07/05/2020 18:45:59 • Atualizado em 13/05/2024 09:28:46
8 minuto(s) de leitura


Como a carteira Rico premium atravessou a crise?

A Carteira Rico Premium foi montada pensando no momento e cenário de cada empresa. Saiba como a Carteira atravessou a crise e quais são os desafios.


Time Rico
Compartilhar:

Antes de começar a escrever esse texto e até para que eu organizasse melhor as ideias que eu gostaria de passar, me deparei pensando em tudo o que aconteceu na Bolsa esse ano.

Não tem sido um ano fácil para os investidores, principalmente para aqueles que investem em ações – tanto para o pequeno investidor, que enxerga nessa modalidade uma forma de incrementar sua renda, como também para o investidor profissional. Alguns fundos de investimentos focados somente em ações caem mais de 50% no ano.

A verdade é que tem sido um momento delicado para todos nós. Eu mesmo, nunca tinha vivido uma crise de tal magnitude. Não é simples ter sangue frio e manter a calma para tirar as emoções das decisões de investimento.

Passada toda a turbulência vivida em março e abril, vou contar para vocês como a Carteira Rico Premium (carteira 100% focada em ações que eu e o Thiago Salomão tocamos) conseguiu atravessar relativamente bem esse período.

Veja o desempenho abaixo:

desempenho carteira

Por pior que seja estar negativo no ano, nossa carteira comprada de ações está caindo 28,8% no ano contra uma queda mais acentuada de 30,4% do Ibovespa. Desde a criação da Carteira Rico Premium, em janeiro de 2016, estamos com mais de 53 pontos de vantagem para o Ibovespa – 136,7% da carteira vs 83,1% do índice.

Sem dúvida que estar no negativo não é um bom cenário, mas quem segue a carteira têm conseguido ficar à frente do Ibovespa no ano. Em abril, a recuperação da carteira foi bem mais forte que a do índice.

Como o portfólio foi montado?

Antes de falarmos sobre o que fizemos na carteira para ter esse desempenho em abril, gostaria de abordar a maneira como nós montamos o nosso portfólio recomendado de ações.

Não tratamos uma ação como um simples pedaço de “papel”. Ao recomendarmos uma ação, estamos sugerindo a compra de uma empresa, um negócio. Por trás desse negócio, existem pessoas se esforçando todos os dias para torná-lo mais eficiente e lucrativo. Negócio este que está inserido em um setor que tem suas particularidades e concorrentes.

Então, questões como: o setor é promissor? Quais vantagens a empresa possui perante seus concorrentes? Como que ela consegue ganhar dinheiro? Ela é lucrativa? A ação está barata ou cara? São questões que diariamente nos perguntamos sobre as empresas que temos em carteira.

E não tem segredo: quanto mais estudo e dedicação, maiores serão as chances de recomendarmos as empresas certas. Com isso em mente, é importante estar em constante contato com os executivos das empresas recomendadas, com fornecedores, clientes e até concorrentes dessas empresas.

Quanto mais informações sobre as empresas, melhor!

A nossa obrigação é justamente saber cada detalhe das empresas que recomendamos em nosso portfólio, mas somos humildes para dizer que podemos estar errados.

Daí a importância da diversificação em uma carteira de ações. Saber minuciosamente os detalhes de uma empresa, pode diminuir a chance de que erros apareçam, mas o segredo para se proteger contra aquilo que não se espera é a diversificação.

“O leão que te pega é aquele que você não está de olho”.

Se o investimento em ações de empresas não tivesse risco, todo mundo o faria e não encontraríamos oportunidades. Aliás, em momentos de pânico de mercado tal como vimos recentemente, essas oportunidades costumam aparecer. Foram elas que buscamos aproveitar com as mudanças que fizemos ao final de março, no auge da crise.

O que fizemos na crise?

Entramos na crise com pouquíssimo dinheiro em “caixa” (leia-se renda fixa de liquidez diária pós fixada). Tínhamos uma carteira diversifica em 13 empresas. Logo que a crise eclodiu mais fortemente, no meio de março, optamos por reduzir algumas posições de empresas mais cíclicas e que poderiam sofrer um pouco mais, e optamos por investir esse dinheiro em empresas que sofreriam menos com a crise. Eram os casos das empresas do setor de energia elétrica, representadas por Engie (geradora) e Equatorial (distribuidora).

No auge da crise, quando a bolsa derretia mais de 30% no mês e parecia não haver solução para nenhum empresa brasileira sair da crise, mantivemos a calma e, com muito sangue frio, analisamos quais empresas teriam condições de atravessar esse momento tão delicado.

Primeiramente, olhamos para todas as empresas da nossa carteira: como saber quais delas passariam por esse momento?

Entender o momento de cada empresa

Focamos nossa atenção para entender quão endividadas elas estavam e, dado que o dólar parecia não ter motivos para cair, fomos atrás para entender quais delas tinham dívidas dolarizadas.

Feito isso, procuramos entender quais delas tinham condições de saírem mais forte da crise. Dando o exemplo da Magazine Luiza, ação que está em nossa carteira há alguns anos. A empresa entrou nessa crise com quase R$ 4 bilhões em caixa (já descontada toda a sua dívida) e com suas operações online correndo à todo vapor e fruto de um trabalho de “digitalização” que já dura uma década. Ou seja, ela tinha condições de sair da crise e o mercado a penalizou mesmo assim.

Após esse trabalho de entender a situação de cada uma de nossas empresas, conseguimos separar quais delas caíram por piora de fundamento e quais caíram pelo pânico que se instaurou no mercado.

Feito isso, diminuímos nossa concentração e passamos a ter 16 ações no portfólio. Dessa forma, conseguimos aproveitar algumas “pechinchas” que surgiram e que se desconectavam da realidade por não sofrerem impactos relevantes em seus negócios. Uma delas foi a Suzano, que sobe mais de 40% desde a nossa inclusão na carteira ao final de março.

Temos uma competitividade nesse segmento que vai sempre existir. Temos água, sol, terra e árvore, que aqui cresce de 5 em 5 anos enquanto nos países nórdicos cresce em 20 anos. Por ser uma exportadora, dólar forte seria bom para ela e ainda protegeria nosso portfólio caso o real continuasse perdendo valor. Além disso, a China, que naquele momento já estava saindo do lockdown (diferentemente do resto do mundo), é o principal comprador da nossa celulose – principal produto vendido pela Suzano.

Essas mudanças foram essenciais para atravessarmos a crise – lembrando que é difícil agir com razão nesses momentos. Nossa carteira rendeu 15,1% em abril contra “apenas” 10,3% do Ibovespa.

Temos convicção de que não é hora de apostar em um único ‘cavalo’ para surfar uma possível recuperação de preços. Embora os preços ainda estejam descontados, não dá para menosprezar o fato de que a situação piorou por aqui: cenário de dívida do Brasil piorou com o esforço de conter a crise sanitária que vivemos, governo tem enfrentado alguns desafios políticos e ainda não sabemos como será o andamento das reformas no Congresso.

Dito isso, continuamos atentos e bastante diversificados em boas empresas para passar por esse momentos.

Estamos juntos nessa!

Matheus Soares

Clique e abra sua conta na Rico