- Temos conteúdo novo por aqui! Um resumo semanal de economia, para começar a semana bem informado(a)!
- Na semana que passou: FED caminhando para uma alta de juros um pouco antes do esperado, Selic em 4,25%, e Copom desistindo do ajuste parcial.
- Ainda, extensão do auxílio emergencial e Bolsa Família turbinado. Só falta encontrar o orçamento pra isso…
- Na semana que começa: inflação (de novo) nos EUA deve segurar ânimos até sexta-feira, enquanto no Brasil saberemos mais de política monetária com a Ata do Copom, como anda a inflação em junho e algumas cositas más.
- Tudo isso aqui: por escrito, e (quase) ao vivo e a cores!
Bem-vindos ao novo conteúdo semanal da Rico: Semana de Sá a Z. Por aqui, vou contar pra vocês sobre todos os principais assuntos de economia que pipocaram nas timelines financeiras ao longo da semana, no Brasil e no mundo. E de quebra, o que esperar pra semana que vem por aí!
Como sei que cada um gosta de terminar ou começar a semana no seu próprio mood, aqui temos para todos os gostos! Para os amantes da leitura e dos detalhes, o texto abaixo será seu melhor parceiro. Já para você, que já separa a playlist para assistir e ouvir lavando louça, fazendo faxina, corrida ou nenhuma das anteriores, você estará muito bem acompanhada(o) pelo belo vídeo abaixo.
Sem mais delongas, vamos ao que interessa!
Atualizações Covid-19
No Brasil, apesar de infelizmente ainda registrarmos um elevado número de novos casos e óbitos pela covid-19, atingimos o recorde diário de vacinações, chegando a quase 2,3 milhões de doses foram aplicadas em todo o país. #Vemvacina!
Mas ainda é preciso cautela! Na terra da Rainha, o primeiro-ministro Boris Johnson postergou a suspensão total das medidas de restrição no país, diante do avanço do número de novos infectados, especialmente pela variante Delta do coronavírus, de origem indiana.
Notícias além mar
As siglas com F e os juros nos EUA
Começando pelo mundo afora, o principal destaque da semana ficou para as siglas começando em F! Ou melhor, a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central dos EUA (o FED), o FOMC.
Não, ninguém alterou a taxa de juros por lá (que seguiram entre 0% e 0,25%), como aconteceu aqui (Spoiler alert), mas ficou claro que já começaram a considerar uma alta de juros antes do que o esperado até então.
Conseguimos ver isso pelo famoso gráfico de pontos do Comitê, onde os diretores do FED indicam onde enxergam os juros nos próximos anos. Se na última reunião só alguns diretores viam os juros subindo em 2023, agora a maioria já entende que isso deve acontecer.
Mas ainda tem muita água pra rolar até lá. Isso porque o FED ainda defende que grande parte da alta de preços recente é temporária. Ou seja, com tudo normalizando com o fim da pandemia, é esperado que boa parte dos preços também volte ao normal. Com isso, esperamos que a primeira alta de juros aconteça em meados de 2023.
Além disso, estava todo mundo esperando para o FED falar do tal do “tapering” – em bom português, a redução dos estímulos monetários que vão além das taxas de juros (o programa de compra de ativos do FED). Ao que tudo indica, essa redução deve começar entre o final deste ano e o início do ano que vem. Mas, o FED só vai falar mais disso em agosto.
E por que nos importamos com isso? Porque juros mais altos nos EUA influenciam o apetite ao risco de investidores no mundo, incluindo em relação ao Brasil. Afinal, tem que valer mais ainda a pena a taxa de retorno aqui, com o investimento sem risco por lá mais alto, certo?
Mas como esse ajuste será gradual, apesar de um certo impacto de curto prazo, não vemos por ora nada alterando nossas perspectivas positivas para o mercado aqui! Mas claro, seguimos monitorando todos os detalhes!
Para ficar de olho…papo de rico
Ainda nessa semana, a pauta diplomática também ganhou destaque na seara internacional. Em reunião da OTAN (aliança internacional focada em temas de segurança), líderes globais destacaram a importância de se contrapor de forma unida por supostos riscos apresentados pela China e Rússia.
Entretanto, por enquanto seguem concordando em discordar – sem encontrar uma forma que todos apoiem de fazer isso. Em comunicado, pediram que Beijing respeite questões de direitos humanos, em linha com declarações do outro grupo de países ricos que discutem os rumos do mundo (o G7) no início da semana.
