O ano é 2045 e, finalmente, ela chegou: sua aposentadoria. Por mais de duas décadas, você investiu dinheiro para viver de renda ainda relativamente jovem e está com uma carteira de onde consegue sacar, religiosamente, R$ 6 mil por mês. Você fez todas as contas e isso é exatamente o que você precisa para ter uma vida tranquila e ainda fazer uma viagem por semestre, além das festas de fim de ano fora com a família.

Passam-se os meses. O saco de arroz dobra de preço, sua conta de luz parece ter zeros a mais, as viagens possíveis caem para uma por ano — e chega o momento em que você decide não fazer nenhuma viagem pelos próximos 12 meses para pelo menos conseguir ir ao litoral no réveillon: as passagens e hospedagens estão mais salgadas que a água das ondinhas que você pretende pular.

O seu sonho de aposentadoria virou um pesadelo. A culpada? Você teve um encontro com ela ontem mesmo, neste Rico Matinal: a inflação.

“E agora? Quem poderá me defender?”

A boa notícia é que você não precisa do Chapolin Colorado para mitigar os efeitos dos aumentos de preços na sua carteira: basta investir do jeito certo.

Existem ativos com efeito de proteção inflacionária para compor as carteiras de todos os perfis de investidor(a). Você está prestes a conhecer 5 deles, com indicações das nossas carteiras recomendadas para dezembro quando houver (conheça as carteiras completas no nosso De Olho No Mercado

  1. Tesouro IPCA+

Conservadores e conservadoras do meu Brasil, atenção! Os títulos do Tesouro com nome IPCA+, também conhecidos como NTN-B, garantem remuneração acima da inflação com o menor risco de crédito do mercado (o famoso risco-país).

Sim, eles têm risco de mercado — se você quiser sacar antes do vencimento, pode ver oscilações significativas e acabar até perdendo dinheiro. Mas, caso você mantenha em carteira até o vencimento, está totalmente protegido do aumento dos preços medido pelo IPCA, com remuneração prefixada acima da taxa para todos os anos do momento em que investiu até a hora de resgatar.

Nas nossas carteiras recomendadas, estamos com o Tesouro IPCA + 2026, que garante inflação mais 2,27% ao ano agora. Ou seja, se a inflação fechar em 3,5% em 2021, você vai receber uma remuneração de 5,77% com esse título em 2021. Se fechar em, digamos, 3% em 2022, a remuneração referente àquele ano vai ser de 5,27%, e assim sucessivamente.

  1. Outros títulos de renda fixa indexados ao IPCA (e fundos que investem nesses títulos)

Quer mais prêmio e não se importa em tomar um pouco mais risco? Hora de partir para o crédito privado. Para esses títulos, a lógica da remuneração é a mesma do Tesouro IPCA+: taxa prefixada mais variação da inflação. O que muda é o risco de crédito, que varia de acordo com a empresa emissora daquele título — e você sabe: quanto maior o risco, maior tende a ser também a remuneração.

Na nossa carteira de dezembro, sugerimos uma debênture da Eneva com vencimento em setembro de 2035 e remuneração de IPCA + 4%. Se você preferir terceirizar para uma gestora profissional (e diversificar o risco), indicamos fundos como o XP Debêntures Incentivadas FIC FIM CP. As duas recomendações são isentas de imposto de renda, o que significa mais rendimento líquido no fim das contas.

  1. ETFs de renda fixa

Você conhece os IMAs? Não tem nada a ver com objetos que provocam campos magnéticos. Me refiro ao IMA-B e ao IMA-B 5+, os índices que acompanham o rendimento dos títulos públicos de inflação com vencimento em até 5 anos e a partir de 5 anos, respectivamente.

Existem hoje na B3 cinco ETFs (fundos de índice listados em bolsa) de renda fixa que acompanham esses índices e também são alternativas para você investir se protegendo da inflação. A vantagem dos ETFs em relação aos fundos tradicionais é tributária: ETFs não têm come-cotas, só uma cobrança de 15% no ganho de capital na venda. Mas também não há gestão ativa. 

  1. Fundos imobiliários com contratos corrigidos pelo IGP-M ou IPCA

Como já falamos nesse outro insight, fundos imobiliários com contratos atípicos indexados ao IGP-M são a melhor forma de ganhar com a alta desse indicador que disparou quase 25% em 12 meses até novembro. Alguns FIIs também têm contratos corrigidos pelo IPCA.

Para explicar melhor: quando você tem cotas de um fundo imobiliário, se torna proprietário de uma fração de todos os imóveis que fazem parte desse FII. Os inquilinos desses imóveis pagam aluguéis que são distribuídos aos cotistas em forma de proventos. Se esses aluguéis são corrigidos anualmente pelo IGP-M, seus dividendos também o serão!

Nossa carteira recomendada de fundos imobiliários está acessível a todos os clientes Rico na área logada em Análises/Carteiras Recomendadas.

  1. Ações!

Achou que não ia ter pimenta nessa salada? Acontece que ações de empresas bem posicionadas, com uma boa base de clientes, também têm tendência a proteger seu dinheiro da inflação no longo prazo.

Para entender a lógica é só lembrar que essas empresas têm capacidade de repassar o aumento dos preços nos produtos e serviços com que trabalham. Com isso, a receita cresce, o valor justo de mercado também e o preço das ações tende a ser levado junto!

Claro, não dá para garantir que seu investimento em ações vá necessariamente render acima da inflação no curto prazo, mas escolher boas ações, diversificadas, para investir pensando em longo prazo é, sim, uma forma de proteger seu dinheiro dessas altas nos preços, dependendo do seu perfil de investimento. Nossas recomendações de ações estão sempre na carteira gratuita RICO3, na área logada da Rico, e na seleção Estrelas da Bolsa, com muito mais detalhes.

TL;DR:

Esse mesmo tema foi assunto da Escola de Investidores no nosso YouTube na semana passada. Vem assistir clicando aqui!