- Escolha seu drink e vem com a gente pro nosso “quartou” preferido: o esquenta pro Copom desse mês!
- Esperado para o especial da casa: taxa Selic, servida com elevação para 7,75% ao ano.
- Tem mais? O aumento do risco fiscal por aqui e a alta de preços de matérias primas no mundo devem levar o Copom a ir além, levando a taxa básica de juros para 11% até março de 2022.
- Para seus investimentos, o menu do dia: oportunidades em renda fixa, acompanhadas de empresas de alta qualidade, ou mesmo aquelas que se beneficiam da inflação – tudo envolto em uma camada bem gelada de diversificação, e servido com bastante cautela.
- Bons drinks!
Não sei quando isso aconteceu, mas de fato sinto que a quinta-feira é a nova sexta. Agora que podemos (com todo cuidado necessário, claro) frequentar novamente locais de comes e bebes além do nosso humilde lar, notei que diversos dias de semana contam com mais gente na rua do que na boa e velha sexta-feira. Eu mesma posso servir de exemplo: sexta-feira em casa é dia de delivery de hambúrguer , cerveja e séries. Já quinta; por que não um happy hour?
Mas outro dia eu ouvi o seguinte: “Quinta-feira, que nada! Agora quarta é a nova sexta!”. Ou seria a nova quinta, que passou a ser sexta? Achei confuso, mas decidi que quarta-feira permite drinks. Justo, não é mesmo?
Nesse espírito, convido então vocês ao esquenta mais esperado dos últimos 45 dias: o esquenta para o Copom.
Isso porque hoje é dia de reunião do nosso Comitê de Política Monetária do Banco Central. Como vocês já leram aqui há exatos 45 dias, a cada reunião dos diretores do Banco Central do Brasil, o esquenta fica por nossa conta, para que você saia muito bem informada(o) sobre o que esperar da decisão que afetará a nossa taxa básica de juros, a Selic, e os seus investimentos.
O Drink da casa: Heatmap do Copom
Tudo começa com nossa visão 360° desde a última reunião do Copom. O que aconteceu de importante na economia do Brasil e do mundo que impactou, está impactando, e esperamos que impactará a inflação por aqui?
Quem leu nossos últimos esquentas, já sabe que tudo isso está ilustrado na tabela abaixo: o famoso heatmap do Copom. Esse mapa de calor, no bom português, serve para indicar a nossa leitura do que cada um dos indicadores representa no mundo da política monetária. Ou seja, o que achamos que os diretores do Banco Central estarão olhando para decidir o que fazer com a taxa Selic, com o objetivo de controlar o comportamento dos preços.
Quanto mais vermelho (ou azul), mais a variável está atuando para piorar (ou melhorar) a perspectiva da inflação.
Já os curiosos pássaros estampados no alto indicam uma nomenclatura também curiosa sobre política monetária no mundo: os Hawks (falcões) e os Doves (pombas). Quanto mais vermelho, mais o comportamento do indicador aponta a decisão de política monetária para um lado hawkish; do outro lado, quanto mais azul, mais o indicador aponta a decisão para o lado dovish.
Falcões X Pombas
Hawkish – Aparentemente relacionado ao comportamento de soldados na Guerra da Independência dos EUA, a figura de um falcão está associada à coragem, força, rigidez. Em política monetária, faz referência ao comportamento de banqueiros centrais mais preocupados com o controle da inflação, menos lenientes com a alta de preços e o potencial distanciamento de sua meta.
Dovish – Já as pombas são relacionadas a… acho que apenas pombas mesmo, na tranquilidade, de boa esperando seu pãozinho no parque! Em política monetária, as pombas então são associadas à autoridades monetárias mais lenientes com a inflação. Para os quais “um pouquinho de alta de preços não faz mal a ninguém”, mesmo que se distancie da meta almejada.
O mapa Bloody Mary e a piora do risco fiscal: Selic em alta
Para entender melhor os números da tabela acima, vale separá-los de fato entre os azuis ou brancos (ou seja, aqueles que reduzem as pressões sobre os preços ou são neutros), e os vermelhos – aqueles que estão dando um empurrãozinho para os preços seguirem em alta.
Como podemos ver, o heatmap desse mês parece um Bloody Mary praticamente (aquele drink de suco de tomate e vodca), de tão vermelho. A mensagem, então, está clara: há mais pressões hoje que empurram os preços para cima, do que ajudam os preços a ficarem comportados (ou para baixo). Isso significa que a Selic deverá seguir sua trajetória de alta, como já esperado.
