• Alou, eu ouvi confraternizações (seguras) de final de ano? Então vem pro esquenta do Copom!
  • Aqui, esperamos Selic subindo para 9,25% ao ano, e mensagem dura contra a inflação.
  • Bola de cristal natalina aponta para Selic em 11,50% em março de 2022, com cenário desafiador, e inflação caindo para 5,2% até o fim do ano.
  • Resoluções coletivas: proteger seus investimentos nesse período de inflação e juros altos, aproveitar oportunidades e diversificar sua carteira.
  • Vem esquentar, que te contamos tudo!

Alou, eu ouvi confraternizações de fim de ano? Pois é! Não tá fácil pra ninguém conseguir um espacinho na agenda para encontrar os migos, familiares e colegas de trabalho nesse fim de ano. Meu Outlook em breve vai me mandar um recado intitulado “seu dia hoje: sossegue o facho”. Mas não é todo mês que é o último do ano, não é mesmo?

Considerando, claro, sempre a segurança em primeiro lugar e todas as doses de vacina que tivermos direito, convido então vocês então ao Happy Hour mais esperado dos últimos 45 dias: o esquenta para o Copom.

Isso porque hoje é dia de reunião do nosso Comitê de Política Monetária do Banco Central. Como vocês já leram aqui há exatos 45 dias, a cada reunião dos diretores do Banco Central do Brasil, o esquenta fica por nossa conta, para que você saia muito bem informada(o) sobre o que esperar da decisão que afetará a nossa taxa básica de juros, a Selic, e os seus investimentos.

O Drink da casa: Heatmap do Copom

Tudo começa com nossa visão 360° da economia desde a última reunião do Copom. O que aconteceu de importante na economia do Brasil e do mundo, que impactou, está impactando, e esperamos que impactará a inflação por aqui?

Quem leu nossos últimos esquentas, já sabe que tudo isso está ilustrado na tabela abaixo: o famoso heatmap do Copom. Esse mapa de calor, em bom português, serve para ilustrar o que achamos que os diretores do Banco Central estarão olhando enquanto discutem o que fazer com a taxa Selic. Lembrando: sempre com o objetivo principal de controlar o comportamento dos preços.

Quanto mais vermelho (azul), mais a variável está atuando para piorar (melhorar) a perspectiva da inflação.

Já os curiosos pássaros estampados no alto indicam uma nomenclatura também curiosa sobre política monetária no mundo: os Hawks (falcões) e os Doves (pombas). Quanto mais vermelho, mais o comportamento do indicador aponta para uma decisão do Banco Central para o lado hawkish; já quanto mais azul, mais o indicador aponta uma decisão para o lado dovish.

Falcões X Pombas

Hawkish – Aparentemente relacionado ao comportamento de soldados na Guerra da Independência dos EUA, a figura de um falcão está associada à coragem, força, rigidez. Em política monetária, faz referência ao comportamento de banqueiros centrais mais preocupados com o controle da inflação, menos lenientes com a alta de preços e o potencial distanciamento de sua meta.

Dovish – Já as pombas são relacionadas a… acho que apenas pombas mesmo, na tranquilidade, de boa esperando seu pãozinho no parque! Em política monetária, as pombas então são associadas a autoridades monetárias mais lenientes com a inflação. Para os quais “um pouquinho de alta de preços não faz mal a ninguém”, mesmo que se distancie da meta almejada.

O mapa em cima do muro: sem grandes mudanças, Selic segue pra cima

Para entender melhor os números da tabela acima, vale separá-los entre os azuis ou brancos (ou seja, aqueles que reduzem as pressões sobre os preços, ou são neutros) e os vermelhos – aqueles que estão dando um empurrãozinho para os preços seguirem subindo com força.

Como podemos ver, o heatmap desse mês não traz uma mensagem tão clara quanto de algumas reuniões anteriores.

De um lado, temos aquelas forças “vermelhinhas”: i) inflação corrente ainda bastante alta, com IPCA (nosso principal índice de preços ao consumidor) acima de 10% nos últimos doze meses; ii) preços ao produtor ainda altos no Brasil e no mundo, que devem ser repassadas ao consumidor em breve; iii) moeda ainda fraca, por conta da elevada percepção de risco.

Do lado vermelho, aliás, segue também aquela novela até então não finalizada no palco político – a da incerteza fiscal. Ainda sem uma solução permanente para o aumento de gastos do governo e o orçamento de 2022, em meio às discussões sobre a PEC dos Precatórios no Congresso, o risco fiscal continua alto.  Como sabemos, a piora da percepção do risco fiscal impacta todos os ativos brasileiros, inclusive a nossa moeda – assim, o “preço do dólar”.

