- O Copom decidiu nessa quarta (27) elevar a taxa Selic em 1,5 p.p., para 7,25% ao ano, em linha com nossa expectativa.
- O comunicado trouxe poucas novidades e manteve o tom neutro, sinalizando outra alta de 1,5 p.p. em dezembro. Ou seja, a Selic deve ir pra 9,25% no fim de 2021.
- O destaque principal foi a preocupação com a alta da inflação e a piora da situação fiscal do país, pontos que têm afetado bastante os mercados nos últimos tempos.
- Veja como a alta da Selic deve impactar no cenário econômico e nos seus investimentos!
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou a taxa Selic em 1,5 ponto percentual, para 7,75% ao ano. Assim, a taxa básica de juros do país consolida sua posição em patamar contracionista — aquele patamar que tem por objetivo desaquecer a atividade econômica para controlar a alta dos preços.
A decisão veio bem em linha com a nossa expectativa, como já tínhamos antecipado por aqui no nosso Esquenta pré Copom, e o comunicado que a acompanhou trouxe poucas novidades e pode ser visto como relativamente neutro. Ou seja, nem hawkish (como são chamados no mercado banqueiros centrais mais rígidos no controle dos preços, associados à imagem de um falcão), nem dovish — como são chamados aqueles mais lenientes com a alta de preços, associados à imagem de uma pomba. Te explicamos mais sobre os falcões e pombas na política monetário aqui.
Isso porque, diante da piora recente da inflação no Brasil e no mundo, e dos acontecimentos recentes no palco político — no caso, a proposta do governo de alteração da regra do teto de gastos, que aumentou a percepção de risco fiscal — alguns analistas esperavam um recado mais forte dos diretores do Banco Central em relação ao controle inflacionário e aos próximos passos do Copom.
Mesmo assim, o Comitê destacou sua preocupação com a alta dos preços no país, que ganhou força desde a última reunião, mesmo quando tiramos o efeito da alta de bens e serviços que costumam ter maior volatilidade naturalmente, como energia elétrica e insumos industriais — afetados por questões climáticas e internacionais. Ou seja, o BC passou a ver um movimento de alta de preços mais disseminado pela economia brasileira, reforçando a necessidade de juros mais altos.
O comunicado também chamou atenção para a piora da situação fiscal, mas ainda deixou a questão “em aberto”, sinalizando que as recentes discussões sobre mudanças nas regras fiscais aumentam o risco de desancoragem das expectativas de inflação.
Em bom português: para os diretores do Banco Central, o risco fiscal que chamava a atenção há bastante tempo ainda não se concretizou de fato, mas as discussões sobre mudanças nas regras fiscais afetam a perspectiva de agentes da economia sobre onde os preços estarão no futuro, impactando o esforço do controle de preços.
Afinal, quando se trata de inflação, se aqueles que fazem o preço (como um grande empresário ou pequeno provedor de serviço) entendem que a inflação seguirá alta porque o governo está gastando muito (ou porque tudo está subindo de preço), eles já antecipam a alta, e sobem seus preços. Por isso, para o Banco Central, expectativas são essenciais!
Em resumo, acertamos em cheio!
A decisão reforçou nossa visão de Selic terminando esse ano em 9,25% (com mais uma alta de 1,5 p.p. em dezembro), e em 11% em março do ano que vem — onde deve ficar ao menos até as eleições de outubro do ano que vem.
Quando vou sentir a mudança? E meus investimentos?
Vale lembrar que a alta de hoje só deve ser sentida no bolso dos consumidores em alguns meses, uma vez que os impactos do aumento de juros pelo Banco Central demoram um tempo para “chegarem” na economia real, especialmente via crédito mais caro. Além disso, o controle da inflação também não significa a queda dos preços, e sim que estes passarão a subir mais gradativamente — o que esperamos que aconteça ao longo do ano que vem.
Nesse cenário de juros em elevação, a Renda Fixa volta a ganhar bastante relevância e atratividade (não que não cansemos de contar para vocês por aqui sobre a importância da diversificação em qualquer período, e de uma boa e segura reserva de emergência). Contamos muito mais sobre oportunidades nessa classe de ativos aqui.
Mas, se era verdade que a Renda Fixa não tinha morrido no período de juros baixos, também é verdade que outros investimentos seguem trazendo oportunidades nesse período de juros em elevação e inflação pressionada. Por aqui, fazemos uma seleção de empresas que se destacaram historicamente em momentos de inflação alta. Já aqui, selecionamos nomes de empresas de destaque em diferentes setores, com histórias de crescimento afora de movimentos do ciclo macroeconômico.
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
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