- O PIB cresceu 1,2% no segundo trimestre de 2022, impulsionado pelo consumo das famílias e a normalização pós pandemia.
- O economia deve seguir em tendência positiva, antes de perder fôlego ao longo do ano que vem.
- O que esperar e como investir nesse cenário? Confira no texto na íntegra!
De acordo com dados divulgados pelo IBGE (nosso principal instituto de estatística), o PIB brasileiro cresceu 1,2% no segundo trimestre de 2022.
Quer saber mais sobre o que é PIB e como ele impacta seus investimentos? Te contamos aqui!
Isso significa que a soma de tudo o que produzimos de bens e serviços na economia brasileira variou de maneira positiva (em 1,2%) no período entre abril e junho desse ano, em comparação com o produzido entre janeiro e março desse ano.
Lembrando que o ano de 2020 marcou o auge da pandemia da covid-19 no Brasil e no mundo, o que levou a nossa economia a encolher 3,9%. Porém, o PIB começou a se recuperar em 2021 (mesmo que de forma diferente em cada setor), registrando alta de 4,6% no ano.

Por que o PIB subiu?
O resultado veio levemente acima das expectativas de analistas de mercado (que esperavam alta de 0,9%), mostrando que a economia seguiu bastante resiliente na primeira metade desse ano.
Do lado da oferta (daqueles que produzem bens e serviços na economia) vimos o setor de serviços e a indústria crescendo de maneira robusta, com destaque para construção civil, extração mineral e serviços públicos, além de serviços de transporte e prestados às famílias.
A normalização pós pandemia continuam trazendo benefícios a diversas atividades do setor terciário (serviços), com famílias retomando hábitos de consumo como restaurantes, cabelereiros e eventos – levando o setor ao patamar de 3,7% acima do nível pré pandemia.

Já do lado da demanda – ou seja, aqueles que puxam o PIB demandando por todos esses bens e serviços produzidos – investimentos privados e consumo foram destaque no segundo trimestre do ano.
Aqui, vale destacar estímulos fiscais implementados na primeira metade do ano, como a liberação do FGTS e o adiantamento de benefícios previdenciários, que ajudaram a conter os efeitos da inflação alta na renda disponível das famílias, e assim no consumo.
O que esperar daqui pra frente?
Após crescer na primeira metade do ano, esperamos que o PIB siga em território positivo no próximo trimestre – aquele que, na realidade, já vivemos hoje (entre julho e setembro).
Essa tendência positiva é explicada por uma série de fatores. Destacamos abaixo os principais:
- normalização da economia, com atividades ainda se beneficiando da volta após dois anos de “abre – fecha” pandêmico;
- mercado de trabalho recuperando e desemprego em baixa, também em parte por conta da normalização das atividades, especialmente no setor de serviços (eventos, restaurantes, cabelereiros); e
- estímulos fiscais robustos implementados pelo governo, com destaque para o aumento do valor e número de beneficiários do programa Auxílio Brasil, além de redução de impostos para combustíveis e outros serviços (liberando renda para outros gastos), e benefícios como auxílio gás e para classes de caminhoneiros e taxistas.
Mas, como nem tudo são rosas, a performance mais positiva não deve durar muito. Explico: como resultado dos juros mais altos por mais tempo, um mundo que cresce menos (incluindo recessão em algumas regiões), e maior incerteza fiscal por aqui, a economia deve perder fôlego a partir do fim desse ano.
Lembrando que juros altos encarecem o crédito e impactam o endividamento das famílias e empresas, desestimulando o consumo e a economia como um todo.

Falamos mais sobre essa relação entre juros e inflação nesse podcast e nesse texto.
Assim, esperamos que o PIB cresça 0,5% em 2023.
Como investir com o PIB crescendo?
Para o investidor pessoa física, o resultado do PIB não deve ser visto como motivo para grandes mudanças na estratégia de investimentos.
Não porque os movimentos da economia medidos pelo PIB não afetem ações de empresas listadas na bolsa ou no mercado de renda fixa e outros ativos financeiros, como o dólar e fundos imobiliários. Pelo contrário! Os rumos da economia no Brasil e no mundo são o cenário e a verdadeira base sobre a qual se sustenta o mercado financeiro e nossos investimentos.
Porém, a divulgação do resultado do PIB é muito mais um olhar no retrovisor econômico. Ou seja, na ausência de grandes surpresas no resultado, o número costuma refletir dados que já foram analisados nos últimos meses e confirmar expectativas sobre o estado da economia – levando, no máximo, a ajustes pontuais de projeções.
Assim, as principais recomendações para esse momento seguem: manter um caixa fortalecido para eventuais emergências e oportunidades diante do cenário econômico ainda incerto no Brasil e no mundo; atentar-se aos objetivos e horizontes de investimento (quando você acredita que precisará do seu dinheiro investido?); e nunca esquecer da diversificação dos investimentos entre ativos e geografias – o bom e velho “não colocar todos os ovos na mesma cesta”.
Investimentos como títulos de renda fixa pós fixados e indexados à inflação, fundos imobiliários e ações de empresas com fundamentos sólidos, preços atrativos e menos dependentes do ciclo econômico são boas alternativas no atual cenário. Ao mesmo tempo, destacamos posições de longo prazo em investimentos internacionais – mas sempre respeitando seus objetivos e perfil de investidor.
Confira como você pode equilibrar sua carteira nesse cenário e nossas recomendações de investimento para cada perfil de investidor no “Onde Investir”.
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 6928
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