Você sabia que é possível fazer investimentos internacionais mesmo estando aqui no Brasil? Se já sabia e ainda não investe, provavelmente é por ter algumas dúvidas a respeito.
“Está na hora de dolarizar meus investimentos?”. “Qual porcentagem dos meus investimentos deve estar em ativos internacionais?”.
Essas são duas das perguntas que nós, analistas de investimentos, ouvimos com bastante frequência. E não por menos! Afinal, o Brasil representa menos de 1% do mercado global de ações e perto de 2% quando olhamos para renda fixa – além de aproximadamente apenas 3% do PIB do mundo.
Ou seja, embora seja muito importante olharmos para oportunidades e alternativas aqui em nosso solo doméstico, desviar o olhar do restante do mundo tende a privar muitos investidores de excelentes oportunidades a longo prazo.
Qual a diferença entre comprar dólar e investir em dólar?
Antes de tudo, vale destacar uma importante diferença: comprar moeda estrangeira, como por exemplo o dólar americano, não é a mesma coisa que dolarizar a sua carteira de investimentos.
Isso porque, quando falamos de investimentos internacionais, estamos nos referindo a produtos financeiros estrangeiros. No caso, ativos como ações de empresas listadas fora do Brasil, fundos de investimento internacionais e títulos de renda fixa emitidos por governos e empresas gringas.
Ou seja, investir fora do Brasil é diferente de investir em ativos como fundos cambiais ou mesmo diretamente na moeda estrangeira (o famoso “comprar dólar”).
Quando comprar dólar?
A compra de dólares (moeda) como parcela de uma carteira de investimentos pode desempenhar um papel estratégico em momentos específicos – como períodos de elevada incerteza doméstica e global.
Porém, essa estratégia deve ser empregada em poucas ocasiões e com objetivo pontual e, de preferência, com prazo determinado. Isso porque a volatilidade e falta de previsibilidade da taxa de câmbio não tendem a combinar com uma carteira de investimentos equilibrada e de longo prazo.
Assim, não indicamos esse tipo de investimento para investidores pessoa física, a não ser na necessidade de uso direto da moeda (ex: viagem ou compra internacional prevista).
Quem pode fazer investimentos internacionais?
Diferente do que muitos acreditam, o investimento internacional terá um papel importantíssimo na composição da carteira de quase todos os tipos de investidor e horizontes de investimento.
Como podemos ver na tabela abaixo, em que indicamos a porcentagem de investimentos sugerida para cada classe de ativos de acordo com o perfil do investidor, investimentos globais compõe todas as carteiras.

Não conseguiu encontrar? Note que eles estão representados nas classes de renda fixa global e renda variável global (com ou sem proteção) – com a recomendação sendo gradualmente ajustada conforme o perfil e o horizonte de investimento desejado.
Mantemos essa recomendação, pois ter parte de seu patrimônio em ativos dolarizados (ou outra moeda estrangeira forte) te ajuda a:
- Proteger sua carteira em momentos de incerteza elevada, como crises geopolíticas globais. Isso porque investidores tendem a fugir para investimentos considerados mais seguros em momentos de estresse; como os ativos considerados os mais seguros do mundo são o próprio dólar e títulos da dívida americana, estes tendem a se valorizar em momentos de elevada aversão ao risco;
- Investir em setores que muitas vezes não existem ou ainda são muito incipientes em nossa economia e em nossa bolsa, como é o caso das empresas de tecnologia;
- Acessar um mercado muito maior do que o doméstico, que representa apenas menos de 5% do setor financeiro global.
- Proteger sua carteira de eventos e incertezas puramente domésticas, como eleições e crises políticas.
Quando investir fora do Brasil?
Como falamos, indicamos a alocação em investimentos internacionais – em maior ou menor grau – para todas as políticas de investimento. Mas, também ao contrário do que muitos pensam, o investimento internacional não precisa – necessariamente – ser feito em um momento específico ou ideal.
