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No insight em que descomplicamos a renda fixa (neste link), mencionamos que os juros pagos nessa categoria de investimentos tendem a aumentar conforme o período de vencimento e o risco do papel.

Refrescando sua memória, o risco de crédito é a probabilidade de não receber o valor prometido (ou seja, tomar calote). Os títulos que têm o menor risco de crédito do país são os do Tesouro Nacional, acessíveis via Tesouro Direto, já que a falta de pagamento depende de uma quebra generalizada do país.

No segundo degrau da escadinha do risco na renda fixa está o crédito bancário (tipo CDBs, LCIs e LCAs), que é protegido pelo FGC em até R$ 250 mil por CPF por instituição financeira e até R$ 1 milhão por pessoa a cada 4 anos (entenda melhor aqui).

Subindo mais um nível de risco, falamos aqui de títulos de dívida emitidos por empresas — prazer, crédito privado. Ao comprar um título como este (debêntures, por exemplo), você, pessoa que investiu, está ajudando a financiar algum projeto, expansão ou até mesmo a manutenção das atividades de uma empresa. É mais arriscado, porque não tem garantia soberana e nem FGC, mas essa empresa pode ter, sim, uma excelente capacidade de pagamento para devolver o seu dinheiro com os juros combinados.

Em outras palavras, o fato de o crédito privado ter risco maior não significa que investir em renda fixa de emissão privada (fora bancos) não seja bom para a sua carteira — inclusive, vemos boas oportunidades no crédito privado em 2021.

Primeiro, vamos voltar no tempo. No começo de 2020, essa classe de investimentos estava pouco atraente, porque os prêmios (ou seja, a rentabilidade oferecida acima do CDI) eram baixos. Nos primeiros meses de pandemia, a venda generalizada desses papéis fez com que os preços caíssem muito e as remunerações subissem fortemente — efeito que foi lentamente normalizado ao longo dos meses, conforme podemos ver no gráfico abaixo, da gestora JGP (até janeiro). Refrescando sua memória: quando a taxa cai na renda fixa, o preço sobe.

A interpretação desse gráfico é a seguinte: a remuneração média do crédito privado está mais de 2% acima do CDI, o que é bastante interessante para um investimento onde existe previsibilidade de retorno.

Outra vantagem para parte desses papéis (debêntures incentivadas, CRIs e CRAs) é a isenção de imposto de renda, que, comparativamente, aumenta ainda mais a rentabilidade líquida da classe — lembrando que o imposto de renda para ativos de renda fixa em geral varia entre 22,5% e 15%, diminuindo conforme o período de aplicação. Isso significa que a sua rentabilidade pode ser até 22,5% maior em produtos isentos!

Ok, mas como escolher?

Investir diretamente em crédito privado envolve buscar boas oportunidades entre ativos com boa classificação de crédito – ou seja, pesquisar, junto a agências de classificação de risco, aqueles produtos com “rating” (nota de crédito) alto. Para saber mais sobre ratings, leia esse post do nosso blog.

Observada a nota de crédito do emissor, o processo de escolha é parecido com o dos outros títulos de renda fixa: confira os produtos que têm prazos compatíveis com o momento em que você vai precisar sacar e, só então, escolha o de maior rentabilidade dentro de todos esses filtros.

Calma! Nós sabemos que fazer esse tipo de escolha é demorado e delicado — por isso, você também pode contar com a ajuda de profissionais dentro das gestoras de investimentos!

Nas nossas carteiras recomendadas, temos também alguns fundos de crédito privado que fazem essas escolhas por você, inclusive definindo a hora certa de comprar e vender os papéis para otimizar os lucros. ó um exemplo: um dos fundos da nossa carteira, o XP Debêntures Incentivadas, rendeu 6,99% nos 12 meses até janeiro, contra 2,72% do CDI.

Dica de ouro: para o crédito privado, é essencial ter uma visão de longo prazo. Fundos com resgate imediato ou em poucos dias são mais sensíveis a movimentos de vendas por parte dos cotistas, porque são obrigados a se livrar de papéis na pressa. Isso aconteceu no período mais agudo da crise em 2020: fundos mais líquidos que sofreram resgate em massa perderam muito dinheiro, porque precisaram vender a qualquer preço para pagar os cotistas que estavam de saída.

Se você quer investir em crédito privado via fundos, procure aqueles que têm liquidez de pelo menos D+30, ou seja, que demoram a partir de 30 dias para creditar o dinheiro na sua conta quando você solicita o resgate.

Elaborado por:

Betina Roxo, CNPI 1493

Este relatório de análise foi elaborado pela Rico Investimentos, que é uma marca da XP Investimentos CCTVM S.A. (“Rico”) de acordo com todas as exigências previstas na Instrução CVM nº 598, de 3 de maio de 2018, tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar sua própria decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta ou solicitação de compra e/ou venda de qualquer produto. As informações contidas neste relatório são consideradas válidas na data de sua divulgação e foram obtidas de fontes públicas. A Rico não se responsabiliza por qualquer decisão tomada pelo cliente com base no presente relatório. Este relatório foi elaborado considerando a classificação de risco dos produtos de modo a gerar resultados de alocação para cada perfil de investidor. O(s) signatário(s) deste relatório declara(m) que as recomendações refletem única e exclusivamente suas análises e opiniões pessoais, que foram produzidas de forma independente, inclusive em relação à Rico e que estão sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado, e que sua(s) remuneração(es) é(são) indiretamente influenciada por receitas provenientes dos negócios e operações financeiras realizadas pela Rico. O analista responsável pelo conteúdo deste relatório e pelo cumprimento da Instrução CVM nº 598/18 está indicado acima, sendo que, caso constem a indicação de mais um analista no relatório, o responsável será o primeiro analista credenciado a ser mencionado no relatório. Os analistas da Rico estão obrigados ao cumprimento de todas as regras previstas no Código de Conduta da APIMEC para o Analista de Valores Mobiliários e na Política de Conduta dos Analistas de Valores Mobiliários do Grupo XP. O atendimento de nossos clientes é realizado por empregados da Rico. Os produtos apresentados neste relatório podem não ser adequados para todos os tipos de cliente. Antes de qualquer decisão, os clientes deverão realizar o processo de suitability e confirmar se os produtos apresentados são indicados para o seu perfil de investidor. Este material não sugere qualquer alteração de carteira, mas somente orientação sobre produtos adequados a determinado perfil de investidor. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço ou valor pode aumentar ou diminuir num curto espaço de tempo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. As informações presentes neste material são baseadas em simulações e os resultados reais poderão ser significativamente diferentes.
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