Em períodos de redução, manutenção ou aumento da nossa taxa básica de juros, a Selic, a pergunta que dá nome a esse texto torna-se corriqueira. No caso: preciso mudar os investimentos que tenho para minha reserva de emergência porque a Selic está voltando a subir (e o retorno atrelado a ela também)?
A resposta rápida para esse questionamento é bastante simples: Não.
Quer saber o porquê disso? Te contamos logo abaixo.
Taxa Selic em alta: isso é bom?
Os últimos anos foram marcados por alguns importantes ciclos de mudanças na taxa Selic, incluindo:
i) a forte redução implementada entre julho de 2019 e agosto de 2020, quando a taxa atingiu o patamar historicamente baixo de 2,0% para combater a desaceleração econômica na esteira da pandemia da Covid-19;
ii) o subsequente ciclo de elevações, que levou a taxa básica de juros para 13,75% ao longo de pouco mais de um ano – respondendo a rápida elevação da inflação que seguiu a eclosão da pandemia; e finalmente
iii) o recente período de novo ciclo de alta da taxa da Selic, que a trouxe para patamar de 12,25% em dezembro de 2024, diante de uma economia aquecida e do distanciamento da inflação em relação a meta perseguida pelo Banco Central.
Como contamos aqui em detalhes, o objetivo principal da gestão da Selic por parte do Banco Central é controlar a inflação – elevando a taxa quando a inflação está acima do desejado, e reduzindo a taxa quando os preços estão subindo mais lentamente do que o desejado.
A dinâmica entre as variações na taxa Selic e os preços se dá por meio de uma série de “canais de transmissão”, como chamamos em economia. Em outras palavras: ao reduzir ou elevar os juros, uma série de movimentos na economia tendem a reduzir ou aumentar o ritmo de alta de preços.
Um dos principais desses canais é o crédito – que se torna mais caro quanto mais alta a taxa Selic (proporcionalmente), ajudando a controlar a inflação. Afinal, com crédito mais caro, a demanda por bens e serviços tende a cair, reduzindo o consumo. Famílias passam a dedicar maior parte da sua renda para quitar dívidas, e novos empréstimos e parcelamentos tendem a ficar mais caros, como os financiamentos de imóveis e carros.
Conforme a inflação passe a voltar gradualmente à normalidade, o Banco Central tende a ter espaço para reduzir os juros até que atinjam o patamar neutro – aquele que não estimula nem desestimula o consumo e a economia.
Vale destacar que a elevação dos juros é positiva para a economia, apesar de “dolorosa” no curto prazo. Isso porque os juros altos têm o objetivo de controlar a inflação, que – se fora do controle – pode causar danos estruturais e de difícil reversão na economia, como a redução da confiança, o aumento da desigualdade e a redução do investimento produtivo.
Em outras palavras: os juros altos são um remédio amargo, mas necessários para evitar uma doença ainda mais grave, a inflação.
Selic em alta, pós-fixados em alta
Períodos de alta da Selic tendem a beneficiar investimentos em Renda Fixa, uma vez que juros mais altos elevam a rentabilidade de grande parte de investimentos dessa classe de ativos – especialmente quando falamos de títulos pós fixados.
Isso porque títulos pós-fixados seguem a rentabilidade da taxa Selic. Assim, quando a taxa Selic está elevada, o rendimento desses títulos será igualmente elevado.
Por exemplo, com a taxa Selic em 12,25% ao ano, um investimento em Tesouro Selic (título emitido pelo governo, disponível no Tesouro Direto) terá rendimento de 12,25% ao ano – acrescido de uma pequena parcela prefixada -, por ser atrelado a movimentos da taxa Selic.
Desse modo, em momentos em que a Selic é reduzida pelo Banco Central, o rendimento de investimentos pós-fixados também cai. De maneira análoga, se a Selic é mantida no patamar, assim seguem os rendimentos desse tipo de investimento.
Selic em alta: onde investir sua reserva de emergência?
Antes de tudo, vale lembrar: reserva de emergência é aquela quantia que toda pessoa investidora deve separar para cobrir eventuais imprevistos, como uma doença, uma perda de emprego ou mesmo algo positivo (embora inesperado), como a chegada de um novo membro à família.
