Por muito tempo, muitas mulheres delegaram suas decisões financeiras aos pais, maridos ou parceiros, seja por influência cultural ou pela falta de estímulo à educação financeira feminina. No entanto, esse cenário está mudando, e essa transformação merece ser celebrada e incentivada.  

A independência financeira é um dos pilares para que as mulheres tomem decisões livres e seguras sobre suas próprias vidas. Quando assumem o controle de suas finanças, conquistam confiança para planejar e realizar sonhos no futuro. Ainda assim, para muitas, o mercado financeiro parece um universo distante, marcado pela limitada representatividade feminina, por uma linguagem técnica pouco acessível e pela crença de que investir exige valores expressivos ou conhecimentos financeiros avançados. 

Diante desse cenário desafiador, é possível mudar essa realidade. Leia a análise a seguir para entender os obstáculos enfrentados e como superar essas dificuldades para conquistar mais autonomia financeira no mundo feminino.  

Os desafios femininos no mercado financeiro

Um dos principais desafios que as mulheres enfrentam ao começar a investir é encontrar um tempo para se dedicar às finanças. Com múltiplas responsabilidades no trabalho, na gestão do lar e no cuidado com a família, muitas mulheres acabam postergando os investimentos, por acreditarem que não têm tempo suficiente para se dedicar a eles. 

Além disso, a ideia de que é necessário ter grandes quantias para começar ainda impede muitas mulheres de dar o primeiro passo. No entanto, investir não deve ser tratado como algo opcional, mas sim como um compromisso dentro do planejamento de cada mulher.  

Pequenos aportes feitos de maneira consistente podem gerar resultados expressivos no longo prazo. O mais importante é criar o hábito e manter uma rotina de investimentos, independentemente do valor inicial. Para isso, é essencial traçar metas financeiras, e para ajudar nesse processo, neste link há um passo a passo prático e eficiente. 

Com pequenos ajustes na organização financeira e uma mudança de mentalidade, é possível reservar uma quantia mensal para investir e, assim, construir um futuro mais próspero e seguro.   

Por que as mulheres investem de forma diferente? 

A forma como as mulheres investem é influenciada por uma combinação de fatores sociais, históricos e biológicos. Durante séculos, a administração do dinheiro esteve majoritariamente nas mãos dos homens, enquanto as mulheres eram ensinadas a depender financeiramente de seus pais ou parceiros. Essa dependência era reforçada por leis que limitavam sua autonomia financeira.  

Até meados do século XX, por exemplo, mulheres casadas não podiam abrir contas bancárias ou registrar um negócio sem autorização do marido. Apenas em 1962 conquistaram o direito de obter CPF e administrar seu próprio dinheiro de forma independente. Esse contexto histórico ainda reflete na relação de muitas mulheres com as finanças, tornando o investimento um território que, para algumas, parece distante e intimidador. 

Além disso, culturalmente, as mulheres eram responsáveis pelo cuidado do lar e da família, enquanto os homens exerciam atividades remuneradas fora de casa. Com a Constituição de 1934, as mulheres começaram a conquistar direitos trabalhistas e ingressar no mercado de trabalho, mas isso não significou um alívio em suas responsabilidades domésticas. A jornada dupla – trabalho remunerado somado aos afazeres do lar e ao cuidado com os filhos – ainda é uma realidade.  

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad) 2022, do IBGE, as mulheres dedicam, em média, 21,3 horas semanais a essas atividades, quase o dobro do tempo dos homens, que gastam 11,7 horas. Essa sobrecarga reduz o tempo disponível para estudar sobre finanças, planejar investimentos e se aprofundar em estratégias de crescimento patrimonial. 

Outro fator determinante é a desigualdade salarial. Dados recentes mostram que, em empresas com 100 ou mais funcionários, as mulheres ainda recebem, em média, cerca de 20% a menos do que os homens. Essa diferença impacta diretamente sua capacidade de poupança e investimento, tornando mais desafiador o processo de construção de patrimônio no longo prazo. Diante desse cenário, torna-se ainda mais essencial um planejamento financeiro estratégico, que leve em conta pequenos aportes constantes, a diversificação de investimentos e o poder dos juros compostos para potencializar o crescimento do capital ao longo do tempo. 

