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Se você leu nosso Ano Novo, Agora Vai, sabe que temos uma visão otimista para a bolsa de valores neste ano, com nova expectativa de que o Ibovespa alcance 135 mil pontos até o fim de 2021 depois das revisões para cima do lucro das empresas (vs 130 mil pontos anteriormente). Mas também sabe que existem pontos importantes a monitorar no meio do caminho — e as oscilações do mercado nos motivam a manter, sempre, uma carteira de investimentos muito bem diversificada.

Em janeiro, os movimentos da bolsa brasileira foram afetados por alguns desses riscos (principalmente o item 3 da lista abaixo, o atraso da campanha nacional de vacinação, e notícias relacionadas ao item 4: risco fiscal). Isso fez com que o Ibovespa se descolasse das bolsas do exterior em vários pregões e fechasse o mês com desvalorização de 3,3%, de volta aos 115 mil pontos.

Já o dólar subiu 5,5% e fechou em R$ 5,47. 

No mercado de renda fixa, a curva de juros, que reflete as expectativas do mercado para o CDI em diferentes prazos, abriu em praticamente todos os vértices, demonstrando expectativa de alta da Selic seguindo o fim do forward guidance e a visão de que o Banco Central deve voltar a subir juros ainda no primeiro semestre (leia mais aqui). 

*Dicionário de economês: Foward guidance é uma diretriz divulgada pelo Banco Central sobre os juros, procurando responder assim às expectativas do mercado.

Os pontos de atenção que listamos no nosso material de início de ano se mantêm e foram atualizados. Por isso, relembre a seguir alguns deles — e entenda como eles se manifestam na situação atual de mercado.

  1. Ele mesmo, o Voldemort da economia

Talvez você não aguente mais nos ler falar nisso, mas é muito importante frisar: com mais de US$ 25 trilhões anunciados em expansão fiscal e monetária (ou seja, dinheiro injetado na economia), a expectativa de inflação alta volta a ser tema central.

Se os preços voltarem a subir de forma intensa, os bancos centrais ao redor do mundo podem suspender parte das ações de estímulo à economia, aumentando os juros, por exemplo. Vale lembrar que são justamente esses estímulos que vêm apoiando as altas das bolsas.

  1. Bolha?

Toda essa liquidez pode ter causado aumentos artificiais nos preços das ações? É isso que vem preocupando parte dos investidores agora. Nos EUA, isso está mais latente, com um número recorde de compras de opções de compra (call), um sinal de aumento de exposição a risco no mercado financeiro.

O caso GameStop, em que investidores de varejo pressionaram ao limite o preço das ações da varejista (e de outras empresas igualmente em dificuldades) e quase quebraram fundos de investimento exemplifica o temor em relação a essas operações massificadas.

Esse risco de uma possível bolha em parte dos ativos financeiros é um dos principais motivos pelos quais defendemos ferrenhamente que você invista com diversificação em ativos diferentes entre si e sem (ou com pouca) alavancagem*.

*Dicionário de economês: alavancagem é o termo usado no mercado para o ato de investir tomando dívidas. É uma tentativa de ganhar ainda mais dinheiro investindo, mas com risco bem maior.

  1. Brasil: vacinação incerta

Os problemas com o recebimento de insumos e as incertezas acerca do cronograma de vacinação no Brasil podem fazer com que não consigamos controlar a pandemia em 2021.

Essa possibilidade assusta por muitos motivos, é claro, e todos torcemos pela segurança da população o mais depressa possível. Entre os pontos a se monitorar, a recuperação da nossa economia seria diretamente prejudicada.

A boa notícia é que a pressão pública, a queda repentina na popularidade do governo e uma infraestrutura bem estabelecida para vacinação no país até agora levaram a uma rápida recuperação das doses administradas no Brasil em relação a outros países.

Por outro lado, quando ajustado pelo percentual da população, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer, e conseguir cerca de 400 milhões de doses não será uma tarefa fácil. Israel conseguiu vacinar quase 50% de sua população, enquanto o Brasil ainda estava com 0,4% em 26 de janeiro.

  1. Brasil de novo: risco fiscal

A famosa bola de neve das dívidas está longe de acabar. Em 2020, o Brasil elevou a sua relação Dívida Bruta sobre PIB para 89,3% por conta dos gastos extraordinários com a pandemia. O resultado foi melhor que o esperado no início do ano passado, mas nosso time econômico projeta que a trajetória da dívida se mantenha próxima de 100% pelos próximos 10 anos.

Nosso cenário-base leva em conta uma agenda de reformas andando, ainda que a passos lentos, mas notícias de desentendimentos políticos entre governo e legislativo são capazes de trazer volatilidade enquanto isso. O cenário negativo é um Brasil sem reformas. 

Bônus: Volatilidade é normal!

Sabe quando viraliza um vídeo de algum suposto trader na internet dizendo que consegue multiplicar seu patrimônio por 10 em questão de meses? Em resposta, costuma chover gente mostrando, matematicamente, em quanto tempo essa pessoa teria patrimônio acima do PIB mundial nesse ritmo.

Não entendeu meu ponto? Simples: o mercado tem altos e baixos: não dá para esperar valorização constante. Se a alta que vimos de novembro até aqui se mantivesse, no mesmo ritmo, fecharíamos 12 meses com 220% de valorização do Ibovespa. Isso é improvável. Então relaxe, foque no longo prazo e fique de olho nas nossas recomendações de carteira no Insight de amanhã. 

Elaborado por:

Betina Roxo, CNPI 1493

Este relatório de análise foi elaborado pela Rico Investimentos, que é uma marca da XP Investimentos CCTVM S.A. (“Rico”) de acordo com todas as exigências previstas na Instrução CVM nº 598, de 3 de maio de 2018, tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar sua própria decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta ou solicitação de compra e/ou venda de qualquer produto. As informações contidas neste relatório são consideradas válidas na data de sua divulgação e foram obtidas de fontes públicas. A Rico não se responsabiliza por qualquer decisão tomada pelo cliente com base no presente relatório. Este relatório foi elaborado considerando a classificação de risco dos produtos de modo a gerar resultados de alocação para cada perfil de investidor. O(s) signatário(s) deste relatório declara(m) que as recomendações refletem única e exclusivamente suas análises e opiniões pessoais, que foram produzidas de forma independente, inclusive em relação à Rico e que estão sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado, e que sua(s) remuneração(es) é(são) indiretamente influenciada por receitas provenientes dos negócios e operações financeiras realizadas pela Rico. O analista responsável pelo conteúdo deste relatório e pelo cumprimento da Instrução CVM nº 598/18 está indicado acima, sendo que, caso constem a indicação de mais um analista no relatório, o responsável será o primeiro analista credenciado a ser mencionado no relatório. Os analistas da Rico estão obrigados ao cumprimento de todas as regras previstas no Código de Conduta da APIMEC para o Analista de Valores Mobiliários e na Política de Conduta dos Analistas de Valores Mobiliários do Grupo XP. O atendimento de nossos clientes é realizado por empregados da Rico. Os produtos apresentados neste relatório podem não ser adequados para todos os tipos de cliente. Antes de qualquer decisão, os clientes deverão realizar o processo de suitability e confirmar se os produtos apresentados são indicados para o seu perfil de investidor. Este material não sugere qualquer alteração de carteira, mas somente orientação sobre produtos adequados a determinado perfil de investidor. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço ou valor pode aumentar ou diminuir num curto espaço de tempo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. As informações presentes neste material são baseadas em simulações e os resultados reais poderão ser significativamente diferentes.
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