• As principais gestoras multimercado brasileiras reduziram seus investimentos no Brasil, com o aumento da preocupação fiscal;
  • A diversificação geográfica é a forma mais utilizada por elas para se proteger, aumentando seus investimentos principalmente nos EUA;
  • Não deixaram de investir na bolsa brasileira, mas reduziram o tamanho de seus investimentos no tema;
  • Diversificação e o foco no resultado composto é o mais importante num momento como esse.

No Rico Matinal, temos um compromisso com nossos(as) 13 leitores(as): além de resumir as notícias que impactam os mercados, trazer um insight útil de investimento todas as manhãs. Inclusive, nossa pauta teve que mudar completamente para se adequar aos acontecimentos dessa semana. Às vezes isso acontece.

Fruto disso, escrevemos o RM de terça, com a leitura completa sobre o evento (que ainda está rolando) da anulação de todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além do insight de ontem, que trouxe as nossas novas projeções macroeconômicas e como isso impacta nos seus investimentos.

Dias que provam o que a Be sempre fala para nós: “o mercado que faz a nossa agenda”. Porém, se tem uma atividade inflexível na minha agenda que me ajuda nesses momentos é a leitura das cartas mensais das principais gestoras profissionais de recursos – tarefa da época que eu só olhava para fundos de investimento, mas que eu jamais vou abandonar.

As gestoras expressam suas opiniões sobre o mercado, como também suas principais teses de investimento nestas cartas — e por mais que você possa discordar das opiniões ali expressas, é sempre bom ler linhas tão inteligentes sobre o mercado financeiro. Essas casas concentram uma capacidade de análise muito grande, não apenas opinando, mas de fato colocando dinheiro naquilo que acreditam -> o claro exemplo de ‘skin on the game’ (ou pele em jogo).

Por mais que essas opiniões tenham sido publicadas antes destes últimos acontecimentos, elas seguem muito válidas — principalmente pelo fato dessas gestoras terem horizonte de investimento de longo prazo.

Eu costumo olhar para essas publicações quase como o espelho mágico da madrasta da Branca de Neve. E na última rodada desse “espelho, espelho meu… as gestoras estão fazendo, também faço eu?”, anotei alguns pontos que gostaria de compartilhar com vocês:

Aumento do “Risco Brasil”

As principais gestoras multimercado macroeconômicas brasileiras — aquelas que podem fazer investimentos no Brasil e fora, tanto em renda fixa como na renda variável, comprado ou vendido (ganha na queda) — estão mais preocupadas com o Brasil e aumentaram exposição no exterior e/ou adicionaram investimentos de proteção.

Esse foi o caso de gigantes como a Verde Asset, SPX Capital, Adam Capital, e de outras casas que também gostamos como a Vinland Capital e a Genoa Capital. Na sua maioria, estão mais otimistas com a economia norte-americana, no relativo com o restante do mundo (incluindo o Brasil).

Não apenas por questões políticas, mas essas gestoras também citaram: i) preocupação com a dívida brasileira (o tão falado risco fiscal); ii) administração pública da vacina, já que, mesmo com a capacidade conhecida do Brasil em realizar campanhas de vacinação, faltam doses para aproveitar essa escala.

Como a própria Verde, uma das gestoras brasileiras mais vencedoras da história, criticou em sua carta:

“A opção política por não adquirir vacinas com a celeridade necessária está permitindo que a segunda onda da pandemia, potencializada pelas novas variantes do vírus, atinja níveis sem precedentes e novamente arrisque um colapso do sistema de saúde brasileiro. O governo falhou miseravelmente em adquirir as vacinas da Pfizer, Moderna, Johnson & Johnson, só agora, no auge da segunda onda, está buscando fechar as compras. Tal atraso em proteger a população aparece a olhos vistos, e tem consequências óbvias tanto em termos de vidas quanto em termos econômicos. É inacreditavelmente mais barato comprar vacinas do que fazer mais gastos fiscais – que vem com endividamento, mais inflação, juros mais altos, etc.”

Aproveitando esse gancho…

Vacinação será aplicada no “braço da retomada”

Como a SPX Capital – outra vencedora – disse: o ritmo de vacinação continua muito desigual. Alguns países avançam de maneira rápida em percentual da população vacinada (ex. Israel com 50%, Chile com 15%, Reino Unido 30% e 15% nos EUA) e já desfrutam dos efeitos positivos da imunização, especialmente na melhora pronunciada dos grupos vulneráveis. A Europa Continental e países emergentes, por outro lado, seguem um ritmo de vacinação lento. Na média, apenas 5% das pessoas nesses países estão vacinadas. Esse número é ainda muito baixo para refletir na queda de novos casos e internações.

Enquanto os países avançados nessa métrica devem seguir com o processo de reabertura da economia, os atrasados estão regressando ao lockdown. A economia mundial deve continuar se recuperando de maneira heterogênea, com alguns países voando e outros contraindo.

Mas a mensagem final que fica é a mais importante

Embora estejam menos otimistas com o Brasil, boa parte destas gestoras seguem investindo na bolsa brasileira — claro, com ajustes do tamanho desse investimento para baixo — mas continuam posicionadas.

Os desafios brasileiros dados por elas nesses argumentos são extremamente relevantes, mas não necessariamente justificam um desinvestimento por completo em oportunidades brasileiras, mas justificam cada vez mais uma diversificação internacional.

Esse cenário doméstico, como exposto acima, não necessariamente é realidade de outras economias – e se você investe 100% do seu capital em ativos brasileiros, também fica 100% exposto às consequências que esses eventos podem trazer. Por isso a diversificação geográfica é tão importante, e têm sido a principal contribuição positiva nas nossas sugestões de investimento.

Nas nossas recomendações para perfis conservadores (exceto na carteira precavida), moderados e agressivos, temos indicações de investimentos internacionais que podem amenizar ou zerar o impacto de acontecimentos como esse (de abrangência nacional) nos seus investimentos.

Acima de tudo, como já comentamos, ter uma carteira de investimento balanceada e que combina com o perfil de investimento que mais deixa você confortável é fundamental. Afinal de contas, o que importa é o retorno composto dos seus investimentos no longo prazo — como melhor exemplo disso, a trajetória de Warren Buffett, considerado o maior investidor da história até hoje:

Fonte: @dahliacapital

Paciência gera rentabilidade composta, e é ela quem vai construir seu patrimônio. Foi assim, com um retorno médio anualizado de 15%, que Buffett fez sua fortuna – sem “porradas” de curto prazo, com uma carteira balanceada e diversificada dentro da sua filosofia de investimento.

E é essa a lógica matemática que existe por trás da tão falada por nós “diversificação de carteira respeitando seu perfil de investimento”. Consistência vai fazer você atravessar por vários momentos difíceis e turbulentos, como Buffett passou, sem desespero ou exposição a riscos que te tirem do jogo.

Elaborado por:

Betina Roxo, CNPI 1493

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