Além da falta de tempo e da limitação de renda, muitas mulheres ainda não se sentem seguras para tomar decisões financeiras mais complexas. Essa cautela se manifesta tanto na escolha de ativos mais conservadores quanto na hesitação em diversificar investimentos. Como consequência, a insegurança financeira pode levar a um menor acúmulo de patrimônio ao longo dos anos, tornando a educação financeira essencial para mudar esse cenário e garantir maior autonomia econômica. 

Para entender o impacto de adiar investimentos, é fundamental observar o poder dos juros compostos ao longo dos anos. Imagine que, há 25 anos, uma pessoa tivesse feito um único aporte de R$ 1.000,00 em um ativo de renda fixa atrelado à Taxa Selic, considerando uma rentabilidade média de 12,21% ao ano, esse dinheiro teria crescido de forma exponencial, alcançando R$ 17.815,13. Isso acontece porque, no longo prazo, os rendimentos acumulados passam a gerar novos rendimentos, potencializando o crescimento do patrimônio. 

Como o gráfico ilustra, o tempo é um grande aliado dos investimentos. Nos primeiros cinco anos, o crescimento ocorre de forma mais gradual, mas a diferença entre 15 e 25 anos se torna ainda mais expressiva. Isso acontece porque os juros compostos aceleram a multiplicação do capital ao longo do tempo. Portanto, quanto antes se começa a investir, maior o potencial de crescimento e menor o esforço necessário para acumular patrimônio no futuro. 

No entanto, antes de escolher um ativo, é importante que ele esteja alinhado ao perfil do investidor. Estudos indicam que a testosterona, predominante nos homens, está associada a uma postura mais ousada e impulsiva nos investimentos. Já as mulheres, devido a variações hormonais ao longo da vida, tendem a ser mais cautelosas e priorizar a segurança financeira. Essa abordagem pode ser uma vantagem, especialmente em períodos de instabilidade do mercado, pois reduz decisões impulsivas e protege o patrimônio no longo prazo. 

Por outro lado, o crescimento do interesse feminino por investimentos é um movimento claro e positivo. Cada vez mais jovens estão atentas ao universo financeiro, compreendendo a importância de fazer o dinheiro trabalhar a seu favor. Esse despertar tem se intensificado nos últimos anos, impulsionado pelo acesso à informação e pelo desejo de maior liberdade financeira. 

Segundo um estudo da Serasa, 9 em cada 10 mulheres buscam constantemente educação financeira, utilizando a internet e influenciadores digitais como fontes de conhecimento. Entre elas, 48% recorrem a buscadores online para encontrar informações, enquanto 40% preferem seguir influenciadores e perfis especializados em finanças nas redes sociais. Esse acesso à informação tem sido fundamental para ampliar o conhecimento financeiro e incentivar a participação feminina no mercado de investimentos. Com mais aprendizado e suporte, é possível transformar esse cenário, permitindo que cada vez mais mulheres assumam o protagonismo financeiro e conquistem sua autonomia. 

Mulheres no comando das finanças

Apesar dos desafios, há caminhos viáveis e encorajadores para quem deseja começar a investir, mesmo com pouco dinheiro, tempo ou conhecimento. O primeiro passo é um bom planejamento financeiro, com a definição de metas claras e realistas. A partir disso, é possível explorar alternativas acessíveis, como o Tesouro Direto e fundos de investimento com aplicação inicial baixa. Além disso, adotar estratégias como a diversificação e a visão de longo prazo é essencial para construir patrimônio de maneira consistente, segura e rentável.  

Esse movimento de inclusão financeira não apenas amplia o acesso aos investimentos, mas também fortalece a presença feminina no mercado financeiro. No entanto, essa transformação precisa ser impulsionada também pelo mercado financeiro, tornando a linguagem mais acessível e desenvolvendo produtos que atendam às necessidades das mulheres. Afinal, incentivar a participação feminina no mundo dos investimentos não é apenas uma questão de equidade, mas também uma transformação econômica e social.  

Aos poucos, as mulheres estão ressignificando sua relação com o dinheiro. Esse é um caminho sem volta. Com informação, planejamento e confiança, cada vez mais mulheres estão assumindo as rédeas de suas finanças e construindo um futuro de mais liberdade e segurança. O primeiro passo é simples: comece hoje. Invista no seu conhecimento, assuma o controle do seu futuro e construa sua independência financeira de forma consciente e estratégica. 

