Você compra guarda-chuva em dia de sol ou deixa para o momento de desespero? Quando vai à praia, passa filtro solar antes ou depois de sentir o ombro ardido? Investir bem é como se precaver de mudanças bruscas no tempo, sempre de olho na previsão antes de sair de casa ou fazer planos ao ar livre.
Nesse conteúdo, trazemos a meteorologia para as principais classes de investimento disponíveis no mercado e a nossa dose recomendada para todas elas para o próximo mês. Assim, evitamos que uma frente fria pegue a sua carteira desprevenida ou que você não planeje um dia de praia para aproveitar a próxima massa de ar quente.
Para começar, a tabela abaixo inclui nossa sugestão atualizada de alocação para cada classe de ativos, como proporção do total de uma carteira, de acordo com cada perfil de investidor. Ou seja, nossa sugestão de como cada tipo de investidor deve diversificar seus investimentos – lembrando que a diversificação é a melhor amiga dos bons retornos no longo prazo.
Por isso, conhecer seu perfil de investidor, seus objetivos e seu horizonte de investimento é essencial na hora de escolher onde alocar seu dinheiro (ou seja, investir).
Para quem preferir, os Fundos DNA fazem essa alocação para você de maneira automática.
O clima para as principais classes de ativo
Renda Fixa, Tesouro e seus amigos
Sol a pino
Para os investimentos em renda fixa, o clima segue tropical, com o cenário que ainda é de alta da taxa Selic. Isso porque juros mais altos levam os títulos de renda fixa a apresentarem melhores retornos ao investidor.
Os títulos atrelados ao IPCA (os famosos IPCA +) ajudam a proteger o seu patrimônio da maior “frente fria” do momento, por acompanharem a alta de preços medida por esse indicador. Já os títulos atrelados ao CDI ou à Selic se beneficiam da alta da taxa básica de juros, elevando a rentabilidade da sua reserva de emergência e do seu “caixa” – aquele dinheiro que você deixa rendendo em liquidez para aproveitar oportunidades de investimento.
Mas lembre-se de coordenar o prazo do seu investimento com o vencimento do título, se for optar por títulos prefixados ou atrelados à inflação, uma vez que o preço desses títulos irá variar conforme movimentos de mercado. Explicamos essa dinâmica nesse vídeo.
Bolsa Brasileira
Parcialmente nublado
O clima parcialmente nublado para as ações brasileiras se deve a nuvens recém-chegadas, tanto do cenário doméstico quanto internacional.
Lá fora, preocupações de que a economia global desacelere e até enfrente uma recessão, impulsionada por juros subindo e inflação ainda em patamares recordes, puxaram para baixo o preço de commodities. Afinal, um mundo que cresce menos, produz menos, e consome menos insumos básicos – as tão famosas commodities, ligadas a 1/3 das empresas da bolsa brasileira.
A cautela aumento a aversão ao risco de investidores, e os juros básicos subindo nos EUA deram mais um empurrão ao dólar, que se fortaleceu no mundo todo (o euro atingiu a paridade com o dólar!), prejudicando ativos de países emergentes como o Brasil.
Enquanto isso, te contamos nesse vídeo como o risco fiscal voltou a dominar o palco doméstico, com a aprovação de maiores gastos sociais e redução de impostos contribuindo para um clima de crescente incerteza diante da proximidade das eleições.
Dito isso, destacamos que a bolsa brasileira continua atrativa, como refletido na alta de +4,7% que vimos no Ibovespa (nosso principal índice acionário) em julho. Nossas ações seguem relativamente baratas, especialmente quando comparadas às ações de empresas de outros países emergentes ou mesmo ao nosso histórico.
Porém, como as preocupações de curto prazo podem fechar o tempo para investimentos de maior volatilidade, recomendamos posições mais defensivas e menos dependentes de ciclos de crescimento econômico, como em setores como o bancário, elétrico, de saneamento e consumo essencial.
Commodities também continuam interessantes no médio a longo prazos, pela falta de oferta de materiais básicos. Apesar de riscos de curto prazo para ações desse setor por conta de temores de recessão, as empresas estão pagando altos dividendos – especialmente do setor de energias.
