(por Lucas Collazo) 

Caros 13 leitores, como o tema deste insight é assunto que corre nas nossas veias, por favor, entrem no clima comigo e escutem a música que utilizei para escrever o texto clicando neste link.

Agora que estamos com o mood alinhado: o mercado financeiro tem evoluído constantemente em direção a uma maior acessibilidade dos produtos financeiros. Como exemplo, este ano vimos os BDRs (Brazilian Depositary Receipts), papéis negociados na B3 que representam direitos de ações de companhias gringas, liberados para investidores em geral. Também estreou a possibilidade de “operar vendido” em fundos imobiliários. 

De fato, esses movimentos foram grandes marcos, mas os reguladores estão percebendo a maturação de todos os brasileiros como investidores, e querem promover mais evoluções neste sentido – desta vez, os veículos são os fundos de investimento no exterior e os fundos de diretos creditórios.

Foi exatamente isso que vocês leram: os fundos que investem 100% do patrimônio no exterior, que contam com uma equipe de profissionais de investimento em ativos ao redor do mundo, poderão ser acessados por pessoas com patrimônio investido menor do que R$ 1 milhão. Hoje, fundos disponíveis para o varejo têm limite de 20% de alocação fora do país. Quando essa flexibilização acontecer, teremos uma grande vitória para a democracia dos produtos financeiros.

Viveremos um mundo multipolar, com diversas economias diferentes se destacando em aspectos diferentes. Para que vocês, investidores brasileiros, possam beber de fontes de retorno advindas de outras geografias, confiar sua parcela do patrimônio lá fora para investidores profissionais pode ser uma ótima pedida.

A assembleia sobre o tema, que ocorrerá só no segundo trimestre do ano que vem, também deve criar uma nova estrutura para os fundos, que vai permitir a segregação do seu patrimônio em classes de cotas diferentes. Isso pode ser muito bom para que a gestora estipule diferentes formas de cobrança para cada cota com seu respectivo objetivo, dentro de um mesmo fundo.

Ah, e uma nova regra de taxa de administração pode trazer mais transparência para os investidores: as gestoras passariam a descrever a atribuição da taxa de administração, ou seja, para onde e com o que a gestora está gastando o valor desta taxa.

Nesta matéria do InfoMoney estão descritas todas as decisões e inocorrências que podem acontecer nesta assembleia da CVM. Porém, o ápice deste insight vem agora:

Nossos 13 leitores vão poder se manifestar sobre essa audiência. Neste link vemos todas as instruções para participar. No final da página, está o endereço de e-mail para o envio de contribuições ao tema – as considerações serão válidas até o dia 02/04/2021.

Podemos participar ativamente da democratização dos produtos financeiros, e mostrar nosso amadurecimento como país nesse universo. Espero ter boas novidades em 2021 — de qualquer modo, já sei mais ou menos o que 13 das manifestações devem dizer…

Resumo do dia: Liquidez é o que importa

(por Paula Zogbi)

Bolsas mundiais têm alta nesta quinta-feira. Tanto os futuros americanos como o Euro Stoxx sobem cerca de 0,5% pela manhã. 

Ontem, o Fed, BC americano, manteve a taxa de juros entre 0 e 0,25% a.a. e anunciou que continuará comprando ao menos US$ 120 bilhões em títulos mensalmente para ajudar na liquidez da economia. O presidente da instituição, Jerome Powell, disse em pronunciamento que os preços das ações não estão necessariamente altos, dado o nível das taxas de juros. 

É esperado para hoje um avanço quanto ao pacote de liquidez de cerca de US$ 900 bilhões que está sendo discutido por um grupo bipartidário de legisladores há mais de uma semana. Outro acordo que segue no radar é o do Brexit, que, segundo autoridades, está em estágio final. 

No Brasil, ontem foi aprovada a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), mantendo como meta fiscal no ano que vem um déficit primário de R$ 247,1 bilhões. O orçamento em si só deve ser votado em 2021. Ressaltamos a falta de preocupação em se deixar margem para se negociar um orçamento para enfrentar os desafios da pandemia e da crise fiscal. O Ibovespa teve mais um pregão de alta, encostando em 118 mil pontos, puxado por Vale e bancos. 

O Ministério da Saúde divulgou o dado preocupante de mais de 70 mil casos de Covid-19 no país na quarta, recorde para o país desde o início da pandemia. Nos EUA, o número de mortes bateu novo recorde e na Alemanha o número de infecções foi mais que o dobro do dia anterior.