De acordo com dados divulgados pelo IBGE (nosso principal instituto de pesquisa nacional), o PIB brasileiro cresceu 2,9% no ano de 2022. 

Isso significa que a soma de tudo o que produzimos de bens e serviços na economia brasileira variou de maneira positiva em aproximadamente 3,0% no período entre janeiro e dezembro de 2022, em comparação com o produzido ao longo do ano de 2021.

Quer saber mais sobre o que é PIB e como ele impacta seus investimentos? Te contamos aqui!

Já se olharmos para o quarto trimestre de 2022, o resultado do PIB mostrou uma contração de 0,2% em relação ao trimestre anterior. Ou seja, a economia encolheu nos últimos três meses do ano passado.

Lembrando que o ano de 2020 marcou o auge da pandemia da covid-19 no Brasil e no mundo, o que levou a nossa economia a encolher 3,3%. Com o resultado de 2022, o PIB atinge o patamar de 4,7% acima do nível registrado no pré-pandemia.

Assim, podemos afirmar que a economia brasileira já se recuperou dos impactos diretos da pandemia, apesar de ainda sentirmos uma série de efeitos indiretos e diferentes em cada setor da economia e da sociedade.

Por que o PIB subiu em 2022?

O resultado de 2022 veio praticamente em linha expectativa da maior parte dos analistas de mercado, e reflete uma performance mista entre os principais setores da nossa economia: indústria com alta de 1,6%, agropecuária com queda de 1,7% e serviços, que subiu 4,2% no período – reforçando o papel do setor como principal motor da economia no último ano.

Esse protagonismo do setor de serviços ao longo de 2022 é fruto de uma série de movimentos, incluindo: i) o fim das medidas de restrição de mobilidade; ii) benefícios fiscais implementados na segunda metade do ano que fortaleceram a renda das famílias (como o Auxílio Brasil em maior valor e redução de impostos de combustíveis, energia e outros); e iii) a melhora do mercado de trabalho.

Lembrando que, aproximadamente, 70% da nossa economia é composta por serviços, que vão desde transporte até manicures, restaurantes e grandes eventos – sendo o setor que mais emprega no país. Assim, quando o setor cresce, ele puxa boa parte da economia junto.

Enquanto isso, do lado da demanda – ou seja, aqueles que puxam o PIB demandando por todos esses bens e serviços produzidos – o consumo das famílias foi o principal destaque de 2022. O fim das medidas de restrição contra a covid-19, a forte recuperação do mercado de trabalho ao longo do ano e os benefícios fiscais ajudaram a alimentar a aquisição de bens e serviços por parte das famílias.

Outro destaque foram as exportações, que cresceram 5,5% no ano, refletindo especialmente o alto preço de commodities – nosso principal produto de exportação para o restante do mundo. Já as importações subiram 0,8% em 2022.

Por outro lado, o resultado do último trimestre do ano deixou clara a reversão dessa tendência de forte crescimento. Com queda de 0,2% entre outubro e dezembro, o PIB passou a indicar que a economia perde fôlego desde o fim do ano passado.  

A desaceleração no trimestre refletiu a queda de 0,3% da indústria (com único setor que mostrou crescimento sendo o extrativo mineral), e o fraco crescimento dos setores de serviços e agropecuária – que tiveram alta de 0,2% e 0,3%, respectivamente.

Trazendo para o dia a dia do brasileiro, o resultado do PIB reflete mais o passado do que o presente, uma vez que traz números referentes ao trimestre anterior ao que estamos vivendo. Mesmo assim, o indicador não deixa de ser um bom termômetro para que se entenda melhor o estado da nossa economia, ajudando também no planejamento social e financeiro olhando para frente.

O que esperar do PIB em 2023?

Como já ilustrado na queda do PIB no último trimestre de 2022, a economia brasileira já mostra sinais de desaceleração.

De fato, o Brasil deve crescer bem menos em 2023 do que o observado no ano passado, especialmente diante do fim do impulso da retomada pós pandemia e dos impactos dos juros altos por período prolongado (vemos a taxa Selic em 13,75% até o fim desse ano).

