e sinalizando a direção que deve tomar dali em diante em relação à política monetária – ou seja, à taxa de juros.
No comunicado de hoje, o comitê destacou que o cenário global segue desafiador, com inflação persistente e juros subindo em países avançados – movimento que aumenta a volatilidade dos mercados globais. Em outras palavras: um mundo com inflação alta, baixo crescimento, e maior aversão ao risco por parte de investidores.
Já olhando para o Brasil, os diretores chamaram atenção para a alta de preços de forma disseminada na economia. Ou seja, uma inflação que vai além do que chamamos de choques de oferta – como a alta do preço de combustíveis e alimentos – e se espalha na economia em áreas como o setor de serviços.
A recuperação do mercado de trabalho também foi destaque, uma vez que temos visto crescimento significativo do emprego no país, o que influencia a alta de preços. Afinal, quanto maior a procura por trabalhadores, maior a pressão por aumento de salários e maior a demanda por bens e serviços.
Por fim, o Copom chamou atenção mais uma vez para os impactos de medidas recém aprovadas no Congresso de aumento de gastos e redução de impostos sobre a decisão de juros.
Se por um lado essas mudanças reduzem a inflação este ano (com preços menores de combustíveis e outros bens), por outro elas aumentam a inflação do ano que vem, além de piorar o risco fiscal – especialmente se elas se tornarem permanentes. Afinal, a queda na arrecadação terá que ser compensada de alguma forma, com mais impostos ou maior endividamento.
Clique aqui pra saber mais sobre a relação entre risco fiscal e inflação.
Diante de tudo isso, o Copom optou por elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, de modo a desaquecer a economia e reduzir a pressão sobre os preços.
O que significam juros mais altos?
Para o mercado, especialmente no cenário de renda fixa, a decisão não deve levar a grandes movimentos. Isso porque a alta da Selic para 13,75% já era amplamente esperada por analistas.
Já para o dia a dia do brasileiro, a alta da Selic tem menor impacto imediato. Isso porque a política monetária opera com defasagem. Ou seja, a redução ou elevação de juros por parte do Banco Central demora um tempo significativo (por volta de 6 a 9 meses) para começar a ser sentida na economia – e, assim, nos preços.
Isso significa que os efeitos da alta de juros atual sobre a inflação também são sentidos aos poucos. Por exemplo, já podemos sentir o encarecimento gradual de diferentes modalidades de crédito, com juros médios de novos empréstimos em alta, consumindo uma proporção maior da renda da população e desestimulando o consumo.

Ao mesmo tempo, como contamos aqui em mais detalhes, diversos outros fatores têm pressionado os preços no Brasil e no mundo no último ano, como a alta dos preços de petróleo e alimentos relacionada aos desequilíbrios causados pelo conflito no leste europeu – o que chamamos de um “choque de oferta”, em economia.
Além disso, o cenário de maiores gastos públicos e incerteza fiscal é um dos principais riscos no controle da inflação pelo Banco Central nos próximos anos.
Deste modo, esperamos que a inflação (medida pelo IPCA, nosso principal indicador de inflação do país) termine 2022 em 7,0% ao ano – uma redução em relação ao patamar atual, mas ainda assim bem acima da meta do Banco Central (de 3,5% no ano).
Dito isso, vale lembrar que inflação caindo significa que os preços passam a subir mais devagar, e não necessariamente que passam a cair. Ou seja, não espere que os preços de bens e serviços caiam, com algumas exceções (como gasolina e gás de cozinha, por conta da redução temporária de impostos).
A taxa Selic vai subir mais?
Olhando para frente, o Banco Central está se aproximando do fim do ciclo de elevações da Selic. Afinal, uma Selic em 13,75% ao ano já tem forte poder de contração na economia.
Mas, como a incerteza segue alta, especialmente no cenário fiscal doméstico (além do já conturbado cenário global de inflação alta), o Copom optou por “deixar as portas abertas” para uma possível alta final da taxa, em sua próxima reunião em setembro.
Dito isso, mantemos nossa projeção de Selic em 13,75% para o fim do ano, ao menos por ora.

Após o fim do ciclo de altas, a Selic deve seguir nesse patamar elevado até meados do ano que vem, quando o Banco Central deve começar a reduzi-la bem gradualmente.
Como investir com a Selic em 13,75%?
Independente de acertarmos “em cheio” o patamar da Selic ou o ritmo de altas definido pelo Copom, o principal a saber disso tudo é que taxa deve seguir alta por um bom tempo. Em um patamar que chamamos de “contracionista” – aquele em que os juros desaquecem a economia para conter a alta de preços.
Mas além de crédito mais caro, juros mais altos também significam oportunidades de investimento. Ou seja, mais uma chance para largar de vez a “boa e velha” poupança.
Os juros altos aumenta a relevância e atratividade da Renda Fixa. Títulos pós fixados, como o Tesouro Selic, passarão a oferecer maiores retornos (de 13,75% ao ano), por seguirem a rentabilidade da taxa Selic.
Já títulos de renda fixa indexados à inflação ajudarão a proteger o patrimônio da incerteza da elevação dos preços, assim como fundos de investimento de renda fixa.
Bolsa e Fundos Imobiliários
Mas, se era verdade que a Renda Fixa não tinha morrido no período de juros baixos (sempre sendo importante para investimentos como reserva de emergência), também é verdade que outros investimentos seguem trazendo oportunidades nesse período de juros em elevação e inflação pressionada.
Na bolsa, destacamos a RICO11, a carteira recomendada da Rico. Ela é composta por BDRs (ações de empresas estrangeiras no Brasil) e ações listados na bolsa brasileira, a partir da análise do cenário econômico, reunindo as principais estratégias de ações publicadas pelo time de análise da Rico — todas quantitativas, ou seja, baseadas em dados e modelos estatísticos e com processo de decisão automatizado.
Ativos reais
Apesar de movimentos recentes desafiadores, a classe de ativos reais se tende a se beneficiar de um cenário como o atual. São ativos que tem um valor intrínseco (ou seja, não podem ser emitidos por Bancos Centrais, por exemplo), e costumam ter baixa correlação com ciclos econômicos, altas de juros e inflação.
Exemplos de ativos reais são commodities minerais e agrícolas, metais preciosos e criptoativos. Uma alternativa simples para acessar esses investimentos é por meio do eTrend Ativos reais.
Recomendações completas
Confira todas as nossas recomendações, de acordo com cada perfil de investir, no Onde Investir deste mês.
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 6928
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