Muita gente ainda tem receio de investir em ações por conta da volatilidade — afinal, os preços sobem e descem o tempo todo. Agora imagine investir em uma empresa e, dez meses depois, descobrir que perdeu mais da metade do valor aplicado. Que baita susto, né?
Por outro lado, e se ao abrir sua conta na corretora você visse um ganho de mais de 200% em menos de um ano? Seria um susto também — mas daqueles que a gente gosta de ter!
A verdade é que o mercado de ações pode parecer assustador à primeira vista, especialmente quando observamos movimentos extremos nos preços. Mas, ao entender como ele funciona, é possível identificar boas oportunidades e transformar sustos em surpresas positivas.
Então fica a pergunta: quais foram as ações mais assustadoras de 2025 — tanto pelas quedas quanto pelas altas impressionantes? E como aumentar as chances de viver mais “sustos bons” do que “ruins” ao longo da jornada como investidor? É sobre isso que vamos falar neste texto.
Contextualizando: como está a bolsa de valores em 2025?
Antes de falarmos das ações, vale entender o pano de fundo do mercado neste ano. Após encerrar 2024 em queda de mais de 10%, com o Ibovespa na casa dos 120 mil pontos e um clima de pessimismo marcado pelo risco fiscal e juros elevados, 2025 surpreendeu com uma forte recuperação.
Apesar da volatilidade global — impulsionada por eventos como o anúncio de tarifas comerciais nos EUA em abril — o Ibovespa engatou uma alta consistente, renovando máximas históricas. O principal motor dessa retomada foi a entrada robusta de capital estrangeiro, que hoje representa mais da metade do volume negociado no mercado à vista.

Entre os fatores que explicam esse movimento, destacam-se:
- Alívio técnico: Com preços deprimidos no fim de 2024, o múltiplo P/L do Ibovespa chegou a 6,8x, bem abaixo da média histórica de 10,8x. A redução dos ruídos domésticos favoreceu a reprecificação dos ativos.
- Valuation atrativo e fundamentos sólidos: Empresas negociadas abaixo da média histórica, mas com bons fundamentos, atraíram investidores.
- Rotação global de capital: A incerteza nos EUA e um dólar mais fraco estimularam a busca por oportunidades em mercados emergentes.
- Corte de juros nos EUA: A expectativa de redução das taxas por lá favoreceu ativos de risco.
- Fim do ciclo de alta da Selic: Com o Banco Central sinalizando estabilidade nos juros, o apetite ao risco aumentou.
Mas nem tudo foi motivo de comemoração. Algumas ações do Ibovespa tiveram um desempenho bem abaixo do índice — verdadeiras “travessuras” no meio da festa. Quais foram essas ações e por que decepcionaram? Vamos entender.
As 3 ações mais assustadoras do Ibovespa em 2025
Mesmo em um ano de forte recuperação para o Ibovespa, algumas ações não acompanharam o ritmo e acabaram protagonizando verdadeiras “travessuras” no mercado. Até outubro, os papéis da Raízen (RAIZ4), Braskem (BRKM5) e Brava (BRAV3) estão entre os maiores tombos do índice, com quedas de 57%, 45% e 35%, respectivamente.

Mas o que está por trás dessas quedas?
- Raízen (RAIZ4): A companhia enfrentou um ano desafiador, com margens pressionadas na distribuição de combustíveis e resultados abaixo do esperado. O cenário de juros elevados pesou sobre seu nível de endividamento, e cresceu a percepção de que a empresa está queimando caixa em ritmo acelerado. Essa combinação de fatores aumentou a cautela do mercado, levando grandes bancos a revisarem para baixo o preço-alvo da ação.
- Braskem (BRKM5): A petroquímica enfrentou um ano turbulento, marcado pela reprecificação global das empresas de commodities e pela alta volatilidade do setor. Além disso, desafios operacionais e ambientais continuam pesando sobre sua imagem e resultados. A companhia também lida com pressões regulatórias e incertezas relacionadas à sua operação em Alagoas, o que contribuiu para o desempenho negativo das ações e para uma postura mais cautelosa por parte dos investidores.
- Brava (BRAV3): A empresa atua no setor de óleo e gás, com foco na exploração e produção de campos maduros — áreas que já estão em operação, mas ainda têm potencial de extração. Originalmente conhecida como 3R Petroleum, a companhia passou por uma reestruturação e mudou de nome para Brava Energia em 2024, após a fusão com a Enauta. Em 2025, enfrentou um cenário desafiador, com queda na demanda e dificuldades operacionais que pressionaram sua rentabilidade. A ausência de resultados consistentes e de catalisadores claros de crescimento aumentou a cautela dos investidores, contribuindo para a forte desvalorização dos papéis ao longo do ano.
De maneira geral, essas empresas estão em setores mais sensíveis às oscilações econômicas e aos riscos específicos de cada negócio. E no Halloween da bolsa, elas foram as que mais assustaram os investidores em 2025.
Agora, será que também tivemos boas “doçuras” neste ano? Spoiler: sim, e algumas surpreenderam bastante!
As 3 maiores ‘doçuras’ do Ibovespa em 2025
Se por um lado algumas ações assustaram, por outro, algumas adoçaram — e muito — a vida dos investidores em 2025. Entre as maiores altas do Ibovespa até outubro, três papéis se destacaram: Cogna (COGN3), C&A Modas (CEAB3) e Cury (CURY3).

