- Chegou o esquenta mais esperado dos últimos 45 dias: o pré decisão de taxa de juros no Brasil.
- No menu do mês: um mundo com juros em alta, e um Brasil com inflação e expectativas dos preços no futuro começando a perder força, apesar de riscos do lado político e fiscal.
- Sugestão do chefe: manutenção da taxa Selic em 13,75% e uma mensagem de pausa.
- Como investir nesse cenário? Vem esquentar, que te contamos!
O que você fez nos últimos 45 dias? Trabalhou, passeou, curtiu a família, e investiu de acordo com seu perfil de risco, mantendo a sua carteira diversificada? Esperamos que sim!
Mas não estamos aqui para discutir suas escolhas no último mês (e meio). E sim, para falar sobre o rumo da nossa taxa básica de juros. Porque hoje se encerra mais uma reunião do Copom – o Comitê de Política Monetária do Banco Central.
Como vocês já devem ter lido aqui na Riconnect, a cada reunião dos diretores do Banco Central do Brasil, o esquenta fica por nossa conta, para que você saia muito bem-informada(o) sobre o que esperar da decisão que afetará a nossa taxa básica de juros, a Selic, e os seus investimentos.
Selic na mesma, e mensagem de pausa
Como te contamos tudo por aqui, o Copom se reuniu da última vez no dia 03 de agosto, determinando a elevação da taxa Selic em 0,50p.p., para 13,75% ao ano. A taxa está em processo de elevação desde março do ano passado, quando subiu de 2,00% para 2,75% ao ano, na primeira alta após o início da pandemia da Covid-19.
Desde então, podemos afirmar que o cenário de inflação no Brasil melhorou. Vimos a inflação corrente perder força (com nosso principal indicador de inflação, o IPCA, caindo para 8,73% no acumulado em doze meses até agosto), as expectativas sobre a inflação nos próximos anos cedendo, além de uma moeda levemente mais valorizada.
Lembrando que a desvalorização cambial prejudica o controle da inflação – afinal, passamos a pagar mais caro por tudo o que importamos, da farinha do pão à peça do carro.
Além disso, os juros altos começam a dar os primeiros sinais de maior impacto na economia– dado que a alta da Selic só começa a ser sentida no dia a dia das pessoas e das empresas aos poucos, como por exemplo via crédito mais caro.
E finalmente, mas não menos importante, Bancos Centrais de países desenvolvidos engataram de vez a marcha dos juros. Dinheiro mais caro no mundo nos ajuda também a controlar a inflação por aqui. Afinal, boa parte do que vemos de preços altos desse lado do oceano reflete movimentos “do lado de lá”.
Com tudo isso junto e misturado, esperamos que o Banco Central anuncie amanhã que manterá os juros onde estão – em 13,75% ao ano.
Também esperamos que o Copom indique que fará uma pausa no processo de alta da taxa básica de juros, para aguardar sinalizações mais concretas do que vem a frente. Isso porque há riscos importantes tanto no cenário doméstico quanto internacional em relação ao comportamento da inflação nos próximos meses.
No bom português, o Copom poderia dizer “Já fizemos bastante. Agora, vamos esperar os impactos, antes de tomarmos outras decisões”.
O que vem depois?
Optar por manter a taxa de juros no mesmo patamar (ou mesmo implementar uma pequena elevação derradeira) não significa que não há riscos.
Contamos nesse texto sobre o resultado do IPCA de agosto como os preços ainda seguem em ritmo de forte alta no setor de serviços, impulsionados pela normalização da economia pós pandemia, por um mercado de trabalho forte e estímulos fiscais que aumentam a renda das famílias.
Além disso, a economia global continua cheia de incertezas, especialmente sobre o rumo da taxa de juros nos Estados Unidos. Se o Banco Central americano (o FED) decidir que os juros precisam ir muito além dos 4,00% ao ano para controlar a inflação por lá, podemos ver nossa moeda perdendo valor, pressionando os preços. Afinal, juros mais altos nos EUA tendem a atrair investimentos, fortalecendo o dólar contra outras moedas.
E não podemos esquecer do risco fiscal. Apesar do governo rodando no azul nesse ano, as contas públicas continuam o principal risco do cenário econômico brasileiro de longo prazo. Se o próximo governo não criar uma regra fiscal com credibilidade para substituir o teto constitucional de gastos, o Banco Central pode se ver obrigado a manter os juros altos por mais tempo (ou mesmo subir ainda mais).
Em resumo: projetamos que a Selic siga em 13,75% ao ano até a segunda metade do ano que vem – quando deve começar a cair lentamente. Mas há riscos.
Como investir com a Selic em alta?
Independente de acertarmos em cheio o patamar da Selic ou o ritmo de altas definido pelo Copom, a taxa deve seguir alta bom tempo. Aquilo que chamamos de “política monetária contracionista”, em que a taxa Selic desestimula a economia para conter a alta de preços.
Nesse cenário de juros altos, a Renda Fixa segue ganhando relevância e atratividade. Títulos indexados à inflação ajudarão a proteger seu patrimônio da incerteza ainda presente sobre a alta de preços, enquanto títulos pós fixados acompanham a taxa Selic – permitindo uma boa rentabilidade da sua reserva de emergência e do seu “caixa”. Contamos muito mais sobre oportunidades nessa classe de ativos aqui.
Mas, se era verdade que a Renda Fixa não tinha morrido no período de juros baixos, também é verdade que outros investimentos seguem trazendo oportunidades nesse período de juros altos.
Na bolsa, indicamos nossa carteira recomendada de ações e BDRs negociadas na bolsa brasileira – a RICO11, que você acessa aqui. Também indicamos nossa carteira recomendada de fundos imobiliários, gratuita para assinantes Riconnect.
Enquanto isso, a classe de ativos conhecida como alternativos também ganha relevância, especialmente os ativos reais – que costumam ter baixa correlação com ciclos econômicos e inflação, como commodities minerais e agrícolas. Uma alternativa simples para acessar um desses tipos de investimentos é o fundo Trend Commodities disponível na Rico com aplicação mínima de R$100,00.
Finalmente, mas não menos importante, investimentos internacionais podem trazer tanto diversificação geográfica, quanto de risco. Isso porque ativos dolarizados podem servir de proteção contra uma eventual desvalorização (ainda maior) da nossa moeda, impulsionado por incertezas domésticas. Fundos internacionais e ETFs (fundos negociados na bolsa) são alternativas simples para você acessar investimentos fora do país.
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
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