Você compra guarda-chuva em dia de sol ou deixa para o momento de desespero? Quando vai à praia, passa filtro solar antes ou depois de sentir o ombro ardido? Investir bem é como se precaver de mudanças bruscas no tempo, sempre de olho na previsão antes de sair de casa ou fazer planos ao ar livre.

Nesse conteúdo, trazemos a meteorologia para as principais classes de investimento disponíveis no mercado e a nossa dose recomendada para todas elas de acordo com o cenário atual. Assim, evitamos que uma frente fria pegue a sua carteira desprevenida.

Para começar, a tabela abaixo inclui nossa sugestão atualizada de alocação para cada classe de ativos, como proporção do total de uma carteira, de acordo com cada perfil de investidor. Ou seja, nossa sugestão de como cada tipo de investidor deve diversificar seus investimentos – lembrando que a diversificação é a melhor amiga dos bons retornos no longo prazo.

Por isso, conhecer seu perfil de investidor, seus objetivos e seu horizonte de investimento são atitudes essenciais na hora de escolher onde alocar seu dinheiro (ou seja, investir).

Se você preferir, os Fundos DNA fazem essa alocação para você.

Esperamos que a volatilidade siga elevada no mercado doméstico diante do período de transição de governo que seguiremos ao longo dos próximos meses, conforme decisões políticas e econômicas sejam anunciadas pelo novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Assim, o momento atual ainda pede atenção e cautela, por trazer riscos adicionais a investimentos realizados sem estratégia e planejamento.

Isso torna ainda mais importante a devida alocação de seus investimentos entre classes de ativos que te protejam de variações que podem ocorrer tanto na renda fixa quanto na renda variável brasileira.

 

O clima para as principais classes de ativo

 

Renda Fixa, Tesouro e seus amigos

Sol a pino

Para os investimentos em renda fixa, o clima de 2023 deve seguir tropical, marcado pela elevada taxa Selic. Após uma série de altas ao longo de 2022 para conter a inflação, o Banco Central deve encerrar o ano com nossa taxa básica de juros mantida em 13,75% ao ano.

Apesar de ser um nível bastante contracionista (ou seja, com capacidade de desaquecer a economia), ainda é cedo para falarmos sobre reduções na taxa Selic. Isso porque, embora a inflação tenha perdido fôlego nos últimos meses, a incerteza sobre os planos fiscais do governo eleito elevou (e muito) a percepção de risco fiscal em relação ao país. Afinal, quanto maiores os gastos, maior a pressão sobre a inflação (e maiores os juros necessários).

Quer entender mais sobre risco fiscal e seus investimentos? Clique aqui!

Assim, grande parte dos investidores hoje acredita que os juros devam seguir acima de 13% ao longo de 2023, e nos anos seguintes também. O gráfico abaixo ajuda a ilustrar esse movimento, indicando a taxa cobrada por investidores para títulos públicos com diferentes vencimentos, até 2033. Note como elas subiram desde o início de novembro!

Nesse cenário, esperamos mais um ano de protagonismo para a renda fixa, seguindo atrativa para todos os perfis de investidor. Mas diante de tantas incertezas ainda presentes, a cautela na escolha do tipo de investimento dentro da classe segue essencial.

Os títulos atrelados ao CDI ou à Selic tendem a trazer uma boa rentabilidade para sua reserva de emergência e para o seu “caixa” – aquele dinheiro que você deixa rendendo em liquidez para aproveitar oportunidades de investimento.

Já os títulos atrelados ao IPCA (os famosos IPCA+) ajudarão a proteger o seu patrimônio da ainda presente nuvem da inflação, por acompanharem a alta de preços. Finalmente, os títulos prefixados devem continuar a apresentar taxas elevadas, acima do que foi visto em 2022.

Mas lembre-se de coordenar seu objetivo em termos de prazo com o vencimento do título, se for optar por títulos prefixados ou atrelados à inflação. Além disso, como o preço desses títulos varia conforme movimentos de mercado até a data do vencimento, sugerimos limitar esses investimentos a objetivos de curto prazo (entre 3 e 4 anos).

Explicamos essa dinâmica de variação de preços na renda fixa nesse vídeo.

 

Bolsa Brasileira

Céu encoberto

Olhando para a bolsa brasileira em 2023, a previsão de “céu encoberto” é explicada pelo aumento de incertezas político-econômicas, especialmente desse lado dos trópicos.

Isso porque a mesma indefinição sobre o futuro das contas públicas do país que tende a trazer maiores retornos para investidores na renda fixa (uma vez que mantem os juros elevados) se torna um verdadeiro motor de volatilidade quando olhamos para o mundo das ações.

Afinal, o aumento de percepção de risco fiscal se traduz na desvalorização de ativos brasileiros, incluindo ações. Além disso, como falamos acima, maiores gastos públicos tendem a pressionar a inflação (se não acompanhados de aumento de produtividade), e consequentemente as taxas de juros.  Juros mais altos, por sua vez, tendem a prejudicar a performance de ações.