Bolsa Estrangeira
Nuvens abrindo
Lá fora, juros subindo e temores de uma recessão econômica trouxeram uma frente fria para as bolsas estrangeiras.
Por outro lado, a consequente queda no preço das ações desde o início do ano trouxe a principal bolsa americana de volta ao patamar histórico de acordo com o famoso “P/L (Preço/Lucro)” – medida que identifica o preço das ações em relação ao seu lucro esperado. Em outras palavras, a bolsa americana ficou mais barata.
Assim, o momento atual pode representar um excelente ponto de entrada para o investidor de longo prazo, que ainda não possui exposição ao mercado internacional – muito melhor do que, por exemplo, há 6 meses ou um ano atrás.
Porém esse movimento deve ser feito com cautela, já que a incerteza atual deve seguir presente, trazendo possíveis novas ondas de revisões de preços de ativos, principalmente se riscos de recessão aumentarem mais. Ou seja, as ações internacionais podem cair ainda mais.
Felizmente, até agora, as empresas têm reportado resultados melhores do que o esperado, indicando que estão conseguindo navegar o cenário de desaceleração econômica e juros subindo.
Lembrando que mantemos nossa recomendação de parte do patrimônio em investimentos internacionais para quase todos os perfis de investidor. Se realizados em moeda estrangeira (dólar ou euro), podem ajudar a proteger sua carteira em momentos de grandes incertezas globais; dão acesso a investimentos em setores que muitas vezes não existem por aqui; além de proteger seus investimentos contra eventos puramente domésticos, como eleições.
Renda Fixa Internacional
Sol entre nuvens
O processo em curso de alta de juros no mundo (de novo ele!) vem aumentando a atratividade da renda fixa internacional. A previsão de “Sol entre nuvens” também é favorecida pelo aumento da incerteza acerca da economia global, com títulos de renda fixa oferecendo prêmios mais altos. Afinal, quanto maior o risco, maior o retorno exigido.
Porém, com a maioria das empresas hoje muito mais saudáveis para enfrentar uma possível crise, níveis de inadimplência longe de patamares preocupantes, e regulações mais rígidas, o cenário traz oportunidades.
Assim, acreditamos ser um bom momento para começar a adicionar esse tipo investimento em sua carteira (com cautela, dado o cenário ainda turbulento) – lembrando sempre de respeitar o percentual indicado para seu perfil de investidor, e horizonte de investimento mais longos.
Vale lembrar que a renda fixa internacional dá ao investidor muito mais opções de ativos em relação ao mercado brasileiro (como títulos de dívida de empresas em diferentes setores e níveis de risco), além de possuir maior liquidez e estratégias que podem ser exploradas por grandes gestores de fundos de investimento.
“Leva o casaco”: sugestões de ativos em cada classe
Agora que você já sabe nossa alocação recomendada (o peso de cada classe de ativos ideal para cada perfil investidor nesse momento) e nossa previsão do tempo, separamos algumas sugestões de ativos recomendados em cada uma dessas categorias.
Vale lembrar que as recomendações sinalizadas na tabela abaixo não são as únicas possíveis, mas sim alternativas viáveis selecionadas pelos nossos especialistas para você.
Classe | Opção de investimento | Aplicação mínima |
---|---|---|
Renda fixa pós-fixada | Trend Di Simples FIRF | R$100,00 |
Inflação | Tesouro IPCA 2026 | R$31,27 |
Renda Fixa Prefixada | Tesouro Prefixado 2025 | R$31,56 |
Renda Fixa Global | Trend High Yield Americano FIM | R$100,00 |
Multimercado | Selection Multimercado FIC FIM | R$100,00 |
Renda variável Brasil | Cesta de ações “No Stress” Rico | |
Renda variável Internacional | Trend Bolsa Americana Dólar FIM | R$100,00 |
Renda variável internacional hedgeada | Trend Bolsa Americana FIM | R$100,00 |
Alternativos | Trend Commodities FIM | R$100,00 |
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
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