- A inflação americana atingiu 8,3% em agosto.
- O resultado veio pior do que o esperado, e indica que a alta de preços segue forte e o principal desafio da maior economia do mundo.
- Entenda o cenário e os impactos no Brasil no texto na íntegra.
A inflação ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) registrou alta de 0,1% em agosto.
O resultado veio acima das expectativas de analistas, levando o acumulado em doze meses para 8,3%. O movimento reflete uma queda em relação ao mês anterior – em 8,5% – mas segue muito acima da meta do Banco Central americano (2,0%), sinalizando que o controle de preços permanece como principal desafio da maior economia do mundo.
O número pior do que o esperado no mês foi puxado principalmente pela alta de serviços, como aluguel e transporte, que seguem bastante pressionados e indicam uma economia ainda aquecida. Preços de gás natural também chamam atenção, apesar da queda geral de energia, puxada pela forte desaceleração de gasolina e outros combustíveis.
Como podemos ver no gráfico abaixo, a alta de preços de gás não é exclusiva aos Estados Unidos, refletindo a guerra ainda vigente entre Rússia a Ucrânia – que reduz a oferta da commodity no mundo.
Por outro lado, o setor automotivo registrou forte desaceleração, levando o acumulado em doze meses a cair para 7,8% em agosto, de 10,4% em julho.
Inflação importada, importa
Para o dia a dia do brasileiro, a notícia pode parecer distante, mas é importante.
Primeiro, porque apesar da alta maior do que o esperado, a inflação começa a dar sinais de desaceleração – especialmente no que sentimos também por aqui. Como o resultado mensal indica, apesar da alta em serviços e desequilíbrios ainda presentes no setor de energia global, a queda no preço de certas commodities (como alimentos e combustíveis) e de produtos industriais – diante da melhora das cadeias de produção globais – tem ajudado a reduzir o ritmo da inflação no EUA. E de maneira similar, no resto do mundo.
Segundo, porque também “importamos” parte da inflação de bens e serviços americanos. Os Estados Unidos são nosso segundo principal parceiro comercial, de quem importamos diversos produtos e serviços, como máquinas e equipamentos e serviços de tecnologia e comunicação. Assim, quanto maior a inflação por lá, maior a inflação dos produtos que importamos por aqui – impactando nossa inflação.
Juros subindo nos Estados Unidos
Finalmente, mas não menos importante, o cenário de alta de preços nos Estados Unidos impacta diretamente na política monetária do país. Ou seja, no rumo dos juros americanos, que afeta muito além da maior economia do mundo.
Nos últimos meses, a elevação dos juros americanos tem sido um dos principais propulsores de mercados ao redor do mundo, trazendo forte volatilidade. Afinal, a inflação alta requer juros altos para ser controlada. E juros subindo rápida e fortemente podem desacelerar a economia a tal ponto que a consequência se torna uma recessão. No bom português: o freio se torna forte demais e acaba prejudicando a economia.
Além disso, juros em alta nos Estados Unidos significam menor liquidez para mercados – ou seja, menos dinheiro em busca de retornos no mundo, além de reduzirem a atratividade relativa de ativos em países mais arriscados, como o Brasil. Em bom português: com juros maiores lá, investidores pensam um pouco mais sobre investir aqui, onde o risco é maior.
Deste modo, o rumo dos juros nos Estados Unidos também impacta os nossos juros por aqui, especialmente aqueles determinados pela relação entre percepção de risco e demanda no mercado – os juros de longo prazo, que tanto impactam a vida de empresas e famílias no país.
Confira aqui mais sobre o cenário de juros em alta nos Estados Unidos e os impactos nos seus investimentos nesse texto.
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
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