A relação oposta entre juros e ações é ilustrada no gráfico abaixo, que mostra a trajetória recente do nosso principal índice de ações (o Ibovespa) e da nossa taxa básica de juros.

Entenda como os juros impactam a bolsa nesse texto.

As empresas mais impactadas por esse efeito costumam ser aquelas conhecidas como “de crescimento”. Empresas com esse perfil tendem a ser avaliadas por seu grande potencial no futuro, mesmo sem gerar lucro no presente. Assim, elas tendem a sofrer mais em momentos de juros altos, por conta do encarecimento do crédito, do enfraquecimento da economia e do impacto no cálculo valor justo de suas ações hoje.

Apesar dessa pressão dos juros altos em ações, destacamos que a bolsa brasileira continua atrativa. Ela conta hoje com empresas descontadas, mantendo-se atrativa não só quando comparada a países emergentes, mas também diante do seu próprio histórico. Assim, mantemos nossa recomendação de bolsa brasileira como bom investimento de longo prazo – sempre respeitando um limite de alocação de acordo com seu perfil de investidor.

Porém, seguimos recomendando posições defensivas para 2023, diante do cenário ainda incerto. Empresas boas pagadoras de dividendos e em setores como o bancário são bons exemplos. Também destacamos empresas que tenham receita dolarizada, como exportadoras de commodities, além da importância de diversificar seu investimento em ações – tanto entre empresas, quanto entre diferentes países e moedas.

Do outro lado, recomendamos evitar empresas muito valorizadas no mercado. Isso porque, dado a possível desaceleração no crescimento econômico, essas empresas podem sofrer uma revisão nos lucros esperados no futuro. Por último, também evitamos empresas com maiores riscos políticos – especialmente estatais— nesse momento.

Quer uma seleção já pronta de onde investir na bolsa? Confira nossa carteira recomendada de ações Rico11 aqui.

 

Bolsa internacional

Tempo nublado

A segunda metade de 2022 viu uma verdadeira virada de clima nos mercados acionários globais, puxado especialmente pelos Estados Unidos.

O principal motivo por trás do tempo nublado tem sido a forte elevação de juros implementada pelo FED (Banco Central americano), na esteira da inflação persistente na maior economia do mundo. E esse processo não deve se reverter tão cedo.

Afinal, apesar da queda recente no ritmo de preços e de uma possível desaceleração na alta de juros, o desafio de trazer a inflação de volta à meta de 2% no país ainda parece longe do fim.

Assim, apesar da alta recente da bolsa americana, os impactos da inflação no resultado das empresas ainda podem levar a uma revisão dos lucros para baixo no curto prazo. Em bom português: as bolsas ainda podem cair.  

Vale lembrar que, diferente da bolsa brasileira, as bolsas americanas ainda estão valorizadas, não tendo passado por descontos tão fortes quanto o observado em outros momentos de estresse no mercado. Veja abaixo a diferença das quedas observadas nas últimas crises, comparada com a atual (com base no indicador de preço em relação ao lucro (P/L) do S&P500).

Entretanto, como nem tudo são nuvens, lembramos que a exposição a investimentos internacionais é sempre importante. Eles dão acesso a setores que muitas vezes não existem por aqui, além de proteger seus investimentos contra eventos domésticos, como incertezas eleitorais.

Se realizados em moeda estrangeira (como o dólar, que é considerado um “porto seguro” em momentos de estresse global), podem ajudar a proteger sua carteira em momentos de grande incerteza global.

Além disso, sabemos que o sol sempre volta a brilhar após a tempestade – e o gráfico abaixo indica que o ditado tem se mantido pra bolsa americana.

 

Renda Fixa internacional

Sol entre nuvens

O processo em curso de alta de juros no mundo (de novo ele!) vem aumentando a atratividade e retorno esperado da renda fixa internacional.

A previsão de “sol entre nuvens” também é explicada pelo aumento da incerteza acerca da economia global, que tende a elevar o prêmio oferecido por empresas que buscam financiamento. Afinal, quanto maior o risco, maior o retorno exigido.

Porém, com a maioria das empresas hoje muito mais saudáveis para enfrentar uma possível crise, além de regulações mais rígidas, o cenário traz oportunidades.

Vale destacar que a renda fixa internacional dá ao investidor muito mais opções de ativos em relação ao mercado brasileiro (como títulos de dívida de empresas em diferentes setores e níveis de risco), além de possuir maior liquidez, dando mais espaço para gestores explorarem estratégias diferentes em seus fundos.

Assim, acreditamos ser importante ter esse tipo investimento em sua carteira (ou adicionar, se for o caso) – com cautela, dado o cenário ainda turbulento. Lembrando sempre de respeitar o percentual indicado para seu perfil de investidor, e horizonte de investimento mais longos.