Lembrando que juros altos desestimulam o investimento produtivo, encarecem o crédito e impactam o endividamento das famílias e empresas, desaquecendo o consumo e a economia como um todo.

A desaceleração esperada para a economia global e o elevado nível de incerteza política também devem contribuir para o menor crescimento econômico em 2023.

Falamos mais sobre essa relação entre juros e inflação nesse podcast e nesse texto.

Dito isso, alguns fatores devem segurar o crescimento da economia brasileira no ano. Esses incluem a retomada da economia chinesa – que tende a impulsionar o preço de commodities, e com eles, toda a cadeia produtiva relacionada ao setor no Brasil –, as boas perspectivas de safra agrícola para o ano, além do aumento da renda disponível das famílias, fruto de renovados benefícios fiscais parte do programa Bolsa Família.

Assim, vemos o PIB crescendo 1,0% em 2023.

Como investir de acordo com o PIB?

Para o investidor pessoa física, o resultado do PIB não deve ser visto como motivo para grandes mudanças na estratégia de investimentos.

Não porque os movimentos da economia medidos pelo PIB não afetem ações de empresas listadas na bolsa ou no mercado de renda fixa e outros ativos financeiros, como o dólar e fundos imobiliários. Pelo contrário! Os rumos da economia no Brasil e no mundo são o cenário e a verdadeira base sobre a qual se sustenta o mercado financeiro e nossos investimentos.

Porém, como falamos, a divulgação do resultado do PIB é muito mais um olhar no retrovisor econômico. Ou seja, na ausência de grandes surpresas no resultado, o número costuma refletir dados que já foram analisados nos últimos meses e confirmar expectativas sobre o estado da economia – levando, no máximo, a ajustes pontuais de projeções.

Assim, as principais recomendações para esse momento seguem: manter um caixa fortalecido para eventuais emergências e oportunidades diante do cenário econômico ainda incerto no Brasil e no mundo; atentar-se aos objetivos e horizontes de investimento (quando você acredita que precisará do seu dinheiro investido?); e nunca esquecer da diversificação dos investimentos entre ativos e geografias – o bom e velho “não colocar todos os ovos na mesma cesta”.

Investimentos como títulos de renda fixa pós fixados e indexados à inflação e ações de empresas boas pagadoras de dividendos e em setores de valor como o mineral e agroexportador são boas pedidas no atual cenário. Ao mesmo tempo, destacamos a importância de investimentos internacionais, que podem ser feitos por meio de fundos de investimento – mas sempre respeitando seus objetivos e perfil de investidor.

Confira como você pode equilibrar sua carteira nesse cenário e nossas recomendações de investimento para cada perfil de investidor em nosso “Onde Investir”. E abaixo, nossa seleção de produtos recomendados para cada perfil.

Classe Opção de investimento Opção de investimento2 Mínimo da opção mais acessível
Renda fixa pós-fixada Tesouro Selic 2029 CDB C6 CDI+1,90% fev/25 R$ 100,00
Inflação Tesouro IPCA+/NTN-B Maio/2025 IPCA+5,36% XP Debentures incentivadas R$ 31,27
Renda Fixa Prefixada Tesouro Prefixado/LTN Jan/25 12,7% CDB C6 Fev/25 14,45% R$ 31,56
Renda Fixa Global Trend High Yield Americano FIM Trend Crédito Global FIM R$ 100,00
Multimercado Selection Multimercado FIC FIM XP Macro FIM R$ 100,00
Renda variável Brasil Carteira Rico11 Selection Ações FIC Ações R$100,00
Renda variável internacional Carteira de ETFs Rico Wellington US BDR Advisory Dólar  Nível R$ 500,00
Renda variável internacional hedgeada M Global BDR Advisory FIC FIA BDR Nível I Wellington US BDR Advisory  BDR Nível I R$ 100,00
Alternativos Trend Commodities FIM RBR Reits US Em Reais FIC FIA BDR R$ 100,00

Elaborado por:

Bruna Sene, CNPI-T 1847

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