01/06/2021 23:20:52 • Atualizado em 18/06/2024 16:53:05
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Como os Novos Cortes de Juros Podem Afetar os Seus Investimentos?
Descubra de que maneira as reuniões do Copom e Fed podem afetar diretamente os seus investimentos.
Resumo do dia: A “Super Quarta” chegou e esperamos fortes emoções nos mercados. Hoje, duas reuniões importantíssimas para o universo financeiro (reunião do Fed + discurso do presidente do Fed e reunião do Copom), acontecerão.
Antes de tudo isso, deixamos aqui alguns ‘flashback’ que explicam a importância deste dia ao mercado:
1- Até o final de 2018, o mundo esperava que os Bancos Centrais do mundo desenvolvido iniciassem um ciclo de alta de juros, já que Europa, EUA e outros cantos do mundo estão por quase toda esta década vivendo num mundo de juro quase zero ou negativo.
Mas vimos no fim de 2018 um “cavalo de pau” nestas projeções…
2- Desde então, os BCs mundo afora voltaram a trabalhar com plano de cortar juros. Basicamente dois motivos sustentam essa virada de mão:
i) inflação segue persistentemente fraca, um sinal evidente de fraqueza da economia;
ii) atividade começou a dar sinais gritantes de desaceleração em todo mundo, o que foi catalisado pelo acirramento da guerra comercial entre EUA e China.
3- Apesar do discurso acima soar “pessimista”, a reação dos mercados financeiros foi bastante positiva, com as bolsas no mundo todo apresentando forte valorização de nov/18 até jun/19.
Para os investidores, mesmo que a economia não esteja pujante, juro cada vez mais baixo significa ‘valuation’ cada vez maior para as empresas.
Relembrando:
Preço de uma ação na bolsa reflete a expectativa futura sobre aquela empresa, que é trazida a valor presente por uma taxa de desconto; e quanto menor a taxa de juro praticada no mercado, menor será essa taxa de desconto – e quanto menor for o denominador, maior será o resultado final de uma divisão).
4- Na última reunião do Fed (31 de julho), os mercados ‘tremeram’: o BC dos EUA cortou o juros em 25 pontos-base, como esperado, mas no discurso pós-decisão o presidente do Fed, Jerome Powell, deixou claro que a decisão foi pontual, frustrando a parte quase que majoritária do mercado que esperava o início de um ciclo de cortes.
O que vimos entre 15h30 (início do discurso do Fed) até às 17h (fechamento das bolsas nos EUA e no Brasil) foi um verdadeira ‘barata-voa’ (ou “uma correria sem direção”, segundo o dicionário informal).
O mundo ideal para o mercado seria juros em queda e economia saudável. Como não pode ter os dois, o mercado hoje clama por mais cortes de juros e até outras medidas de estímulo econômico.
Será que esses estímulos artificiais serão ruins para a economia no longo prazo? Só o tempo dirá, o que podemos dizer com mais certeza é que qualquer discurso ‘anti-estímulo’ do Fed hoje pode fazer muitas baratas voarem hoje.
Agora à tarde, o Fed (Banco Central dos EUA) anunciou um corte de juros de 25 pontos-base na taxa de juros e, pelas estimativas apontadas pelos membros votantes do BC, é provável que venha mais um corte de 25 pbs, levando o juro local para a faixa entre 1,50% e 1,75% ao ano (lá eles trabalham com bandas de juros, e não com uma taxa fixa).
Mais tarde, por volta das 18h, teremos aqui no Brasil a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária).
Evento: Decisão de juros do Copom
Horário: Por volta das 18h
O que esperar: Corte de 50 pontos-base, levando a Selic para 5,5% a.a. Pesquisa proprietária da XP Investimentos com investidores institucionais mostrou que 91% deles esperam essa decisão do BC.
A mesma pesquisa mostra que 42% dos entrevistados enxergam a Selic em 5% até o final do ano e 30% deles acreditam em uma taxa abaixo disso.
Motivos: Economia ainda está muito aquém do seu potencial o que tem feito a inflação ficar abaixo da meta e surpreendentemente controlada e baixa em 2019.
Por que é importante: Diferente do ‘drama’ dos BCs internacionais, que estão tentando manter as economias aquecidas neste final de ciclo, aqui nosso problema é que a atividade não consegue iniciar a tão sonhada recuperação.
A inflação controlada abre espaço para o BC cortar ainda mais os juros e tentar aquecer a economia.
No mercado financeiro, o impacto está sendo cada vez mais perceptível: o investidor que estava acostumado com aquele 1% ao mês da renda fixa nos tempos de gordos juros agora terá que buscar outros ativos para manter uma rentabilidade interessante na carteira (nesse ritmo, o CDI ficará abaixo de 0,5% ao mês).
O que poderia mudar essa trajetória? Uma deterioração muito forte do cenário lá fora.