Esse artigo inaugura a parceria entre a Rico e a Giant Steps.

Quinzenalmente, você receberá conteúdos sobre diversos assuntos – o mercado, fundos quantitativos, uso de dados, algoritmos – tudo sob a ótica da Giant Steps.

Boa Leitura!

Você já teve aquela sensação de que o tempo está acelerando? Que o dia passa cada vez mais rápido? Normalmente esta sensação chega no Natal, quando de repente toda a cidade já está decorada para o dia 24 de dezembro. 

Bem-vindo ao mundo exponencial.

Um mundo onde todos os dias recebemos no WhatsApp um vídeo novo com uma tecnologia revolucionária que vai mudar nosso dia-a-dia de forma brutal, as famosas tecnologias “disruptivas”. Senti isto na pele quando tive a oportunidade de andar num Tesla. Eu aprendi a dirigir em um carro manual e, agora, não precisamos nem de alguém dirigindo? Como isto chegou tão rápido?

Neste novo mundo, nossos modelos mentais – aqueles que criamos ao longo da vida para entender nossa realidade – já não se aplicam mais.

Podemos dar inúmeros exemplos disso.

Pense em uma empresa de carros. Qual vem à sua cabeça? Provavelmente Ferrari, Mercedes ou BMW, ícones do automobilismo – mas a principal empresa de carros hoje, a Uber, não possui um único carro. A mesma verdade aplica-se para a indústria hoteleira, na qual pensamos nas redes Hilton, Marriott e similares, mas a maior empresa de hospedagem – o AirBnb – não possui um único quarto e nenhum hotel.

Mesmo neste cenário, uma indústria aqui no Brasil continua sendo teimosamente vista com as mesmas lentes do passado e as pessoas que participam e investem nela ainda não perceberam o quanto o mundo mudou e o quanto isso impacta o bolso delas.

A indústria à qual estou me referindo é nada menos do que a mais competitiva do mundo: o mercado financeiro, mais especificamente a gestão de fundos de investimentos.

Os últimos 60 anos

Ao longo do último século (o primeiro “hedge fund” surgiu em 1949), gestoras disputavam fervorosamente para obter alguma vantagem competitiva na compra e venda de ativos financeiros. O trabalho dos gestores, na época, residia em analisar informações sobre economia, empresas e o mercado financeiro para encontrar alguma distorção de preço e gerar retorno acima do mercado. Em linguagem mais técnica, gerar Alpha. Em português claro, comprar barato e vender caro.

A chave para encontrar essas distorções de preço reside, em última instância, na capacidade do gestor em analisar informação. Quem possui a melhor informação consegue identificar melhores oportunidades, e, consequentemente, entregar mais resultado.

A grande questão é que o mercado financeiro, assim como todos os outros, mudou completamente.

Analisar informações em 2020 é um trabalho incomparavelmente mais complexo do que no passado. O que assusta neste contexto é a demora das gestoras em se mexer e se adaptar. Enquanto as gestoras líderes globais já utilizam trackeamento de voos, estratégias de reconhecimento facial e inteligência artificial, no Brasil ainda aposta-se na leitura de jornais e relatórios de research.

Ainda assim, muitos defendem a leitura de jornais e livros como as mais importantes fontes de informação, assim como acreditavam seus antepassados na década de 1940. Vamos, então, nos aprofundar em como os dados estão sendo criados e analisados atualmente e deixamos ao leitor que tome suas próprias conclusões sobre a validade desse argumento.

A explosão de dados

A primeira grande mudança no mercado financeiro é a quantidade colossal de informação produzida atualmente. Segundo estudo da IBM, produzimos cerca de 2.5 bilhões de gigabytes de informação por dia, o que equivale à capacidade máxima de processamento de um milhão de cérebros humanos trabalhando juntos. Lembre-se: por dia, e acelerando.

Em um mercado onde informação é dinheiro, quem consegue processar uma maior quantidade de informação possui enorme vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes. O desafio de hoje não é mais acessar a informação, mas conseguir filtrar, de um oceano de dados, apenas a fração que fará a diferença.

Cinquenta anos atrás, a leitura consistente de jornais, pesquisas e livros por um gestor era suficiente para suportar um bom resultado. Trinta anos atrás, as gestoras passaram a expandir suas equipes e acessar informações em vários países, analisar dezenas de balanços de empresas, além de atas de conferências e relatórios. Com o advento da internet, fazer isso de maneira manual tornou-se impossível.

A opção foi:

  1. Manter a equipe e, de forma manual e subjetiva à experiência do gestor, escolher quais materiais analisar, ou;
  2. Automatizar o processo de coleta de informações através de investimento maciço em tecnologia.

As fontes de informação podem ser das mais diversas: Twitter, Blogs, mídias sociais. Nossa intuição diz que não há informação relevante aí. Mas imagine você ser o primeiro a ler um post do Biden sobre guerra comercial. Quanto vale essa informação?

Não há limites para acesso à informação hoje, exceto pela criatividade do gestor.

Não utilizar tecnologia hoje equivale a jogar tênis contra o Federer com os olhos vendados.

É crucial entender que, sem tecnologia, a probabilidade de sucesso é reduzida à pura sorte. E nós, na Giant, não queremos contar com a sorte.

Manual de sobrevivência

Uma metáfora sobre Fórmula 1 transmite muito bem a intuição do que fazemos na Giant.

Pense no melhor piloto da história da Fórmula 1: Ayrton Senna. Entre os próprios pilotos da F1, Senna é considerado como o maior talento do esporte.

Acho que todos estão de acordo que, para vencer uma corrida de F1, o piloto é uma das peças mais importantes para determinar se uma equipe sairá vitoriosa de uma corrida.

Apesar disso, Senna dirigindo a Lótus da década de 80 não teria a menor chance disputando com o último colocado da F1 num carro de 2020. Sem um carro moderno com os recursos atuais e uma excelente equipe gerenciando a corrida, nem o melhor piloto fará diferença – é impossível vencer.

Essa ideia é o pilar que sustenta a Giant. Procurar, sim, pelos Sennas, mas não depender unicamente deles. Desta forma, unir pessoas brilhantes (que equivalem aos pilotos) ao que há de mais avançado em termos de tecnologia (que equivalem ao carro e à equipe de engenheiros).

Na nossa visão, essa é a única forma possível de garantir alguma vantagem competitiva e entregar resultados consistentes aos nossos investidores – hoje e no futuro.

Uma boa notícia para você, investidor, é a sua liberdade de escolha nesse cenário. Você pode escolher em qual equipe quer apostar. Se você acha que as engrenagens do mercado financeiro não mudaram, aposte na metodologia tradicional. Se você é como nós e acredita que estamos vivendo num mundo exponencial, no qual as mudanças ainda nem começaram a acelerar, a Giant é a sua gestora.