Primeiro, porque estamos falando, na maior parte das vezes, de um investimento de longo prazo. Nesse caso, olhando para seus investimentos ao longo de anos, o momento em que você começou a investir em ativos internacionais tende a fazer pouca, ou quase nenhuma, diferença.
Segundo, porque não recomendamos a prática daquilo conhecido como “market timing”. Em bom português: não indicamos que a pessoa investidora sempre fique em busca do momento perfeito para tomar suas decisões de investimento; e isso se aplica a começar a investir fora do país. Como falamos nesse texto, acertar a hora certa de entrar e sair de um investimento é uma estratégia bem difícil de implementar na prática — e, na tentativa de acertar esse timing, você pode perder alguns dos melhores dias do mercado.
Quando falamos de investimentos no exterior, isso se torna ainda mais importante. Afinal, não temos o ditado de que “Deus inventou o câmbio para tornar os economistas mais humildes” à toa. O movimento da taxa de câmbio (ou seja, do valor do dólar aqui no Brasil) é muito difícil de ser projetado, especialmente no curto prazo, sendo extremamente volátil.
Assim, embora possa fazer sentido usar uma oportunidade de um período de desvalorização do dólar para começar a investir ou mesmo aumentar sua exposição a esse tipo de investimento (sempre dentro do recomendado!), o recado que fica é: ter parte do seu patrimônio em investimentos internacionais é essencial em qualquer momento.
Essa alocação irá ajudar a equilibrar a relação entre o risco e o retorno do total dos seus investimentos, esteja o dólar “uma pechincha” ou não.
Quais os melhores investimentos internacionais?
E se eu te falasse que você não precisa necessariamente ter uma conta fora do Brasil para ter investimentos internacionais? Pois é! Hoje, o mercado brasileiro já oferece uma gama de alternativas para que a pessoa investidora garanta a parcela internacional da sua carteira.
Abaixo, destacamos algumas das principais alternativas para você investir fora do país, diretamente da sua conta da Rico:
- Fundos internacionais: fundos de investimento que investem em ativos internacionais como títulos de renda fixa e ações.
- Opção de investimento: Trend crédito global
- ETFs: ETFs são fundos de investimento negociados na bolsa brasileira, que seguem a performance de diferentes índices globais de ações.
- Opção de investimento: USAL11 – investimentos internacionais em grandes empresas americanas, como Microsoft e Amazon.
- BDRs: certificados de ações internacionais negociadas na bolsa brasileira (como Apple e Disney).
- Opção de investimento: Estrelas Globais, a carteira recomendada de BDRs da Rico – acesse gratuitamente aqui.
Investimentos hedgeados X não hedgeados
Para ter exposição à variação do câmbio – ou seja, ao sobe e desce do dólar – é preciso optar por ativos que não tenham proteção cambial (o que chamamos de hedgeados).
Assim, investindo em produtos sem a proteção contra a variação cambial, a pessoa investidora terá exposição tanto ao produto financeiro que está comprando em si, quanto aos movimentos da moeda em que esse produto está cotado.
Por exemplo, ao comprar uma BDR da Disney na bolsa brasileira, a pessoa investidora pode esperar que seu preço varie tanto conforme a ação da empresa se movimenta, quanto conforme o valor do dólar se altera em relação ao real. O mesmo acontece com fundos internacionais classificados como “não hedgeados”.
Muitas vezes, esses ativos, como fundos de investimento, possuem no nome a palavra “dólar ou USD”.
Por fim, mas não menos importante, vale lembrar que os Estados Unidos não são a única opção de investimentos no exterior, buscando os mesmos benefícios para sua carteira de investimentos que falamos acima.
Por isso, fique atento às recomendações da Rico no Onde Investir – nossa atualização mensal de recomendações de carteiras de investimento para todos os perfis de investir – além de nossas carteiras recomendadas de ações, que você pode baixar gratuitamente aqui.
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 6928
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