Vale lembrar que os ativos podem ser com ou sem hedge (proteção) da moeda. Isso significa que caso você escolha investir em renda fixa internacional sem hedge, estará exposto tanto a oscilação da taxa de juros americana, quanto a oscilação do Dólar em relação ao Real.

Confira nossa tabela de alocação para saber qual a mais indicada para o seu perfil de investidor.

 

“Leva o casaco”: sugestões de ativos em cada classe

Agora que você já sabe nossa alocação recomendada (o peso de cada classe de ativos ideal para cada perfil investidor nesse momento) e nossa previsão do tempo, separamos algumas sugestões de investimentos recomendados em cada um desses tipos de ativos.

ClasseOpção de investimentoAplicação mínima
Renda fixa pós-fixadaTrend Pós-Fixado FIC FIRFR$100,00
InflaçãoTesouro IPCA 2026R$31,27
Renda Fixa PrefixadaTesouro Prefixado 2025R$31,56
Renda Fixa GlobalTrend Crédito Global FIMR$100,00
MultimercadoSelection Multimercado FIC FIMR$100,00
Renda variável BrasilCarteira Rico11N/A
Renda variável InternacionalTrend Bolsa Americana Dólar FIAR$100,00
Renda variável internacional com hedgeTrend Bolsa Americana FIAR$100,00
AlternativosTrend Commodities FIMR$100,00

Vale lembrar que as recomendações sinalizadas na tabela não são as únicas possíveis, mas sim alternativas viáveis selecionadas pelos nossos especialistas para você.

Confira também: E-book – Como investir para realizar suas metas em 2023.

Acesse ou abra sua conta na Rico.

Elaborado por:

Bruna Sene, CNPI-T 1847

1) Este relatório de análise foi elaborado pela Rico Investimentos, que é uma marca da XP Investimentos CCTVM S.A. (“Rico”) de acordo com todas as exigências previstas na Resolução CVM nº 20/2021, tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar sua própria decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta ou solicitação de compra e/ou venda de qualquer produto. As informações contidas neste relatório são consideradas válidas na data de sua divulgação e foram obtidas de fontes públicas. A Rico não se responsabiliza por qualquer decisão tomada pelo cliente com base no presente relatório.

2) Este relatório foi elaborado considerando a classificação de risco dos produtos de modo a gerar resultados de alocação para cada perfil de investidor.

3) O(s) signatário(s) deste relatório declara(m) que as recomendações refletem única e exclusivamente suas análises e opiniões pessoais, que foram produzidas de forma independente, inclusive em relação à Rico e que estão sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado, e que sua(s) remuneração(es) é(são) indiretamente influenciada por receitas provenientes dos negócios e operações financeiras realizadas pela Rico.

4) O analista responsável pelo conteúdo deste relatório e pelo cumprimento da Resolução CVM nº 20/2021 está indicado acima, sendo que, caso constem a indicação de mais um analista no relatório, o responsável será o primeiro analista credenciado a ser mencionado no relatório.

5) Os analistas da Rico estão obrigados ao cumprimento de todas as regras previstas no Código de Conduta da APIMEC para o Analista de Valores Mobiliários e na Política de Conduta dos Analistas de Valores Mobiliários do Grupo XP.

6) Os produtos apresentados neste relatório podem não ser adequados para todos os tipos de cliente. Antes de qualquer decisão, os clientes deverão realizar o processo de suitability e confirmar se os produtos apresentados são indicados para o seu perfil de investidor. Este material não sugere qualquer alteração de carteira, mas somente orientação sobre produtos adequados a determinado perfil de investidor.

7) A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço ou valor pode aumentar ou diminuir num curto espaço de tempo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. As informações presentes neste material são baseadas em simulações e os resultados reais poderão ser significativamente diferentes.

8) Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da Rico. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da Rico.

9) SAC. 0800 774 0402. A Ouvidoria da Rico tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800-722-3730.

10) O custo da operação e a política de cobrança estão definidos nas tabelas de custos operacionais disponibilizadas no site da Rico: https://www.rico.com.vc/custos. 11) A Rico se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste relatório ou seu conteúdo. 

12) A Avaliação Técnica e a Avaliação de Fundamentos seguem diferentes metodologias de análise. A Análise Técnica é executada seguindo conceitos como tendência, suporte, resistência, candles, volumes, médias móveis entre outros. Já a Análise Fundamentalista utiliza como informação os resultados divulgados pelas companhias emissoras e suas projeções. Desta forma, as opiniões dos Analistas Fundamentalistas, que buscam os melhores retornos dadas as condições de mercado, o cenário macroeconômico e os eventos específicos da empresa e do setor, podem divergir das opiniões dos Analistas Técnicos, que visam identificar os movimentos mais prováveis dos preços dos ativos, com utilização de “stops” para limitar as possíveis perdas. 

13) Antes de qualquer decisão, os clientes deverão realizar o processo de suitability e confirmar se os produtos apresentados são indicados para o seu perfil de investidor.