Nesse contexto, a regra número um para sua reserva deve ser: não tomar riscos excessivos. Afinal, como não saberemos quando um imprevisto irá acontecer, será essencial que esse investimento tenha a maior previsibilidade possível para não te deixar na mão “na hora H”. Por isso, esse investimento deve ter baixa volatilidade – ou seja, não apresentar muitos “vai e vens” ao longo do tempo, como uma ação por exemplo.
Assim como todos os investimentos, é essencial entender onde você está alocando seu dinheiro. Porém, para a sua reserva, a segurança se torna ainda mais importante: afinal, não é nessa parte da sua carteira de investimentos que você deve buscar maiores riscos, em troca de maiores retornos.
Já a segunda regra para a reserva de emergência é liquidez. Ou seja, ser um investimento que você tenha a possibilidade de resgatar a qualquer momento, sem risco de perdas relevantes. Afinal, não sabemos quando precisaremos, certo?
E tais regras seguem sendo verdadeiras independente do patamar da taxa Selic. Em bom português: seja um ciclo de alta, seja um ciclo de baixas, ou mesmo um período de manutenção da taxa Selic, a regra é clara: em reserva, não se mexe.
Para simplificar sua tarefa na escolha, listamos alguns ativos que recomendamos para sua reserva de emergência – independente do patamar da taxa Selic.
E o melhor? Todos disponíveis na sua conta da Rico!
1) Tesouro Selic: Título público federal de renda fixa criado e disponibilizado através do Tesouro Direto. Ele tem rentabilidade pós-fixada que acompanha a variação da principal taxa do mercado financeiro: a Selic.
2) Trend Pós Fixado: Fundo de investimento com exposição ao índice DI por meio de uma carteira de ativos de renda fixa pós-fixada emitidos pelo governo (títulos públicos federais). Aplicação inicial de R$ 100,00.
3) Trend DI FIC FIRF Simples: Fundo de investimento disponível para novos clientes da Rico, com exposição ao índice DI por meio de uma carteira de ativos de renda fixa emitidos pelo governo (títulos públicos federais). Aplicação inicial: R$ 100,00 – limite de alocação: R$ 100.000,00
Meus Objetivos Rico
Quer uma opção ainda mais prática e tão segura quanto?
Os Meus Objetivos da Rico – funcionalidade disponível no seu app da Rico, onde você só precisa criar um objetivo para sua reserva de emergência, e a Rico faz todo o resto pra você!
Ainda não tem reserva de emergência? Comece agora
Para construir sua reserva de emergência, a primeira coisa a se fazer é organizar as contas. Você precisa entender qual a sua renda líquida total (ou seja, após os impostos), quais são os seus gastos, o seu custo de vida, o seu patrimônio atual, além é claro, das dívidas, se houver.
É essencial também calcular qual o custo de vida básico, que é aquele que você não pode abrir mão. Contas como aluguel, luz, água, condomínio, gastos com alimentação e saúde precisam estar nessa conta. São as necessidades vitais que você precisa entender quanto custam.
Após entender o seu custo fixo, é só calcular esse valor vezes seis a doze. Assim, sua reserva poderá cobrir de seis a doze meses do seu custo fixo, contribuindo não somente para sua saúde financeira, mas também mental.
Exemplificando investimentos para reserva de emergência
Uma pessoa com renda líquida de R$5.000 e um custo de contas básicas de R$2.500 precisa ter minimamente R$15.000 de reserva de emergência – que é o equivalente a 6 meses do seu custo básico.
Vamos supor, então, que essa pessoa organizou suas contas e vai gastar no máximo um total de R$4.500 por mês, o que possibilita que ela poupe e invista R$500 todos os meses para a sua reserva de emergência.
Investindo em um CDB com liquidez diária que renda 100% do CDI ou no Tesouro Selic, que são investimentos indicados para a reserva de emergência, e considerando a Selic atual (de dezembro de 2024), essa pessoa alcançaria sua reserva em 27 meses – conforme tabela abaixo:
Valor inicial | R$ 500,00 |
Valor mensal | R$ 500,00 |
Taxa de juros anual | 12,25% |
Período (meses) | 27 |
Valor Total Final | R$ 15.772,56 |
Valor total aportado | R$ 14.000,00 |
Total resultante de juros | R$ 1.772,56 |
Ou seja, com um pouco de disciplina, em pouco mais de 2 anos essa pessoa conseguirá conquistar sua reserva de emergência, recebendo juros de mais de R$1.500 no período (considerando a taxa Selic atual, de 12,25% ao ano).