Mas quão mais alto? Na última decisão do Copom, que te contamos aqui, nossa visão era a de que o Copom seguiria elevando a taxa Selic, com alta de 1 p.p. para a próxima reunião (a que será anunciada hoje).
Porém, de lá para cá, muita água rolou. Em comparação com o que os diretores do Banco Central observavam há 45 dias, três principais movimentos se destacaram no cenário tanto do Brasil quanto do mundo. Entre eles, enquanto um ajudou a reduzir as pressões sobre os preços (ou seja, melhorou desde a última vez que “esquentamos” por aqui), os outros dois foram na direção contrária, sinalizando para inflação ainda mais pressionada à frente.
Do lado positivo (atenuando as pressões), tivemos a melhora da situação hidrológica do país, com o aumento do volume de chuvas reduzindo as chances de um racionamento de energia no ano que vem, e melhorando as perspectivas para a conta de luz — que devem mostrar redução de preço.
Do lado negativo, entretanto, tivemos movimentos do lado doméstico e internacional. No mundo, o aumento da inflação de custos ganhou força, especialmente em energia. O preço do petróleo (Brent) superou os 85 dólares por barril, enquanto o índice de commodities (CRB) subiu mais de 2% desde a última reunião do Copom. Ou seja, preços mais altos de matérias primas no mundo, preços mais altos aqui também.
Mas a principal mudança foi, de fato, doméstica. A indicação da mudança da regra do teto de gastos, sinalizando para maiores gastos públicos e maior endividamento à frente, levou ao aumento significativo do risco fiscal. Como sabemos, a piora da percepção do risco fiscal impacta todos os ativos brasileiros, inclusive a nossa moeda — assim, o “preço do dólar”.
Um dólar mais alto pressiona ainda mais a inflação, uma vez que insumos para a produção de muitos bens são baseados no dólar, ou mesmo importados (como a farinha do pãozinho francês).
Além disso, a piora fiscal também afeta as expectativas de inflação adiante. Afinal, como diria minha mãe “quem faz a fama, deita na cama”, e a sinalização de gastos públicos saindo do controle já faz com que muita gente antecipe a alta de preços lá na frente.
Selic 7,75% amanhã e 11% ano que vem: o os seus investimentos?
Dado tudo isso que contei ali em cima junto e misturado, esperamos que o Banco Central anuncie hoje uma elevação de 1,5 ponto percentual na Selic — levando a taxa para 7,75% ao ano.
E daqui para frente? Diante principalmente da piora da situação fiscal aqui dentro de casa, esperamos que o Copom passe um recado bastante “falcônico” em sua comunicação — ou seja, destacando que fará tudo o que tiver no alcance para que a inflação alcance a meta de 3,5% ano que vem. Em nossa visão, esse processo de alta deverá continuar até março de 2022, com a Selic chegando a 11% ao ano.
Horizonte Relevante de Política Monetária
Você já deve ter lido em notícias sobre decisão de juros esse tal de “horizonte relevante”, certo? Se não, sem problemas — te contamos aqui também!
Esse conceito diz respeito ao período entre o aumento/queda na taxa de juros determinado pelo Banco Central, e o efeito disso na economia real — por meio do crédito, do câmbio e das expectativas. Esse período pode variar entre 6-9 meses, a depender do país, e da metodologia usada.
Mas o importante a destacar é que, conforme nos aproximamos do final do ano, os esforços do Copom se dirigem ao ano seguinte, dado que a elevação de juros hoje não impacta a inflação sentida hoje.
Assim, uma eventual alta de juros será sentida gradualmente ao longo dos seis a nove meses (aproximadamente) subsequentes.
Assim, independente de estarmos certos ou não sobre o ritmo da elevação anunciada hoje, a taxa Selic deverá encerrar esse ciclo muito acima do patamar neutro (aquele meio “em cima do muro”, que não estimula nem desestimula a atividade), de maneira a ajudar a trazer a inflação para mais próximo à meta do Banco Central no final do ano que vem.
Nesse cenário de juros em elevação, a Renda Fixa volta a ganhar bastante relevância e atratividade (não que não cansemos de contar para vocês por aqui sobre a importância da diversificação em qualquer período, e de uma boa e segura reserva de emergência). Contamos muito mais sobre oportunidades nessa classe de ativos aqui.
Mas, se era verdade que a Renda Fixa não tinha morrido no período de juros baixos, também é verdade que outros investimentos seguem trazendo oportunidades nesse período de juros em elevação e inflação pressionada. Por aqui, fazemos uma seleção de empresas que se destacaram historicamente em momentos de inflação alta.
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 1847
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