A cada 3 meses, as empresas listadas na bolsa divulgam seus resultados, em um período que chamamos de Temporada de Resultados ou Balanços.

Durante algumas semanas, empresas divulgam uma série de números sobre suas operações, incluindo: total de receitas e despesas, detalhamentos de dívidas e investimentos, lucros ou prejuízos, comparações com períodos anteriores e até mesmo expectativas para os trimestres a frente.

Esses dados são muito importantes para os investidores avaliarem de perto a saúde financeira e as perspectivas de empresas que já investem ou nas quais que desejam investir.

Durante esse período é comum que observemos uma maior volatilidade no mercado de ações, justamente por conta da reavaliação de investidores – que tendem a comprar e vender suas ações com base nos números recém-conhecidos.

Assim, diante de um cenário ainda incerto e desafiador tanto no Brasil quanto no mundo, o acompanhamento da temporada de resultados se torna ainda mais relevante. Pensando nisso, detalhamos abaixo nossas principais expectativas para a temporada de resultados do segundo trimestre de 2024. Confira aqui o calendário de balanços do 2 trimestre de 2024.

Recapitulando o trimestre…

O segundo trimestre de 2024 foi, de maneira geral, positivo para os ativos de risco ao redor do mundo.

Para ilustrar, o índice MSCI ACWI – que representa o desempenho de ações de grande e médio porte globalmente, incluindo países desenvolvidos e em desenvolvimento – registrou alta de 2,4% no trimestre.

O resultado veio um pouco abaixo do observado no trimestre anterior, mas a verdade é que houve uma virada no mercado nesse período.

Depois de um começo de trimestre marcado por expectativas de que os juros seguiriam altos por (bastante) mais tempo nos Estados Unidos (sem grandes expectativas de um corte tão cedo), dados de inflação e mercado de trabalho alteraram o cenário esperado. Assim, ao fim do trimestre, analistas e investidores passaram a esperar um primeiro corte de juros na maior economia do mundo mais cedo do que o antecipado anteriormente. O resultado? Ativos de risco voltaram a subir.

Esse cenário de relativa volta do apetite ao risco, entretanto, não foi sentido da mesma forma no Brasil. Por aqui, as ações demoraram um pouco mais para reagir e mercado brasileiro acabou fechando na contramão de seus pares globais no trimestre. O desempenho fraco das ações brasileiras ocorreu devido a uma combinação de fatores:

  • Cenário macroeconômico externo sofrendo diversas mudanças;
  • Incertezas sobre a política fiscal doméstica;
  • Ruídos entre o Poder Executivo e a gestão do Banco Central;  
  • Maior interferência do governo em empresas listadas.

Como resultado, durante o segundo trimestre de 2024, o Ibovespa caiu 3,3%, e o dólar subiu 11,6% em relação ao real. Isso fez com que, em dólares, o desempenho do Ibovespa ficasse ainda pior: amargamos 13% de queda.

Um trimestre desafiador

Voltando, então, ao cenário esperado para os balanços corporativos referentes a esse segundo trimestre de 2024. De forma geral, o consenso de mercado espera uma queda nos resultados das empresas brasileiras listadas na bolsa.

Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, dados da Bloomberg apontam para uma queda esperada de 9,2% na métrica conhecida como “lucro por ação”. Para a receita, a expectativa também é de queda, de 4,2%.

Como falamos acima, o quadro mais pessimista esperado para o segundo trimestre reflete um cenário macroeconômico que voltou a ser mais difícil, especialmente por fatores domésticos.
Vale o destaque para perspectivas de juros altos por mais tempo (também por aqui), que tendem a afetar principalmente empresas mais cíclicas, como as do setor de varejo.

Mas o “micro” também importa – e muito!

Com o cenário macroeconômico influenciando fortemente o movimento dos papeis nos últimos meses, a análise do contexto micro – ou seja, as questões mais específicas de cada empresa – tem se mostrado ainda mais relevante para os investidores.

A maior reação de investidores às surpresas em lucros no primeiro trimestre desse ano (quando comparado a trimestres anteriores) ilustra esse comportamento. Nesse caso, quando os números divulgados surpreenderam positivamente os investidores, as ações reagiram com altas mais fortes do que costumam reagir, e o mesmo aconteceu com as surpresas negativas – com as ações caindo mais do que nos trimestres anteriores diante de resultados piores do que o esperado.

Expectativas para cada setor

Como falamos, o cenário observado no trimestre passado foi marcado por desafios, especialmente no palco doméstico. Porém, sabemos que momentos desafiadores também podem trazer oportunidades, incluindo na bolsa.

Assim, apresentamos abaixo os principais setores que esperamos que se destaquem positivamente nessa temporada de resultados:

  1. Financeiro: Itaú e Santander devem manter sua tendência positiva, continuando com ganhos de eficiência;
  2. Distribuidoras de energia: devido ao aumento no consumo de energia durante o segundo trimestre de 2024;
  3. Petróleo, gás e petroquímicos: devido ao aumento do preço do petróleo, e a desvalorização do real;
  4. Papel & Celulose: Suzano e Klabin como destaques, beneficiadas pela desvalorização do real neste segundo trimestre;
  5. Mineração & Siderurgia: impulsionado por volumes sazonalmente mais altos e preços ainda elevados minério de ferro.

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Elaborado por:

Bruna Sene, CNPI-T 1847

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