(por Rodolfo Margato, economista da XP inc)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje pela manhã os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) referentes ao primeiro trimestre de 2023.
A economia brasileira surpreendeu registrando um crescimento de 1,9% em relação ao quarto trimestre de 2022, superando consideravelmente as projeções do consenso de mercado (1,2%) e do nosso time de economia (1,4%). Além disso, em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 4%.

Agro é impulso

Um dos principais impulsionadores desse desempenho acima do esperado foi o setor agropecuário. O PIB do setor primário teve um avanço significativo de 22% no primeiro trimestre, sendo que esse aumento se deve principalmente ao crescimento acentuado da produção de soja.

Vale mencionar que a safra de grãos está projetada para atingir uma alta histórica este ano. Estimamos que, se não fosse pelo desempenho positivo da agropecuária, o PIB total teria crescido em torno de 1% entre janeiro e março.

Qual foi o desempenho de cada setor?

Serviços e Indústria

Quanto aos demais setores, o PIB de serviços continua em ascensão pelo 11º trimestre consecutivo, embora tenha apresentado uma desaceleração recente. Cinco dos sete componentes do setor terciário (Bens e serviços) apresentaram crescimento trimestral.

Destaque para o setor de transporte e armazenagem, que reflete a alta demanda por serviços logísticos, novamente impulsionados pela atividade agropecuária em expansão.

A atividade de intermediação financeira também se destacou, registrando o terceiro trimestre consecutivo de crescimento. Por outro lado, o subsetor de outros serviços, que inclui serviços prestados às famílias, como alimentação fora do domicílio e hospedagem, ficou aquém das expectativas, refletindo o gradual enfraquecimento do impulso pós-pandemia.

Além disso, os serviços de informação e comunicação apresentaram uma queda relevante no primeiro trimestre, mas é importante mencionar o crescimento acumulado de quase 8,5% nos três trimestres anteriores. A tabela abaixo apresenta os resultados de todos os componentes do PIB.

Em relação à indústria, o PIB registrou um recuo modesto pelo segundo trimestre consecutivo, com sinais mistos entre seus componentes.

Por um lado, a indústria extrativa continua em trajetória de recuperação sólida, com quatro trimestres consecutivos de crescimento. Por outro lado, a indústria de transformação contraiu pelo terceiro trimestre seguido, especialmente devido ao fraco desempenho das categorias de bens de capital.

Além disso, o setor da construção civil vem enfraquecendo após um longo período de expansão.

Doméstico e Externo

Pelo lado da demanda, a demanda interna diminuiu no primeiro trimestre (-0,5% em relação ao quarto trimestre). O consumo das famílias aumentou em um ritmo mais lento do que o previsto, o que indica que os gastos pessoais com bens e serviços devem continuar desacelerando.

Os investimentos (formação bruta de capital fixo) sofreram uma contração pelo segundo trimestre consecutivo, devido a condições monetárias mais restritas (juros altos) e ao aumento do endividamento das empresas, que estão impactando a demanda por bens de investimento.

O consumo do governo aumentou de forma moderada durante o período. Enquanto isso, o setor externo contribuiu significativamente – em termos líquidos – para o crescimento total do PIB no primeiro trimestre (1,3%), já que a queda das importações compensou amplamente a modesta queda das exportações. Por fim, os dados do PIB mostraram um aumento nos estoques no início do ano (aumento de 1,2%).

Resumindo, setores menos sensíveis ao ciclo econômico, como a agropecuária e a indústria extrativa, foram os principais impulsionadores do PIB no primeiro trimestre. Com isso, as projeções de crescimento econômico em 2023 devem ser revisadas para cima. Nossa projeção atual, que é de 1,4%, será ajustada ao longo deste mês (e divulgaremos essa informação aqui!).

O que esperar daqui pra frente?

Com isso, prevemos uma desaceleração na atividade econômica doméstica nos próximos períodos, principalmente devido às condições de crédito mais restritas e à diminuição do ímpeto pós-pandemia.

No entanto, essa desaceleração ocorrerá em um ritmo mais suave do que inicialmente previsto.

Além de destacar a força do setor agropecuário, é importante ressaltar a resiliência do mercado de trabalho (dados de geração de vagas com carteira assinada). Nos últimos meses, houve uma surpreendente geração de empregos formais, o que é positivo para a economia.

Além disso, observamos um aumento significativo nas exportações. A demanda externa por produtos brasileiros continua sólida, mesmo com a queda nos preços internacionais das commodities.

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Elaborado por:

Bruna Sene, CNPI-T 6928

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