Um dólar mais alto pressiona ainda mais a inflação, uma vez que insumos para a produção de muitos bens são baseados no dólar, ou mesmo importados, como a gasolina e a farinha do pãozinho francês.

Mas esses últimos 45 dias também trouxeram algumas surpresas no lado azul ou branco; ou seja, que suavizam as pressões sobre os preços ou são neutros. No cenário internacional, as commodities começaram a finalmente dar uma trégua – especialmente o petróleo, também impactado por receios de impactos da variante Ômicron da Covid-19.

Ao mesmo tempo, por aqui, a atividade econômica veio se mostrando mais fraca do que o esperado, o que faz com que as pressões sobre os preços percam força. Afinal, com pessoas consumindo e demandando menos, e desemprego ainda alto, os preços não ficam tão pressionados para cima.

Resumo da ópera? Nem tanto o céu, nem tanto a terra: os riscos tanto para inflação perdendo força, quanto ganhando força, devem fazer com o que o Copom mantenha seu plano de vôo.

Selic 9,25% amanhã e 11,50% ano que vem: e seus investimentos?

Assim, esperamos que o Banco Central anuncie hoje mais uma elevação de 1,5 ponto percentual na Selic – levando a taxa para 9,25% ao ano.

E daqui para frente? Já que a situação segue complicada na terra dos preços, esperamos que o Copom passe um recado bastante “falcônico” em sua comunicação – ou seja, destacando que fará tudo o que tiver no alcance para que a inflação alcance a meta (de 3,5% ano que vem) no horizonte relevante de política monetária (oi? Te contamos no box abaixo!).

Em nossa visão, esse processo de alta da Selic deverá continuar até março de 2022, com a taxa básica de juros chegando a 11,50% ao ano. 

Horizonte Relevante de Política Monetária

Você já ouviu falar do tal do “horizonte relevante de política monetária? Esse conceito se refere ao período entre o aumento/queda na taxa de juros determinado pelo Banco Central, e o efeito disso na economia real – por meio do crédito, do câmbio e das expectativas.

Esse período pode variar entre 6-9 meses, a depender do país, e da metodologia usada.

Mas o importante a destacar é que, conforme nos aproximamos do final do ano, os esforços do Copom se dirigem ao ano seguinte, dado que a elevação de juros hoje não impacta a inflação sentida hoje.

Assim, uma eventual alta de juros será sentida gradualmente ao longo dos seis-nove meses (aproximadamente) subsequentes.

Assim, independente de acertamos em cheio o patamar da Selic no ano que vem ou o ritmo de altas definido pelo Copom, a taxa deve atingir dois dígitos no ano que vem, subindo até bem acima do neutro – aquele patamar “em cima do muro”, que não estimula nem desestimula a economia.

Acreditamos que esse patamar será o suficiente para trazer a inflação para mais próximo à meta do Banco Central no final do ano que vem. Quão mais perto? Vemos IPCA em 5,2% até o final de 2022.

Nesse cenário de juros em elevação, a Renda Fixa volta a ganhar bastante relevância e atratividade (não que não cansemos de contar para vocês por aqui sobre a importância da diversificação em qualquer período, e de uma boa e segura reserva de emergência). Títulos de renda fixa indexados à inflação te ajudarão a proteger seu patrimônio de toda essa incerteza de preços, assim como fundos de investimento de renda fixa. Contamos muito mais sobre oportunidades nessa classe de ativos aqui.

Mas, se era verdade que a Renda Fixa não tinha morrido no período de juros baixos, também é verdade que outros investimentos seguem trazendo oportunidades nesse período de juros em elevação e inflação pressionada.

Por aqui, fazemos uma seleção de empresas que se destacaram historicamente em momentos de inflação alta. E aqui, te indicamos nossa carteira recomendada de fundos imobiliários, gratuita para assinantes Riconnect.

Finalmente, mas não menos importante, investimentos internacionais podem trazer tanto diversificação geográfica, quanto de risco. Isso porque ativos dolarizados podem servir de proteção contra uma eventual desvalorização (ainda maior) da nossa moeda.

Fundos internacionais, BDRs (recibos de ações estrangeiras negociados na B3) e ETFs (fundos negociados na bolsa) são alternativas simples para você acessar investimentos fora do país.

Elaborado por:

Bruna Sene, CNPI-T 1847

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