Comece a investir com a Rico
Quer aproveitar esse momento para se tornar um investidor? Abra sua conta na Rico e confira as vantagens exclusivas de ser nosso cliente!
Com a Rico, você pode investir em diversos produtos de renda fixa ou variável. Além disso, temos um time dedicado a te contar todas as novidades do mercado financeiro. Comece agora mesmo!
Você também pode se interessar:
Selic em alta! Como ficam as ações?
Selic sobe para 12,25%: entenda a decisão, os impactos nos investimentos e o que esperar
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
1) Este relatório de análise foi elaborado pela Rico Investimentos, que é uma marca da XP Investimentos CCTVM S.A. (“Rico”) de acordo com todas as exigências previstas na Resolução CVM nº 20/2021, tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar sua própria decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta ou solicitação de compra e/ou venda de qualquer produto. As informações contidas neste relatório são consideradas válidas na data de sua divulgação e foram obtidas de fontes públicas. A Rico não se responsabiliza por qualquer decisão tomada pelo cliente com base no presente relatório.
2) Este relatório foi elaborado considerando a classificação de risco dos produtos de modo a gerar resultados de alocação para cada perfil de investidor.
3) O(s) signatário(s) deste relatório declara(m) que as recomendações refletem única e exclusivamente suas análises e opiniões pessoais, que foram produzidas de forma independente, inclusive em relação à Rico e que estão sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado, e que sua(s) remuneração(es) é(são) indiretamente influenciada por receitas provenientes dos negócios e operações financeiras realizadas pela Rico.
4) O analista responsável pelo conteúdo deste relatório e pelo cumprimento da Resolução CVM nº 20/2021 está indicado acima, sendo que, caso constem a indicação de mais um analista no relatório, o responsável será o primeiro analista credenciado a ser mencionado no relatório.
5) Os analistas da Rico estão obrigados ao cumprimento de todas as regras previstas no Código de Conduta da APIMEC para o Analista de Valores Mobiliários e na Política de Conduta dos Analistas de Valores Mobiliários do Grupo XP.
6) Os produtos apresentados neste relatório podem não ser adequados para todos os tipos de cliente. Antes de qualquer decisão, os clientes deverão realizar o processo de suitability e confirmar se os produtos apresentados são indicados para o seu perfil de investidor. Este material não sugere qualquer alteração de carteira, mas somente orientação sobre produtos adequados a determinado perfil de investidor.
7) A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço ou valor pode aumentar ou diminuir num curto espaço de tempo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. As informações presentes neste material são baseadas em simulações e os resultados reais poderão ser significativamente diferentes.
8) Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da Rico. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da Rico.
9) SAC. 0800 774 0402. A Ouvidoria da Rico tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800-722-3730.
10) O custo da operação e a política de cobrança estão definidos nas tabelas de custos operacionais disponibilizadas no site da Rico: https://www.rico.com.vc/custos. 11) A Rico se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste relatório ou seu conteúdo.
12) A Avaliação Técnica e a Avaliação de Fundamentos seguem diferentes metodologias de análise. A Análise Técnica é executada seguindo conceitos como tendência, suporte, resistência, candles, volumes, médias móveis entre outros. Já a Análise Fundamentalista utiliza como informação os resultados divulgados pelas companhias emissoras e suas projeções. Desta forma, as opiniões dos Analistas Fundamentalistas, que buscam os melhores retornos dadas as condições de mercado, o cenário macroeconômico e os eventos específicos da empresa e do setor, podem divergir das opiniões dos Analistas Técnicos, que visam identificar os movimentos mais prováveis dos preços dos ativos, com utilização de “stops” para limitar as possíveis perdas.
13) Antes de qualquer decisão, os clientes deverão realizar o processo de suitability e confirmar se os produtos apresentados são indicados para o seu perfil de investidor.