Para ajudar com esse trabalho de análise, nosso time produz conteúdos e carteiras recomendadas de investimento todos os meses com os melhores investimentos de acordo com o cenário no Brasil e no mundo. Confira gratuitamente nossas recomendações de renda fixa para este momento e inicie sua jornada financeira de forma inteligente.   

Você também pode se interessar:  

As mulheres mais ricas em 2024

Mulheres têm mais medo de investir 

Primeiros passos nos investimentos: Por onde começar? 

Primeiros passos nos investimentos: Reserva de emergência

Enviando...

Receba conteúdos gratuitos da Rico

rico

Ao prosseguir, seus dados podem ser usados pelo Grupo XP Inc. para promover suas atividades, incluindo o envio de ofertas promocionais/serviços. Você pode ser opor a tal recebimento a qualquer momento, por meio do próprio canal de envio. Acesse a Política de privacidade saber mais.

Elaborado por:

Bruna Sene, CNPI-T 6928

1) Este relatório de análise foi elaborado pela Rico Investimentos, que é uma marca da XP Investimentos CCTVM S.A. (“Rico”) de acordo com todas as exigências previstas na Resolução CVM nº 20/2021, tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar sua própria decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta ou solicitação de compra e/ou venda de qualquer produto. As informações contidas neste relatório são consideradas válidas na data de sua divulgação e foram obtidas de fontes públicas. A Rico não se responsabiliza por qualquer decisão tomada pelo cliente com base no presente relatório.

2) Este relatório foi elaborado considerando a classificação de risco dos produtos de modo a gerar resultados de alocação para cada perfil de investidor.

3) O(s) signatário(s) deste relatório declara(m) que as recomendações refletem única e exclusivamente suas análises e opiniões pessoais, que foram produzidas de forma independente, inclusive em relação à Rico e que estão sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado, e que sua(s) remuneração(es) é(são) indiretamente influenciada por receitas provenientes dos negócios e operações financeiras realizadas pela Rico.

4) O analista responsável pelo conteúdo deste relatório e pelo cumprimento da Resolução CVM nº 20/2021 está indicado acima, sendo que, caso constem a indicação de mais um analista no relatório, o responsável será o primeiro analista credenciado a ser mencionado no relatório.

5) Os analistas da Rico estão obrigados ao cumprimento de todas as regras previstas no Código de Conduta da APIMEC para o Analista de Valores Mobiliários e na Política de Conduta dos Analistas de Valores Mobiliários do Grupo XP.

6) Os produtos apresentados neste relatório podem não ser adequados para todos os tipos de cliente. Antes de qualquer decisão, os clientes deverão realizar o processo de suitability e confirmar se os produtos apresentados são indicados para o seu perfil de investidor. Este material não sugere qualquer alteração de carteira, mas somente orientação sobre produtos adequados a determinado perfil de investidor.

7) A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço ou valor pode aumentar ou diminuir num curto espaço de tempo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. As informações presentes neste material são baseadas em simulações e os resultados reais poderão ser significativamente diferentes.

8) Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da Rico. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da Rico.

9) SAC. 0800 774 0402. A Ouvidoria da Rico tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800-722-3730.

10) O custo da operação e a política de cobrança estão definidos nas tabelas de custos operacionais disponibilizadas no site da Rico: https://www.rico.com.vc/custos. 11) A Rico se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste relatório ou seu conteúdo. 

12) A Avaliação Técnica e a Avaliação de Fundamentos seguem diferentes metodologias de análise. A Análise Técnica é executada seguindo conceitos como tendência, suporte, resistência, candles, volumes, médias móveis entre outros. Já a Análise Fundamentalista utiliza como informação os resultados divulgados pelas companhias emissoras e suas projeções. Desta forma, as opiniões dos Analistas Fundamentalistas, que buscam os melhores retornos dadas as condições de mercado, o cenário macroeconômico e os eventos específicos da empresa e do setor, podem divergir das opiniões dos Analistas Técnicos, que visam identificar os movimentos mais prováveis dos preços dos ativos, com utilização de “stops” para limitar as possíveis perdas. 

13) Antes de qualquer decisão, os clientes deverão realizar o processo de suitability e confirmar se os produtos apresentados são indicados para o seu perfil de investidor.