Enquanto isso, na Terra Brasilis
Não ficamos de fora da festa dos juros! Selic em 4,25%
Já aqui no Brasil, o nosso próprio comitê de política monetária (Copom) também se reuniu nessa semana. Diferente dos EUA, aqui o pessoal subiu a taxa básica de juros – em 0,75pp, para 4,25% ao ano.
Como quase todo mundo já esperava essa alta, isso não foi lá grande novidade. A novidade foi a retirada da referência à palavra “parcial” do comunicado!
E por que isso é importante? Porque significa que o Copom não vai mais levar a Selic até a taxa neutra (aquela que não desestimula nem estimula a atividade) de maneira gradual – ele vai fazer isso quase em uma tacada só, com aumentos seguidos até que atinja 6,5%.
Sobre a inflação, o Copom se mostrou preocupado com o aumento recente dos preços, principalmente ao produtor, que estão bastante relacionados com a alta das commodities e ao fato de as cadeias de produção seguirem bastante bagunçadas pela pandemia – que leva a situações como a falta de chips para fabricação de carros, por exemplo. A alta nos preços de energia elétrica, relacionada a falta de chuvas por aqui, também foi destacada como preocupação do Copom.
A parte boa é que a atividade está voltando mais rápido. Mas isso também pressiona os preços, com a retomada de margem de bens e serviços que ficaram bem baixinhos ao longo do ano passado.
Assim, segundo o Comitê, há um risco de que esse aumento se espalhe por resto todo da economia, contaminando inclusive as expectativas para os preços no ano que vem! Como demora um tempo para que mudanças na taxa Selic afetem a economia, o Copom sobe os juros olhando principalmente para o ano que vem – o tal do horizonte relevante de política monetária.
E agora? O que esperar? O Copom deve elevar a Selic até 6,5% até o final desse ano, onde ela deve ficar por um tempinho.
E isso afeta seus investimentos? Sim! Diretamente! Não apenas porque a taxa Selic mais alta controla a inflação, que está assombrando todo mundo ultimamente, mas também porque ela é a base de todas as outras taxas de juros da economia – da renda fixa à variável! Confira aqui no vídeo que fizemos essa semana, que te contamos tudo!
Babados de Brasília
Como não vivemos apenas de política monetária por aqui, essa semana também tivemos destaques vindos lá da terra do…Eduardo e Monica?
Nessa semana, o ministro Paulo Guedes confirmou a extensão do auxílio emergencial por três meses, até outubro deste ano, nos mesmos moldes do atualmente pago. O custo adicional estimado para o ano, a ser pago por meio de novo crédito extraordinário, é de R$ 20 bilhões. Já incluímos isso em nossa projeção de dívida para o ano, que está em 82,2% do PIB.
Para substituir o benefício, o presidente Jair Bolsonaro pretende aumentar o Bolsa Família dos atuais R$ 190 para R$300 por mês. O reajuste não deve caber no teto de gastos de 2022 – o que fez o Ministério da Economia voltar para as planilhas, e estudar alternativas, como limitar o número de beneficiários ou reduzir outros programas existentes.
Ainda em Brasília, o Senado aprovou projeto de lei que abre espaço para a capitalização da Eletrobrás, em que o governo deve reduzir sua participação de 61% para 45% (com aumento da participação de outros acionistas no mercado). Alguns especialistas do setor afirmam, no entanto, que a conta de energia ou os consumidores pode acabar aumentando – o que levou a críticas ao texto aprovado.
Finalmente, tivemos a divulgação do IBC-Br, índice de atividade econômica mensal medido pelo Banco Central. Ele registrou alta de 0,4% entre março e abril, vindo muito abaixo do que todos esperavam. Mas isso é explicado por uma revisão na série histórica, então mantemos a visão de rápida recuperação da atividade econômica nos próximos meses.
Para começar a semana sem surpresas!
Aqui no Brasil, teremos ainda mais detalhes sobre a Selic com a divulgação da Ata da última reunião do Copom, além de dados de inflação com o IPCA-15 referente a junho. Teremos também divulgação do resultado do setor externo (importações, exportações e investimentos) e da arrecadação federal de maio.
Lá na gringa, teremos a divulgação do resultado do deflator PCE de maio nos EUA (medida preferida de inflação ao consumidor do FED), que certamente vai dar o que falar ao longo de toda a semana – porque só sai na sexta…Teremos também discurso de dirigentes do FED, além de indicadores de atividade (os tais PMIs) na Zona do Euro e nos EUA.