De modo geral, essas empresas têm algo importante em comum: atuam em setores cíclicos, sensíveis ao cenário econômico. Com a recuperação da bolsa impulsionada pelo fim do ciclo de alta da Selic, os ativos cíclicos ganharam destaque — especialmente aqueles com bons fundamentos, que estavam bastante descontados após o período de maior estresse no mercado.
Além do ambiente macroeconômico mais favorável, cada uma dessas companhias contou com fatores específicos que ajudaram a impulsionar suas ações. Vamos entender melhor o que motivou essas altas:
- Cogna (COGN3): A ação da companhia de educação disparou mais de 200% no ano, liderando o ranking de valorização do Ibovespa. Depois de atingir uma mínima de R$ 0,95, a empresa passou por uma reestruturação financeira e estratégica, incluindo a proposta de fechar o capital da controlada Vasta nos EUA. A expectativa de queda na Selic também favoreceu o setor, que é sensível aos juros.
- C&A Modas (CEAB3): A varejista surpreendeu com uma alta superior a 120% em 2025. Boa parte desse desempenho veio de fora do Ibovespa, mas a entrada recente no índice e a recuperação do consumo ajudaram a impulsionar os papéis. A empresa também se beneficiou da rotação de capital para o varejo, com investidores buscando oportunidades em ações descontadas e fundamentos atrativos.
- Cury (CURY3): A construtora surfou a onda positiva do setor imobiliário, que se fortaleceu com a perspectiva de queda nos juros e maior demanda por habitação. A companhia entregou resultados consistentes e manteve margens saudáveis, o que atraiu investidores em busca de empresas com fundamentos sólidos. Com isso, o ativo acumula alta de quase 100% em 2025.
Essas três empresas mostram que, mesmo em um mercado volátil, há espaço para boas surpresas. E no Halloween da bolsa, elas foram as “guloseimas” que mais adoçaram os portfólios de quem acreditou no potencial de recuperação e crescimento.
Vimos então que, ao longo de 2025 foi possível ter surpresas positivas e negativas no mercado de ações.

Mas, afinal, como evitar essas surpresas negativas que podem levar a fortes oscilações em nosso patrimônio?
‘Doçuras ou Travessuras’: como escolher as melhores ações?
Em suma, o mercado de ações em 2025 ilustra a importância de realizar escolhas estratégicas no momento da alocação em ações. Olhando para as maiores altas e baixas do índice, temos uma verdadeira montanha-russa: empresas enfrentando grandes desafios e outras surpreendendo positivamente.
As “travessuras” das ações mais assustadoras, nos lembram a volatilidade e os riscos presentes nesse ambiente. Por outro lado, as “doçuras” mostram que, com a estratégia certa, é possível colher bons frutos.
Para reduzir os sustos e aproveitar melhor as oportunidades, é essencial manter uma estratégia bem definida, baseada em critérios técnicos, diversificação e acompanhamento constante do mercado. Entender os setores, estudar as empresas e ajustar sua carteira conforme o cenário evolui são passos fundamentais para uma jornada mais segura e eficiente na bolsa.
No fim das contas, o conhecimento é a melhor proteção contra os sustos do mercado. Investir em educação financeira e buscar informações de qualidade te ajuda a tomar decisões mais conscientes e aproveitar os momentos certos. Afinal, no Halloween das ações, saber escolher entre “doçuras” e “travessuras” pode fazer toda a diferença.
Para te ajudar nessas escolhas e evitar grandes travessuras, preparamos relatórios e recomendações mensalmente, selecionando as melhores ações de acordo com o momento econômico atual, confira nossa seleção mensal de ações e outras recomendações aqui na Riconnect.
Elaborado por:
Bruna Sene, CNPI-T 6928
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