- Inflação atinge passa de 9,6% em agosto, ficando acima do esperado por analistas.
- A alta é puxada em parte por movimentos exógenos (como clima) e internacionais (como commodities na lua). Mas o “made in home” também impulsiona preços, como a incerteza política que eleva o dólar.
- As pressões devem continuar pra esse ano, reduzindo gradualmente no ano que vem, que contará também com uma taxa Selic mais alta.
- Mas temos como proteger nossos investimentos dos preços altos! Te contamos tudo por aqui.
A inflação atingiu 9,68% no acumulado em doze meses até agosto, após alta de 0,87% no mês. O resultado do IPCA (principal índice de inflação ao consumidor do país) veio acima do esperado por analistas de mercado, atingindo a maior alta desde fevereiro de 2016.
A alta foi puxada puxado especialmente por combustíveis (especialmente gasolina), mas também pela volta mais forte do que o esperado da inflação de serviços, como alimentação fora de casa, e de produtos industriais, como roupas e veículos.
A surpresa de agosto eleva ainda mais as preocupações sobre a trajetória dos preços no ano, influenciadas tanto por fatores exógenos e internacionais, quanto “made in Brazil”.
Do lado dos movimentos exógenos (ou seja, não relacionados ao mercado ou economia), a falta de chuvas e o frio excessivo em regiões do país afeta plantações, elevando preço de alimentos, e os reservatórios – afetando o preço da energia. Já entre os fatores que marcam a retomada da economia global, temos a crise de oferta e aumento de preços de insumos industriais, que pesam sobre a produção de bens como veículos e móveis, não somente no Brasil como no mundo todo. Além disso, temos o preço de commodities ainda em elevado patamar, como o petróleo (cujo preço do barril segue acima de US$ 70 no mercado internacional).
Do lado doméstico, a retomada da atividade econômica passa a ser acompanhada pelo receio dos preços altos, fazendo com que serviços (não necessariamente relacionados aos movimentos destacados acima) comecem também a pressionar a inflação corrente. Sabe aquele prestador de serviços que não teve nenhum insumo que utiliza afetado pela alta de preços, mas vê a clientela voltando e o feijão subindo? Pois é. Esse movimento é o tal do contágio dos preços altos na economia.
Adicionando ao caldo de tudo isso, o dólar alto entra como o “toque final” , empurrado pelo clima de crescente incerteza política, e pressionando muitos dos preços na economia – de alimentos a insumos industriais e produtos finais (importados). Em outras palavras, o real desvalorizado acaba fortalecendo ainda mais movimentos ligados a retomada econômica, a desequilíbrios ainda vigentes por conta da pandemia, e a movimentos globais como a alta de commodities. Chegou caro por aqui? Fica mais caro ainda.
E para frente, o que o investidor precisa ficar de olho?
Essas pressões devem seguir presentes nos próximos meses, especialmente no curto prazo. Por isso, elevamos a nossa projeção para a inflação no final do ano para 8,4%.
Por outro lado, boa parte das forças que estão com a bola toda agora deve perder força ao longo do ano que vem (commodities caindo no mercado internacional, questões climáticas normalizando por aqui), reduzindo a pressão sobre bens e serviços, como alimentos e energia. Ao mesmo tempo, o Banco Central segue bastante atento a tudo isso, e já deixou claro que elevará a taxa Selic nos próximos meses, com o objetivo de trazer a inflação de volta para a meta. Assim, vemos a inflação gradualmente perdendo força no ano que vem, terminando o ano em 3,7%.
Dito isso, a inflação alta seguirá no radar como fonte de preocupação para a economia, e investimentos que protejam a carteira do investidor da alta dos preços se tornam ainda mais importantes. Títulos de renda fixa atrelados à índices de inflação, como NTN-Bs, ativos reais, como as próprias commodities, e Fundos Imobiliários (atrelados a aluguéis com correção inflacionária) são boas opções nesse momento. Falamos disso tudo, e do que evitar por ora, aqui na Riconnect!
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
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